terça-feira, 6 de abril de 2010

CONTINUAR NA GREVE*.

Apesar do feriado prolongado da semana santa , esta semana foi marcada por inúmeros fatos abaixo-relatados.

Na segunda feira (29 de março de 2010), fizemos o comando de greve onde algumas escolas sensibilizadas entraram em movimento, enquanto em outras, vários professores quebraram o dia, para evitar possíveis problemas legais no pós greve .

Na terça feira, Tentamos protocolizar nossa pauta de reivindicação junto ao governador José Serra, por ocasião da inauguração do Rodoanel. Em um ônibus com professores de Santo André e SBC, seguido por vários carros, tentamos pelo Represa, no jardim Canaã, não sendo possível diante do aparato policial. Retornamos a Anchieta e a barreira policial era intransponível, numa correlação de força visivelmente desfavorável aos professores.

Por decisão política do comando, o ônibus parou por uns 15 minutos na via Anchieta, onde descemos e fizemos uma rápida manifestação, registrado por para parte da imprensa presente no local .
Após o Almoço, fizemos uma reunião do comando de greve e aprovamos um itinerário para a parte da tarde e noite.

Na quarta feira pela manha, participamos do Conselho Estadual de Representantes em São Paulo, onde o tom era de acusações entre membros da diretoria e do MTS, sobre as declarações na imprensa escrita (folha de São Paulo).

Na parte da tarde,mesmo com a proibição do uso do caminhão de som, a aglomeração dos professores na avenida paulista foi mais uma vez determinante para a mobilidade, visibilidade e fortalecimento da greve em curso.

Com a falta do som, os manifestantes ocuparam as duas vias da paulista e seguiram em passeata até a praça da república onde finalmente foi realizada a assembleia do magistério estadual.

Na passeata e na assembléia, participaram aproximadamente 40 mil educadores que enfrentaram a polícia, expulsaram o carro da rede globo, desafiaram a ordem burguesa e fomos recepcionados com papel picado lançados dos prédios por apoiadores na Avenida Paulista e na consolação.

Mesmo com a defesa do fim da greve no carro de son, por unanimidade foi aprovado a continuidade do movimento. Essa greve assim como as demais é difícil, todavia, o diálogo no recinto escolar é mais receptivo do que a greve de 2008 e as demais.

Mesmo com o “ensaio do fim da greve”, como o encurtamento do calendário e posicionamentos de lideranças que fazem balanço negativo da greve, ou só aparecem nos dias de aglomeração, essa greve está forte e vai ficar ainda mais, depois da publicação da relação dos professores, diretores e supervisores aprovados e conseqüentemente dos reprovados pela prova de mérito publicado pelo governo do Estado.

Mais uma vez a direção tem um papel fundamental neste e em outros processos de luta, pois muitas vezes o dirigente expressa o seu cansaço e fadiga,como se fosse da grande maioria dos grevistas.
Alguns dirigentes eleitos que estão trabalhando, devem ser afastados da direção urgentemente pelo comando de greve.

Os demais dirigentes que fazem corpo mole, se ausentando ou só aparecendo nos dias de assembleia regional e ou estadual devem ser também avaliados. É claro que o balanço deve ser feito após o fim da greve, porém, todo comportamento que influencia negativamente na condução da mesma deve ser imediatamente avaliado, para evitar o péssimo exemplo a categoria em luta .

Muitos confundem a defesa do aparelho, com a defesa da luta revolucionaria do nosso povo.Cuidado com os “revolucionários” de gabinete, pois sua radicalidade só se expressa na luta pelos cargos que ocupam.Isso é desvio ideológico e traição de classe.

Vamos completar um mês em greve e diante de uma nova conjuntura política, a diretoria deve reiterar sua pauta de reivindicação imediatamente junto ao atual governo, buscarmos um canal de diálogo, manter ofensivamente a greve, usando o método de persuasão prá valer.

Também se faz necessário a organização do fundo de greve com apoio das demais categorias e entidades solidárias. Ao mesmo tempo, devemos ampliar nosso diálogo com o corpo discente e a comunidade, sobre os motivos da nossa greve, buscando a necessária solidariedade e aliança para com os mesmos.

Na próxima assembleia devemos instituir novos métodos, como o acampamento, ocupações, para arrancarmos uma agenda de negociação.

Nesse momento é fundamental estabelecermos um canal de diálogo com os demais movimentos, como o MST para viabilizarmos atos regionais, nas rodovias e nos embates de classe, comum a todos e todas.

Nesse momento não basta constatarmos que a greve continua. É fundamental continuarmos na greve e na luta.

“É melhor atirar-se
Em luta,
Em busca de dias melhores,
do que permanecer estático
como os pobres de espírito,
que não lutaram,
mas também não venceram”.
(Bob Marley)


Lutar sempre é preciso!!!

*Aldo Santos - 02/04/2010

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