domingo, 17 de outubro de 2010

15/10/2010 - ELEIÇÕES 2010

PSOL define: nenhum voto em Serra

Por: Karen Marchetti (karen@abcdmaior.com.br)


Aldo Santos: não deixar tucanada e conservadorismo retornarem ao governo. Foto: Arquivo ABCD MAIOR

Lideranças do PSOL, como Aldo Santos e Ivan Valente defende voto na candidata do PT, Dilma Rousseff
A direção nacional do PSOL decidiu, em reunião nesta sexta-feira (15/10), se posicionar para o 2º turno das eleições presidenciais: nenhum voto ao candidato tucano, José Serra. O partido indicou que os filiados e simpatizantes votem na candidata do PT, Dilma Rousseff como “voto crítico” ou anule. Aldo Santos, a principal liderança da legenda no ABCD, acredita que a melhor opção é votar em Dilma.



“A nossa preocupação neste momento é não deixar a tucanada e o conservadorismo retornarem ao governo do país. O mal será muito menor se votar na Dilma. Essa é a minha posição”, disse Aldo Santos, que vou candidato a vice-governador.



O líder do Psol destacou que votar na Dilma e não anular o voto é uma possição pessoal. Na próxima semana, Santos irá se reunir com os integrantes da corrente TLS (Trabalhador na Lula Socialista) do partido, na qual faz parte e coordena o grupo, para oficializar a decisão. “A tese central é Anti-Serra. Não tem sentido a volta dos tucanos no poder. Os sucessivos governos do PSDB em São Paulo, principalmente no ponto de vista dos professores e da Educação, está abandonada. E eles mostrando na TV que está uma maravilha. É uma mentira”, disse Santos, que é professor.



Além de Aldo Santos, o deputado federal reeleito, Ivan Valente (PSOL), e toda a bancada federal do partido na Câmara, declararam voto crítico na candidata Dilma Rousseff. Valente acredita que o “voto crítico” a Dilma representa um diálogo com setores da sociedade que o partido pretende buscar.



“A eleição de Serra será um desastre para o debate político na América Latina, significará o avanço ainda maior das privatizações, como vimos na atuação da bancada do PSDB/DEM no debate sobre o pré-sal, e uma repressão sem tréguas aos movimentos sociais, além de abrir espaço para o fundamentalismo religioso carregado de ódio e preconceito”, avaliou.



Leia abaixo a íntegra da nota da Executiva Nacional do PSOL



NENHUM VOTO A SERRA



O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) mereceu a confiança de mais de um milhão de brasileiros que votaram nas eleições de 2010. Nossa aguerrida militância foi decisiva ao defender nossas propostas para o país e sobre ela assentou-se um vitorioso resultado.



Nos sentimos honrados por termos tido Plínio de Arruda Sampaio e Hamilton Assis como candidatos à presidência da República e a vice, que de forma digna foram porta vozes de nosso projeto de transformações sociais para o Brasil. Comemoramos a eleição de três deputados federais (Ivan Valente/SP, Chico Alencar/RJ e Jean Wyllys/RJ), quatro deputados estaduais (Marcelo Freixo/RJ, Janira Rocha/RJ, Carlos Giannazi/SP e Edmilson Rodrigues/PA) e dois senadores (Randolfe Rodrigues/AP e Marinor Brito/PA). Lamentamos a não eleição de Heloísa Helena para o Senado em Alagoas e a não reeleição de nossa deputada federal Luciana Genro no Rio Grande do Sul, bem como do companheiro Raul Marcelo, atual deputado estadual do PSOL em São Paulo.



Em 2010 quis o povo novamente um segundo turno entre PSDB e PT. Nossa posição de independência não apoiando nenhuma das duas candidaturas está fundamentada no fato de que não há por parte destas nenhum compromisso com pontos programáticos defendidos pelo PSOL.



Sendo assim, independentemente de quem seja o próximo governo, seremos oposição de esquerda e programática, defendendo a seguinte agenda: auditoria da dívida pública, mudança da política econômica, prioridade para saúde e educação, redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, defesa do meio ambiente, contra a revisão do código florestal, defesa dos direitos humanos segundo os pressupostos do PNDH3, reforma agrária e urbana ecológica e ampla reforma política – fim do financiamento privado e em favor do financiamento público exclusivo, como forma de combater a corrupção na política.



No entanto, o PSOL se preocupa com a crescente pauta conservadora introduzida pela aliança PSDB-DEM, querendo reduzir o debate a temas religiosos e falsos moralismos, bloqueando assim os grandes temas de interesse do país. Por outro lado, esta pauta leva a candidatura de Dilma a assumir posição ainda mais conservadora, abrindo mão de pontos progressivos de seu programa de governo e reagindo dentro do campo de idéias conservadoras e não contra ele. Para o PSOL, a única forma de combatermos o retrocesso é nos mantermos firmes na defesa de bandeiras que elevem a consciência de nosso povo e o nível do debate político na sociedade brasileira.



As eleições de 2002, ao conferir vitória a Lula, traziam nas urnas um recado do povo em favor de mudanças profundas. Hoje é sabido que Lula não o honrou, não cumpriu suas promessas de campanha e governou para os banqueiros, em aliança com oligarquias reacionárias como Sarney, Collor e Renan Calheiros. Mas aquele sentimento popular por mudanças de 2002 era também o de rejeição às políticas neoliberais com suas conseqüentes privatizações, criminalização dos movimentos sociais – que continuou no governo Lula -, revogação de direitos trabalhistas e sociais.



Por isso, o PSOL reafirma seu compromisso com as reivindicações dos movimentos sociais e as necessidades do povo brasileiro. Somos um partido independente e faremos oposição programática a quem quer que vença. Neste segundo turno, mantemos firme a oposição frontal à candidatura Serra, declarando unitariamente “NENHUM VOTO EM SERRA”, por considerarmos que ele representa o retrocesso a uma ofensiva neoliberal, de direita e conservadora no País. Ao mesmo tempo, não aderimos à campanha Dilma, que se recusou sistematicamente ao longo do primeiro turno a assumir os compromissos com as bandeiras defendidas pela candidatura do PSOL e manteve compromissos com os banqueiros e as políticas neoliberais. Diante do voto e na atual conjuntura, duas posições são reconhecidas pela Executiva Nacional de nosso partido como opções legítimas existentes em nossa militância: voto crítico em Dilma e voto nulo/branco. O mais importante, portanto, é nos prepararmos para as lutas que virão no próximo período para defender os direitos dos trabalhadores e do povo oprimido do nosso País.



Executiva Nacional do PSOL – 15 de outubro de 2010.





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Comentários (6)



Joaquim Silva
17/10/2010
13:16

Afonso Pena deve achar que nosso povo não é sério. Afonso, o povo foi muito sério em 2002 quando elegeu Lula e, em 2006, quando o reelegeu. Isso deve te incomodar muito, por isso vc fica com essa conversinha mole. Se liga!



Afonso Penna
16/10/2010
23:32

Concordo com qualquer brasileiro que queira a mudança no nosso atual sistema político e na forma de financiamento de campanhas. Nosso Brasil pode ser muito mais sério se seu povo for mais sério. Temos muito a caminhar.



Bruno
16/10/2010
11:38

SANCHES, EU JA TRABALHEI PRO ALDO, QUANDO ELE ERA DO PT, E NA ÉPOCA, O NOME DELE JA ERA ALDO SANTOS. SE LIGA CARA. SE VC QUER VOTAR NO SERRA AZAR O SEU. DEIXA O PESSOAL DECIDIR EM QUEM VÃO VOTAR.



Gregorio de Mattos Guerra
16/10/2010
00:46

Sanches, o deixa de ser boco cara!



Sanches
15/10/2010
22:31

ALIÁS, O NOME DELE ESTÁ GRAFADO ERRADO: É ALDO DOS SANTOS. SÓ PORQUE DEIXOU O PT, TAMBÉM MUDOU DE NOME?



Sanches
15/10/2010
22:29

Caraca, o Aldo Santos MANDOU ninguém do PSOL votar no Serra!!! E agora? Ele deve estar preocupadissimo com esse posicionamento dele. Aliás, você não foi escurraçado por esse partido que agora pede voto?



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