quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Articulação unificada avança no controle e amordaçamento sindical




Os educadores do estado de São Paulo realizaram neste início de dezembro de 2010 o XXIII Congresso dos Professores em Serra Segra - São Paulo. Participaram em torno de 2000 delegados, com vários observadores e equipe de apoio logístico. Nesse momento conjuntural a realização do congresso se revestiu-se de singular importância haja vista a transição de governo, que apesar de significar “mais do mesmo”, algumas mudanças serão necessárias para maquiar ou corrigir erros e tornar a educação minimamente funcional.

Claro que essas mudanças dependem unicamente dos educadores representados em suas entidades sindicais. Dentre as faixas com palavras de ordem afixada no plenário do congresso, uma advertia : “Se o governo não mudar a vida dos educadores o ano letivo não vai começar”, enquanto outras saudavam os congressistas, ao mesmo tempo em que decoravam o ambiente marcado pela pluralidade ideologica.

O início do congresso foi marcado por leituras e discursos de balanço eleitoral do recente processo, onde cada um dos oradores atribuíam a responsabilidade do resultado eleitoral aos adversários políticos destacando sempre a inserção positiva ou negativa do ponto de vista sindical e partidário.

A mesa de regimento foi bastante tumultuada, pois o mesmo continha imprecisões e alterações relativa ao decurso de prazo com mudanças que impactavam a vida sindical através do nosso sindicato estadual.

Outro debate foi sobre a apresentação das teses que ao final apontava para a votação de uma tese guia, aumentando assim o tensionamento, pois essa metodologia está superada mediante outras experiências, com congressos e encontros marcados por resoluções pontuais, sem necessariamente existir uma tese guia dentre as inúmeras apresentadas.

Ao final dos trabalhos do primeiro dia, estava previsto as reuniões dos coletivos que foram prontamente e autoritariamente desmarcadas, embora o coletivo de Filosofia e Sociologia realizou uma improvisada reunião .

Na quinta-feira no período da manha, realizamos uma importante plenária da Oposição Alternativa para avaliar o congresso até aquele momento e os próximos passos que as correntes que compõe essa frente sindical dariam, diante de um congresso viciado e de cartas marcadas.

Após a plenária da Oposição Alternativa, a TLS, reuniu boa parte dos delegados que estavam nessa plenária para organizar as tarefas, reunir a corrente, bem como ordenar a ação coletiva que estava um pouco dispersa. Os presentes aprovaram que a nossa plenária seria no final da tarde, as 18 horas após os grupos e antes do debate dos delegados ao CNTE, num primeiro momento previsto para as 19 horas.

Com a alteração da agenda e com a realização dos grupos descentralizados, a plenária ficou um pouco prejudicada, porém, mesmo assim a mesma foi realizada com a apresentação da corrente e dos trabalhados realizados nas regiões. Outro ponto de destaque na plenária foi a apresentação pelos companheiros Paulo Neves e Ederaldo da companheira Ozani, como nossa candidata na disputa interna pela oposição unificada. Finalmente antes de finalizarmos a nossa plenária, informei sobre a consulta realizada junto aos membros da direção da TLS que apontaram para o primeiro trimestre de 2011 a realização do primeiro congresso da TLS, conforme aprovação no congresso de unidade realizado há dois anos atrás.

Falei também da necessidade de redimensionarmos a corrente para as disputas que virão tanto do ponto de vista político como financeiro. Apresentei ainda a necessidade de constituirmos um GT, sindical estadual, agregando outros militantes a essa nossa intervenção estadual. Na Sexta feira dia 03, cumprimos a tarefa planejada com panfletagem da nossa corrente, além da distribuição de um boletim da Associação dos professores de Filosofia e Filósofos do Estado de São Paulo. No plenário nossos dirigentes revezavam nas intervenções, (Paulo Neves, Moacyr e Ozani).

As mudanças estatutárias contribuíram para a fossilização do sindicato, para a centralização e controle do aparelho burocrático/ideológico,transformando as Subsedes em escritórios sindicais.

As palavras de ordem foram literalmente gritantes: ”Central Única dos Trabalhadores, de um lado e do outro, Central Única dos Traidores” e plebiscito pela desfiliação da CUT já. Além do Estatuto, debateu-se balanço, políticas permanentes, política educacional, política sindical e plano de lutas.

Finalmente as regiões apresentaram os respectivos nomes ao congresso da CNTE que será realizado na primeira quinzena de janeiro de 2011. A esquerda saiu derrotada desse congresso com o conjunto de ataques, restrições e controles por parte do setor dirigente da Articulação unificada. Fica uma grande lição para enfrentarmos os nossos adversários nas eleições que a partir desse congresso serão realizadas a cada três anos.

Devemos unificar a esquerda, numa convenção vitoriosa, ao mesmo tempo em que devemos viabilizar o plebiscito no estado por volta da segunda quinzena de abril de 2011, ampliando nossa intervenção urgentemente para o interior do estado.

A oposição unificada deve iniciar a campanha eleitoral com o tema do plebiscito, para adentrarmos e armar as nossas bases e as bases da articulação em todo o estado. Essa sinergia dialogará e ampliará nossa interlocução com a categoria facilitando nossa penetração no interior da categoria colocando a diretoria na defensiva, enquanto a oposição unificada certamente ampliará nosso desempenho nas regiões controladas pelo aparato burocrático da Artisind, possibilitando assim vencermos este pleito que será marcado por ações truculentas,derrame de dinheiro e possíveis maracutaias.



Pela unidade da esquerda já!!!





Aldo Santos: Vereador por quatro legislaturas em SBC (1988-2004), Coordenador da Corrente política TLS, Presidente da Associação dos Professores de filosofia e filósofos do Estado de São Paulo, Membro da Executiva Nacional do Psol. (04/12/2010)

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