segunda-feira, 29 de novembro de 2010

   EMBATE TEOLÓGICO

Parabéns pelo texto,

 Um embate teológico - ótima análise pós-eleitoral, só nos faz refletir e melhor entender esse momento histórico e conturbardo pelo qual o Brasil viveu, pensei que estivesse no pior dos mundos, onde as forças reacionárias da política, da igreja, de uma parte da elite preconceituosa se valeram de tudo para mudar o curso da história.


Companheiro Aldo foi vítima desse processo, lutar e estar ao lado dos mais pobres e necessitados, pode significar ficha suja, os grandes lutadores não poderão ser abandonados, essa lei beira o facismo, ela veio para intimidar os socialistas, não podemos compactuar com isso. Ficha Suja para os bandidos e não para os lutadores. Grande abraço.
TEOTÕNIO

Em 19 de novembro de 2010 09:15,
 
NEGRO NÃO QUER CIRCO, QUER RESPEITO...


A Secretaria de Cultura dos Tucanos está promovendo espetáculos variados na Praça da Sé, quando na realidade devia estar proporcionando políticas de igualdade social entre negros, brancos, índios, asiáticos, latinos, judeus, palestinos, ou seja, ensejos favoráveis para que todas as raças tivessem oportunidades semelhantes, na educação, na saúde, no trabalho.

Ser de raça diferente não significa que todos não sejam humanos, como imaginam nossos lamentáveis governantes... O mais doloroso é que nós os colocamos lá!

Enquanto pobres, pretos, prostitutas, entopem as cadeias, e ficam anos trancafiados pelo roubo de um simples sabonete no supermercado de seu bairro, ricos, brancos e safados respondem em liberdade até serem inocentados por juízes corruptos.

Quem do mensalão está cumprindo pena?

Quem dos sete anões está preso?

Cadê Lalau?

Onde está Pimenta Neves, réu confesso de assassinato da namorada?

Fossem todos eles pobres e pretos estariam amargando as penas atrás das grades.

O mundo tem uma dívida impagável para com os pretos, com todas as barbáries que cometeram durante a escravidão, e principalmente pós-escravidão.

Vias de regra os negros são preteridos nos empregos quando em igualdades de condições com brancos, e desempenhando a mesma função acabam tendo uma remuneração menor.

No Brasil ainda é tratado como um cidadão de terceira classe.

Movimentos como a 7ª Marcha da Consciência Negra, ainda persistem graças à garra de Negros combatentes como Thyko de Souza, Edson França, Simone, Sônia, Edson e nosso obstinado companheiro do P SOL Aldo Santos, que desenvolve constantes mobilizações visando mudanças políticas e sociais para que os negros e todos os outros não negros, mas excluídos tenham uma melhor condição de sobrevivência numa sociedade onde os exploradores de maneira ilegal, maldosa, e preconceituosa auferem lucros e proveitos às custas de explorados que se deixam dominar pela força, pela violência e pelo suplício. Isso sem contar com corruptos parlamentares que legalizam um trabalho escravagista, um salário vil, para que permaneçam senhores da situação.

O P SOL como partido socialista peca por manter-se quase alheio à negritude, não fosse alguns filiados e militantes apoiarem movimentos, o partido nada programou para que essa data se transformasse num instrumento de luta e num sentimento de orgulho racial e conscientização do valor e riqueza cultural dos negros. Salve a Negritude Brasileira!

Temos muito que evolucionar, e nos transformarmos numa ferramenta de enfrentamento dos conflitos de âmbito político, econômico, cultural e racial de uma forma explícita, sem medo de retaliações por sermos contrários aos donos do poder, e por estarmos sempre defendendo os miseráveis, os excluídos e os descriminados.

Hoje o Grupo de Estudos Catálise que coordeno em Praia Grande se reuniu mais uma vez para uma seção revisão de matérias. Mais negros que brancos, afinal as chances apresentadas são diferentes, enquanto os brancos estudam em escolas particulares, os negros freqüentam escolas públicas que nem professores têm. Viajei por matemática, física, química, biologia, português, numa missão quase impossível de instruí-los para as provas finais, e assim serão nos próximos finais de semana, até que o último faça seu exame e fique a espera do veredicto final de um Conselho de Classes que lá está para aprovar.

Fico ciente da matéria a estudar no momento em que me é apresentado, e tenho uma função de elemento catalisador que entra nessa reação, acelera o entendimento e permite que o aluno se desenvolva sozinho. Muitas vezes me obrigo a demonstrar minha ignorância, estudamos juntos e unidos aprendemos. O desgaste é grande, pois cada elemento freqüenta uma série diferente, e necessita de ajuda em disciplinas diferenciadas.

Demos início ao nosso trabalho às 7,30 horas e lá pelas 13 encerramos. Todos estavam exaustos, afinal, estudar, pensar, resolver exercícios não faz parte do cotidiano de todos que anos procuram, preferencialmente no final do ano e semestre quando a casa está prestes a cair...

Tentei persuadi-los a voltarem lá pelas 17 horas, para assistirmos um filme que abordasse a situação do negro no Brasil e discutirmos sobre ele no final. Nenhuma adesão obtive, e decepcionado calei-me... Adolescentes têm os seus limites na prática intelectual, e eles precisavam descansar, curtir uma praia, torcer pelo Corinthians. Nem os negros ousaram em vir, pois lhes faltava consciência crítica de suas condições e papéis junto à sociedade, e não estavam preparados para assumirem uma postura ideológica. Senti-me sobrepujado pela realidade, pois nem uma miséria eminente foi capaz de fazer com que saíssem daquele estado de torpor e inércia que os reprimem.

Estavam todos dominados...

Cabisbaixo belisquei uns petiscos e fui para praia apreciar o movimento.

Era dia da Consciência Negra e eu me abstive de participar dos movimentos que apregoava, estava falhando por omissão novamente.

Fazia sol e a praia estava lotada. Vendedores ambulantes, todos negros, trabalhavam para adquirirem migalhas. Era o Zé do Sorvete que gritava como um louco, para chamar a atenção e vender um picolé. Era o Cata vento, que trajava um fantasioso uniforme azulão e tinha na cabeça um cesto de lixo, com uma aba de isopor bem larga onde mantinha mais de uma dezena de cata-ventos.Era o Neguinho do coco verde com um som infernal e alto com músicas maliciosas. Tinha o homem aranha que trajava uma fantasia bizarra e estapafúrdia na tentativa de aumentar suas vendas de algodão doce. Tinha a idosa D. Maria do Milho Verde que se mantinha fixa, vendendo o milho na espiga e no prato. Era o carrinheiro Mineirinho, que com a esposa, filhos e funcionários todos pretos serviam comes e bebes.

Enfim os que freqüentavam a praia para faturarem tostões, eram todos negros, não consegui identificar nenhum branco.

Em contrapartida os que lá estavam para curtir o calor, se refrescarem na água do mar eram quase todos brancos. Havia uma minoria negra.

Contíguo a mim percebi que negros e brancos dividiam fraternalmente o mesmo espaço.

A razão desse encontro se evidenciava na figura de uma negra exuberante. Uma bunda escultural, seios enormes, corpo divinal que enlouquecia homens só de se imaginar transitando por aquelas curvas insinuantes. Era o tipo da mulher gostosona, lembrava a Sheila Carvalho e Carla Peres. Com as mulheres, independente da raça, a BELEZA TORNA-SE INDISPENSÁVEL E DETERMINANTE PARA QUE TENHA UMA ASCENÇÃO SOCIAL RÁPIDA. MESMO QUE SEJA UMA CABEÇA OCA, SEU VALOR SE RESUME NA FANTASIA SEXUAL DE HOMENS INESCRUPULOSOS.

TORNA-SE UM OBJETO DE USO PARA SE OBTER PRAZER...

Voltei para casa, meus filhos estavam assistindo um jogo na TV, quiçá do Corinthians, sei lá, um dos prováveis a se tornar Campeão Brasileiro, isolei-me no quarto e comecei com a Consciência Branca pesarosa e melindrada a escrever esse texto.

Deixei passar em branco uma data negra que tanto prezo e respeito, o P Sol nada programou em prol dos Negros.

Resta-me penitenciar-me a meus companheiros de partido Aldo Santos, Maykon, Paulo Búfalo negro por opção, e tantos outros negros que sei que batalham, mas não sei seus nomes, pela minha omissão. Tenho como desculpa o Grupo de Estudos Catálise, mas que não justifica minha ausência na 7ª Marcha da Consciência Negra em São Paulo.

Após minha participação no grupo, e a decepção de não optarem pelo filme, deveria ter ido para a Marcha e não ver negras gostosonas e boasudas na Praia.

Com relação ao P SOL, falharei não comparecendo às reuniões programadas para o final de ano, pois estudaremos aos sábados e domingos. Não posso deixar esse grupo de alunos que necessitam de reforço, nesse período crítico de provas, exames, 2ª época e Conselhos de Professores.

Estou vergonhosamente agindo como se minha incumbência estivesse executada, falhando com a convocação do P SOL, dando como justificativa a participação em outro encargo, por não ter a capacidade excelsa de onipresença. Faço uso da onisciência, mas é pouco para quem deseja contribuir para transformação do Brasil, que não tem uma política social justa.

Lembro-me das palavras de meu amigo José Roberto...

“Não nos iludamos, só com uma revolução transformaremos o Brasil”.

Vamos a ela!

Um “Salve” a todos os excluídos do Brasil...





Sidnei Augusto de Carvalho

Um dos brancos mais negros do Brasil...

Praia Grande, 20 de Novembro de 2010.

sábado, 27 de novembro de 2010

Combatemos o racismo e conquistamos o feriado de 20 de novembro


Em 2009 o debate sobre a Consciência negra teve amplo destaque, com a realização em alto estilo de atividades promovidas pela subsede da APEOESP Sbcampo, no dia 22de dezembro 2009, com a entrega das homenagens concedidas pelo Sindicato a entidades e personalidades que tem prestado relevantes trabalhos a luta contra o racismo e todas as formas de preconceito.

Neste ano, fizemos várias reuniões , organizamos nossa atuação no Sindicato, encaminhamos o projeto às unidades escolares e na subsede realizamos pelo segundo ano consecutivo a famosa feijoada do Prof. Cido, além das atividades durante o dia,dedicadas as atividades culturais com a apresentação de Congadas, exposição na Subsede de inúmeras atividades desenvolvidas nas Unidades Escolares.

Embora o calendário escolar tenha impedido que os educadores participassem da marcha realizada em várias partes do País, no dia 20 de novembro,em SBC, realizamos no dia 21 de Novembro a nossa atividade cultural que já se tornou referência na cidade.

Os professores Claudio Russo e Judite apresentaram a logomarca do projeto e as apresentações culturais no nosso dia de reflexão. As bandas “Teacher’s Band” e “Corda de Guaiamum” e as congadas do Ditinho (Pque S. Bernardo) e o Grupo de Moçambique-Família/Feliciano, fizeram suas apresentações, com os rituais da cultura de resistência negra ao longo da historia.

As apresentações foram um verdadeiro reencontro com a cultura afro-descendente e com a religiosidade presente, que infelizmente ainda é vítima de preconceito por parte das religiões oficiais (Dominantes).

Após o almoço e a apresentação das bandas, teve inicio a apresentação das Congadas. O Momento mais emocionante foi quando o Ditinho da Congada do Parque São Bernardo relatou um pouco da história do movimento negro em são Bernardo, afirmando: “Falar em movimento negro hoje é muito fácil, é moda e dá ibope. Porém, há 20 anos atrás o pioneiro desta luta desbravou tudo isso na cidade , e na região. Estou me referindo ao Vereador e professor Aldo Santos, que quando chegou na câmara Municipal em 1989 mudou a história, que antes era liderada pelo Vereador Ramos de Oliveira, no dia 13 de maio de cada ano . A 20 anos, a nossa história começou a dar uma virada até chegar o feriado de 20 de novembro que também foi o Professor quem teve a iniciativa, apresentando pela primeira vez o projeto na Câmara Municipal e que esse ano o prefeito sancionou a lei que foi reapresentada pelo Vereador José Ferreira do PT.

O Prefeito Luiz Marinho Tem feito alusão e reconhecido o trabalho desenvolvido pelo Vereador Aldo Santos.

Enquanto ele Falava , todos o acompanhavam em silêncio, até o momento em que pediu formalmente para que o Professor Aldo ficasse em Pé e pediu para que todos cantassem em sua homenagem o Hino do Movimento que é o Canto Das Três Raças”

Canto Das Três Raças

Clara Nunes

Composição: Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro

Ninguém ouviu

Um soluçar de dor

No canto do Brasil

Um lamento triste

Sempre ecoou

Desde que o índio guerreiro

Foi pro cativeiro

E de lá cantou

Negro entoou

Um canto de revolta pelos ares

No Quilombo dos Palmares

Onde se refugiou

Fora a luta dos Inconfidentes

Pela quebra das correntes

Nada adiantou

E de guerra em paz

De paz em guerra

Todo o povo dessa terra

Quando pode cantar

Canta de dor

ô, ô, ô, ô, ô, ô

ô, ô, ô, ô, ô, ô

ô, ô, ô, ô, ô, ô

ô, ô, ô, ô, ô, ô

E ecoa noite e dia

É ensurdecedor

Ai, mas que agonia

O canto do trabalhador

Esse canto que devia

Ser um canto de alegria

Soa apenas

Como um soluçar de dor

Devo confessar que foi um momento emocionante e calou fundo nas minhas reflexões e um filme passou em minha cabeça , dos momentos tristes, alegres, agressões, incompreensões etc, etc, etc.

Quero registrar também que simultaneamente o que eu apresentava na Câmara como vereador, antes era discutido por um pequeno grupo de professores que militavam e militam na APEOESP.

Esse ano foi um ano de coroamento, graças a insistentemente comissão de gênero/etnia da APEOESP, que tem papel de relevo nessa atividade histórica/cultural e política da cidade.

No dia 22de Dezembro 2009, mesmo diante de um vendaval na vida dos professores com a publicação do resultado das notas da prova dos OFAS , às 15 horas, entregamos uma placa em homenagem as entidades e personalidades que prestam relevantes serviços na luta contra o preconceito racial.

Após indicação livre nas urnas que foi afixada na subsede, foram homenageados: Prof. Barbosa , professor da rede pública Estadual, Professora Nilzete, representando os Educadores da EBEB Miguel Guerra, pelo Brilhante trabalho realizado durante o ano.Também foi indicado o Ditinho da Congada do Parque São Bernardo e representante da Escola Estadual Amadeo Olivério.

Os homenageados agradeceram, e mais uma vez o Ditinho fez referência histórica do movimento, agradeceu efusivamente a professora Nilzete que fora professora na Escola Palmira, onde grande parte das atividades culturais do parque São Bernardo são desenvolvidas.

Essa atividade só foi possível, graças ao empenho da comissão de Professores do Sindicato: Cido, Verinha, conceição, Judite, Claudio Russo, Aldo Santos, Rogélio,Mazé,Nobuko,Lurdes,Paulo Neves,Alan ,Denis, Abigail ,Nilzete, Cida, Nayara,Vanderley,Cida Baltazar, Iza Ebe e outros (as),além, da participação ativa do nosso atual coordenador Diógenes Batista e dos Funcionários desta Subsede ,Lucimara e Sandro.

Axé para todos e o combate ao Preconceito e ao Racismo deve ser cotidiano ,pois Zumbi vive em Todo ato de liberdade, justiça e Consciência de Classe.





Vencer é possível!!!



Aldo Santos

Membro da Executiva da APEOESP-SBC,Presidente da Associação dos professores de Filosofia e Filósofos do Estado de São Paulo, Coordenador da Corrente política TLS, Membro do Diretório nacional e da Executiva Estadual do PSOL.(30/12/09)
Revendo os métodos de Educação!


Como em todas as aulas, no dia 08 de maio de 2001, a Prof. Maria Alice fez uma retrospectiva das aulas (curso de mestrado em História e Cultura) até o momento, discorrendo sobre a questão do método utilizado e sua ação como facilitadora do processo pedagógico em sala de aula. Os textos utilizados foram dentre outros: a imaginação, a partir de Rubem Alves, recuperando as (imagens) numa perspectiva libertadora.

O método, ou seja, a busca de caminhos no cotidiano, como pressuposto do falar vivido-vivendo. Debatemos a influência da sociologia no conteúdo pedagógico a partir do formismo, relativismo, pensamento libertário e estilo (Michel Maffesoli). Cada educador ou educando tem o seu estilo da relação pedagógica como expressa na tese saber-fazer.

Do ponto de vista didático a professora se expressa como buscadora de caminhos a partir de Rogers, Piaget e Paulo freire, onde nada é definitivo. No recinto (sala de aula) polemizou-se sobre a condição do educador; se ele é objeto ou sujeito do saber.

Ser sujeito pressupõe, ser livre com autonomia, porém exposto a mediação entre o ideal e o real (na sala onde lecionamos).

Percebe-se ainda que somos em grande parte “objeto” dos aparelhos ideológicos do estado, (conforme atestam as correntes de pensamentos dos filósofos/Sociólogos, da qual são representantes Bourdieu e Passeron), e de instituições privadas onde o que prevalece são os interesses de manutenção do estado capitalista excludente.

Falamos ainda sobre as correntes pedagógicas expressas no texto de Libâneo, bem como, nossa reprodução de uma educação bancária, conforme leitura de Paulo Freire, na abordagem do livro de José Rubens l. Jardilino (retalhos biobibliográficos – edições pulsar – novembro/2000 – pág. 33 e 34), o autor relaciona o processo educacional como:

“Nessa concepção, Paulo está criticando não somente o ato de ensinar, mas uma visão de mundo da sociedade opressora e, conseqüentente, o conceito de cultura aí embutido – a cultura do silêncio – [receber e transmitir valores e conhecimentos].

O autor caracteriza a concepção bancária de educação em dez pontos que transcrevemos abaixo:

1 – o educador é o que educa; os educandos, os que são educados;

2 – o educador é o que sabe; os educandos, os que não sabem;

3 – o educador é o que pensa; os educandos, os pensados;

4 – o educador é o que diz palavra; os educandos, os que a escutam docilmente;

5 – o educador é o que disciplina; os educandos, os disciplinados;

6 – o educador é o que opta e prescreve sua opção; os educandos os que seguem a prescrição;

7 – o educador é o que atua; os educandos, os que têm a ilusão de que atuam, na atuação do educador;

8 – o educador escolhe o conteúdo programático; os educandos, jamais ouvidos nesta escolha, se acomodam a ele;

9 – o educador identifica a autoridade do saber com sua autoridade funcional, que opõe antagonicamente á liberdade dos educandos; estes devem adaptar-se ás determinações daquele;

10 – o educador, finalmente, é o sujeito do processo; os educandos, meros objetos.

Dessa forma, Paulo mostra que, na visão de educação bancária, existe uma oposição entre educador-educando, no qual ambos não se dão conta como no processo de oprimidos/opressor, é necessário, pelo ato pedagógico, desmistificar essa relação para que aconteça a verdadeira educação que dirige o homem para liberdade.

A tomada de consciência de uma das partes os leva á superação da preservação do poder das classes dominantes sobre as dominadas.

A educação bancária está a serviço da desumanização e da opressão dos seres humanos. Cabe, pois, uma ação de descoberta da consciência para que, nos libertando da condição dos ouvintes, passamos dizer a palavra criadora e feitora do mundo.

Paulo chama a atenção mesmo daqueles educadores humanistas que, embora cheios de boas intenções e buscando a educação libertadora, estão submersos numa concepção bancária de educação e, portanto, a serviço da causa do opressor”.

Conclui-se que devemos ter claro os desafios e limites das instituições escolares, porém,se faz necessário transformar a escola num espaço de conscientização, politização e de libertação dos empobrecidos , desmascarando a pseudo neutralidade pedagógica que se presta a manutenção da ordem e do sistema Capitalista vigente.

Mudar é preciso.

Aldo Santos é ex-vereador de São Bernardo do Campo, membro do Diretório Nacional e Presidente do PSOL em São Bernardo do Campo
Proposta Curricular do Estado de São Paulo para a disciplina de Filosofia.


Ensino Médio



Para o Senso Comum, filosofar significa:

Estar ausente no mundo real, como numa permanente flutuação acima das nuvens, em devaneios, sem os pés no chão, flutuando sobre os mortais, com pensamentos alheios as demais manifestações culturais, numa espécie de trava-língua do pensamento. Essa imagem do filósofo, foi criada com a ajuda dos próprios filósofos e professores de filosofia.



A presença do professor no universo escolar:

Uma vez que a filosofia no ensino médio foi restabelecido de forma legal, indaga-se sobre sua presença no universo Escolar: Qual é o papel ou papéis que ele pode e deve desempenhar? Qual a função do ensino de filosofia nos atuais formatos curriculares, assentados especialmente no desenvolvimento de competências e habilidades?



O retorno da Filosofia no ensino médio deve ser entendido como:

Reconhecimento da importância dessa disciplina nos programas escolares, situando a filosofia a um nível político-existencial, visando superar a transmissão e aquisições de conteúdos de forma mecânica e inconsciente .



Temas importantes devem ir às ruas:

Debates importantes sobre a ética têm sido tratados apenas em seminários especializados e escondidos nas universidades. Os temas Devem ir as ruas, através dos meios de comunicação, influenciar a opinião pública, sem contudo,transferi à mídia a responsabilidade pelo estabelecimento dos valores éticos para a formação de crianças e do adolescentes.







Função da escola :

Formar cidadãos capazes de interferir no contexto social, levando-se em conta as influências que o aluno armazena dos ambientes sociais que freqüenta, em especial a família. O Professor de filosofia assim como os demais, deve participar ativamente do processo de percepção e formação desses valores; sem abdicar das funções da docência.



Produção de Conhecimento:

O professor de filosofia deve intermediar o debate interdisciplinar com as demais disciplinas de Sociologia, História, Geografia e Biologia sobre temas como a violência urbana , racismo, desmatamento ou engenharia genética, num saudável intercâmbio de idéias , com benefícios aos alunos e professores.



Questionamentos sobre o Ensino da Filosofia:

-Como ensinar e formar Professores para o ensino de filosofia no ensino médio?

- A formação superior está adequada para o ensino médio?

-Qual a qualidade do material didático disponível?

-Como despertar o interesse dos alunos e como incentivá-lo a pensar filosoficamente?



Preocupações sobre o Ensino da Filosofia:

-Não constituem privilégio apenas da filosofia, podendo ser relacionadas às demais disciplinas do Ensino no Brasil;

- considerar que o educando terá uma boa formação apenas por conseguir compreender as estruturas do pensamento de um filósofo, é um equivoco.

- Isso posto, é exercício inútil não contextualizar os textos filosóficos.



Manifestações do pensamento

Precisa ser analisadas em sua historicidade;

Posta em relação com outras disciplinas;



Principais funções da filosofia:

Uma ferramenta conceitual, produtora de síntese- capaz de elevar o debate interdisciplinar, elevando os padrões do Ensino médio.



Trajetória da filosofia na História da Educação brasileira:

Há cerca de 80 anos, o conteúdo de filosofia estava maltratado, ora pelo discurso teológico, ora pela verborragia intraduzível que saia dos moinhos de palavras de alguns especialistas.

Mais pareciam raciocínios emanados de seres supremos, decifrados graças à mecânica das palavras.

A importância da filosofia nas últimas décadas:

Final da Década de 60 e início da seguinte, com os cursos de Pós graduação, a filosofia:

Consolidou-se em ambientes universitários;

Aumentou a visibilidade, contribuindo para a superação do regime autoritário;

As vozes dos filósofos foram ouvidas e entendidas, “deixando a caverna para ganhar o espaço da cidade”.



História da filosofia segundo a Proposta Curricular:

Sem depreciação a História da Filosofia,

Ela não deve constituir a principal orientação para o ensino da filosofia na escola pública.



O objeto principal da Filosofia segundo a Proposta Curricular:

É com o olhar voltado para o mundo que se aprende a pensar filosoficamente.

Exemplo: Recolhendo material nas ruas que o aluno percorre para chegar na Escola, bem como entrevistas de jornalistas, sobre a realidade do tráfico e da prostituição, que deverá ser sintetizada pelo professor de filosofia.

Cabe ao professor de filosofia:

Valer-se da sua formação para orientar o debate em sala de aula, fundamentando e agregando elementos da sua erudição.



Quanto à formação oferecida pelas universidades:

O ensino da filosofia tem pouco espaço no universo acadêmico;

A formação oferecida nos cursos superiores, públicos e privados, em geral, visam à especialização rigorosa, pouco ou nada voltada para o ensino.



Cabe ao decente:

Compromisso com a pesquisa constante.

Procurar seus próprios caminhos;

Aplicar a seu modo as sugestões contidas nestes materiais.



Em destaque a prática da leitura:

Independentemente do percurso adotado, os resultados dependerão, sempre da prática cotidiana da leitura.



Sobre a leitura dos alunos :

Desanimado o docente constata que “os alunos não lêem”.

O que tem feito os professores para incentivar os estudantes a lerem?

Como anda o hábito de leitura dos professores?



Cabe uma avaliação do docente:

Avaliar sempre o significado que os hábitos de leitura tiveram e devem continuar tendo – em sua formação, uma vez que é o principal recurso para transformar em cultura qualquer proposta curricular.



Proposta Curricular do Estado de São Paulo para filosofia: Ensino Médio



1º Série

1º Bimestre:

*Por que Estudar Filosofia? *Áreas da Filosofia

2º Bimestre:

*filosofia e outras formas de conhecimento: mito, senso comum, ideologia, religião, arte, ciência.

3º Bimestre:

*Introdução à política

*Teorias do estado - Socialismo, Anarquismo, liberalismo, totalitarismos.

4º Bimestre:

*Democracia e cidadania: origens, conceitos e dilemas *Ideologia.





2º série

1º Bimestre:

*Introdução a ética; *Autonomia e liberdade.

2º Bimestre:

*Formas contemporâneas de alienação moral: individualismo e condutas massificadas.

3º Bimestre:

*Relações entre moral e política; *Limites entre o público e o privado.

4º Bimestre:

*Desafios éticos contemporâneo: a ciência e a condição humana.

*Introdução à Bioética.

Elaborado por Aldo Santos, professor de filosofia .

Aumenta o preconceito, o racismo e a intolerância.


Neste mês da consciência negra de 2010 observamos fatos e acontecimentos reveladores e estarrecedores. Freqüentemente o preconceito toma as páginas dos jornais, numa verdadeira agressão em relação ao diferente, como se verificou no caso de homofobia que ocorreu na avenida paulista e na parada gay no rio de janeiro.


De Zumbi/Dandara até os dias atuais passaram-se 315 anos de história de lutas, resistências e caminhos novos. Da escravidão negra como fonte rentável na triangulação comercial, posteriormente o racismo cordial dissimulado, porém vivo e operante nas relações de dominação, até os marcantes e nefastos estereótipos raciais contidos nos livros didáticos, tem sido a história denegada do negro, da sua cultura banalizada e da religiosidade ainda invisível ao longo desses séculos.


Esse ano completa 100 anos da revolta da chibata que foi liderada pelo negro João Candido, o Almirante negro, cantada em versos e prosa inspirado nas lutas e movimentos internacionais e revolucionários. Inúmeros personagens figuram na nossa relação de lutadores sociais, que ao longo da história resistem ao extermínio dos índios, a escravidão negra e a tentativa de aliciamento dos operários.


Vários livros relatam cenas históricas horripilantes como o Capitão Mouro, DOM OBÁ II e dezenas de outros livros que contribuem para a tomada de consciência e ação diante desta realidade execrável. Durante esses quatrocentos anos, os negros resistiram a matança capitalista, enfrentando os senhores de engenho e a escravidão urbana, exigindo igualdade de oportunidades e disputam espaços institucionais como condição indispensável para alavancar e reparar os danos causados ao sistema de tragédia e morte que representou e representa a opressão do capital.


Após o processo eleitoral 2010 com a ampla votação de Dilma no nordeste o preconceito foi expresso em manifesto assinado por centenas de internauta: “A gravidade da situação é tamanha que estes cidadãos se sentem à vontade, sem qualquer pudor, para aprofundar seu preconceito e propor ações que beiram ao fascismo. É o caso do grotesco manifesto “São Paulo para os paulistas”, que já conta com milhares de assinaturas na internet. Para seus autores e signatários, então entre as responsabilidades da migração dos nordestinos para São Paulo a alta criminalidade e os hospitais superlotados em nosso estado. São incapazes de enxergar a brutal desigualdade social em nosso país, que força milhares de famílias a deixarem o pouco que tem em busca de alguma dignidade. Tampouco enxergam essa mesma desigualdade como a raiz da violência em todo o Brasil – e não apenas em São Paulo.


O manifesto propõe barbaridades como:


– Restringir o acesso a serviços públicos como saúde e educação a pessoas que comprovem residência e trabalho fixo no Estado de S Paulo há pelo menos dois anos.


– Acabar com a cobrança de taxas diferenciadas de água, luz e IPTU nas favelas.


– Suspender a distribuição de medicamentos gratuitos, de auxílio-aluguel, do programa mãe-paulistana, de quaisquer “bolsas por número de filhos”, de entrega de “casas populares”, de acesso ao “leve-leite”, de entrega de uniforme, material e transporte escolar, de cestas básicas.


– Proibir totalmente qualquer tipo de “comércio ilegal”, com apreensão e prisão em caso de reincidência.


E justificam: “São Paulo deve cuidar dos SEUS pobres”.


Atitudes como esta requerem uma resposta enérgica da sociedade, sob o risco de perpetuarmos um terreno fértil para o florescimento da xenofobia e aprofundamento do preconceito étnico-racial e regional em São Paulo, já tão arraigado entre a elite paulista.


A prática de racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito a prisão, previsto pela Lei 7.716 de 1989. A lei define como crime de racismo não apenas a prática, mas também a indução ou incitação à discriminação ou preconceito, e estabelece um agravante se esses crimes são cometidos por intermédio dos meios de comunicação.” (pronunciamento publicado no site do Deputado federal Ivan Valente).


Outra polêmica que tomou conta das manchetes dos jornais recentemente foram as citações de Monteiro Lobato no livro “Caçadas de Pedrinho”, que segundo o parecer do Conselho Nacional de Educação, a negra Tia Anastácia é comparada a urubu e macaco, o que levou esse órgão colegiado na redação da conselheira Nilma Lino Golmes a afirmar que : "Estes fazem menção revestida de estereotipia ao negro e ao universo africano" e a não recomendá-lo como livro de leitura nas escolas publicas brasileira.


Entendo que censurar a obra não se faz necessário, porém distribuir e difundir livros didáticos que reforça os estereótipos raciais com dinheiro público, deve ser revisto mesmo, pois, nos encontramos num processo de luta de classe e além de combatermos o racismo, as releituras são exatamente para, a luz da realidade rever conceitos, criticar conteúdos e mandar para a lixeira da história autores e personagens que por vários motivos e caminhos são abjetos ao processo educacional atual.


Personagens como João Ramalho, Domingos Jorge Velho e outros bandeirantes, Filinto Muller e ditadores militares precisam ser condenados historicamente, pois foram dizimadores e traficantes de índios, capturadores de negros, algozes dos lutadores Revolucionários e assassinos dos povos que ousaram lutar contra a ditadura militar no Brasil . Por vezes nos deparamos com literaturas que desumanizam, criminalizam e ofendem a dignidade humana.


Este e outros momentos são propícios para debatermos todas as formas de ataques, resquícios autoritários, fragmentos ideológicos dominantes e os estereótipos raciais ainda existentes em nossa sociedade.


Nesse contexto, os 315 anos de Zumbi e os 100 anos de João Candido expressam mais do que nunca a necessidade de resgatarmos a história a partir dos índios, negros e operários, livre da pseuda “naturalidade” justificadora da dizimação dos nativos , da escravidão e da opressão do capital.


Faz parte desse processo de libertação de nossa classe as leituras e releituras atentas, com o olhar critico e ação contextualizada, pois as praticas raciais, discriminatória e intolerantes acontecem no aqui e agora.


“Muito se pergunta por quê? e para que o 20 de novembro?


Sabemos que na história da humanidade sempre houve controvérsias nas interpretações históricas, desde Tucídides e Heródoto até os dias atuais.


Mas segundo um grande pensador social, Karl Marx, a história da humanidade é a história das lutas de classe, onde a classe dominante tenta impor sua verdade sobre os fatos. No caso do 20 de novembro não podia ser diferente. Por muito tempo prevaleceu a história dos vencedores, contada na concepção factual e heróica das elites”. (Prof Cido, Membro da executiva da Subsede da APEOESP SBC e professor de História das escolas: Mizuho “Abundância” e Brazilia Tondi de Lima – SBC).


A caminhada é longa e são inúmeras as pontes que devemos destruir e construir para essa e futuras gerações, apontando necessidades coletivas e plataformas de lutas tais como:


• Criar nas prefeituras as Secretarias de gênero e etnia;


• Que o Presidente da República oficialize o feriado nacional de 20 de novembro;


• Pela imediata implantação da lei 10.639/2003;


• Pela implantação das cotas como políticas de reparação aos jovens pobres e negros nas universidades pública/autárquicas e privadas ;


• Por uma novo estatuto da igualdade racial;


• Por políticas de Saúde pública preventiva e curativa;


• Pela ampla divulgação das leis que condenam a prática de racismo, como crime inafiançável.










Repensar e reescrever uma nova História é preciso!!!






Aldo Santos, Ex-vereador SBC, Coordenador da Corrente política TLS, Presidente da Associação dos Professores de filosofia e filósofos do Estado de São Paulo, membro da Executiva nacional do Psol. (20/11/2010)





sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Um embate teológico


A fisionomia eleitoral que o Brasil acabou de revelar das urnas eletrônicas permite várias leituras e releituras nos mais variados campos do conhecimento e da ação humana.

Não fiz campanha contra a Dilma e na hora do voto, a foto do vice Michel Temer na urna eletrônica, somado a outros aspectos da vida partidária e dos enfrentamentos possíveis que não foram viabilizado pelo atual governo, me levou a votar mais uma vez no 50.

Mas confesso que fiquei contente com o embate político/teológico que tomou conta da campanha eleitoral. De um lado a mobilização da igreja progressista tendo a frente Leonardo Boff, Frei Beto, Pe José Geraldo e um militante de base da igreja José Antônio Moreira (Chininha), operário da Mercedes Benz que expressa seguramente a pureza e o encantamento que esse setor da igreja católica historicamente vem construído, denominada de Teologia da Libertação, que continua resistindo ao poder central do vaticano e a aliança com o capital. Do outro lado, A TFP(Tradição, Família, Propriedade), OPUS DEI, Bispos reacionários e até o Papa tentaram criminalizar e diretamente influenciar nas decisões dos fies católicos e eleitores do Brasil , favoravelmente a campanha tucana.

Há algumas décadas atrás o Cardeal Joseph Ratzinger impôs e silenciou o grande teólogo brasileiro Leonardo Boff, por conta de suas reflexões questionadoras de um modelo de igreja e da defesa intransigente dos empobrecidos pelo capitalismo. Era o período de efervescência das comunidades eclesiais de base, que desempenhou importante papel no processo de capilarização e politização do nosso povo. O Referido Cardeal tornou-se Papa, afastando ainda mais a igreja da libertação material que os pobres tanto necessitam. Durante a campanha troquei correspondência com o padre José Geraldo, da Arquidiocese de São Paulo, que por escrito expressou solidariedade a injusta condenação e inclusão no rol dos fichas sujas a que fui submetido, dando seu testemunho da nossa conduta ética ao longo da história de luta e compromisso junto a classe trabalhadora. Chegou até a questionar o posicionamento do partido Psol, pela negação na prática da defesa dos movimentos criminalizados , e pela troca do vice nas condições apresentadas.

Nesse embate eleitoral onde o pano de fundo foi à defesa ou não da descriminalização do aborto, enquanto os candidatos faziam a me- culpa, esse setor da teologia da libertação sai na defesa da razoabilidade eleitoral, recolocando o caráter republicano do estado Laico, tomando partido ao lado dos avanços do governo Lula e da continuidade do mesmo através de sua candidata Dilma Russef.

Nesse confronto político/teológico a teologia da libertação saiu fortalecida e vitoriosa, enquanto os outros setores embalados pela “nova canção nova” foram derrotados, conforme expressou os dados numérico do resultado eleitoral.

Tenho inúmeros amigos que militam na Igreja e sinto que esse resultado foi animador para eles, pois os “derrotados e condenados” de ontem foram os vencedores dessa batalha e do processo eleitoral em curso.É claro que do ponto e vista das referencias ideológicas, a síntese dessa disputa se manifestou e materializou-se na pessoa do Camarada-Cristão Plínio de Arruda Sampaio. Plínio nunca negou sua militância religiosa, porém expressa em profundidade o inconteste compromisso com as causas dos pobres e tomando partido ao lado do Socialismo e da Revolução Proletária. É uma figura que preserva seus princípios pessoais, porém, se submete a defesa das resoluções partidárias como é no caso do próprio aborto e outros temas onde ele explicita seu pensamente, porém, como homem de partido o pensamento majoritário e coletivo se sobrepõe ao seu. Entendo que a “revanche dos de baixo” em sintonia com os setores que enfrentaram a instituição religiosa, tendo a frente o próprio Papa, seguramente dará um passo a frente na busca de uma nova sociedade igualitárias de homens e mulheres renovados pela utopia de justiça, da verdade, da igualdade revolucionaria Socialista.

Nesse contexto, a vitória desse setor é algo muito importante e significativo, em que pese às diferenças de projetos estratégicos que professamos. Não Somos defensores da teoria do quanto pior melhor, tão pouco, não somos animadores de um continuísmo muito aquém das reais necessidades da classe trabalhadora. A libertação política de nosso povo a rigor não nega a teologia da libertação, porém, a teologia da libertação não pode corroborar permanentemente com o continuísmo neoliberal “mais do mesmo”. Essa aliança é fundamental na America latina e no mundo inteiro, pois revolucionar é preciso.

Aldo Santos. Sindicalista, Ex-vereador SBC, Coordenador da corrente política TLS, Presidente da Associação dos professores de filosofia e filósofos do Estado De São Paulo, membro da Executiva Nacional do Psol. (13/11/2010)

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Professores em luto


Há aproximadamente 35 anos atrás, o companheiro Olímpio, migrou de Minas Gerais para São Paulo em busca de uma vida melhor, caminho esse trilhado por milhões de migrantes nesse país na década de 60/70 do século passado. No dia 14/11/2010, aos 52 anos de idade, morreu o professor Olimpio Paulo, o mais velho dos 13 irmãos da família Guiladucci .É de uma grande família da pequena cidade Mercês, no interior de Minas Gerais. Como professor, cumpriu sua parte com esmero, dedicação e comprometimento com as causas coletivas e da defesa intransigente da escola pública gratuita e laica. Como bom sociólogo, entendia e expressava a leitura contraria ao mundo opressor capitalista.

Lecionei com o Olimpio por vários anos na escola Pedra de Carvalho, e depois na escola Maria Rosa Barbosa e tinha nele sempre um aliado qualitativo das reflexões das escolas pedagógicas progressistas e transformadoras. Ele gozava do respeito dos professores que com conviveu, assim como, relacionava-se respeitosa e afetuosamente com os alunos no seu cotidiano.

Acometido por um câncer há mais de dois anos, mesmo assim, ele procurava mesmo doente estar presente nas últimas assembléias dos professores na avenida paulista e na praça da república.

Não posso deixar de relatar a crueldade do Governo tucano, pois mesmo doente, na última atribuição de aula ele teve dificuldades de chegar até a banca de atribuição na Escola Kenedy, pois o câncer avançava com a mesma velocidade em que avança o embrutecimento e a desumanização dos governantes. Alias, é comum encontrarmos professores doentes trabalhando, uma vez que freqüentemente as licenças são negadas. Diante de um governo desumano, não dá para esperar uma escola humanizada.

Nos primeiros minutos do feriado republicano, um grupo de professores numa rápida cerimônia religiosa se despediu para sempre dessa figura fantástica que conosco conviveu, participou e lutou por um mundo melhor. No caminho da vinda para São Paulo, trazia na mala: projetos, sonhos e novas perspectivas para si e para os seus. Trabalhou com dignidade, enfrentou as durezas e a frieza do mundo urbano e escreveu sua história nos corações e mentes de milhares de educandos desse país, sempre gozando da amizade e respeito dos amigos e da categoria dos educadores.

No caminho de volta, deixou mulher, família, amigos e saudades. Nossos sentimentos e pesar para com a família enlutada e para os amigos e amigas, fica o registro e a convicção de que realizou e combateu o bom combate. No diário da vida seu nome e sua memória nos levará a responder sempre: Professor Olimpio presente!

Aldo Santos. Membro da Executiva da APEOESP SBC.(15/11/2010)

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Por que e Para que.



Muito se pergunta por quê e para quê do 20 de novembro. Sabemos que na história da humanidade sempre houve controversas nas interpretações históricas, desde Tucides e Heródoto até os dias atuais.

Mas segundo um grande pensador social , Karl Marx, a história da humanidade é a história das lutas de classe, onde a classe dominante tenta impor sua verdade sobre os fatos.

No caso do 20 de novembro não podia ser diferente, onde por muito tempo prevaleceu a história dos vencedores, contada na concepção factual e heróica das elites.

Ainda dentro da visão histórica de Marx o homem constrói a história dentro das suas circunstâncias por isso que propomos a dialogar com os educadores sobre o dia da consciência negra, 20 de novembro.

Segundo Marina de Mello e Souza, professora, doutora da Universidade de São Paulo, com experiência na área de história, com ênfase em História da África. Atuando principalmente nos temas: Cultura – Afro-brasileira, reis negros, religiosidade Afro-brasileira afirma ela que desde o final do século XIX e começo do XX esses estudiosos, ligados principalmente à área de influência da antropologia e do folclore, se indagavam sobre as relações entre a África e a América, foi somente muito recentemente que essa preocupação chegou ao universo dos historiadores. Reflexo disso é a ausência quase absoluta da disciplina histórica da África em todos os níveis da educação, pelo menos no Brasil, que é o caso que nos diz respeito.

Algumas universidades brasileiras dedicam-se a estudos de aspectos das sociedades africanas, mas esses centros de ensino e pesquisa cabem nos dedos de uma mão. Com as novas políticas públicas que visam dar mais visibilidade ao afro-descendente na sociedade brasileira, e que vão da obrigatoriedade de se abordar as culturas afro-brasileiras no ensino escolar à reserva de vagas nas universidades, o ensino da História da África, que no meu caso se volta para a África pré-colonial, no nível universitário e a partir deste em todos os níveis, torna-se premente. Ao tomarmos conhecimento do teor da contribuição que recebemos daquele continente, das feições das sociedades de onde vieram parte de nossos antepassados – como gosta de dizer Alberto da Costa e Silva, nosso maior conhecedor de história da África - , podemos nos sentir orgulhosos de trazer conosco alguma coisa de certos povos africanos.

O estudo da história da África pré-colonial,principalmente das regiões que estiveram envolvidas com o tráfico de escravos para o Brasil, mas também de todo o continente, de suas articulações internas e com o exterior, amplia a nossa compreensão da sociedade da qual fazemos parte. É uma área na qual quase tudo está por fazer, da ampliação dos grupos de estudo à tradução de livros e artigos, passando inevitavelmente pela implantação do seu ensino em todos os níveis. Que as sementes sejam lançadas ao vento, as palavras disseminadas pelos meios de comunicação disponíveis, que os profissionais em atividade se multipliquem em discípulos e estes passem o aprendido.

Salve Zumbi!

Professor: Aparecido Alexandre
 Membro da executiva de SBCe do Conselho Estadual de representantes da APEOESP.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O Poeta Manoel Hélio retoma a Polêmica sobre o traficante de indio João Ramalho, amplamente discutida pelo ex-vereador Aldo Santos

 Um projeto de Decreto Legislativo, de autoria do vereador Otávio Manente (PPS), dispõe sobre a concessão de Medalha “João Ramalho” ao SINDSERV (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais e Autárquicos de São Bernardo do Campo, durante a realização de sessão solene, em homenagem ao “Dia do Funcionário Público”. Passo a comentar sobre a honraria batizada com o nome de João Ramalho.

O decreto-legislativo nº 68, de 21 de março de 1975, posteriormente alterado pelo decreto-legislativo nº 90, de 2 de dezembro de 1976, instituiu a "Medalha João Ramalho", distinção outorgada pela Câmara Municipal de São Bernardo do Campo a pessoas ilustres que prestam serviços relevantes à comunidade local.
Independentemente do mérito dos homenageados, a questão fundamental é o perfil histórico do caráter do "fundador" de Santo André da Borda do Campo, que exerceu os cargos de capitão, prefeito e vereador entre 1553 e 1558. O personagem deixa a desejar, já que não preenche os requisitos para ser referência de homenagens a quem quer que seja.
Ao contrário, segundo historiadores, João Ramalho sempre defendeu os interesses dos colonizadores portugueses e seus próprios interesses, em prejuízo dos nativos desta terra, denominados erroneamente de "índios", devido ao engano dos colonizadores espanhóis, que se imaginavam nas Índias.
De acordo com o historiador Octaviano Gaiarsa, a ocupação econômica de João Ramalho era vender índios para os portugueses, aliás nada nobre. "Ramalho fora escudeiro da Rainha e por delitos cometidos na corte, recebeu o castigo do degredo, tendo sido lançado nas praias brasileiras, junto ao porto de Santos ou perto da Ilha de São Vicente.
Não se conhece a data do degredo. As datas variam, de acordo com os autores, entre 1501 e 1510." Em Portugal deixa a mulher Catarina Fernanda das Vacas e, no Brasil, estabelece contato com os nativos e mantém relação marital com Potira ou Bartira, filha do cacique Tibiriçá, "senhor dos campos de Piratininga... a quem toda a nação dos Guainazes dava alguma obediência... por ser o cacique mais poderoso e o melhor guerreiro do seu Continente."
Graças a "desbravadores" como João Ramalho, as nações indígenas foram quase que totalmente dizimadas, no decorrer da história do Brasil e de toda a América Latina. Dos 5 milhões de indígenas que habitavam nossas terras, na época do "descobrimento", hoje restam em todo o território brasileiro menos de 300 mil, coagidos pela falta de demarcação de suas terras e pela invasão contínua do branco, com seus costumes, doenças e todo tipo de exploração.
No sentido de revogar o decreto-legislativo nº 68, de 21 de março de 1975, alterado pelo decreto-legislativo nº 90, de 2 de dezembro de 1976, que denomina "Medalha João Ramalho" a distinção dada pela Câmara Municipal a personalidades que deseja homenagear, o vereador Aldo Santos apresentou o projeto nº 986, de 26 de maio de 1993. Segundo o vereador Aldo Santos, além do perfil histórico degradante do personagem que empresta seu nome à condecoração, a Câmara vinha distribuindo "sacos de medalhas, de forma abusiva, sem nenhum critério".
Um dos casos, que inclusive foi amplamente divulgado pela imprensa local, foi da homenagem concedida à professora Arlete de Oliveira Fidalgo Saito. O vereador Aldo Santos apresentou projeto para revogar o decreto-legislativo nº 481, de 22 de setembro de 1994, que outorgava a entrega da medalha à referida homenageada, que movimentou também um protesto por escrito da Apeoesp - Sindicato dos Professores. A falta de critério para a concessão da medalha, argumentado por Aldo Santos, foi reconhecido pelos vereadores que, em análise da matéria, embora contrários à extinção da condecoração, admitiram que "... a medalha de tamanha importância..." não deve ser concedida "...irrestritamente, como vinha ocorrendo."
Atualmente tramitam na Câmara pelo menos três projetos-propostas de mudança de denominação da atual "Medalha João Ramalho". Um de autoria do vereador Admir Ferro, de nº 22, de 23 de novembro de 1994, que institui a "Medalha Wallace Cockrane Simonsen", argumentando que ele fora um grande batalhador na luta pela emancipação política de São Bernardo do Campo.
Entretanto, para o vereador Aldo Santos, "este cidadão não vai representar o conjunto dos anseios de uma sociedade como a de São Bernardo do Campo, já que não representa a maioria da população. Pelo nome nós podemos observar que não é nenhum pobre, nenhum oprimido, que não é alguém que nasceu do seio operário. Quer dizer, nós precisamos discutir."
Um segundo projeto que propõe a mudança da atual denominação da medalha oferecida pela Câmara de SBC é de autoria do vereador Aldo Santos, de nº 07 de 22 de fevereiro de 1995 e que instituiu a medalha "Cidade de São Bernardo do Campo". Segundo Aldo Santos trata-se de "uma honraria de cunho mais amplo, não se ligando ou defendendo pessoas. O município estará realmente presente à homenagem, que será concedida à pessoas de reconhecimento público que tenham trabalhado pela cidade e/ou sua população e que merecem o apreço e respeito de todo são-bernardense."
Também em substituição ao projeto do vereador Admir Ferro, tramita na Câmara o projeto de nº 10, de 08 de março de 1995, de autoria do vereador Gilberto Frigo, que institui uma nova honraria a ser outorgada pela Casa, denominada "Paulistarum Terra Mater".
Independentemente da denominação que receberá a medalha oferecida pela Câmara de SBC, segundo o vereador Aldo Santos, "há um consenso por parte dos vereadores", neste sentido, o que certamente contribuirá para a efetiva mudança do nome da condecoração, bem como dos critérios na seleção dos homenageados."
Fonte: João Ramalho: "De traficante de índios a nome de medalha", pesquisa e texto: vereador Aldo Santos/jornalista Ana Valim, dezembro/1996, páginas 9, 11 e 15, publicação: CAPES - Centro de Análise Política Econômica e Social de São Bernardo do Campo.



* Manoel Hélio é poeta e morador de São Bernardo

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Problemas rondam nossas escolas


Numa das salas do 1º ano do Ensino médio da Escola Pedra de Carvalho, uma aluna pediu para que eu viabilizasse um copo d’água, pois segunda ela a água da escola estava com mau cheiro. Solicitei que a mesma fosse até a direção e formalizasse a referida reclamação.

A direção imediatamente notificou os alunos para que não tomassem água, pois se constatou que de fato o cheiro estava demudado. Coincidentemente, as alunas são representantes do Grêmio Livre estudantil da referida unidade Escolar.



Na segunda feira, dia 25, não houve aula, por conta da limpeza da caixa d’água da escola. Esperamos que esse procedimento seja feito em todas a unidades escolares, bem como a devida higienização preventiva nas cozinhas, pois já lecionei em escola que de vez em quando os alunos comentavam que tinham se deparado com ratos nos refeitórios e nas imediações das escolas.



Entendo que além da limpeza a água deve ser encaminhada a um instituto para exame da água servida e se o problema é somente a limpeza da caixa. Abaixo reproduzo resposta a documento enviado recentemente a ouvidoria do Estado, também sobre a caixa d’água.



"Em resposta ao protocolado supramencionado, informamos que a demanda foi encaminhada ao setor competente, qual seja, Diretoria de Ensino São Bernardo do Campo, para averiguação e manifestação, restando a seguinte informação:

Informamos que a caixa d água foi limpa no final de 2009 pela Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo e é tampada (torre de concreto).

Informamos ainda, que em 11/06/2010, a caixa foi vistoriada por um funcionário da unidade escolar e não foi constatada nenhuma irregularidade. A direção está solicitando orçamentos para nova higienização.

Assim, entendemos ter respondido ao questionamento suscitado e informamos que eventuais dúvidas poderão ser dirimidas junto à Diretoria de Ensino São Bernardo do Campo, órgão competente pelo tema em epígrafe.

Salmon Elias Campos da Silva Ouvidor"



A ouvidoria informou os procedimentos que foram tomados. Entendo que é dever dos professores, alunos e da comunidade sempre denunciar os problemas existentes no interior e no entorno da escola, pois só assim, estaremos desenvolvendo nossa efetiva cidadania.



É importante ainda ressaltar que a Escola Pedra está ha mais de 6 meses com vários vidros quebrados, e em virtude das eleições ao invés de resolverem o problema, colocaram nos lugares dos Vidro tapumes de madeirit, enfeando a nossa escola. Essa denúncia já foi feita junto a diretoria de ensino e até o momento não foram tomadas as devidas providencias.



Em relação a falta de professores, nós da APEOESP não aceitamos que essa critica recaia sobre os professores, pois a omissão é do governo uma vez que o que falta são professos e nãos dos professores.



Na reunião com a diretoria de Ensino no meio do ano, fomos informados que o déficit em SBC era de 500 professores. Com as novas leis do Governo estadual, tem diminuído ainda mais a procura dos professores eventuais que pontualmente substituem algumas faltas dos professores, que em grande parte estão doentes e impossibilitados de saírem de licença.



Infelizmente parece que o governo só tem sensibilidade quando a denúncia é feita para além dos muros das unidades escolares nos meios de comunicação. Essa deve ser a nossa pratica comum, pois uma vez que os problemas arrolados não são resolvidos pelas instâncias administrativas do governo, devemos mobilizar a comunidade e a opinião pública acerca das demandas existentes.



A APEOESP SBC, deliberou apoiar a campanha da redução de alunos nas salas de aula, ao mesmo tempo que devemos faze uma ampla campanha pelo fim do analfabetismo, não permitindo o fechamento de salas de aula, muito menos a municipalização do ensino da 5ª à 8ª séries, conforme intenção da atual administração do PT-SBC.



A escola pública é nossa, portanto devemos cuidar dela e lutarmos ainda mais pela sua melhoria. Faça você também um checkup de sua unidade escolar, solicitando quando foi feita a limpeza da caixa d’água e outros problemas que você acha merecedores de esclarecimento tais como: merenda escolar, limpeza, gestão democrática, assédio moral, prestação de conta das verbas pública da escola, violência interna conectada com a violência externa, prestação de contas das cantinas, a cobrança de estacionamento, cobrança de armário nas salas de professores, falta de café e água nos intervalos, falta de creche e sala de refeitório para os professores e professoras,Bibliotecas, sala de informática, videotecas, etc, etc, etc.



“Ai daqueles que pararem com sua capacidade de sonhar, de invejar sua coragem, de anunciar e denunciar. Ai daqueles que, em lugar de visitar de vez em quando o amanhã pelo profundo engajamento com o hoje, com o aqui e o agora, se atrelarem a um passado de exploração e de rotina”. Paulo Freire



Lutar é preciso!



* Aldo Santos é membro da Executiva da APEOESP de SBCampo, Coordenador da Corrente política TLS, Presidente da Associação dos Professores de filosofia e filósofos do Estado de São Paulo, Membro da Executiva Nacional do Psol-SP

Publicado no site Cliqueabc.
Ter lançado o companheiro Aldo Santos como candidato a vice-governador pelo PSOL no Estado de São Paulo foi uma vitória...


PSOL e as Eleições 2010.
Nós do Diretório de São Bernardo do Campo saudamos os companheiros (as) do PSOL e, especialmente os militantes e dirigentes dessa cidade, pela coragem de saírem candidatos e de enfrentar as poderosas máquinas partidárias.

O PSOL em nível nacional conquistou importante espaço, fortalecendo a idéia de uma alternativa socialista pra valer. O partido foi importante para dialogar sobre o socialismo rumo as transformações políticas necessária .O companheiro Plínio de Arruda Sampaio desempenhou um papel importante nesse processo, levantou bandeiras de luta e enfrentou os debates com uma clareza espetacular.

Nessas eleições, entendemos que ter lançado o companheiro Aldo Santos como candidato a vice-governador pelo PSOL no Estado de São Paulo foi uma vitória porque envolveu o país inteiro na discussão sobre a criminalização dos movimentos sociais, inclusive, num momento em que o coordenador do Comitê para a Anulação da Dívida do Terceiro Mundo (CADTM), Eric Toussaint, numa entrevista “avalia que alguns governos progressistas da América Latina estão cometendo um erro gravíssimo ao marginalizar movimentos populares importantes, mantendo uma distância entre o governo e os atores sociais”. Tivemos um comportamento inquestionável ao rechaçar qualquer subordinação dos movimentos sociais a disputas eleitorais passageiras e, diante disso, lançamos o debate sobre a Lei Ficha Limpa no Brasil , suas contradições , limites e sua utilização pela burguesia para calar e amordaçar os movimentos e lutadores sociais.

O partido em São Bernardo do Campo mostrou que tem viabilidade para as próximas eleições ao somarmos todos os votos obtidos pelos companheiros (as) que se candidataram pelo PSOL nestas eleições, tudo indica que teremos coeficiente capaz de eleger Candidatos na cidade nas eleições de 2012.

Em resumo, o partido saiu fortalecido desse processo , bem como está preparado para liderar a oposição necessária a atual administração e nas próximas eleições enfrentar com viabilidade os partidos neoliberais e governistas de plantão.De acordo com o professor Diógenes:“para nós, eleger nossos candidatos nas eleições burguesas é importante como tática no fortalecimento dos nossos objetivos estratégicos que é o fim do capitalismo”.

Executiva do Psol SBC

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