quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Plínio de Arruda Sampaio debate a conjuntura e aposta na organização da classe trabalhadora.

No dia 11 de dezembro de 2010, por mais de duas horas, o ex-candidato do Psol a presidência da república, Plínio de Arruda Sampaio, explicou a importância da participação política para uma galera de aproximadamente 40 pessoas reunidas na Subsede da apeoesp-sbc. Fazendo referência ao número de abstenção nas últimas eleições, ele disse que o povo precisa participar fortemente da política e afirmou que a ruptura revolucionária depende de duas condições e momentos distintos e complementares:

-Condições objetivas: está relacionada a distribuição das riquezas para todos;

-Condições subjetivas: está relacionada a consciência de classe e o combate a exploração do capital.

Defende que precisamos priorizar o debate sobre as condições subjetivas da sociedade e, fundamentalmente, a conscientização de classe.

Em 2009 por volta do dia 22 de dezembro,o até então pré-candidato Plínio esteve na cidade e no mesmo local para debater o processo conjuntural, a frente de esquerda e as polêmicas internas que disputavam o controle do partido. No último debate agradeceu o apoio da TLS no processo de debate interno que o levou a candidato a presidência da República.

Em relação a campanha a presidência da República, ele disse que teria que dar um tratamento de choque, para ser minimamente ouvido pela sociedade e obter espaço na multimídia. Criticou as campanhas de Serra, Dilma e Marina, dizendo que a maquiagem dos candidatos não permitia ir a raiz dos problemas. Foi um momento importante para debater o conteúdo da opressão capitalista e para fazer propaganda positiva do Socialismo.

Defendeu a elevação do PIB da Educação para 10% já, como condição básica para a operar as mudanças necessárias, assim como criticou os parcos investimentos na saúde pública, na reforma agrária, bem como,defendeu a descriminalização das drogas leves. Criticou a atual jornada de trabalho e disse que o homem deve trabalhar em torno de 4 horas diárias e o resto do tempo deveria se dedicar a cultura, lazer, descanso, criação literária e exercer a plena liberdade individual e coletiva. Criticou a pirotecnia do Rio de Janeiro, afirmando que a repressão aos traficantes no morro do Alemão atingiu os “pés de chinelo” do tráfico e que os poderosos traficantes estão distantes dos morros numa relação de colaboração e leniência dos representantes do poder.

Concluiu que o socialismo não pode se caracterizar como algo abstrato, pois segundo ele o socialismo começa com você. Falou da viagem que fez com Lula quando ainda estava no PT, tentando convencê-lo a fazer propaganda do socialismo nas campanhas eleitorais, porém, ele tomou outros rumos. Acredita que a contribuição pedagógica desenvolvida neste processo eleitoral dará resultado a médio e longo prazo e que nas próximas eleições estará a frente e a disposição do Partido no processo eleitoral para aprofundar ainda mais essa linha de campanha de conteúdo revolucionário.

Ao responder várias perguntas dos presentes afirmou que tem hoje cerca de 64 mil seguidores no Twitter e que criou o Centro - Brasil Revolucionário, para formar militantes, realizar seminários e nuclear organicamente os filiados ao partido. Segundo ele, nos núcleos começamos a praticar lições de democracia, além de uma grande rede de aprendizado ideológico.

Em seguida,comentou sobre a publicação do seu recente livro - Por que participar da Política?, reservando parte do tempo para autografar, dialogar e atender individualmente aos presentes, sempre motivados e interessados na exposição didática do Mestre Plínio de Arruda Sampaio.



Revolucionar sempre é preciso!!!



Aldo Santos: Professor de Filosofia da Escola Vilma Siqueira e Pedra de Carvalho, vereador por quatro legislatura em SBC (1989-2004), Coordenador da Corrente política TLS, Presidente da Associação dos professores de filosofia e filósofos do Estado de São Paulo, candidato a Vice governador pelo Psol em 2010 e membro da Executiva Nacional do Psol.(17/12/2010).

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

História do sindicalismo



O sindicalismo tem sua origem com a crescente industrialização na Europa verificada a partir do século XVIII, quando se consolidou as duas principais classes no capitalismo (burguesia e proletariado), evidenciando a partir desse momento o antagonismo nos interesses entre elas.

Com a industrialização, o sistema fabril muda o cenário das cidades europeias, os operários, submetidos às longas jornadas de trabalho, chegando a 16 horas diárias; a precarização das condições sociais e de moradia; a substituição de parte considerável da mão-de-obra pela maquinaria levou a uma primeira impressão de que era a máquina a responsável pela sua situação.

Em maior ou menor grau, os países daquele continente apresentavam já, um avanço na exploração capitalista do trabalho, e, é na Inglaterra que aparecem as primeiras experiências de organização dos trabalhadores contra tal exploração na primeira e segunda década do século XIX.

O LUDISMO, a primeira forma de resistência, consistia na quebra de máquinas por grupos de trabalhadores. O nome desse movimento fazia referência a Ned Ludd Michel que foi um trabalhador têxtil do condado inglês de Leicesteshire. Ele destruiu uma máquina de tricotar meias na fábrica onde trabalhava. A partir de então, tornou-se referência para outros trabalhadores. Seus seguidores começaram uma rebelião contra as máquinas, pois estas substituíam pessoas nas tecelagens inglesas.

De muita importância na organização do operariado inglês, as trade-unions se constituíram como organização no que viriam a ser os sindicatos atuais. A lei do parlamento inglês de 1824 que permitia o direito a livre associação possibilitou o avanço dessas organizações, e estas, passaram a fazer as negociações para o conjunto dos trabalhadores, evitando assim que o capitalista exercesse pressão individual sobre cada trabalhador. Passaram também a fixar os salários para toda a categoria e a regulamentá-los em função do lucro. Com avanço da organização operária, foram criadas caixas de ajuda para os momentos de dificuldades, a união das várias categorias de uma região em uma federação, em contrapartida os patrões passaram então, a exigir a não filiação dos trabalhadores a essas organizações como pré-condição para as contratações.

Também importante no avanço da luta dos trabalhadores na Inglaterra, foi o movimento que ficou conhecido como CARTISMO que consistia em uma carta endereçada ao Parlamento Inglês com as seguintes reivindicações: sufrágio universal masculino, voto secreto, eleições anuais, participação de representantes dos trabalhadores no parlamento, bem como a remuneração destes para que pudessem se manter durante o mandato.



As AIT (Associações Internacionais do Trabalho)

Com o avanço do capitalismo na Europa e outros lugares do mundo, eclodiram as greves em vários cantos, deixando cada vez mais claro que a situação de exploração dos trabalhadores pelos capitalistas era comum a todos eles no mundo.

Já desde 1848, Marx e Engels no Manifesto Comunista chamava-os a unir-se frente ao inimigo comum, surgia a nesse contexto as ideias do socialismo científico, que iria instrumentalizar a luta mais ampla que o mero economicismo, a luta política para a derrubada da ordem vigente e a construção de um mundo socialista. Nesse sentido Marx abre o célebre Manifesto com a frase -“Um fantasma ronda a Europa o fantasma do comunismo”, e o encerra com - “Trabalhadores de todo o mundo uni-vos”.

A Primeira Internacional foi instalada em 1864 e teve como centro, os debates entre Marx e Bakunin. Marx defendendo o Socialismo Científico e Bakunin as ideias anarquistas, rechaçando a necessidade de um Estado organizado, vendo no sindicato o instrumento capaz de organizar pequenas células produtoras autossuficientes. Durante a vigência dessa Primeira Internacional, ocorreu a Comuna de Paris (1871) que durou três meses. Os operários de revoltaram-se contra o governo de Napoleão III e tomaram a cidade, instalando um governo popular. Esse fato marcante contribuiu para que ano de 1872 os representantes da Primeira Internacional reunidos na cidade de Haia, aprovassem a ideia de que a conquista do poder politico deveria ser um dever dos trabalhadores, o que então, desencadeou revolta dos anarquistas que optaram pelo confronto direto. A primeira Internacional encerrou seus trabalhos em 1876.

A segunda Internacional foi instalada em 1889 durando até 1914, esta, adotou a greve como estratégia de luta. O evento mais importante ocorrido naquele período foi o massacre dos trabalhadores de Chicago em 1886, em referência a esse fato, a Segunda Internacional foi fixou o 1º de maio como dia internacional dos trabalhadores exigindo a jornada de trabalho de 8 horas. Com o inicio da Primeira Guerra, e, devido a divergências entre suas lideranças sobre apoio ou não a seus países na guerra ela encerrou os seus trabalhos.

Após a revolução de 1917, foi instalada a Terceira Internacional, que ficou conhecida como Internacional Comunista.

Com a subida de Stálin ao poder, após a morte de Lenin em 1924 e a expulsão de Trotsky, foi fundada por este último a Quarta Internacional no ano de 1938 no México.



As várias concepções do sindicalismo

Anarquista, reformista, cristão, corporativista e comunista.

Ao longo da sua breve história, o sindicalismo conviveu com várias concepções em diferentes lugares do mundo. De maneira geral girava em torno da luta política para avançar para além do campo econômico, ou o reformismo do próprio sistema capitalista de maneira consciente ou não do papel desempenhado.

O sindicalismo revolucionário

Tendo a França e a Itália os locais de seu aparecimento. Por serem países, onde a classe a operária ainda não se encontrava tão concentrada, e um altíssimo grau de exploração surgi à ideia de que a sociedade capitalista seria superada através da greve geral, portanto da ação direta e violenta colocando em conflito a distintas classes. Acreditavam seus proponentes, que a maioria numérica dos trabalhadores, levaria à sua vitória, mas, não levavam em consideração, entretanto, que os governos usariam das forças militares para conter as massas mobilizadas.

O Anarquismo

Da mesma maneira que o sindicalismo revolucionário, os anarquistas também negavam a luta politica e viam no sindicato a verdadeira arma de guerra. Enfatizavam ainda a importância na organização da sociedade anarquista em núcleos de autogestão, pregavam a supressão do Estado antes mesmo da supressão dos seus pilares como a propriedade privada.

Reformista

Uma variante do Trade-Unionismo e tem sua maior expressão no sindicalismo estadunidense, denominada de reformismo, nega a participação revolucionária do proletariado, busca reivindicação para a melhora da situação dos trabalhadores dentro do sistema capitalista. O reformismo marca a sua atuação no terreno estritamente economicista, buscando ajustar o capitalismo às necessidades dos trabalhadores.

Sindicalismo cristão

Também não afirmando a necessidade de substituição do modo de produção vigente, ou não rompendo com o viés reformista, encontramos o sindicalismo cristão, com origem na encíclica Rerum Novarum de 1891 de Leão XIII, essa corrente reconhece a legitimidade de organização sindical, propõe uma ampla colaboração social, desde que isto não implique na superação do capitalismo e da propriedade privada.

Corrente corporativista

O corporativismo é instituído na Itália após a perseguição, repressão e eliminação das lideranças do movimento operário antifascista, desencadeado por Mussolini e uma intensa manipulação das massas.

No ano de 1927 ele decretou a Carta Del Lavoro, que organizou os sindicatos italianos nos moldes corporativistas que se tornaram totalmente subordinadas e dependentes do Estado. As corporações desempenhavam a politica de paz social e de conciliação de classes. Nitidamente promovia a acumulação capitalista através de um alto grau de exploração da classe operária. Nas corporações participaram representante de patrões e empregados, não era admitidas organizações por categoria, o que poderia promover a luta entre as classes.

Concepção comunista

A concepção comunista de sindicalismo aponta para a superação do trade-unionismo de um luta meramente economicista, nesse sentido os comunistas devem participar intensamente dos sindicatos e aproveitar dos momentos de consciência política desencadeada na luta econômica, fazendo-a ser elevada a uma consciência revolucionária contra o capitalismo buscando sua derrubada.



História do sindicalismo no Brasil



A história do sindicalismo no Brasil está ligada às transformações econômicas que aos poucos mudava o eixo de uma economia agrário-exportadora cafeeira para um centro urbano e industrial, a partir dos últimos anos do século XIX e, ao propiciar um nascente mercado interno.

Os registros dão conta de que as primeiras formas de organização foram às sociedades de auxilio mutuo e de socorro, logo em seguida surgem as Uniões Operárias, que passaram a se organizar por ramos de atividade.

O ano de 1858 assiste a primeira greve, a dos tipógrafos do Rio de Janeiro. Estes se rebelaram contra as injustiças patronais reivindicando melhorias salariais. Tendo sido vitoriosa, inaugurou-se a partir de então, as greves que se expandiram para as demais categorias.

Com as greves, começa a se aprimorar as formas de organizações da nascente classe operária naquele período, no ano de 1892 realizou-se o I Congresso Socialista Brasileiro, que tinha como objetivo a formação de um Partido Socialista, pois as ideias de Marx e Engels já se fazia presente por aqui. É nesse contexto que surgem os primeiros sindicatos, buscando conquistar os direitos fundamentais do trabalho.

Nas inúmeras manifestações grevistas estavam presentes as reivindicações por melhorias salariais e a redução da jornada de trabalho. Data de 1906 o primeiro congresso operário que desembocou na criação da Confederação Operária Brasileira (COB), onde participaram duas tendências distintas do movimento operário, a anarco-sindicalista, negando a importância da luta politica e a criação de um partido politico, e pregando a ação direta dentro das fábricas, via no sindicato o modelo ideal para criação da sociedade anarquista e, a outra tendência, a socialista reformista visando à criação de um partido da classe operária e utilizava-se da luta parlamentar para aos poucos reformar o sistema capitalista.

O governo entra na Disputa pelo controle do movimento sindical em 1912 quando foi realizado o congresso operário que teve como presidente honorário Hermes da Fonseca, então, presidente da república. O governo buscava implantar lideranças governistas nas organizações sindicais, que mesmo dirigindo categorias combativas não iam além das reivindicações imediatas sempre conciliando com o Estado sem abalá-lo, por esse motivo, foram denominados de sindicalistas amarelo. Por outro lado os anarquistas com uma forte presença na luta operária do inicio do século, impulsionando as várias greves como a de 1917, que rapidamente passou de uma greve localizada de 2000 trabalhadores indo a 45000 e se espalhando por todo estado de São Paulo, transformando a capital paulista num verdadeiro teatro de guerra, sendo violentamente reprimida. Mas os anarquistas, também devido a suas limitações, não conseguiram avançar para além de conquistas imediatas, pois negavam a necessidade de controle do Estado, o que os faziam presa fácil da repressão.

As limitações teóricas, ideológicas e politicas dos anarquistas e a influência da revolução Russa em 1917, levaram alguns anarquistas a fundar em 1922 o Partido Comunista Brasileiro PCB com o objetivo de organizar a revolução comunista no Brasil.



Getúlio Vargas no poder

A ascensão de Getúlio Vargas ao poder (1930), representou um novo momento para o sindicalismo brasileiro. A decadência do setor agrário exportador cafeeiro bem como a substituição deste setor no poder, demonstrava que já havia uma dinâmica industrial onde se opunha naturalmente capital e trabalho. O aumento das lutas operárias e mesmo o contexto mundial com regimes totalitário marcou a busca de controle dos sindicatos por parte do governo, buscando impor um aparelhamento estatal dos sindicatos. É assim, e, com esse intuito que é criado o Ministério do Trabalho e uma série de normas disciplinadoras como no decreto 19.770 de 1931 que: estabelecia o controle financeiro pelo ministério do trabalho sobre os recursos dos sindicatos, proibindo a utilização destes durante as greves, determinava a participação de delegados do Ministério nas assembleias, proibia o desenvolvimento de atividades politicas e ideológicas dentro dos sindicatos, vetava a filiação a organizações sindicais internacionais, limitava a sindicalização de operários estrangeiros e negava a sindicalização de funcionários públicos. Ainda no período Vargas irá surgir à súmula que estabeleceu o sindicato único por categoria. De todas as medidas acima esta última, foi considerada a única que de fato representou alguma vantagem à classe trabalhadora brasileira.

Buscava o governo com todas estas medidas, tornar os sindicatos instrumentos de colaboração de classes, evidentemente coagindo e reprimindo violentamente os opositores. Mas, como é característico da luta operária, nem todos se curvaram, e continuaram as mobilizações e com elas as conquistas.

Junto com as lutas sindicais, crescia as mobilizações de massa. Em março de 1935 o PCB, funda a ANL (Aliança Nacional Libertadora), frente popular anti-imperialista que atinge em pouco tempo 400 mil membros. Cinco dias após a fundação, o governo, em 4 de abril de 1935, decreta a Lei de Segurança Nacional dando inicio a repressão, alguns meses depois decreta a ilegalidade da ANL. Com isso, não podendo mais atuar na legalidade os aliancistas optam pelo levante armado, que sem o apoio popular abriu as portas para o acirramento da repressão com as lideranças sindicais sendo deportadas, presas ou mortas. Nesse momento o movimento sindical assistiu a sua maior derrota, o que abriu as portas para as associações amarelas que já existiam há décadas aumentarem sua presença, o que paulatinamente foi constituindo a estrutura sindical brasileira subordinada ao Estado. Na década seguinte é criado o imposto sindical (1940) e a CLT (1943) esta última inspirada na “Carta Del Lavoro” de Mussolini.

Os anos de 1940 vê ressurgimento das lutas sindicais brasileiras. Atuando em duas frentes, na questão internacional, a luta contra o nazi-fascismo, e no plano interno, na busca pela desconstrução da estrutura sindical montada por Vargas anteriormente. Iniciou-se a substituição de lideranças pelegas, em 1945 foi criado o Movimento Unificado dos Trabalhadores (MUT), organismo de caráter intersindical que iria lutar pela total liberdade sindical. Vargas cedia pouco a pouco, permitindo a volta dos trabalhadores ao sindicato, fazendo letra morta dos dispositivos criados para conter o avanço dos operários, o que amedrontava o setor mais reacionário levando-o a renúncia em 1945.

No último governo de Vargas o movimento sindical atingiu grande dimensão, com organização de comissões de fábricas. Não foram poucos os movimentos e manifestações nesse período, contra o imperialismo; por liberdades sindicais; contra o acordo militar Brasil-EUA, e por fim, culminando com a criação da Petrobrás.

O avanço das lutas sindicais atingiu seu ápice nos anos 1960 com imensas manifestações grevistas e a realização do III Congresso Sindical Nacional, onde foi criado o Comando Geral dos Trabalhadores (CGT). O CGT foi especialmente durante o governo Goulart, a expressão mais significativa do movimento sindical brasileiro, se posicionando pela posse do governante e também no plebiscito e as reformas de base, assim como, outros pontos da vida nacional.

No campo, as lutas também se intensificavam com a criação das ligas camponesas, ainda anterior a esse período em 1955, e pouco a pouco floresceram os sindicatos rurais, lutando para garantir os direitos mínimos para os trabalhadores do campo.



O Golpe militar de março de 1964

O período de 1945 a 1964 houve avanços nas lutas dos trabalhadores, ainda que, mantendo a legislação corporativista intacta, esse avanço e a proximidade com o governo de João Goulart levaram ao desfecho do golpe militar em 31 de março de 1964, a repressão desencadeada foi violenta, levando ao aniquilamento posteriormente das lideranças sindicais, sendo resgatada toda a legislação anterior sob o pretexto de estabelecer a paz social. Foi implantado a politica de arrocho salarial e, em cima desses pontos iniciou-se o “milagre brasileiro”.

Nesse período merece destaque a luta contra o arrocho materializada nas greves de Contagem e Osasco. A direção do sindicato dos metalúrgicos de Osasco iniciou a greve em 16 de julho de 1968 com a ocupação da Cobrasma, que rapidamente se espalha para outras fábricas, no dia seguinte o Ministério do Trabalho decreta a ilegalidade da greve determinando a intervenção no sindicato, a cidade é cercada pelas forças armadas, no quarto dia, os trabalhadores sem alternativa de enfrentamento, voltaram ao trabalho. Em Contagem outra greve também não conseguiu ir além de quatro dias devido a questões internas e a atuação do governo militar na mesma forma de Osasco.



Retomada das lutas

A retomada das lutas sindicais se deu em 1978 com a greve na Escânia.

Numa sexta-feira, 12 de maio de 1978, às 7 horas os trabalhadores entram na fábrica, no entanto, não ligam as máquinas, permanecem de braços cruzados surpreendendo os patrões. A partir da ESCANIA as greves se espalham para as outras montadoras. O ponto de partida para as greves foi o movimento pela reposição dos 31% - O governo vinha mascarando os índices de inflação a anos e causando enormes perdas salariais, em fins de 1977 o Banco mundial denunciou a manobra, preparando o caminho para o retorno dos movimentos grevistas carreado pelos metalúrgicos da região do ABC. Mas não só os metalúrgicos, outras categorias como os professores de São Paulo também entraram em greve nesse período. Em fins de 78 registraram-se manifestações em Osasco, Guarulhos e São Paulo. Em março de 1979 as greves voltaram com toda foça, no entanto, o governo decretou intervenção nos três sindicatos do ABC, seguiram–se manifestações pela volta dos diretores cassados, realizaram-se assembleias com números impressionantes de pessoas no estádio da Vila Euclides.

A partir dessas jornadas de lutas que teve inicio em 1977, o movimento operário se inseriu no cenário Politico, econômico e social do país criando na sequência o Partido dos Trabalhadores, a Central Única dos Trabalhadores, promovendo varias greves gerais na década de 1980, participando de movimentos políticos como as “Eleições Diretas Já”.

O PT (Partido dos trabalhadores)

O PT foi fundado em 10 de fevereiro de 1980, agrupando vários seguimentos como intelectuais, religiosos da Teologia da Libertação, operários, agrupamentos trotskistas. Esse partido nascia da necessidade de atuação no cenário politico sem a tradição stalinista de setores da esquerda tradicional como Joaquinzão e Luís Antônio de Medeiros da CGT (Comando Geral dos Trabalhadores, que se tornaria mais tarde Central Geral dos Trabalhadores). Aos poucos, o PT foi abandonado sua concepção original de organização pela base através dos núcleos, e se fechando numa direção burocratizada, ao mesmo tempo (inicio da década de 1990) em que expulsava correntes mais a esquerda, como a Convergência socialista, Causa Operária, e, durante seus vários congressos, essa direção foi aprovando o abandono das bandeiras históricas da classe, como a redução da jornada de trabalho, estatização do sistema bancário, reforma agrária, não pagamento da divida externa. Ao longo dos seus anos de existência paulatinamente o PT passou também a privilegiar a agenda eleitoral disputando varias vezes a presidência da republica e vários outros cargos eletivos, em detrimento da disputa pelo poder através da organização da classe trabalhadora, até por fim, se credenciar como de confiança ao grande capital após a viagem de Luiz Inácio a Washington, que na volta, lê a carta ao povo brasileiro, se comprometendo a honrar os contratos, e então, chega ao governo central no ano de 2002 sem oferecer nenhum perigo aos esteios do sistema vigente e da classe dominante.



A CUT (Central Única dos Trabalhadores)

A CUT fundada no dia 28 de agosto de 1983, na esteira das mobilizações grevistas do final da década de 1970 e, tentando superar o corporativismo e as lideranças pelegas atreladas ao Estado, esteve à frente das lutas dos trabalhadores durante os anos 80, liderando greves gerais como a de 1989, que acabou resultando na condenação da então prefeita Luiza Erundina em 350 mil reais por prestar apoio ao movimento grevista. Mas, ao longo da década de 1990 mais precisamente a segunda metade, as greves passam a ser localizada por categorias sem as grandes mobilizações verificadas na década anterior, a luta pela redução da jornada de trabalho ficou somente no discurso, permitindo milhares de demissões com a reorganização produtiva ocorrida nesse período. Houve ainda no inicio dessa década o advento das câmaras setoriais, no ano de 1992, numa sexta-feira 13, Mario Amato, presidente da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) é recebido numa recepção no sindicato dos metalúrgicos de São Bernardo e Diadema.

Após o ano de 2002, com a chegada de Luiz Inácio a presidência, a central originalmente criada para empreender a luta pelo interesse da classe operária brasileira, passou a representar o papel de um verdadeiro departamento do governo para assuntos do trabalho, empreendendo o imobilismo, pondo freio às lutas, desenvolvendo a politica de conciliação entre as classes, por esse motivo passou ser denominada por grande parte dos sindicalistas de central chapa branca, por não ameaçar o governo num primeiro momento, e por consequência o próprio capital.

No ano de 2004 começa a surgir experiências de construção de novos instrumentos que representem os trabalhadores brasileiros com independência em relação ao governo, é o caso da Assembleia popular, Intersindical e Conlutas, ao mesmo tempo em que o governo colocava em pauta a Reforma Sindical, que apontava para o reconhecimento legal das centrais sindicais, bem como o esvaziamento das liberdades e do poder dos sindicatos na base. Diante desse quadro em março de 2004 houve um encontro em Luziânia que desencadeou o processo de criação da CONLUTAS capitaneado pelo PSTU. Manifestando-se inicialmente contra a reforma da sindical, não tardou a pedir o seu reconhecimento legal como central sindical a fim de obter recursos federais como do imposto sindical. O próprio processo de formação ocorrido no afogadilho sem discussão prévia com os amplos segmentos do operariado deixou nos demais agrupamentos a desconfiança nos rumos dessa central. Não obstante a esse fato, houve ao longo dos últimos anos, o crescimento da organização dos trabalhadores e a tentativa de unificação em uma só entidade, ocorrendo no ano de 2009 vários seminários nesse sentido, culminando no CONCLATE em junho de 2010, na cidade de Santos, para a fundação de uma central unificada, o que não ocorreu com várias correntes presentes se retirando do congresso devido à intransigência e imposição dos vários pontos pelo PSTU, sobretudo, o nome da nova entidade.

Bibliografia

ANTUNES, Ricardo C. – O Que é Sindicalismo, Coleção Primeiros passos, brasiliense - 1985.

ANTUNES, Ricardo C. - Os Sentidos do Trabalho, Boitempo - 2000.

FREITAS, Diógenes B. – Estado, Educação e as novas Formas de Exploração do Trabalho.

MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto do partido comunista. Ed. Rio de janeiro 1963.

ULIANOV, Vladimir Lenin – Que Fazer? In obras escolhidas, Edições Progresso Moscou, Edições Avante Lisboa – 1981.

Organizado por:

Diógenes B. de Freitas.Professor da rede pública Estadual e Municipal da Capital-SP.Membro do Conselho Estadual de Representantes da APEOESP e coordenador da TLS-ABC)

sábado, 18 de dezembro de 2010

AO FINAL HOUVE UMA CONFRATERNIZAÇÃO E MUITA DISPOSIÇÃO DE LUTA PELA FRENTE

Também a Companheira Angélica Recebeu o Título, pois ela Juntamente com o Companheiro Natanel Júlio da Silva (TANÁ) estabeleceram a lei do Barbante, medindo os lotes igualmente. Vila Lulaldo, 11/12/2010

Num justo reconhecimento, o Ex-subprefeito do Riacho grande Francisco Raimundo dos Santos (Chicão), que apoiou a ocupação na época e que foi exonerado pelo Prefeito do PT Mauricio Soares e Djalma Bom, também foi agracido com o Título Cidadão Lulaldense. Vila Lulaldo, 11/12/2010

DIretoria entrega Título cidadão de Lulaldense as familias que permanecem na área desde a ocupação.Entregaram ainda alguns títulos a pessoas que contribuem com a entidade no dia -a-dia, bem . Fui também agraciado com essa significativa Honrraria.


Maria Aparecida do Nascimento Santos Atual presidenta, professores e educadora popular, tem exercido importante papel pedagógico e politico junto a comunidade. Vila Lulaldo, 11/12/2010

Ivo Macedo, Dá importnte suporte a luta dos moradores. Ajudou muito na resistência e na fixação dos moradores na Área. Vila Lulaldo,11/12/2010

José Arimatéia. Uma grande referência para os moradores e histórico lutado e liderança do Riacho Grande. Vila Lulaldo, 11/12/2010r.

Geraldinho, importante liderança dos moradores. Vila Lulaldo, 11/12/2010


Antonio Silva Costa, o Barba. Foi determinante na ocupação pela garra e coragem. Também foi presidente dos moradores. Vila Lulaldo, 11/12/2010

Emilia Belomo foi a primeira presidenta. Foi autora da proposta do nome da Vila Lulaldo, que foi aprovado em assmbleia, conforme livro de ata da época.Foi um exemplo de lutadora, pos se encontava bastante doente no período da ocupação. Vila Lulaldo, 11/12/2010

Aldo Santos, Lú, Mariazinha e José Arimatéia. O Companheiro Arimatéia, é um histórico lutador e também apontou para as conquistas necessárias.Vila Lulaldo, 11/12/2010

Ivo, uma das lideranças dos moradores. Destacou a presença de todos e disse que o próximo passo é a conquista das melhorias, como Regularização fundiaria, pavimentação esfáltica e e iluminação pública. Vila Lulaldo 11/12/2010

Companheiro Chicão faz saudação aos presentes. Vila Lulaldo, 11/12/2010

Companeiro Joel Dialoga com os presentes a comemoração dos 21 anos de ocupação da Vila Lulaldo 11/12/2010

Companheiro Anésio Saúda os Presentes. Ocupação da Vila Lulaldo 21 anos depos. 11/12/2010

Composição da mesa politica da Comemoração dos 21 anos da Vila Lulaldo, 11/12/2010

Rissi discursa sobre o aniversario da Ocupação da Vila Lulaldo. 11/12/2010

Time comemora com os presentes. VILA LULALDO 11/12/2010

Lunos comeoram as medalhas recebidas.Vila lulaldo 11/12/2010

Professora entrega medalha ao Time de Futebol ddas crianças da Vila Lulaldo

Comemoração dos 21 anos da ocupação da Vila Lulaldo, Riacho grande-SBC

Foto da comemoração de 2009 da Vila Lulaldo, Riacho Grande-SBC

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Articulação unificada avança no controle e amordaçamento sindical




Os educadores do estado de São Paulo realizaram neste início de dezembro de 2010 o XXIII Congresso dos Professores em Serra Segra - São Paulo. Participaram em torno de 2000 delegados, com vários observadores e equipe de apoio logístico. Nesse momento conjuntural a realização do congresso se revestiu-se de singular importância haja vista a transição de governo, que apesar de significar “mais do mesmo”, algumas mudanças serão necessárias para maquiar ou corrigir erros e tornar a educação minimamente funcional.

Claro que essas mudanças dependem unicamente dos educadores representados em suas entidades sindicais. Dentre as faixas com palavras de ordem afixada no plenário do congresso, uma advertia : “Se o governo não mudar a vida dos educadores o ano letivo não vai começar”, enquanto outras saudavam os congressistas, ao mesmo tempo em que decoravam o ambiente marcado pela pluralidade ideologica.

O início do congresso foi marcado por leituras e discursos de balanço eleitoral do recente processo, onde cada um dos oradores atribuíam a responsabilidade do resultado eleitoral aos adversários políticos destacando sempre a inserção positiva ou negativa do ponto de vista sindical e partidário.

A mesa de regimento foi bastante tumultuada, pois o mesmo continha imprecisões e alterações relativa ao decurso de prazo com mudanças que impactavam a vida sindical através do nosso sindicato estadual.

Outro debate foi sobre a apresentação das teses que ao final apontava para a votação de uma tese guia, aumentando assim o tensionamento, pois essa metodologia está superada mediante outras experiências, com congressos e encontros marcados por resoluções pontuais, sem necessariamente existir uma tese guia dentre as inúmeras apresentadas.

Ao final dos trabalhos do primeiro dia, estava previsto as reuniões dos coletivos que foram prontamente e autoritariamente desmarcadas, embora o coletivo de Filosofia e Sociologia realizou uma improvisada reunião .

Na quinta-feira no período da manha, realizamos uma importante plenária da Oposição Alternativa para avaliar o congresso até aquele momento e os próximos passos que as correntes que compõe essa frente sindical dariam, diante de um congresso viciado e de cartas marcadas.

Após a plenária da Oposição Alternativa, a TLS, reuniu boa parte dos delegados que estavam nessa plenária para organizar as tarefas, reunir a corrente, bem como ordenar a ação coletiva que estava um pouco dispersa. Os presentes aprovaram que a nossa plenária seria no final da tarde, as 18 horas após os grupos e antes do debate dos delegados ao CNTE, num primeiro momento previsto para as 19 horas.

Com a alteração da agenda e com a realização dos grupos descentralizados, a plenária ficou um pouco prejudicada, porém, mesmo assim a mesma foi realizada com a apresentação da corrente e dos trabalhados realizados nas regiões. Outro ponto de destaque na plenária foi a apresentação pelos companheiros Paulo Neves e Ederaldo da companheira Ozani, como nossa candidata na disputa interna pela oposição unificada. Finalmente antes de finalizarmos a nossa plenária, informei sobre a consulta realizada junto aos membros da direção da TLS que apontaram para o primeiro trimestre de 2011 a realização do primeiro congresso da TLS, conforme aprovação no congresso de unidade realizado há dois anos atrás.

Falei também da necessidade de redimensionarmos a corrente para as disputas que virão tanto do ponto de vista político como financeiro. Apresentei ainda a necessidade de constituirmos um GT, sindical estadual, agregando outros militantes a essa nossa intervenção estadual. Na Sexta feira dia 03, cumprimos a tarefa planejada com panfletagem da nossa corrente, além da distribuição de um boletim da Associação dos professores de Filosofia e Filósofos do Estado de São Paulo. No plenário nossos dirigentes revezavam nas intervenções, (Paulo Neves, Moacyr e Ozani).

As mudanças estatutárias contribuíram para a fossilização do sindicato, para a centralização e controle do aparelho burocrático/ideológico,transformando as Subsedes em escritórios sindicais.

As palavras de ordem foram literalmente gritantes: ”Central Única dos Trabalhadores, de um lado e do outro, Central Única dos Traidores” e plebiscito pela desfiliação da CUT já. Além do Estatuto, debateu-se balanço, políticas permanentes, política educacional, política sindical e plano de lutas.

Finalmente as regiões apresentaram os respectivos nomes ao congresso da CNTE que será realizado na primeira quinzena de janeiro de 2011. A esquerda saiu derrotada desse congresso com o conjunto de ataques, restrições e controles por parte do setor dirigente da Articulação unificada. Fica uma grande lição para enfrentarmos os nossos adversários nas eleições que a partir desse congresso serão realizadas a cada três anos.

Devemos unificar a esquerda, numa convenção vitoriosa, ao mesmo tempo em que devemos viabilizar o plebiscito no estado por volta da segunda quinzena de abril de 2011, ampliando nossa intervenção urgentemente para o interior do estado.

A oposição unificada deve iniciar a campanha eleitoral com o tema do plebiscito, para adentrarmos e armar as nossas bases e as bases da articulação em todo o estado. Essa sinergia dialogará e ampliará nossa interlocução com a categoria facilitando nossa penetração no interior da categoria colocando a diretoria na defensiva, enquanto a oposição unificada certamente ampliará nosso desempenho nas regiões controladas pelo aparato burocrático da Artisind, possibilitando assim vencermos este pleito que será marcado por ações truculentas,derrame de dinheiro e possíveis maracutaias.



Pela unidade da esquerda já!!!





Aldo Santos: Vereador por quatro legislaturas em SBC (1988-2004), Coordenador da Corrente política TLS, Presidente da Associação dos Professores de filosofia e filósofos do Estado de São Paulo, Membro da Executiva Nacional do Psol. (04/12/2010)
VILA LULALDO: UMA OCUPAÇÃO VITORIOSA


No dia 11 de Dezembro de 2010, dezenas de moradores e lideranças populares participaram de uma solene secção de 21 anos da ocupação, construção e fixação dos moradores da denominada Vila LULALDO, no Distrito do Riacho Grande - SBCampo, Km 27 da Via Anchieta.

Foi um encontro dos pioneiros da ocupação, onde foram homenageados pela Diretoria da Entidade sob a coordenação da Presidenta Maria Parecida Nascimento Santos e pelo histórico companheiro José Arimatéia. A mesa política foi composta por antigos moradores que representaram a Emilia e o Antonio Barba.

Tudo começou numa tarde de domingo do dia 03 de dezembro de 1989, com a decisão dos moradores da Vila Jurubeba que estavam na eminência de serem soterrados, decidiram então ocupar um terreno que estava reservado à especulação imobiliária. O companheiro Natanael Júlio da Silva – Taná – assessor político do nosso gabinete me ligou por volta das 17 horas e imediatamente me dirigi para a ocupação onde passei a noite com os moradores. Por volta da meia noite, o Primeiro Barraco estava construído, que era uma espécie de “QG” – Quartel General – da ocupação e a residência da Emília Belomo.

Durante as assembléias dos moradores, nós dizíamos que a história da classe trabalhadora deve ser escrita pelos próprios trabalhadores.Numa dada assembléia, fomos discutir o nome da vila e das ruas. Existiam vários nomes para a apreciação da assembléia. Num dado momento a Emilia tomou a palavra e propôs: Se devemos homenagear os lutadores e os representantes do povo, Minha proposta é que nossa vila se chame LULALDO ,pois o Lula todos Conhecemos e o Vereador Aldo Santos está com a gente o tempo todo nos apoiando e nos defendendo. As propostas foram submetidas a assembléia e esmagadoramente venceu a proposta da Emilia.Essa é a origem do nome da Vila, Lula mais Aldo=LULALDO.Tempos depois comecei analisar a motivação da proposta e descobri que se tratava de uma grande jogada em defesa dos moradores, pois era uma administração do PT e o nome também era mais uma peça na engenharia política e no dialogo pela manutenção e conquista dos moradores.

Foram anos de enfrentamento, com passeatas, protestos, retaliações políticas como ocorreu com o companheiro Francisco Raimundo dos Santos-Chicão, subprefeito do Riacho grande que fora demitido do cargo pelo prefeito Mauricio Soares e pelo Vice Djalma Bom.

Discursei como nos velhos tempos, relembrei a história, as pessoas que não se encontra mais entre nós (Taná, Emília, Barba, João Preto) e mesmo sendo “cidadão São bernardense”, confesso que o Titulo de “cidadão Lulaldense” confeccionado pelos diretores da entidade me encheu de orgulho pois trata-se de uma manifesta homenagem e reconhecimento de uma luta que foi o divisor de água em nossa cidade, entre os que defendiam os trabalhadores e àqueles que prometem, porém nos momentos decisivos recuam e até condenam a luta e a ocupação como ocorreu na ocasião pelo prefeito, vereadores do PT e até mesmo grandes dirigentes partidários.

Fui chamado a entregar o Titulo ‘CIDADÃO LULALDENSE” em homenagem às 50 famílias que participaram desde o inicio da ocupação. No momento da entrega do referido título aos moradores fui contagiado por uma emoção sem precedente.

Após fotos, abraços e reencontros constatamos que o tempo mudou, acumulou experiência, definiu espaços geográficos e políticos e a história da Vila até hoje é um farol a iluminar os que condenavam nossa luta e hoje nos defendem. Ao mesmo tempo um sinal de esperança e de encorajamento nos rumos da solução da luta por moradia.

Finalmente, os diretores entregaram ainda o título às pessoas que tem ajudado nas atividades cotidiana como o companheiro Anésio e Carlos Ricci. Além desses foi ainda emitido dois títulos ao companheiro Francisco Raimundo dos Santos – Chicão, que por apoiar a ocupação foi exonerado do cargo de subprefeito e para a companheira Angelica, que juntamente com o Taná estabeleceram e promoveram a lei do barbante na medição dos lotes igualitários para todos os ocupantes.

Dirigentes da entidade reafirmaram a intenção de luta tão presente na vida dos moradores, sinalizaram ainda que se a atual administração não viabilizar as melhorias necessárias, os moradores devem retomar os caminhos das lutas. Os dirigentes reivindicaram a regularização fundiária, guias, sarjetas e pavimentação asfáltica, além de iluminação pública.

Os alunos da vila que também foram homenageados pela professora da Secretaria de esporte, comentaram que é uma contradição não terem quadra para jogar, enquanto a quadra da Escola Maria Pires fica fechada aos finais de semanas e feriados.

Parabéns Vila LULALDO pela maioridade dos 21 anos de existência. A vila pertence a todos e todas, que nesses anos participaram, lutaram e defenderam a luta e a ocupação iniciada por um conjunto pequeno de moradores, que hoje conta com aproximadamente 300 famílias.

“...Caminhando e cantando e ensinando a lição...”.

Ocupar, construir e resistir é preciso!!!

Aldo Santos. Coordenador da Corrente política TLS, vereador em SBC (1989-2004), Presidente da Associação dos professores de Filosofia e Filósofos do Estado De São Paulo, Membro da Executiva Nacional do Psol. (15/12/2010)

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

ABAIXO O ASSÉDIO MORAL

CARTA ABERTA AO PROFESSORES



RESPOSTA À “NOTIFICAÇÃO” FEITA A MIM

PELA DIREÇÃO DA E.E. PROF. MANUEL CIRIDIÃO BUARQUE E OUTRAS REFLEXÕES



“A consciência tecnocrática apresenta uma visão a-histórica e despolitizada da administração escolar...A escola não é considerada como espaço de luta quanto a diferentes ordens de representação e configurações particulares de poder...mas fica reduzida à lógica estéril de gráficos e fluxos, à crescente separação entre professores e administradores e a uma tendência cada vez maior à burocratização”

(Henry Giroux, Escola crítica e política cultural, 1987, p. 13 – 16)

Eu, Francisco Paulo Greter, R. G. 9131862-2, professor efetivo desta escola, R.S. 4600447, 26 anos de magistério, venho responder à “Notificação” que a mim foi feita pela Diretora, em 07-10-10, advertindo-me para o fato de eu ter atrasado na entrega das notas do 3º bimestre do corrente ano e por supostas “constantes discussões” que tenho provocado. Sou acusado também de agir com descaso e descompromisso, o que é um juízo de valor subjetivo e injusto para com o meu trabalho. Não posso aceita-lo. Há uma grande distância entre um atraso na entrega de notas e ser um professor descompromissado e que age com descaso.

Realmente atrasei a entrega das notas. Mas devo lembrar que, na segunda-feira (04-10), estive doente e permaneci no pronto socorro o dia todo, conforme atestado entregue à Direção desta escola. De lá, avisei a secretaria que na tarde do dia seguinte resolveria a questão das notas. Na terça de manhã, quando dava aulas na UNIBAN, recebi telefonema da Diretora me interpelando de forma ríspida a entregar as notas. Ao chegar à escola naquela tarde fui tratado, pela Diretora, com muita pressão e tom de voz agressivo e intolerante.

Quanto às supostas discussões , faz muito tempo que tenho evitado polêmicas, a não ser as brincadeiras que fazemos com os amigos durante o cafezinho. Quase sinto saudades do tempo em que iniciei o magistério, 1983, em Vila Piauí, ainda tempos da ditadura militar, pois nem mesmo época éramos tão censurados. As posições ideológicas eram mais claras e as fronteiras mais nítidas. De lá para cá as coisas ficaram cinzentas, amareladas, difusas.

O pluralismo político e o direito à palavra (isegoria, na Grécia Clássica) são sagrados na democracia e o seu impedimento fere qualquer constituição moderna, inclusive a nossa: Art. 1º, parágrafo V e Art. 5º, parágrafos IV, VI e IX. Infelizmente alguns entendem a discussão de ideias, própria da democracia, como algo negativo, o que é um equívoco. Justamente devido a essa postura é que nós não conseguimos resolver alguns problemas crônicos aqui na E. E. Ciridião, como é o caso da indisciplina de alguns alunos, que dão trabalho o ano inteiro e quase nada acontece. Parece que há uma disposição inercial em não enfrentar os problemas, em evitar a todo custo qualquer conflito e a não se tomar nenhuma decisão mais séria. Qualquer tentativa de enfrentar o problema de frente é imediatamente entendida e reprimida como desestabilização da ordem, como tumulto. Continuamos autoritários, mas perdemos a autoridade que os educadores tinham no passado.

Da mesma forma se procede com o Grêmio, que nunca faz nada e, quando quer, é desencorajado com as velhas e preconceituosas frases: “eles não estão preparados”, “eles não sabem fazer”, “a Diretora não deixa”, etc. Pelo menos é o que os próprios alunos dizem ao serem interpelados pela sua inoperância. E todos nós criticamos os “políticos”! Por que nunca conseguimos que a E. E. Ciridião Buarque tenha um Grêmio Estudantil atuante? Será por isso que os alunos estão desmotivados e alienados e alguns até se dizem nazistas, anarquistas, etc.? Isto não afeta o rendimento dos alunos e consequentemente a avaliação da escola.

Se por um lado respira-se certo autoritarismo, por outro sentimos certa ausência de autoridade com relação aos alunos, característica do escolanovismo mal aplicado na educação brasileira, em que a autoridade pedagógica dos professores é diminuída e desrespeitada em nome do princípio: “O aluno é o centro do processo”. Ou pelo dogma do mercado neoliberal: “O cliente tem sempre razão”. Não temos mais alunos, não somos mais educadores, mas “clientes” e “fornecedores” no mercado da educação. Porém, é bom deixar claro que os defensores da “escola nova” (John Dewey, Anísio Teixeira...) nunca preconizaram a eliminação da autoridade dos educadores. Muito menos os seguidores da “pedagogia progressista” (Snyders, Vygotsky, Paulo Freire, Saviani, Severino, Luckesi, etc.), os quais afirmam a autoridade pedagógica do professor como fundamental no processo educativo. Mas como ter autoridade se não temos o devido apoio? Acredito que está aqui uma das causas da propalada “crise da educação brasileira”.

Voltando à questão da Notificação, é certo que a Direção tem o direito de advertir seus professores e funcionários com base na legislação. Todavia, considero muita indelicadeza, falta de respeito e até desumanidade a forma como fui tratado, estando doente. Tanto que estou fazendo vários exames novamente, pois os que fiz em julho estavam quase todos alterados. Ao informar a direção sobre isso, recebi como respostai: “Não quero nem saber!”, “Tire licença”, etc. Ora, não sou eu que tiro licença, mas os médicos é que a dão se necessário. Afinal, estamos numa instituição de ensino ou numa mina de carvão da Inglaterra do século XIX?

Outro fator que tem dificultado a entrega de notas com pontualidade e agora o seu lançamento no sistema (mais uma forma de uniformização dos processos avaliativos) é o fato de terem sido a mim atribuídas 18 turmas (!), para completar minha jornada obrigatória (básica), o que torna o meu trabalho cansativo e muito difícil de ser realizado, com o mínimo de qualidade, nos prazos estabelecidos. A situação ainda piora pelo fato de que metade de minhas classes terem somente UMA aula por semana. Qualquer imprevisto, como feriados, pontos facultativos, atrasa o cumprimento do programa e as avaliações. A não ser que inventasse notas, o que não me lembro de ter feito nos meus vinte e seis anos de magistério! Nesse ponto, fui sempre um péssimo aluno do famoso “jeitinho brasileiro”!

Esclareço também que, na semana anterior à entrega de notas, fui obrigado a interromper o filme que estava passando, pois vieram técnicos consertar o vídeo e ninguém da Direção avisou que viriam, embora soubessem, conforme fui informado depois. Como fechar as médias de algumas turmas se não haviam terminado de assistir o filme programado e a avaliação dependia disso?

Lembro que o Direito Romano já preconizava o seguinte: se o Estado não dá condições de o cidadão cumprir a lei, não pode obrigá-lo e nem puni-lo. Como é possível avaliar com o mínimo de qualidade mais de 600 alunos e entregar notas bimestralmente. E quem garante que as notas são o resultado fiel das avaliações feitas pelos professores? Como afirma Carlos C. Luckesi (Avaliação da aprendizagem Escola, 2002), transformar valores qualitativos em quantitativos distorce a avaliação, chegando-se a resultados falsos. Mas continuamos seguidores idólatras do “deus-nota”. A gente sabe que a menção matemática classificatória no final do processo de uma unidade de ensino é apenas uma das fases da avaliação, aliás, a mais frágil. Ocorre que, logo depois da dengue, vivemos uma autêntica epidemia avaliatória na educação brasileira. Medimos a febre do defunto para depois enterrá-lo.

Bem, essas indagações “filosóficas” não vêm ao caso, pois parece que o mais importante é cumprir o ritual burocrático e tecnicista imposto pela tecnoburocracia. É por isso que o ensino no Brasil está uma beleza! E ninguém sabe realmente por que a qualidade do ensino é baixa e todos se perdem em índices disso e daquilo para “explicar” e apontar os culpados: os professores, de preferência. Até a Xuxa, Jô Soares, Faustão e Gilberto Dimenstein sabem mais de educação do que nós! A grande mídia não repercute a nossa vós, nem a do nosso sindicato. Só o governo tem voz. E ainda falam em “liberdade de imprensa”! É revoltante perceber como esses “especialistas” julgam o nosso trabalho, principalmente na escola pública. Como disse um professor amigo meu, nós funcionários públicos somos tratados da mesma forma que o eram os cristãos no Coliseu romano. Só que eles acreditavam na recompensa de uma vida eterna, enquanto nós somos jogados às feras da desvalorização (danação) eterna dessa máquina neoliberal, despudorada e vampiresca.

Penso que a Progressão Continuada se converteu, principalmente no Estado de São Paulo, nos últimos quinze anos, em “aprovação automática” devido a essa grave distorção provocada pelos burocratas do sistema de ensino, seguidores fieis da cartilha de Rose Neubauer...E eles, como os fariseus no dizer de Jesus, “colocam pesados fardos nos ombros do povo, mas nem com um dedo ajudam a carregá-los”. E ainda culpam quase que tão somente os professores pelo fracasso da educação, o que é repercutido pela grande mídia que apoia o atual governo de nosso Estado: “Os professores não sabem dar aulas”; “Os professores faltam muito”; "tiram licença demais”, “Precisam mudar os métodos de ensino para motivar os alunos”, “O professor deve se estressar menos”, etc., como se dependesse só de nós ficarmos tensos ou não. Será que nós, professores do Ensino Médio, somos os únicos culpados pelo fato de nossos alunos chegarem a esse grau de ensino sem saber escrever, interpretar um texto ou uma simples equação?

Então, olho para os meus dezoito diários e exclamo: “Ah, mas que maravilha, como é gostoso passar o domingo inteiro corrigindo provas e preenchendo papeletas!” Ou quando nos defrontamos com aqueles alunos que perturbam as nossas aulas, gritam, não fazem nada, nos desrespeitam (uma minoria, é certo, mas que tem aumentado a cada dia) e dizemos eufóricos: “Como é belo e suave educar as novas gerações, o futuro de nossa nação!”. E depois de cinco anos sem reajuste salarial, podemos erguer nossas mãos para o céu e agradecer ao Senhor por nos haver presenteado com essa sublime missão, uma verdadeira cruzada para defender a “Terra Santa” da educação. Talvez fosse bom aplicar uma das regras do “toyotismo” na educação, fazendo com que os burocratas do sistema voltassem às salas de aula de tempos em tempos para sentirem na pele o que nós professores sentimos no dia a dia! Certamente eles estão deixando de “curtir” muitas alegrias e prazeres, o que certamente é injusto.

Para piorar, ainda vinculam a maior ou menor aprovação dos alunos ao bônus do magistério, premiando os “competentes” e punindo os “incompetentes”, com base nos princípios de uma meritocracia equivocada, a partir da duvidosa avaliação aplicada pelo SARESP, cujo gabarito da penúltima prova estava à disposição na internet, na véspera da aplicação, para quem quisesse ver. E todos os problemas constatados nesta última. Será que esse tipo de avaliação mede o que realmente os alunos sabem? Da mesma forma podemos questionar a prova aplicada pelo governo para avaliar os professores e dar o “aumento salarial” a somente 20% da categoria, o que constitui um reducionismo e flagrante ato inconstitucional do governo de São Paulo para com os trabalhadores da educação. Vamos então, em nome da isonomia, exigir a mesma provinha para todas as categorias profissionais, a começar pelo judiciário e pelos políticos do executivo e do legislativo. Certamente muitos seriam reprovados como analfabetos funcionais em gestão pública e sensibilidade humana, mas faríamos justiça ao Deputado Tiririca. O pior é que as coisas podem, sim, piorar.

Como diz Saviani, vivemos a onda de um “neo-tecnicismo”, cuja pílula é dourada com lindos conceitos expropriados de outras teorias, empastelados num discurso de “competências” e “habilidades”. Com certeza um discurso muito competente e habilidoso a fazer inveja ao melhor os sofistas da Grécia clássica, que foram os primeiros “professores” da história a cobrar para dar aulas, mas não usavam cartilhas! É, eles não eram bobos. E nós, seguimos Sócrates ou os sofistas?

Por tudo isso não concordo de forma nenhuma com os termos utilizados para comigo na Notificação – “descaso”, “descompromisso” – os quais revelam juízos de valor subjetivos, que considero moralmente injustos. Posso demonstrar que tenho desenvolvido um trabalho razoável com minhas 18 turmas de 1ª e 2ª séries, mesmo com a quantidade absurda de alunos. Chamo ainda a atenção para o fato de que a Filosofia não permite avaliações meramente objetivas feitas a partir de conteúdos específicos e observáveis, como é o caso da matemática e das ciências, mesmo as humanas. Aliás, como determinar o que é “objetivo”? O que é a “objetividade”? Isso dificulta, principalmente em Filosofia, a correção de trabalhos, provas, debates, etc. Nenhum aluno questiona a “objetividade” da Matemática ou das “Ciências Exatas”, que de tão exatas eles não as aprendem direito. Este foi o tema de minha dissertação de mestrado (FEUSP, 1997).

Só para ilustrar, lembro que possuo três vezes mais diários do que um professor de Português ou de Matemática e duas vezes mais do que professores de outras disciplinas! Gasto mais energia, mas meu salário é o mesmo. A mais-valia sobre a mão-de-obra dos professores de filosofia é muito mais! Agradecemos.

Penso que, assim como o bônus, cujos critérios para o seu recebimento diferenciado não sabemos direito, a “provinha” do governo serve principalmente para nos iludir e nos dividir, deixando descontentes e desmotivados aqueles que não recebem o “aumento”, pois se sentem discriminados e injustiçados. Mas temos um consolo diante da pressão, do desrespeito, da excessiva jornada de trabalho, do cansaço, pois deram ao nosso esgotamento um bonito nome em inglês: síndrome de “burn out”. Não é por acaso que 70% dos internados na ala de psiquiatria do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) são ou foram professores!

Assim podemos nos consumir sozinhos e (in) felizes no êxtase e no gozo de nosso sacrifício por essa missão tão difícil, mas tão “valorizada”: a de educador, raça em extinção, que a sociedade só irá valorizar de fato quando não existirmos mais. Liguem o “data show” para que os “amigos da escola” assistam o fantástico show da (des) educação!

“O que devo pretender não é a neutralidade da educação mas o respeito aos educandos, aos educadores e à educadoras...por parte da administração pública ou privada das escolas...É por isso que devo lutar pelo direito que tenho diante da situação em que o corpo das mulheres e dos homens vira puro objeto de espoliação e descaso.” (Paulo Freire, Pedagogia da autonomia, 1996, p. 111 – 112).



São Paulo, 20 de novembro de 2010.

Francisco Paulo Greter - Filosofia

No “Dia Nacional da Consciência Negra” – Viva Zumbi!



P.S.: Esta “resposta” fará parte do livro que pretendo publicar antes de minha aposentadoria, se não morrer de desgosto antes, com o seguinte título: “Diário de um professor revoltado – derradeiras lições no quadro negro da deseducação Brasileira”.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Semana da Consciência Negra.


Praticamente o mês de novembro é dedicado a reflexão da consciência negra, com releituras históricas, organização de eventos regionais, estaduais e nacional, bem como um mês que tomou conta do calendário escolar, haja vista os inúmeros trabalhos solicitados pelos educadores e prontamente realizado pelos alunos.

Mesmo diante desse empenho coletivo, ainda está longe o cumprimento da lei afro-descendente nos currículos escolares, numa espécie de boicote deliberado pelos governantes em todas as esferas do poder.

Na capital foi realizada no dia 20 de novembro a tradicional caminhada, que dentre outros pontos questionava a tentativa da FIESP em revogar a lei que criou o feriado municipal na capital.

Esse 20 de novembro, como os demais, ocorreu num ambiente de preconceito com os nordestinos e práticas homofóbicas na avenida Paulista e na parada gay do Rio de Janeiro. A intolerância tem sido uma marca presente na cultura brasileira e é merecedor de nosso combate sem trégua.

Em SBC, ocorreu a tradicional atividade na subsede da APEOESP SBC que contou com a presença de inúmeros educadores, alunos e atividades culturais, organizadas pelos professores e alunos da escola São Pedro, da professora Judite e contou mais uma vez com a presença da Congada do Ditinho do Parque São Bernardo.

O Psol realizou várias reuniões para organizar sua participação nas atividades, lideradas pelo Professor Odair da Comissão de Gênero e Etnia da Executiva do Partido. Como parte das atividades municipais, no período da manhã do dia do feriado, ocorreu a 2º “Águas de São Bernardo”, promovido pela Associação da Cultura e Cultos Afro-brasileiros de São Bernardo do Campo. Ocorreu uma importante passeata da Praça Lauro Gomes até a Igreja da Matriz, onde ocorreram as falas políticas e de representações de outros credos religiosos. No palanque das autoridades, estavam presentes o deputado federal Vicentinho, o secretário da Administração Municipal José Ferreira e inúmeras representações religiosas.

O Secretário José ferreira fez gestão com outros presentes do grupo afoxé, para que um representante do Psol estivesse no palanque das autoridades. Diante da insistência, compareci ao palanque e na fala do vereador José ferreira, fez questão de publicamente comunicar aos presentes que o “ Ex-vereador Aldo Santos teve e tem um papel importante no debate do movimento negro da cidade, pois foi o primeiro vereador que apresentou o projeto na câmara sobre o feriado municipal do dia da consciência negra, em homenagem a Zumbi dos Palmares na cidade, que foi boicotado por vários anos e graças a atual administração essa lei, hoje, é uma realidade”.



Após esse evento, fomos a atividade na Subsede, onde representei a corrente política TLS e na parte da tarde comparecemos a missa de sétimo dia em memória do professor Olimpio, na igreja do Assunção.

No domingo, compareci juntamente com o professor Cido na 4º festa da Consciência Negra, realizada no salão paroquial da igreja São Geraldo no Parque São Bernardo. Nessa atividade estavam presentes o Ditinho da Congada do Parque São Bernardo, a Mãe Graça do Botujuru, do bloco de carnaval afoxé, o Ketu, presidente do Sindicato dos servidores municipais de SBC, o Sampaio, o Adomair (histórica liderança do movimento negro na cidade e liderança do MNU), onde atualmente organiza a luta no Estado do Maranhão além da presença da companheira Neuza Borges, agente de cultura em São Bernardo do Campo.

Além dessas atividades, durante a semana ocorreram várias atividades nas escolas Vilma, Antonio Caputo, Célio Luiz Negrini, Mizuho e outras, graças aos esforços dos bravos educadores.

No dia 28, no período da manhã, na sede do Psol, o debate retoma seu caminho e a constatação de que precisamos nos organizar ainda mais, para exigir do poder público ações efetivas em relação à saúde da população negra, tirar das intenções e colocar no cotidiano dos educandos a filosofia, a história, e a cultura afro-descendente, exigir das faculdades públicas e autárquicas a implantação das cotas, haja vista que em São Bernardo do Campo, na Faculdade de Direito, esse debate na prática inexiste.

Ainda como condição para o avanço das demandas e reparo históricos, devemos avançar na elaboração de um novo estatuto da igualdade racial. Dentre outros pontos, constatamos que é urgente organizarmos inúmeros Quilombos Socialistas, fruto da cultura de resistência dos nossos ancestrais e modelo para os nossos contemporâneos.

Fica aqui um convite para uma reunião o dia 12/12/2010 às 10 horas na Rua Príncipe Humberto 491, a partir das 9 horas, onde pretendemos fazer uma avaliação das atividades realizadas esse ano e novas perspectivas para 2011.



Por um Quilombo Socialista urgente!!!



Aldo Santos, Professor de Filosofia  nas unidades Escolares, Vilma e Pedra de Carvalho,Ex-vereador SBC, Coordenador da corrente Política TLS, Presidente da Associação dos Professores de Filosofia e Filósofos do Estado de São Paulo, membro da executiva Nacional do Psol (29/11/2010)
Plínio de Arruda Sampaio  e Aldo Santos participam de Atividades em  SBCampo.




Para contribuir com as reflexões da juventude e a apresentação de seu mais recente livro, neste sábado dia 11 de dezembro de 2010, o ex-candidato a presidência da república Plínio de Arruda Sampaio estará às 15 horas na Subsede da APEOESP – SBC, (Avenida Prestes Maia, 233, centro SBC.)

Venha debater e ouvir os últimos acontecimentos da conjuntura política nacional, internacional e os Rumos do Partido daqui pra frente.No período da manha no mesmo local, o Companheiro Aldo Santos também contribuirá com o debate sobre a importância dos movimentos sociais.

Presença confirmada de lideranças da região.

Convidamos os filiados do Partido, bem como todas as pessoas interessadas em conhecer suas idéias e propostas.



Esse debate é promovido pelas lideranças da Umes SBC.