domingo, 20 de fevereiro de 2011

Começa mal o ano letivo.


O ano letivo começa com os velhos problemas na educação pública do Estado de São Paulo.

No retorno das férias, todos os anos os educadores do Estado são vilipendiados pelos agentes do governo, com medidas que vão desde o assédio moral à atribuição de aulas, passa pelas manobras das comissões paralelas instituídas pelo governo, como se não soubesse qual é o nosso problema e as nossas necessidades, uma vez que o governo Alckmin já não é um neófito na política e na gestão do governo em São Paulo. Acrescentando-se a esses problemas, as suspeitas reformas que ocorreram e ocorrem em várias unidades escolares do nosso estado.

Uma novidade este ano são as reformas de fachada que são realizadas com o dinheiro público e, em seguida, tudo continua como antes, precarizado e sem a solução, objeto que motivou a realização da mesma. Vejamos: há algum tempo ocorreu a reforma na Diretoria de Ensino SBC, mas, para a nosso espanto, na sala da supervisão a mais de 15 dias “pinga lá fora e chove lá dentro”.

Se na administração Central da região isso vem ocorrendo, imagine o que poderá estar acontecendo nas outras unidades do estado. Na escola Pedra de Carvalho que em dois anos fechou aproximadamente 19 salas e tudo continua como se isso fosse natural do ponto de vista administrativo dos governantes, ainda padece com a falta de internet a cerca de um mês, comprometendo a vida funcional dos trabalhadores vinculados a essa unidade, bem como as demandas locais e regulares que são prejudicadas. Segundo fontes oficiosas, isso está ocorrendo também em outras unidades escolares no município.

No início do ano letivo na escola Pedra, os alunos colocaram os carros nas imediações da escola, e enquanto estudavam vários alunos tiveram seus carros danificados e até furtados por conta da escuridão nas proximidades e entrada da escola. Segundo informações que obtivemos no local, desde a reforma passada, aproximadamente um ano, foram colocadas as lâmpadas na rampa de acesso, no pátio e estacionamento, porém, quando as mesmas são ligadas, ocorre um curto-circuito na instalação interna, impedindo assim que as mesmas sejam ligadas. Desde a reforma, até hoje, isso não foi arrumado.

Agora está ocorrendo outra reforma e o básico não é concertado. Este é um exemplo que certamente não é um caso isolado no Estado. Como podemos observar o dinheiro público, parece que não tem dono e nem valor.

Entendo que o governo do Estado deveria abrir uma sindicância para apurar essas irregularidades, rever contratos e punir eventuais responsáveis pelos desmandos constatados.

A comunidade deverá acompanhar essas obras, bem como os agentes públicos não deveriam recebê-las até que ficassem definitivamente prontas. Essa equipe que cuida de obra realizada com o dinheiro público deveria ser investigada, seus dirigentes ou funcionários afastados, pelo grau de incompetência que demonstram com a qualidade das obras realizadas.

A APEOESP SBC, na gestão passada tinha uma comissão de acompanhamento dos gastos das verbas públicas, onde recebiam denúncias ou indícios de desvios do dinheiro público. É urgente a retomada dessa comissão, em nível estadual para que possamos como cidadãos, evitar que o dinheiro público vá para o ralo das terceirizadas, dos desvios, desmandos e corrupção.

Fazemos um chamado à comunidade para que entendamos de uma vez por todas que a escola é da comunidade e que, portanto, os verdadeiros donos dela são os trabalhadores que contribuem com seus impostos, para essa farra pública patrocinada pelos órgãos incompetentes do estado.

Exigimos que o governo Alckmin, assegure as condições de trabalho nas escolas e nas repartições que estão comprometidas por falta de verdadeiras reformas e manutenção permanente. É oportuno que o ministério público, também entre na parada, pois os interesses dos alunos estão sendo prejudicados com esse conjunto de problemas que circundam o interior e no entorno de uma instituição, que deveria zelar pelo cumprimento dos direitos estudantis garantidos pela legislação vigente e não ao contrário como estamos constatando.



Transparência com as verbas públicas é preciso.



Aldo Santos: Professor de Filosofia nas unidades escolares, Pedra de Carvalho, Maria Auxiliadora, Jacob Casseb, Coordenador da Corrente política TLS, Presidente da Associação dos professores de filosofia e filósofos do Estado de São Paulo, Membro da Executiva Nacional do Psol. (17/02/2011).

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