segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O comandante da sigla no Estado adianta que Aldo, Ricardo e Horácio são os nomes para as eleições de 2012.

‘Não temos unidade absoluta', diz Plínio


Havolene Valinhos

Do Diário do Grande ABC

domingo, 6 de fevereiro de 2011 7:14 [Atualizada]

O Psol conseguiu eleger nos últimos pleitos dois senadores e reeleger por São Paulo um deputado federal e outro estadual. Número irrisório se comparado com siglas tradicionais como PT e PSDB. Contudo, para os integrantes o número cheira a vitória. De outro lado, uma disputa interna apontada pelo ex-presidenciável pela legenda Plínio de Arruda Sampaio, demonstra claramente que o atual cenário pode ser sinal de desgaste advindo de desentendimentos internos. "Não temos unidade absoluta", revelou.

Plínio explica que a sigla sofre com crise interna. De um lado, um grupo tende a aproximar-se do PT, partido do qual o Psol se originou com a saída de dissidentes. Do outro, existe ala da qual Plínio faz parte. "De ruptura capitalista."

Entretanto, o socialista diz ter grande esperança de reverter a situação. "Estamos lutando para unificar o Psol e muito animados com a repercussão que tivemos na eleição." Após a campanha ele ainda lida diariamente com o gosto da popularidade por meio de redes sociais como o Twitter, que hoje - diz orgulhoso - conta com 68 mil seguidores.

O cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política, Rui Tavares Maluf, acredita que pelo Psol ser um desmembramento do PT, o partido "ocupará sempre espaço menor que o PT." Maluf afirma que o Psol terá chances viáveis de se consolidar caso não deixe suas raízes. "O PT foi crescendo à medida que ocupou espaços à esquerda e à direita e ficou mais ao centro."

O professor analisa que o Psol tem como bandeira o discurso ético, mas não tem deixado claro ao eleitorado seus projetos de governo. "O Psol não se acha numa situação de futuro tão tranquila assim. Ele pode crescer sobre pequenos agrupamentos de esquerda e conquistar esse espaço", reiterando que conseguir o poder seria algo distante de ser concretizado.

NO GRANDE ABC

Na região, os resultados não têm sido os melhores para o Psol, haja vista que nas eleições de 2008 e 2010 o partido não conseguiu fazer cadeira. Em Santo André, Ricardo Alvarez disputou a Prefeitura e, no ano passado, a Câmara dos Deputados, sem vitórias.

Aldo Santos tentou o Paço de São Bernardo e em 2010, disputou para vice-governador do Estado. Contudo, sua candidatura foi indeferida com base na Lei da Ficha Limpa.

O processo contra ele ocorre pelo uso de carro oficial da Câmara durante invasão do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) ao terreno da Volkswagen, em 2003.

Horácio Neto concorreu ao Executivo de São Caetano e não descarta lutar pela vaga mais uma vez no próximo ano. "Posso sair até como vereador", afirmou.

O presidente estadual do Psol, Miguel Carvalho, reitera discurso dos correligionários. "Estamos consolidando o crescimento do partido."

O comandante da sigla no Estado adianta que Aldo, Ricardo e Horácio são os nomes para as eleições de 2012. "A diferença de 2008 é que teremos mais facilidade para compor chapa completa de vereadores. Acredito que vamos conseguir vitórias." Ele não descartou alianças com PCB e PSTU. No caso do PT, apontou que será mais fácil fechar com a sigla fora da região.



Heloísa Helena deixou presidência e sinalizou racha



Heloísa Helena perdeu as eleições ao Senado em outubro e junto deixou a presidência nacional do Psol. Na ocasião, a socialista alegou falta de identidade com algumas posições do partido.

Outro ponto decisivo declarado na carta de desligamento foi que Heloísa era contra o apoio do Psol à candidata petista Dilma Rousseff à Presidência. No momento, Heloísa exerce mandato de vereadora em Maceió, Alagoas. Outro impasse é que o Psol resolveu lançar Plínio de Arruda Sampaio à Presidência, eliminando a chance de apoio à Marina Silva (PV).

Mas entre as lideranças do Psol ouvidas pelo Diário é unânime a torcida para que Heloísa volte à direção do partido. Plínio, inclusive, afirmou que procurou a socialista, mas sem sucesso. "Foi uma atitude pessoal, infeliz, não tinha sentido. Ela ficou sozinha, isolada. Não quis reconhecer que ganhei na base do partido", concluiu.

Procurada, Heloísa Helena não foi localizada

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