terça-feira, 31 de maio de 2011

Na Filosofia passei a refletir mais sobre tudo o que está em minha volta...

Na Filosofia passei a Refletir mais sobre tudo o que está em minha volta, passei a prestar mais atenção nas coisas que eu vejo.

Cheguei até a dialogar com meus pais sobre a Filosofia, perguntei para eles se eles reparam em tudo que escrevem , lêm , e etc.

Passei  a ouvir mais os professores, principalmente o professor de Filosofia, até porque é uma das matérias que eu realmente gostei , e porque tive a oportunidade de pesquisar sobre alguns deles.

Penso que Filosofia é a busca do conhecimento, assim como voçê pesquisa algo , quanto mais profundo for, sempre haverá uma nova descoberta , então foi isso que a Filosofia me chamou mais atenção, pela "Busca do Conhecimento".

Erick Jean Braga Série:1°C

E.E.Prof. Jacob Casseb,

Professor Aldo Santos

Na Filosofia passei a Refletir mais sobre tudo em que está há minha volta...

Na Filosofia passei a Refletir mais sobre tudo em que está há minha volta, passei a prestar mais atenção nas coisas que eu vejo.


Cheguei até a dialogar com meus pais mesmos sobre a Filosofia, perguntei para eles se eles reparam em tudo que escrevem , ler , e etc.

Passei ouvir mais os professores, principalmente o professor de Filosofia, até porque é uma das matérias que eu realmente gostei , e porque tive a oportunidade de pesquisar sobre alguns deles.

Penso que Filosofia é a busca do conhecimento, assim como voçê pesquisa algo , quanto mais profundo for, sempre haverá uma nova descoberta , então foi isso que a Filosofia me chamou mais atenção, pela "Busca do Conhecimento".



Erick Jean Braga Série:1°C
E.E.Prof. Jacob Casseb,
Professor Aldo Santos

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Secretaria da Educação CONVOCA os candidatos aprovados e classificados até o momento no concurso em epígrafe, para as sessões de escolha de vagas, a serem realizadas em dias, hora e locais, adiante mencionados e baixa instruções aos candidatos.

Confira aqui sua Classificação



DEPARTAMENTO DE RECURSOS HUMANOS CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO DE CARGOS DE PROFESSOR EDUCAÇÃO BÁSICA II



O Diretor do Departamento de Recursos Humanos da Secretaria de Estado da Educação, nos termos do Inciso XIII, item 15 das Instruções Especiais SE 01/2009, disciplinadoras do concurso em questão, CONVOCA os candidatos aprovados e classificados até o momento no concurso em epígrafe, para as sessões de escolha de vagas, a serem realizadas em dias, hora e locais, adiante mencionados e baixa instruções aos candidatos.

A escolha de vaga faz parte do processo seletivo e somente os que assim procederem continuarão no certame e já ficam convocados para a 3ª etapa do concurso – Curso de Formação, nos termos do Regulamento específico.



I. INSTRUÇÕES GERAIS



1. A chamada para escolha de vagas obedecerá, rigorosamente, a ordem de Classificação Final, Lista Geral e Lista Especial, por disciplina, em nível de Regional – 1ª Região – COGSP e 2ª Região – CEI, publicada no DOE de 26/062010 – Suplemento.

2. O candidato convocado deverá comparecer munido de DOCUMENTO DE IDENTIDADE – RG e do CADASTRO DE PESSOAS FÍSICAS – CPF ou se fazer representar por procurador, legalmente constituído, portanto xerocópia dos documentos mencionados.

3. Assinada a ficha de escolha de vaga pelo candidato ou seu procurador, não será permitida, em hipótese alguma, desistência ou troca da vaga escolhida, sob qualquer pretexto.

4. O candidato deverá fornecer, obrigatoriamente, e-mail pessoal a ser utilizado para recebimento de informações.

5. Não haverá nova oportunidade de escolha de vaga ao candidato retardatário ou ao que não atender à chamada no dia, hora e local determinados, sendo eliminado definitivamente do concurso.

6. Critérios para escolha de vagas aos candidatos portadores de deficiência, classificados na Lista Especial:

6.1 serão reservados 5% dos cargos vagos existentes para os candidatos classificados na Lista Especial, considerando-se para cada fração igual ou superior a cinco décimos, o inteiro subseqüente;

6.2 quando o número de candidatos classificados na Lista Especial não for suficiente para prover os cargos reservados, os cargos restantes serão revertidos para os candidatos classificados na Lista Geral;

6.3 o candidato portador de deficiência concorrerá na Lista Geral e na Lista Especial de acordo com a classificação nelas obtida, na seguinte conformidade:

6.3.1 o candidato que for atendido na Lista Geral fica excluído da Lista Especial e vice-versa;

6.3.2 o candidato que não comparecer ou desistir da escolha de vaga na Lista Especial, terá seus direitos exauridos na Lista Especial, concorrendo, apenas, na Lista Geral.

7. De acordo com o artigo 5º do Decreto 55.078/09, no momento de escolha de vaga, o candidato poderá optar por qualquer jornada de trabalho docente: 10/ 20/ 25 ou 33 horas/ aula, conforme a disponibilidade de vagas e correspondentes cargas horárias e turnos de funcionamento disponíveis na unidade escolar do ingresso, exceto o candidato de Educação Especial que escolherá 1 (uma) classe, em Jornada Básica de Trabalho Docente.

8. A relação de aulas disponíveis para o ingresso será publicada no Diário Oficial do Estado de 31/06/2011 – Suplemento e estará disponível no site da Educação: http://www.educacao.sp.gov.br/.

9. Conforme determina o § 4º do artigo 7º da Lei Complementar 1.094/09, “serão considerados aprovados no concurso, para fins de nomeação, conforme as vagas escolhidas, os candidatos que concluírem com êxito a terceira etapa, de acordo com o resultado de prova a ser realizada ao término do curso de formação”.

10. O candidato que escolher vaga deverá acessar o sistema GDAE, no site da Educação: “www.educacao.sp..gov.br”, para efetuar o cadastro da conta corrente pessoal – Banco do Brasil, para validação da Secretaria da Fazenda, para fins do crédito de bolsa de estudo, de acordo com a LC 1094/2009, oportunamente.

11. O Certificado de Aprovação em Concurso será concedido aos candidatos aprovados e que efetuarem, com êxito, o Curso de Formação.

12. Deverá ser publicado oportunamente Edital de Convocação Complementar a este, dando-se continuidade à convocação para escolha de vagas.

II. LOCAIS DE ESCOLHA

1 – LOCAL 1: AUDITÓRIO DA SECRETARIA DA EDUCAÇÃO - CASA CAETANO DE CAMPOS – Praça da República nº 53 – Centro - São Paulo (entrada pela Av São Luiz – Portão 4)

REGIÃO / DISCIPLINAS:

Região 1 – História

Região 1 – Filosofia

Região 1 e 2 – Educação Especial: Deficiência Auditiva

Região 1 e 2 – Educação Especial: Deficiência Física

Região 2 – Educação Especial: Deficiência Mental

Região 1 e 2 – Educação Especial: Deficiência Visual

2 – LOCAL 2: AUDITÓRIO DA EE SÃO PAULO – Rua da Figueira, 500 – Bairro Brás – São Paulo (metrô Pedro II)

REGIÃO / DISCIPLINAS:

Região 1 – Geografia

Região 2 – Filosofia

Região 1 – Língua Portuguesa

3 – LOCAL 3 : AUDITÓRIO DA EE ZULEIKA DE BARROS MARTINS FERREIRA – Rua Padre Chico, 420 – Bairro Pompéia – Capital

REGIÃO / DISCIPLINAS:

Região 1 – Ciências Físicas e Biológicas

Região 1 – Educação Física

4- LOCAL 4 – AUDITÓRIO CENTRO DO PROFESSORADO PAULISTA – CPP – Av. Liberdade, 928 – Bairro Liberdade – Capital - (Metrô São Joaquim)

REGIÃO / DISCIPLINAS:

Região 1 – Biologia

Região 1 e 2 – Química

Região 2 – Matemática



III. ESCOLHA DE VAGAS

1 – LOCAL 1 : AUDITÓRIO DA SECRETARIA DA EDUCAÇÃO - CASA CAETANO DE CAMPOS – Praça da República nº 53 – Centro - São Paulo (entrada pela Avenida São Luiz – Portão 4)

1.1 QUADRO DE CHAMADA

Disciplina – Região – Dia – Horário – N.º dos candidatos convocados

HISTÓRIA

Região 1 – COGSP (Capital e Grande São Paulo)

06/06/2011 – 8:30h – Lista Geral – 519 ao 1050

07/06/2011 – 8:30h – Lista Geral – 1051 ao 1550

08/06/2011 – 8:30h – Lista Geral – 1551 ao 2050

FILOSOFIA

1ª Região – COGSP (Capital e Grande São Paulo)

22/06/2011 – 8:30h – Lista Geral – 369 ao 923

EDUCAÇÃO ESPECIAL

DEFICIÊNCIA AUDITIVA

Região 1 – COGSP (Capital e Grande São Paulo)

15/06/2011 – 8:30h – Lista Geral – 28 ao 96

Região 2 – CEI (Interior)

15/06 – 8:30h – Lista Geral – 49 ao 135

DEFICIÊNCIA FÍSICA

1ª Região – COGSP (Capital e Grande São Paulo)

15/06/2011 -8:30h – Lista Geral – 07 ao 25

2ª Região – CEI (Interior)

15/06 – 8:30h – Lista Geral – 03 ao 05

DEFICIÊNCIA MENTAL

Região 2 – CEI (Interior)

15/06/2011 – 8:30h – Lista Geral – 165 ao 251

DEFICIÊNCIA VISUAL

1ª Região – COGSP (Capital e Grande São Paulo)

15/06/2011 – 8:30h – Lista Geral – 18 ao 38

2ª Região – CEI (Interior)

15/06/2011 – 8:30h – Lista Geral – 25 ao 59

15/06/2011 – 8:30h – Lista Geral – 05, 06, 07 , 8 , 9

2 – LOCAL 2 : AUDITÓRIO DA EE SÃO PAULO – Rua da Figueira, 500 – Bairro Brás – São Paulo (metrô Pedro II)

REGIÃO / DISCIPLINAS:

2.1 QUADRO DE CHAMADA

Disciplina – Região – Dia – Horário – N.º dos candidatos convocados

GEOGRAFIA

Região 1 – COGSP (Capital e Grande São Paulo)

06/06/2011 -8:30h – 726 ao 1477

FILOSOFIA

2ª Região – CEI (Interior)

7/06/2011 – 8:00h – Lista Geral – 292 ao 991

LINGUA PORTUGUESA

1ª Região – COGSP (Capital e Grande São Paulo)

08/06/2011 – 8:30h – Lista Geral – 1018 ao 1694

09/06/2011 – 8:30h – Lista Geral – 1695 ao 2371

10/06/2011 – 8:30h – Lista Geral – 2372 ao 3021

13/06/2011 – 8:30h – Lista Geral – 3022 ao 3671





3 – LOCAL 3 : AUDITÓRIO DA EE ZULEIKA DE BARROS MARTINS FERREIRA – Rua Padre Chico, 420 – Bairro Pompéia – Capital

3.1 QUADRO DE CHAMADA

Disciplina – Região – Dia – Horário – N.º dos candidatos convocados

CIÊNCIAS FÍSICAS E BIOLÓGICAS

Região 1 – COGSP (Capital e Grande São Paulo)

06/06/2011 – 8:30h – Lista Geral – 620 ao 1180

07/06/2011 – 8:30h – Lista Geral – 1181 ao 1740





EDUCAÇÃO FÍSICA

Região 1 – COGSP (Capital e Grande São Paulo)

08/06/2011 – 8:30h – Lista Geral – 697 ao 1216

09/06/2011 – 8:30h – Lista Geral – 1217 ao 1736

10/06/2011 – 8:30h – Lista Geral – 1737 ao 2256

4 – LOCAL 4 : AUDITÓRIO DO CPP – Centro do Professorado Paulista – Av. Liberdade, 928 – Liberdade – São Paulo (metrô São Joaquim)

4.1 QUADRO DE CHAMADA

Disciplina – Região – Dia – Horário – N.º dos candidatos convocados

BIOLOGIA

Região 1 – COGSP (Capital e Grande São Paulo)

06/06/ 2011 – 8:30h – Lista Geral – 460 ao 984

QUÍMICA

Região 1 – COGSP (Capital e Grande São Paulo)

07/06/2011 – 8:30h – Lista Geral – 401 ao 809

Região 2 – CEI (Interior)

08/06/2011 – 8:30h – Lista Geral – 365 ao 856

09/06/2011 – 8:30h – Lista Geral – 857 ao 1257

MATEMÁTICA

Região 2 – CEI (Interior)

10/ 06/2011 – 8:30h – Lista Geral – 1627 ao 2003

domingo, 29 de maio de 2011

Mãe critica o caderno do aluno

Comunidade escolar do Domingos Peixoto se reúne em busca de  melhorias .


Por ocasião do processo eleitoral que ocorrerá no dia 9 de junho de 2011, estamos intensificando as visitas nas unidades escolares do nosso município.

Em contato direto com os professores, os problemas existentes são comuns a todas as escolas do Estado de São Paulo: falta de funcionários, falta de professores, falta até cafezinho para os mesmos tomarem nos intervalos, falta de perspectiva, falta de informações precisas por parte do sindicato, falta de salário, falta de liberdade de cátedra e falta de democracia etc.

Na escola Domingos Peixoto no Grande Alvarenga, fomos convidados por membros da comunidade para participarmos de uma reunião com a supervisora, diretora, vice, coordenadora pedagógica, um professor da unidade escolar e um assessor do Deputado estadual do Psol Carlos Gianazzi, para tratar da má gestão do Governo do Estado.

Vários temas foram levantados pelos pais e estudantes em relação à violência no interior da escola e até sobre a metodologia utilizada por um professor na aula de Química.

Uma mãe solicitou: Policiamento em frente à escola; Monitoramento via câmeras; Funcionários para a escola.

A supervisora da referida escola mencionou o papel da força tarefa e sua parceria com a diretoria de ensino e outros órgãos da administração municipal.

Outra mãe (Dona Geralda), desabafou, pedindo que a escola voltasse a funcionar como era antes, pois era motivo de orgulho para seus filhos que hoje estão estudando nas boas universidades do país. Ela criticou fortemente os cadernos do aluno, pois segunda a mãe falta conteúdo, consistência e referência bibliográfica para os alunos e pais que auxiliam os filhos nas lições de casa. Sugeriu um amplo debate sobre a situação da educação no Brasil, pedindo para que a diretora se apresentasse nas salas, contribuindo assim com a melhoria na dinâmica interna das unidades escolares. Disse ainda que os alunos não estão aprendendo nada.

Ao responder as inúmeras críticas, inclusive sobre os enlatados da merenda escolar, a supervisora disse que a merenda vai voltar a ser terceirizada pelo atual governo.

A diretora disse das dificuldades existentes com o atendimento de aproximadamente três mil alunos na unidade escolar, porém, justificou e disse que está fazendo sua parte dentro dos limites de sua possibilidade.

O aluno Joaquim discorreu sobre o que vem ocorrendo na escola, atribuiu em grande parte a falta de administração da unidade escolar e fez referência a um professor, já mencionado em reunião anterior. Segundo ele os alunos vêm desaprendendo e algo precisa ser feito urgentemente para a melhoria da escola.

Pedi a palavra, contextualizei o problema da educação no estado, chamei a atenção para o nosso inimigo maior e para que foquemos e busquemos a unidade entre educadores, educandos e a comunidade escolar para exigir do governo as melhorias necessárias para a escola pública. Disse também que é urgente a construção de uma nova escola estadual nas imediações do parque dos Químicos, para melhorar a qualidade no atendimento e atenuar o sofrimento dos alunos que estudam distantes de suas casas.

Ao final foi marcada uma nova reunião para o dia 22 de Junho, para dar continuidade ao debate e a cobrança dos pontos levantados na presente reunião.

Freqüentemente tenho denunciado as precárias condições de trabalho a que são submetidos os alunos, professores e trabalhadores da educação no Estado de São Paulo; laboratório dos tucanos das políticas educacionais no Brasil.

Entendo que as melhorias ocorrerão a partir das condições efetivas com os investimentos na educação elevando o PIB para 10%, pois, caso contrário, o governo continuará sucateando a educação para justificar em última análise a privatização das escolas públicas, movimento este que ele já vem acenando em recentes projetos que alteram a denominação da gestão nas unidades escolares.

De qualquer forma essa iniciativa é positiva e necessária diante do descaso do governo em relação à educação pública no Estado de São Paulo.

Reagir com unidade é preciso!!!

Aldo Santos - Professor das unidades escolares: Pedra de Carvalho, Maria Auxiliadora, Jacob Casseb, membro da executiva da Apaoesp-sbc, da Executiva do Psol da Cidade e membro da Executiva Nacional do Psol.

Postado por Aldo Santos

sábado, 28 de maio de 2011

merenda vai voltar a ser terceirizada pelo atual governo.

Comunidade escolar do Domingos Peixoto se reúne em buscar melhorias .

Por ocasião do processo eleitoral que ocorrerá no dia 9 de junho de 2011, estamos intensificando as visitas nas unidades escolares do nosso município.

Em contato direto com os professores, os problemas existentes são comuns a todas as escolas do Estado de São Paulo: falta de funcionários, falta de professores, falta até cafezinho para os mesmos tomarem nos intervalos, falta de perspectiva, falta de informações precisas por parte do sindicato, falta de salário, falta de liberdade de cátedra e falta de democracia etc.

Na escola Domingos Peixoto no Grande Alvarenga, fomos convidados por membros da comunidade para participarmos de uma reunião com a supervisora, diretora, vice, coordenadora pedagógica, um professor da unidade escolar e um assessor do Deputado estadual do Psol Carlos Gianazzi, para tratar da má gestão do Governo do Estado.

Vários temas foram levantados pelos pais e estudantes em relação à violência no interior da escola e até sobre a metodologia utilizada por um professor na aula de Química.

Uma mãe solicitou: Policiamento em frente à escola; Monitoramento via câmeras; Funcionários para a escola.

A supervisora da referida escola mencionou o papel da força tarefa e sua parceria com a diretoria de ensino e outros órgãos da administração municipal.

Outra mãe (Dona Geralda), desabafou, pedindo que a escola voltasse a funcionar como era antes, pois era motivo de orgulho para seus filhos que hoje estão estudando nas boas universidades do país. Ela criticou fortemente os cadernos do aluno, pois segunda a mãe falta conteúdo, consistência e referência bibliográfica para os alunos e pais que auxiliam os filhos nas lições de casa. Sugeriu um amplo debate sobre a situação da educação no Brasil, pedindo para que a diretora se apresentasse nas salas, contribuindo assim com a melhoria na dinâmica interna das unidades escolares. Disse ainda que os alunos não estão aprendendo nada.

Ao responder as inúmeras críticas, inclusive sobre os enlatados da merenda escolar, a supervisora disse que a merenda vai voltar a ser terceirizada pelo atual governo.

A diretora disse das dificuldades existentes com o atendimento de aproximadamente três mil alunos na unidade escolar, porém, justificou e disse que está fazendo sua parte dentro dos limites de sua possibilidade.

O aluno Joaquim discorreu sobre o que vem ocorrendo na escola, atribuiu em grande parte a falta de administração da unidade escolar e fez referência a um professor, já mencionado em reunião anterior. Segundo ele os alunos vêm desaprendendo e algo precisa ser feito urgentemente para a melhoria da escola.

Pedi a palavra, contextualizei o problema da educação no estado, chamei a atenção para o nosso inimigo maior e para que foquemos e busquemos a unidade entre educadores, educandos e a comunidade escolar para exigir do governo as melhorias necessárias para a escola pública. Disse também que é urgente a construção de uma nova escola estadual nas imediações do parque dos Químicos, para melhorar a qualidade no atendimento e atenuar o sofrimento dos alunos que estudam distantes de suas casas.

Ao final foi marcada uma nova reunião para o dia 22 de Junho, para dar continuidade ao debate e a cobrança dos pontos levantados na presente reunião.

Freqüentemente tenho denunciado as precárias condições de trabalho a que são submetidos os alunos, professores e trabalhadores da educação no Estado de São Paulo; laboratório dos tucanos das políticas educacionais no Brasil.

Entendo que as melhorias ocorrerão a partir das condições efetivas com os investimentos na educação elevando o PIB para 10%, pois, caso contrário, o governo continuará sucateando a educação para justificar em última análise a privatização das escolas públicas, movimento este que ele já vem acenando em recentes projetos que alteram a denominação da gestão nas unidades escolares.

De qualquer forma essa iniciativa é positiva e necessária diante do descaso do governo em relação à educação pública no Estado de São Paulo.

Reagir com unidade é preciso!!!

Aldo Santos - Professor das unidades escolares: Pedra de Carvalho, Maria Auxiliadora, Jacob Casseb, membro da executiva da Apaoesp-sbc, da Executiva do Psol da Cidade e membro da Executiva Nacional do Psol.

A vida é uma reflexão.

A vida é uma reflexão.


Na sala de aula aprendi que nossa vida literalmente é uma filosofia.

Quando paramos para dialogar, já estamos filosofando, ou até mesmo quando ouvimos, escrevemos e lemos, praticamos a filosofia á todo instante de nossas vidas. A filosofia está presente em nosso cotidiano.

A vida é uma reflexão, tudo que iremos praticar, antes geramos um momento para refletirmos, pois refletir faz com que o que iremos realizar não saia errado. Refletir é um ato necessário para nós seres humanos.

Filosofia não é apenas isso, é política, religião e assim sucessivamente. Aprendi que a filosofia faz parte de nós, que é necessária para nossa sobrevivência.



Sou a Gabriela do 1° ano E

Escola Maria Auxiliadora

Professor Aldo Santos

Quem quer ser professor?

Quem quer ser professor?


27 de Maio de 2011
• Ricardo • Arquivado sob Geral

Baixos salários, desvalorização e falta de plano de carreira afastam as novas gerações da profissão docente. Mas há quem não desista.

Tory Oliveira



Você é louca!” “É tão inteligente, sempre gostou de estudar, por que desperdiçar tudo com essa carreira?” Ligia Reis (foto a dir.), de 23 anos, ouviu essas e outras exclamações quando decidiu prestar vestibular para Letras, alimentada pela ideia de se tornar professora na Educação Básica. Nas conversas com colegas mais velhos de estágio, no curso de História, Isaías de Carvalho, de 29 anos, também era recebido com comentários jocosos. “Vai ser professor? Que coragem!” Estudante de um colégio de classe média alta em São Paulo, Ana Sordi (foto a esq.), de 18 anos, foi a única estudante de seu ano a prestar vestibular para Pedagogia. E também ouviu: “Você vai ser pobre, não vai ter dinheiro”. Apesar das críticas, conselhos e reclamações, Ligia, Isaías e Ana não desistiram. No quinto ano de Letras na USP, Ligia hoje trabalha como professora substituta em uma escola pública de São Paulo. Formado em História pela Unesp e no quarto ano de Pedagogia, Isaías é professor na rede estadual na cidade de São Paulo. No segundo ano de Pedagogia na USP, Ana acompanha duas vezes por semana os alunos do segundo ano na Escola Viva.

Quando os três falam da profissão, é com entusiasmo. Pelo que indicam as estatísticas, Ligia, Isaías e Ana fazem parte de uma minoria. Historicamente pressionados por salários baixos, condições adversas de trabalho e sem um plano de carreira efetivo, cursos de Pedagogia e Licenciatura – como Português ou Matemática – são cada vez menos procurados por jovens recém-saídos do Ensino Médio. Em sete anos, nos cursos de formação em Educação Básica, o núsmero de matriculados caiu 58%, ao passar de 101.276 para 42.441.

Atrair novas gerações para a carreira de professor está se firmando como um dos maiores desafios a ser enfrentado pela Educação no Brasil. Não por acaso, a valorização do educador é uma das principais metas do novo Plano Nacional de Educação. Uma olhadela na história da educação mostra que não é de hoje que a figura do professor é institucionalmente desvalorizada. “Há textos de governadores de província do século XIX que já falavam que ia ser professor aquele que não sabia ser outra coisa”, explica Bernardete Gatti, da Fundação Carlos Chagas, coordenadora da pesquisa Professores do Brasil: Impasses e desafios. No entanto, entre as décadas de 1930 e 1950, a figura do professor passou a ter um valor social maior. Tal perspectiva, porém, modificou-se novamente a partir da expansão do sistema de ensino no Brasil, que deixou de atender apenas a elite e passou a buscar uma universalização da educação. Desordenada, a expansão acabou aligeirando a formação do professor, recrutando muitos docentes leigos e achatando brutalmente os salários da categoria como um todo.

Raio X

Encomendada pela Unesco, a pesquisa Professores do Brasil: Impasses e desafios revelou que, em geral, o jovem que procura a carreira de professor hoje no Brasil é oriundo das classes mais baixas e fez sua formação na escolas públicas. Segundo dados do questionário socioeconômico do Enade de 2005, 68,4% dos estudantes de Pedagogia e de Licenciatura cursaram todo o Ensino Médio no setor público. “De um lado, você tem uma -implicação muito boa. São jovens que estão procurando ascensão social num projeto de vida e numa profissão que exige uma formação superior. Então, eles vêm com uma motivação muito grande.”

É o caso de Fernando Cardoso, de 26 anos. Professor auxiliar do quinto ano do Ensino Fundamental da Escola Viva, Fernando é a primeira pessoa de sua família a completar o Ensino Superior. Sua primeira graduação, em Educação Física, foi bastante comemorada pela família de Mogi-Guaçu, interior de São Paulo. O mesmo aconteceu quando ele resolveu cursar a segunda faculdade, de Pedagogia.

Entretanto, pondera Bernardete, grande parte desse contingente também chega ao Ensino Superior com certa “defasagem” em sua formação. A pesquisadora cita os exemplos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que revela resultados muito baixos, especialmente no que diz respeito ao domínio de Língua Portuguesa. “Então, estamos recebendo nas licenciaturas candidatos que podem ter dificuldades de linguagem e compreensão de leitura.”

Segundo Bernardete, esse é um efeito duradouro, uma vez que a universidade, de forma geral, não consegue suprir essas deficiências. Para Isaías Carvalho, esta é uma visão elitista. “Muitos professores capacitados ingressam nas escolas e estão mudando essa realidade. Esse discurso acaba jogando toda a culpa nos professores”, reclama.

Desde 2006, Isaías Carvalho trabalha como professor do Ensino Fundamental II e Ensino Médio em uma escola estadual em São Paulo. Oriundo de formação em escolas públicas, Isaías também é formado pelo Senai e chegou a trabalhar como técnico em refrigeração. Só conseguiu passar pelo “gargalo do vestibular” por causa do esforço de alguns professores da escola em que estudava na Vila Prudente, zona leste de São Paulo.. Voluntariamente, os professores davam aulas de reforço pré-vestibular de graça para os alunos, nos fins de semana. “Os alunos se organizavam para comprar as apostilas”, lembra. Foi durante uma participação como assistente de um professor na escola de japonês em que estudava que Antônio Marcos Bueno, de 21 anos, resolveu tornar-se professor. “Um sentimento único me tocou”, exclama. Em busca do objetivo, saiu de Manaus, onde morava, e mudou-se para São Paulo. Depois de quase dois anos de cursinho pré-vestibular, Antônio Marcos está prestes a se mudar para a cidade de Assis, no interior do Estado, onde vai cursar Letras, com habilitação em japonês.

Entretanto, essa visão enraizada na cultura brasileira de que ser professor é uma missão ou vocação – e não uma profissão – acaba contribuindo para a desvalorização do profissional. “Socialmente, a representação do professor não é a de um profissional. É a de um cuidador, quase um sacerdote, que faz seu trabalho por amor. Claro que todo mundo tem de ter amor, mas é preciso aliar isso a uma competência específica para a função, ou seja, uma profissionalização”, resume Bernardete.

Contra a corrente

Ainda assim, o idealismo e a vontade de mudar o mundo ainda permanecem como fortes componentes na hora de optar pelo magistério. Anderson Mizael, de 32 anos, teve uma trajetória diferente da maioria dos seus colegas da PUC-SP. Criado na periferia de São Paulo, Anderson sempre estudou em escolas públicas. Adulto, trabalhou durante cinco anos como designer gráfico antes de resolver voltar a estudar. Bolsista do ProUni, que ajuda a financiar a mensalidade, Anderson é um dos poucos do curso de Letras que almejam a posição de professor de Literatura. “Eu tenho esse lado social da profissão. O ensino público está precisando de bons professores, de gente nova”, explica ele, que acaba de conseguir o primeiro estágio em sala de aula, em uma escola no Campo Limpo, zona sul da capital. Ana, que hoje trabalha em uma escola de elite, sonha em dar aula na rede pública. “São os que mais precisam.” “Eu sempre quis ser professora, desde criança”, arremata Ligia.

A empolgação é atenuada pela realidade da escola – com as já conhecidas salas lotadas, falta de material e muita burocracia. Ligia Reis reclama. “Cheguei, ganhei um apagador e só. Não existe nenhum roteiro, nenhum amparo”, conta. “Às vezes, você é um ótimo professor, tem várias ideias, mas a escola não ajuda em nada”, desabafa. Ligia também conta que, para grande parte de seus colegas de graduação, dar aula é a última opção. “A maioria quer ser tradutor ou trabalhar em editoras. É um quadro muito triste.”

Como constatou Ligia, de forma geral, jovens oriundos de classes mais favorecidas, teoricamente com uma formação mais sólida e maior bagagem cultural, acabam procurando outros mercados na hora de escolher uma profissão. “Eles procuram carreiras que oferecem perspectivas de progresso mais visíveis, mais palpáveis”, explica Bernardete. Um dos motivos que os jovens dizem ter para não escolher a profissão de professor é que eles não veem estímulo no magistério e os salários são muito baixos, em relação a outras carreiras possíveis. “Meu avô disse para eu prestar Farmácia, que estava na moda”, lembra Ana.

A busca pela valorização da carreira de professor passa também, mas não somente, por políticas de aumento salarial. Além de pagar mais, é preciso que o magistério tenha uma formação mais sólida e, principalmente, um plano de carreira efetivo. “Um plano em que o professor sinta que pode progredir salarialmente, a partir de alguns quesitos. Mas que ele, com essa dedicação, possa vir a ter uma recompensa salarial forte”, conclui a pesquisadora.

Anderson, Ligia, Ana, Isaías, Antônio e Fernando torcem para que essa perspectiva se torne realidade. “Eu acho que, felizmente, as pessoas estão começando a tomar consciência do papel do professor. É uma profissão que, no futuro, vai ser valorizada”, torce Anderson. “É uma profissão, pessoalmente, muito gratificante.” “Às vezes, eu chego à escola morta de cansaço, mas lá esqueço tudo. É muito gostoso”, conta Ana.

Foto: Masao Goto Filho

Fonte: http://www.cartacapital.com.br/

Segundo o filósofo, o momento mais importante destas revoluções é o “dia seguinte”.

Slavoj Zizek: Capitalismo não é única opção da humanidade


Brasília - Sábado , 28 de Maio de 2011



Em um determinado momento da Primeira Guerra Mundial, em uma trincheira, um soldado alemão envia uma mensagem informando que a situação por lá “era catastrófica, mas não era grave”. Em seguida, recebeu a resposta dos aliados austríacos afirmando que a situação deles era “grave, mas não catastrófica”.

Essa anedota é representada pelo filósofo Slavoj Zizek para explicar a atual falta de equilíbrio nas discussões sobre as crises mundiais e nas possíveis alternativas para solucioná-las. “Uns acham que vivemos uma situação catastrófica, mas que não é grave. Outros que a situação é grave, mas não catastrófica”, expôs o professor nascido na Eslovênia.



Neste fim de semana, Zizek participou da conferência “Revoluções, uma política do sensível”, promovida pelo Instituto de Tecnologia Social, pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República, pelo SESC-SP e pela Boitempo Editorial. Com bom humor e comentários ácidos e perspicazes, ele defendeu a importância de um debate alternativo à imposição do capitalismo como única lógica possível de organização. Também criticou a forma como as mídias e os governos pautam a discussão ambiental.



Durante o encontro, o professor explicou que a importância do trabalho filosófico está na prática de “destruição do pensamento dominante”. Ele alertou que é preciso colocar um fim à predominância da ideologia capitalista, já que a maioria das pessoas age como se não houvesse outra alternativa.



Comunismo como opção



“Os problemas que enfrentamos são comuns a todos nós, por isso o comunismo é uma alternativa. A utopia que temos hoje é acreditar que soluções isoladas é que vão resolver os problemas mundiais”, argumenta Zizek.



Para o filósofo, devemos pensar em uma forma de organização política que “esteja fora da lógica e das regras do mercado”. A República Democrática do Congo, segundo o professor, é um sintoma do capitalismo global. “É um Estado que simplesmente não funciona como Estado. Trata-se de uma série de áreas controladas por generais locais que mantêm contratos com grandes empresas internacionais”.



Ele afirma que, a todo momento, dizem que comunismo é algo impossível. “Cientistas discutem aperfeiçoamentos genéticos que podem nos dar a imortalidade. Outros falam do uso da telepatia para operar aparelhos. Não podemos deixar que nos digam que o queremos é impossível!”, diz.



Zizek cita o exemplo da China onde, segundo ele, foram proibidos livros, filmes, gibis e qualquer outra produção artística e cultural que sugira ou faça referência a realidades alternativas. “No Ocidente, não é preciso que nenhum governo proíba isso, nós encaramos a realidade como se ela só pudesse ser dessa forma”, analisa.



Capitalismo ético-social?



O capitalismo tem um enorme poder de absolver as críticas que recebe e de transformá-las em novas fontes de lucro, explica Zizek. “Hoje há uma espécie de capitalismo ‘ético-social’. Para você ficar com a consciência mais tranqüila, as grandes marcas dizem que 1% do valor do produto vai para crianças que passam fome ou para plantar mudas de árvores”, diz.



Ele esclarece que essa lógica é própria da filosofia norte-americana, que vende a ideia de que, assim, “estamos salvando o mundo”. E nos sentimos bem com isso.



Os problemas capitalistas estão sendo vistos como problemas morais, esclarece Zizek. Para ele, o problema disso é que, a partir desta visão, as pessoas comecem a acreditar que punições ou soluções morais são suficientes para resolver os problemas provocados pelo capitalismo.



“Vejam como o presidente (dos EUA, Barack) Obama tratou a questão do vazamento de petróleo no México. Um problema ambiental foi transformado em um problema legal. Discutiu-se o se a empresa teria de recompensar e de quanto seria essa multa. É ridículo tratar um caso desses como uma simples questão legal”, exemplifica.



A crise ambiental



Quando a preocupação com a degradação ambiental ganhou força, a mídia dizia que isso era coisa de comunista que estava arrumando uma desculpa para criticar o capitalismo, conta o filósofo. “Agora há um discurso mais ambíguo, os canais de comunicação dizem, por exemplo, que quando as camadas de gelo derreterem, vai ficar mais barato comprar os produtos chineses”, ironiza Zizek.



Para ele, há um “mecanismo de negação” em torno da questão ambiental. “Fala-se tanto da gravidade da natureza, de que o mundo pode acabar em um, dois anos, que isso amortiza a consciências das pessoas. Elas pensam: ‘Se eu falar muito nisso, talvez nada aconteça!’” ilustra o professor.



De acordo com Zizek, a ideia de sustentabilidade é um mito e não há “equilíbrio ideal com a natureza para o qual podemos retornar”.. Uma das ideia mais difundidas é que devemos buscar pequenas soluções para o meio ambiente. “Vocês gostam de torcer no futebol, não? Quando vão ao estádio e ficam gritando e pulando, acham que isso faz o seu time vencer. A reciclagem é igual a essa torcida”, brinca Zizek..



Oriente Médio e África



Zizek aponta que as recentes manifestações no Oriente Médio e na África mostram, ao contrário do que o Ocidente afirmava, que eles são capazes de se organizar por questões que vão além do fundamentalismo ou do anti-ceticismo.



Para os padrões ocidentais, a liberdade em um país é medida, principalmente, na existência ou não de mecanismos eleitorais e no respeito aos direitos humanos. “A liberdade, como já dizia Marx, deve ser vista em como se dão as relações sociais. É preciso ver se as pessoas possuem liberdade dentro dos mecanismos sociais”.



Segundo o filósofo, o momento mais importante destas revoluções é o “dia seguinte”. “Estamos muito animados com estes recentes acontecimentos. Mas a verdadeira revolução precisa acontecer agora”.



Garantia Acme



Slavoj Zizek concluiu a palestra com a previsão de que, ainda que demore mais um tempo, o sistema global vai revelar como é frágil, apesar de aparentar ser invencível. “O capitalismo está na mesma situação do Coiote perseguindo o Papa-léguas. Ela já passou a linha do abismo, só falta ele olhar para baixo e ver que não está mais pisando no chão!”.



Fonte: Opera Mundi

quinta-feira, 26 de maio de 2011

NOTA DE MORTE ANUNCIADA

A história se repete!

Novamente, choramos e revoltamo-nos:

Direitos Humanos e Justiça são para quem neste país?

Hoje, 24 de maio de 2011, foram assassinados nossos companheiros, José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva, assentados no Projeto Agroextrativista Praialta-Piranheira, em Nova Ipixuna – PA. Os dois foram emboscados no meio da estrada por pistoleiros, executados com tiros na cabeça, tendo Zé Claúdio a orelha decepada e levada pelos seus assassinos provavelmente como prova do “serviço realizado”.

Camponeses e líderes dos assentados do Projeto Agroextratista, Zé Cláudio e Maria do Espírito Santo (estudante do Curso de Pedagogia do Campo UFPA/FETAGRI/PRONERA), foram o exemplo daquilo que defendiam como projeto coletivo de vida digna e integrada à biodiversidade presente na floresta. Integrantes do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), ONG fundada por Chico Mendes, os dois viviam e produziam de forma sustentável no lote de aproximadamente 20 hectares, onde 80% era de floresta preservada. Com a floresta se relacionavam e sobreviviam do extrativismo de óleos, castanhas e frutos de plantas nativas, como cupuaçu e açaí. No projeto de assentamento vive aproximadamente 500 famílias.

A denúncia das ameaças de morte de que eram alvo há anos alcançaram o Estado Brasileiro e a sociedade internacional. Elas apontavam seus algozes: madeireiros e carvoeiros, predadores da natureza na Amazônia. Nem por isso, houve proteção de suas vidas e da floresta, razão das lutas de José Cláudio e Maria contra a ação criminosa de exploradores capitalistas na reserva agroextrativista.

Tamanha nossa tristeza! Desmedida nossa revolta! A história se repete! Novamente camponeses que defendem a vida e a construção de uma sociedade mais humana e digna são assassinados covardemente a mando daqueles a quem só importa o lucro: MADEREIROS e FAZENDEIROS QUE DEVASTAM A AMAZÔNIA.

ATÉ QUANDO?

Não bastasse a ameaça ser um martírio a torturar aos poucos mentes e corações revolucionários, ainda temos de presenciar sua concretude brutal?

Não bastasse tanto sangue escorrendo pelas mãos de todos que não se incomodam com a situação que vivemos, ainda precisamos ouvir as autoridades tratando como se o aqui fosse distante?

Não bastasse que nossos homens e mulheres de fibra fossem vistos com restrição, ainda continuaremos abrindo nossas portas para que os corruptos sejam nossos lideres?

Não bastasse tanta dificuldade de fazer acontecer outro projeto de sociedade, ainda assim temos que conviver com a desconfiança de que ele não existe?

Não bastasse que a natureza fosse transformada em recurso, a vida tinha também que ser reduzida a um valor tão ínfimo?

Não bastasse a morte orbitar nosso cotidiano como uma banalidade, ainda temos que conviver com a barbárie?

Mediante a recorrente impunidade nos casos de assassinatos das lideranças camponesas e a não investigação e punição dos crimes praticados pelos grupos econômicos que devastam a Amazônia, RESPONSABILIZAMOS O ESTADO BRASILEIRO – Presidência da República, Ministério do Desenvolvimento Agrário, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente, Polícia Federal, Ministério Público Federal – E COBRAMOS JUSTIÇA!

ESTAMOS EM VÍGILIA!!!

“Aos nossos mortos nenhum minuto de silêncio. Mas toda uma vida de lutas.”

Marabá-PA, 24 de Maio de 2011.

Universidade Federal do Pará/ Coordenação do Campus de Marabá; Curso de Pedagogia do Campo UFPA/FETAGRI/PRONERA; Curso de Licenciatura Plena em Educação do Campo;

Movimento dos Trabalhadores Sem Terra – MST/ Pará;

Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura – FETAGRI/Sudeste do Pará;

Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Familiar – FETRAF/ Pará;

Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB;

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Venha participar da reunião e tomar café com a chapa oposição pra-valer de SBC.

Venha participar da reunião e tomar café com a chapa oposição pra-valer de SBC.


A campanha está entrando num momento decisivo e todo empenho ainda é pouco.

A chapa da Bebel, dos mensaleiros do PT, do Palocci, do Marinho e Mario Realli, Prefeitos da municipalização em Diadema e SBC começam a destilar veneno, para tentar confundir a categoria.

Devemos continuar com a nossa campanha propositiva e ética, disputando corações e mentes dos trabalhadores que anseiam por mudanças já.

Entre você também na nossa campanha.

Compareça a reunião e traga um amigo.

Dia 28 de maio, às 10 horas você não pode faltar.

Vamos fazer um balanço da campanha e debater os próximos passos a seguir na reta final.

A reunião será na Rua Príncipe Humberto, 491, Vila Duzzi, centro de SBC.

Coordenação da campanha

Post TLS

terça-feira, 24 de maio de 2011

O movimento negro perde um dos pilares da luta contra o preconceito racial..

O movimento negro perde um dos pilares da luta contra o preconceito racial no Brasil e no mundo.Sua contribuição é incomensurável na defesa intransigente dos negros e oprimidos em nossa sociedade capitalista.Falar do movimento negro hoje é fácil, porém os lutadores que nos antecederam e desbravaram essa seara , só resta nosso profundo sentimento, gratidão e agradecimento para com personalidades da magnitude de Abdias Nascimento.

O ESPAÇO CULTURAL LUIZA MAHIN externa seu voto de pesar pelo falecimento do mesmo e se SOLIDARIZA com a família enlutada. Nesse momento, renovamos nosso compromisso de levar em frente à história, a luta e a memória dos nossos símbolos do movimento negro que inegavelmente ficou engrandecido com a sua trajetória e contribuição para a humanidade .

Saudações,

Continuar na luta.

Aldo Santos,Josy,Carlos e Cido

Morre Abdias do Nascimento, guerreiro do povo negro

Faleceu nesta manhã de terça, 24, no Rio de Janeiro, o escritor Abdias do Nascimento. Poeta, político, artista plástico, jornalista, ator e diretor teatral, Abdias foi um corajoso ativista na denúncia do racismo e na defesa da cidadania dos descendentes da África espalhados pelo mundo.

O Brasil e a Diáspora perdem hoje um dos seus maiores líderes. A família ainda não sabe informar quando será o enterro. Aos 97 anos, o paulista de Franca, passava por complicações que o levaram ao internamento no último mês. Deixa a esposa Elisa Larkin, o filho e uma legião de seguidores, inspirados na sua trajetória de coragem e dedicação aos direitos humanos.

ABDIAS DO NASCIMENTO :Nascido em Franca, São Paulo, 14 de março de 1914.

Professor Emérito, Universidade do Estado de Nova York, Buffalo (Professor Titular de 1971 a 1981 fundou a cadeira de Cultura Africana no Novo Mundo no Centro de Estudos Porto-riquenhos).

Artista plástico, escritor, poeta, dramaturgo.

Formação acadêmica

Bacharel em Economia, Universidade do Rio de Janeiro, 1938.

Diploma pós-universitário, Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), 1957.

Pós-graduação em Estudos do Mar, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro/ Ministério da Marinha, 1967.

Doutor Honoris Causa, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 1993.

Doutor Honoris Causa, Universidade Federal da Bahia, 2000.

Cargos Eletivos e Executivos Exercidos

Deputado federal (1983-86).

Secretário de Estado, Governo do Rio de Janeiro, Secretaria Extraordinária de Defesa e Promoção das Populações Afro-Brasileiras (SEAFRO) (1991-1994).

Senador da República (1991-99). Suplente do Senador Darcy Ribeiro, assumiu a cadeira no Senado, representando o Rio de Janeiro pelo PDT em dois períodos: 1991-1992 e 1997-99.

Secretário de Estado de Direitos Humanos e da Cidadania, Governo do Estado do Rio de Janeiro, 1999. Coordenador do Conselho de Direitos Humanos, 1999-2000.

Atividades e Realizações Principais

1930-1936. Alista-se no Exército, e na capital de São Paulo participa da Frente Negra Brasileira. Participa das Revoluções de 1930 e 1932, na qualidade de soldado. Combate a discriminação racial em estabelecimentos comerciais em São Paulo.

1936. Muda para o Rio de Janeiro com o objetivo de continuar seus estudos de economia, iniciados em São Paulo.

1937. Protestando contra a ditadura do Estado Novo, é preso e condenado pelo Tribunal de Segurança Nacional e cumpre pena na Penitenciária da Frei Caneca.

1938. Organiza junto com um grupo de militantes negros em Campinas, SP, o Congresso Afro-Campineiro, com o objetivo de discutir e organizar formas de resistência à discriminação racial.

1938. Diploma-se pela Faculdade de Economia da Universidade do Rio de Janeiro.

1940. Integrante da Santa Hermandad Orquídea, grupo de poetas argentinos e brasileiros, viaja com eles pela América do Sul. Em Lima, Peru, faz uma série de palestras na Universidad Mayor de San Marcos (Escola de Economia). Assiste à peça O Imperador Jones, de Eugene O'Neill, estrelada por um ator branco, Hugo D'Evieri, brochado de preto. A partir das reflexões provocadas por esse fato, planeja criar o Teatro do Negro Brasileiro ao retornar a seu país. Na Argentina, onde mora por mais de um ano, participa de movimentos teatrais com o objetivo de melhor conceitualizar a idéia do Teatro Negro.

1941. Voltando ao Brasil, é preso na Penitenciária de Carandiru, condenado à revelia por haver resistido a agressões racistas em 1936. Funda o Teatro do Sentenciado, organizando um grupo de presos que escrevem, dirigem e interpretam peças dramáticas.

1943. Saindo da prisão, procura em São Paulo apoio para a criação do Teatro do Negro. Não encontrando receptividade junto a intelectuais como o escritor Mário de Andrade, e outros, muda para o Rio de Janeiro.

1944. Funda, com o apoio de um grupo de negros e de setores da intelectualidade carioca, o Teatro Experimental do Negro (TEN).. Na sede da UNE, realizaram-se os primeiros cursos de alfabetização, treinamento dramático e cultura geral para os participantes da entidade.

1945. Dirige o TEN na sua estréia no Teatro Municipal com o espetáculo O Imperador Jones, estrelado pelo genial ator negro Aguinaldo Camargo, em 08 de maio, dia da vitória dos aliados na Segunda Guerra Mundial. Daí em diante, até 1968, o TEN teve presença destacada no cenário cultural e teatral brasileiro.

1945. Com um grupo de militantes, funda o Comitê Democrático Afro-Brasileiro, que luta pela anistia dos presos políticos.

1945-46. Organiza a Convenção Nacional do Negro (a primeira plenária realizando-se em São Paulo e a segunda no Rio de Janeiro), que propõe à Assembléia Nacional Constituinte a inclusão de um dispositivo constitucional definindo a discriminação racial como crime de lesa-Pátria. A iniciativa, apresentada à Assembléia Nacional Constituinte pelo Senador Hamilton Nogueira, não é aprovada.

1946. Participa da fundação do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) no Rio de Janeiro.

1948. Funda, junto com Sebastião Rodrigues Alves e outros petebistas, o movimento negro do PTB.

1949. Organiza, com a colaboração do sociólogo Guerreiro Ramos e do etnólogo Édison Carneiro a Conferência Nacional do Negro, preparatória do 1º Congresso do Negro Brasileiro.

1949-1951. Funda e dirige o jornal Quilombo, órgão de divulgação do TEN.

1950. Realiza no Rio de Janeiro o 1º Congresso do Negro Brasileiro, evento organizado pelo TEN.

1955. Realiza o Concurso de Artes Plásticas sobre o tema do Cristo Negro, evento polêmico que mereceu a condenação de setores da Igreja Católica e o apoio do bispo Dom Hélder Câmara.

1957. Forma-se na primeira turma do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB). Estréia a peça de sua autoria, Sortilégio: Mistério Negro, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e de São Paulo.

1968. Funda o Museu de Arte Negra, que realiza sua exposição inaugural no Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro. Encontra-se alvo de vários Inquéritos Policial-Militares e se vê obrigado a deixar o país. Convidado pela Fairfield Foundation, inicia uma série de palestras nos Estados Unidos.

1968-69. Durante um semestre, atua como Conferencista Visitante da Yale University, School of Dramatic Arts. Inicia sua atuação como artista plástico, pintando telas que transmitem os valores da cultura religiosa afro-brasileira e da luta pelos direitos humanos dos povos africanos em todo o mundo. (Ver lista de exposições abaixo).

1969-70. Convidado pelo Centro para as Humanidades da Wesleyan University (Middletown, Connecticut), participa durante um ano, com intelectuais como Norman Mailer, Norman O. Brown, John Cage, Buckminster Fuller, Leslie Fiedler, e outros, do seminário A Humanidade em Revolta.

1970. É convidado para fundar a cadeira de Culturas Africanas no Novo Mundo, no Centro de Estudos Portorriquenhos da Universidade do Estado de Nova York em Buffalo, na qualidade de professor associado, no ano seguinte titular, e lá permanece até 1981.

1973. Participa da Conferência de Planejamento do 6º Congresso Pan-Africano em Kingston, Jamaica.

1974. Participa do Sexto Congresso Pan-Africano, Dar-es-Salaam, Tanzânia, como único representante da região da América Latina.

1976-77. Convidado pela Universidade de Ife, Ile-Ife, Nigéria, passa um ano como Professor Visitante no Departamento de Línguas e Literaturas Africanas.

1976. Participa, a convite do escritor Wole Soyinka, no Seminário Alternativas para o Mundo Africano, reunião em que funda-se a União de Escritores Africanos, em Dakar.

1977. Participa na qualidade de observador, perseguido pela delegação oficial do regime militar brasileiro, do Segundo Festival Mundial de Artes e Culturas Negras e Africanas, realizado em Lagos. Denuncia, no respectivo Colóquio, a situação de discriminação racista vivida pelo negro no Brasil. Na Europa e Estados Unidos, participa da fundação, desde o exílio, do novo PTB (mais tarde, Partido Democrático Trabalhista - PDT).

1977. Participa, na qualidade de delegado e presidente de grupo de trabalho, do Primeiro Congresso de Cultura Negra nas Américas, realizado em Cáli, Colômbia.

1978. Participa em São Paulo do ato público de fundação e das reuniões organizativas do Movimento Negro Unificado contra a o Racismo e a Discriminação Racial. Participa da reunião internacional de exilados brasileiros O Brasil no Limiar da Década dos Oitenta, em Stockholm, Suécia.

1979. A convite do Bloco Parlamentar Negro (Congressional Black Caucus) do Congresso dos Estados Unidos, e do Sindicato de Trabalhadores do Correio, profere conferência na sede da Câmara dos Deputados em Washington, D.C.

1980. Participa, na qualidade de delegado especial, do Segundo Congresso de Cultura Negra das Américas, realizado no Panamá, e é eleito pelo plenário Coordenador Geral do Terceiro Congresso. No Brasil, lança o livro O Quilombismo e ajuda a fundar o Memorial Zumbi, organização nacional voltada à recuperação, em benefício da comunidade afro-brasileira e do mundo africano, das terras da República dos Palmares, na Serra da Barriga, Alagoas.

1981. Funda o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (IPEAFRO) na PUC-SP. Integra a executiva nacional do PDT e funda a Secretaria do Movimento Negro do PDT, no Rio de Janeiro e a nível nacional. Participa da coordenação internacional do projeto Kindred Spirits, exposição itinerante de artes afro-americanas.

1982. Organiza e é eleito para presidir o Terceiro Congresso de Cultura Negra das Américas, realizado nas dependências da PUC-SP com representantes de todo o mundo africano exceto o Pacífico.

1983. Assume a cadeira de Deputado Federal, eleito suplente pelo PDT-RJ. É o primeiro deputado afro-brasileiro a exercer o mandato defendendo os direitos humanos e civis do povo afro-brasileiro. A convite da ONU, participa do Simpósio Regional da América Latina em Apoio à Luta do Povo da Namíbia pela sua Independência, em San José, Costa Rica. Visita a antiga sede da UNIA de Marcus Garvey em Limón. Viaja também a Nicarágua, participando de sessões da Assemblea Nacional e conhecendo as populações de origem africana em Bluefields, litoral oriental do país. Em Washington, D.C., participa do seminário Dimensões Internacionais: a Realidade de um Mundo Interdependente, a convite do Bloco Parlamentar Negro (Black Congressional Caucus), na sede do Congresso Nacional dos Estados Unidos.

1984. Cria, junto com um grupo de intelectuais e militantes negros, a Fundação Afro-Brasileira de Arte, Educação e Cultura (FUNAFRO), integrando o IPEAFRO, o Teatro Experimental do Negro, a revista Afrodiaspora, e o Museu de Arte Negra.

1985. A convite da ONU, participa da Simpósio Mundial em apoio à Luta do Povo da Namíbia pela sua Independência, em Nova York. Participa, novamente, de reunião internacional patrocinada pelo Bloco Parlamentar Negro dos Estados Unidos: a Conferência Internacional sobre a Situação dos Povos do Terceiro Mundo, na sede do Congresso norteamericano em Washington, D.C. Integrando comitiva oficial brasileira, visita Israel a convite do respectivo governo.

1987. Participa, na qualidade de delegado de honra,da Conferência Internacional sobre a Negritude e as Culturas Afro nas Américas, Florida International University, Miami. Integra o Conselho de Contribuintes do Município do Rio de Janeiro.

1987-88. Integra o Comitê Dirigente Internacional, Festival Pan-Africano de Artes e Cultura, Dakar, Senegal. Participa da direção internacional do Memorial Gorée, organização dedicada ao projeto de construção de um memorial aos africanos escravizados na ilha senegalesa que serviu como entreposto do comércio escravista. Integra a direção internacional do Instituto dos Povos Negros, organização internacional promovida com o apoio da UNESCO pelo governo de Burkina Faso e de outros países africanos e caribenhos.

1988. Profere a conferência inaugural da Série Anual de Conferências Internacionais W. E. B. DuBois em Accra, República de Gana, promovida pelo Centro de Estudos Pan-Africanos W. E. B. DuBois, e visita o país a convite do governo. Participa da Comissão Nacional para o Centenário da Abolição da Escravatura. Realiza exposição individual intitulada Orixás: os Deuses Vivos da África, na sede do Ministério da Educação e Cultura, o Palácio Gustavo Capanema.

1989. Na qualidade de consultor da UNESCO para assuntos culturais, passa um mês em Angola. É eleito Presidente do Memorial Zumbi e atua no Conselho de Curadores da Fundação Cultural Palmares, Ministério da Cultura. É nomeado Conselheiro representante do Município no Conselho de Contribuintes do Município do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Fazenda.

1990. A convite da SWAPO (movimento de libertação nacional transformado em partido político eleito ao primeiro governo da nação), participa da cerimônia de independência da Namíbia e posse do Governo Sam Nujoma, em Windhoek.

1990-91. Durante um ano atua como Professor Visitante, Departamento de Estudos Africano-Americanos, Temple University, Philadelphia. Acompanha Darcy Ribeiro e Doutel de Andrade na chapa do PDT para o Senado, sendo eleito suplente de senador.

1991. Assume a pasta de Secretário de Estado para a Defesa e Promoção das Populações Afro-Brasileiras (SEAFRO) no Governo do Rio de Janeiro. A convite do Congresso Nacional Africano (ANC) da África do Sul, participa de sua 48a Conferência Nacional presidido por Nelson Mandela, em Durban. É nomeado membro do Conselho de Cultura do Estado do Rio de Janeiro.

1991-92. Assume a cadeira no Senado. Integra a comitiva presidencial em visita a Angola, Moçambique, Zimbabwe, e Namíbia. Participa no Primeiro Congresso Internacional sobre Direitos Humanos no Mundo Africano, patrocinado pela organização não-governamental AFRIC e realizado em Toronto, Canadá.

1993-94. Retoma a Secretaria Extraordinária de Defesa e Promoção das Populações Afro-Brasileiras.

1995. Participa das atividades do Tricentenário de Zumbi dos Palmares, em vários estados e municípios do Brasil e nos Estados Unidos. Lança o livro Orixás: os Deuses Vivos da África, com reproduções de suas pinturas, texto sobre cultura e experiência afro-brasileiras, e textos críticos de diversos autores (africanos, norteamericanos, caribenhos, e brasileiros) sobre a sua obra de artes plásticas. É Patrono do Congresso Continental dos Povos Negros das Américas, realizado no Parlamento Latinoamericano em São Paulo, em comemoração ao Tricentenário da Imortalidade de Zumbi dos Palmares, 20 de novembro de 1995.

1996. Recebe da Câmara Municipal de São Paulo o título de Cidadão Paulistano.

1997. Assume em caráter definitivo o mandato de senador da República. Recebe o prêmio de Menção Honrosa de Direitos Humanos outorgado pela Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP. Realiza exposição de pintura no Salão Negro do Congresso Nacional.

1998. Participa com um comentário ao Artigo 4º da Declaração de Direitos Humanos por ocasião do cincoentenário desse documento da ONU em 1998, incluído em volume organizado e publicado pelo Conselho Federal da OAB. Outros artigos foram comentados por personalidades como o rabino Henry Sobel, Adolfo Pérez Esquivel, Evandro Lins e Silva, Dalmo de Abreu Dallari, João Luiz Duboc Pinaud, e outros. Realiza exposição de pintura (28 telas) na Galeria Debret em Paris.

1999. Assume, como titular fundador, a Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania do Governo do Estado do Rio de Janeiro. É homenageado pela Câmara Municipal de Salvador entre cinco personalidades do mundo africano: Malcolm X, Abdias Nascimento, Martin Luther King, Patrice Lumumba, Samora Machel.

2000. Extinta a Secretaria de Estado de Direitos Humanos, preside provisoriamente o Conselho de Direitos Humanos e volta a dedicar-se às atividades de escritor e pintor. Recebe o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal da Bahia.

2001. É agraciado pelo Schomburg Center for Research in Black Culture, centro de referência mundial que integra o sistema de bibliotecas públicas do município de Nova York, com o Prêmio Herança Africana comemorativo dos 75 anos da fundação daquela instituição. A comissão de seleção dos premiados foi constituída pelo ex-prefeito de Nova York, David N. Dinkins, a poetisa Maya Angelou, o cantor Harry Belafonte, o ator Bill Cosby, a diretora da editora Présence Africaine Mme. Yandé Christian Diop, o professor Henry Louis Gates da Harvard University, a coreógrafa Judith Jamison, o cineasta Spike Lee e o reitor da Universidade das Antilhas Rex Nettleford. As outras cinco personalidades homenageadas com o prêmio em cerimônia realizada na sede da ONU foram o intelectual senegalês e ex-diretor da UNESCO M. Amadou Mahktar M'Bow, a coreógrafa e antropóloga Katherine Dunham, a ativista dos direitos civis e fundadora da Organização das Mulheres Negras dos Estados Unidos Dorothy Height, o fotógrafo Gordon Parks, e músico e fotógrafo Billy Taylor..

Convidado pela Fórum Nacional de Entidades Negras, faz o discurso de abertura da 2ª Plenária de Entidades Negras Rumo à 3ª Conferência Mundial Contra o Racismo, Rio de Janeiro, 11 de maio de 2001.

É agraciado com o Prêmio Cidadania 2001, da Comunidade Bah'ai do Brasil, conferido em Salvador em junho.

Inaugura-se em julho o Núcleo de Referência Abdias Nascimento, contra o Racismo e o Anti-Semitismo, e seu Serviço Disque-Racismo, iniciativas da Fundação Municipal Zumbi dos Palmares, Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes, Estado do Rio de Janeiro.

Profere discurso de abertura do 1º Encontro Nacional de Parlamentares Negros, Salvador, Bahia, 26 de julho de 2001.

Convidado pela Coalizão de ONGs da África do Sul (SANGOCO), profere palestra na mesa Fontes, Causas e Formas Contemporâneas de Racismo, Fórum das ONGs, 3ª Conferência Mundial Contra o Racismo, Durban, África do Sul, 28 de agosto de 2001.

É agraciado com a Ordem do Rio Branco, no grau de Oficial, Brasília, outubro de 2001.

É agraciado com o Prêmio UNESCO, categoria Direitos Humanos e Cultura de Paz, outubro de 2001.

2002. Lança os livros O Brasil na Mira do Pan-Africanismo (CEAO/ EdUFBA) e O Quilombismo, 2ª ed. (Fundação Cultural Palmares).

É convidado pelo Liceu de Artes e Ofícios da Bahia a ser o palestrante da segunda de suas novas Conferências Populares, continuando essa tradição centenária no seu 130o aniversário.

Participa das comemorações do Dia Nacional da Consciência Negra em Porto Alegre, 20 de novembro.

É homenageado pela Comissão Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia, na sua 4ª Conferência Nacional realizada em Brasília em 11 de dezembro, como personalidade destacada na história dos direitos humanos no Brasil.

Exposição Abdias do Nascimento: Vida e Arte de um Guerreiro, Centro Cultural José Bonifácio, Rio de Janeiro, inaugurada em dezembro.

2003. Discursa, na qualidade de convidado especial, na inauguração da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Brasília, 21 de março.

É homenageado pela Fala Preta! Organização de Mulheres Negras de São Paulo, como personalidade destacada na defesa dos direitos humanos dos afrodescendentes brasileiros, 22 de abril.

Publica em maio edição em fac-símile do jornal Quilombo (São Paulo: Editora 34).

Recebe o Diploma da Camélia, Campanha Ação Afirmativa/ Atitude Positiva, CEAP e Coalizão de ONGs pela Ação Afirmativa para Afrodescendentes, Rio de Janeiro, 17 de novembro.

Recebe o Prêmio Comemorativo das Nações Unidas por Serviços Relevantes em Direitos Humanos, Rio de Janeiro, 26 de novembro.

2004. No Seminário Internacional Políticas de Promoção Racial, recebe o Prêmio de Reconhecimento da Secretária Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro. Brasília, 21 de março de 2004.

Recebe homenagem da Presidência da República aos 90 anos "do maior expoente brasileiro na luta intransigente pelos direitos dos negros no combate à discriminação, ao preconceito e ao racismo". Brasília, 21 de março de 2004.

Recebe prêmio de Reconhecimento 10 Years of Freedom - South Africa 1994-2004, do Governo da África do Sul, abril de 2004.

Profere palestra "Memorial de Luta", no Seminário O Negro na República Brasileira: Pautas de Pesquisa, promovido pelo Núcleo Interdisciplinar de Reflexão e Memória Afro-Descendente da PUC-Rio, maio de 2004.

Participa do VII Congresso da BRASA, Associação de Estudos Brasileiros, na qualidade de homenageado no Painel sobre a sua vida e obra, realizado em sessão plenária do dia 10 de junho de 2004, na PUC-Rio.

Participa do Fórum Cultural Mundial, realizado em São Paulo em julho de 2004, como homenageado no painel Abdias Nascimento, um Brasileiro no Mundo, organizado pela SEPPIR, em que é lançado oficialmente o seu nome para o prêmio Nobel da Paz, ampliando a repercussão da indicação feita pelo Instituto de Advocacia Ambiental e Racial - IARA.





Postado por Espaço Cutural Luiza Mahin

sábado, 21 de maio de 2011

Entidades criticam Projeto de Lei que mercantiliza educação

Pronunciamento público do FEDEP sobre o Projeto De Lei 8035/10
(dispõe sobre o Plano Nacional de Educação 2011-2020)
Escrito por Entidades educacionais 11-Mai-2011

As entidades e participantes do Seminário do Fórum Estadual em Defesa da Escola Pública (FEDEP), realizado no dia 30 de abril de 2011, na UERJ, Rio de Janeiro, vêm a público manifestar sua disposição de defender os seus princípios, aprovados no dia 23 de fevereiro, em ampla plenária construída por mais de 30 entidades e centenas de participantes.



É a partir desses princípios que promovemos a discussão do PL 8035/10 e concluímos que o mesmo, por incorporar os piores aspectos do Plano de Desenvolvimento (PDE) da Educação e aprofundá-los, significa um gravíssimo ataque à educação pública: impede a construção do Sistema Nacional de Educação capaz de garantir o ensino público, gratuito, universal, laico, unitário e de qualidade social como dever do Estado e direito universal. Ao contrário, dilui o dever do Estado na garantia do direito à educação pública, por meio da institucionalização e generalização das parcerias público-privadas (PPP’s); faz concessões à agenda do Acordo Geral de Comércio de Serviços da Organização Mundial do Comércio (AGCS/OMC) ao promover a internacionalização do "serviço" educacional; e desconsidera o protagonismo histórico dos educadores sobre a educação.



O PL 8035/10 ignora a situação atual da educação brasileira ao se furtar de realizar uma avaliação rigorosa dos indicadores educacionais, dos pífios avanços do PNE de 2001 (Lei nº 10.172/2001) e dos anseios dos educadores, expressos nos Congressos Nacionais de Educação e sistematizados no PNE: Proposta da Sociedade Brasileira. O referido PL oculta o fato de que está em curso um pernicioso processo de subordinação da educação aos fundos de investimentos, abrangendo desde a produção do material didático-pedagógico até aquisições, fusões e joint ventures de empresas educacionais, deslocando de modo radical a educação para o setor mercantil com o predomínio da esfera financeira. Silenciosamente, mantém como interlocutor privilegiado da educação brasileira o lobby empresarial das principais corporações que compõem o bloco de poder, o "Movimento Compromisso Todos pela Educação" e os sindicatos patronais organizados no chamado Sistema S (SENAI, SENAC, SENAR, SESC etc.)..



Por seus objetivos incompatíveis com a construção de uma educação pública, universal e unitária, o método de construção do PL teria que ser antidemocrático e é forçoso reconhecer que o MEC foi diligente nas práticas autocráticas, ignorando, por completo, os debates dos educadores em distintos âmbitos.



Em virtude dessas características, o texto do PL 8035/10 não pode ser lido como se os artigos, as metas e as estratégias fossem unidades isoladas. Existe uma lógica geral na proposta de texto legal que operacionaliza o Estado gerencial e, para isso, redimensiona, para maior, a centralidade das formas de regulação da educação por meio da avaliação.



O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) torna-se a referência central de todas as políticas para a educação básica, submetendo-as à regulação internacional promovida pela OCDE, Banco Mundial e UNESCO. Este Índice é indissociável dos rankings, dos prêmios e dos castigos. O dever do Estado com a educação universal, pública e unitária torna-se difuso, apagando o preceito constitucional que estabelece tal dever. A opção de não aumentar o montante de recursos para a educação pública para 10% do PIB e a postergação de 7% do PIB para o longínquo ano de 2020 são coerentes com essa concepção de Estado e, sobretudo, com a supremacia do setor financeiro no atual bloco de poder.



O exame das estratégias de ampliação das matrículas em todos os níveis, em especial no ensino médio, profissional, superior (graduação e pós-graduação), confirma a opção pelo financiamento público às instituições privadas, através das parcerias público-privadas inscritas no FIES e, centralmente, por meio de isenções tributárias. Entre os principais beneficiários de tais parcerias, cabe destacar o sistema sindical patronal (Sistema S) e as grandes empresas do setor.



Os trabalhadores da educação são ressignificados no PL como profissionais desprovidos de autonomia, subordinados às tecnologias da informação e comunicação (TIC’s) e aos instrumentos de avaliação, concepção que impossibilita a função social dos docentes como intelectuais produtores e organizadores da cultura científica, tecnológica, histórico-social, artística e cultural. Em função dessa desqualificação dos professores, o mencionado PL aprofunda a opção pela formação instrumental por meio de educação a distância (EAD), impossibilitando a formação universitária defendida pelos educadores e suas entidades representativas. Não causa surpresa, por conseguinte, a ausência de metas objetivas para a elevação real da remuneração e para a estruturação de planos nacionais de carreira que alterem em profundidade a situação de hiperexploração dos trabalhadores da educação.



Em conformidade com o AGCS/OMC, o PL concebe a EAD como modalidade axial da educação brasileira, abrangendo, sobretudo, a formação profissional, a graduação e a pós-graduação e, no mesmo diapasão, incentiva a internacionalização reclamada pelas corporações mundiais da educação. A EAD avança, de fato, até mesmo para a pós-graduação stricto sensu, notadamente no setor privado, incentivado pelas verbas do FIES e pela proliferação de mestrados e quiçá doutorados profissionais (como previsto no PL 7200/06 que dispõe sobre a regulação da educação superior), possibilitando mestrados sem dissertações e doutorados sem teses.

   

Em suma, o PL é uma ferramenta para ampliar o escopo da privatização e da mercantilização da educação brasileira, aprofundando a precarização geral do trabalho no campo da educação. Obsta, também, os avanços conquistados pelas lutas sociais em prol do público, como a educação do campo, dos povos originários, quilombolas etc., inviabilizando qualquer tentativa de assegurar o caráter público das instituições estatais.

    

Os participantes do Seminário do FEDEP, vindos de diversas partes do país, consideram que o futuro da educação pública encontra-se em "estado de emergência". A vigorosa mobilização social das entidades que historicamente construíram os Congressos Nacionais de Educação pode ser decisiva para a alteração desse tenebroso cenário. Por isso, conclamam as entidades nacionais que estão retomando o Fórum Nacional em Defesa da Educação Pública (FNDEP) a convocar uma Plenária Nacional ampliada, aberta a todos os protagonistas da causa da educação pública – visando discutir e debater os termos impostos pelo PL 8035/10 –, em afirmar sua adesão à realização de um plebiscito nacional em defesa dos 10% do PIB exclusivamente voltado para a educação pública.



Rio de Janeiro, 30 de abril de 2011.



Signatários:



Fórum Estadual em Defesa da Escola Pública do Rio de Janeiro

SINTEPP - Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará

SINDSERM/PI- Sindicato dos Servidores Públicos Municipais do Piauí

quarta-feira, 18 de maio de 2011

LUGAR DE MULHER É NA POLÍTICA E NA LUTA.

Escolhemos o nome da Guerreira Luiza Mahin, que hoje é um símbolo de resistência para o movimento negro do Brasil, para esse ESPAÇO CULTURAL por simbolizar a força da mulher negra e ser um exemplo de luta contra os vários tipos de opressão. Nascida em Costa Mina, na áfrica, que veio para a Bahia, no Brasil, como escrava e que se tornou uma liderança de luta pela emancipação das negras (os) que se encontravam escravizada (os) no Brasil.

Pertencia a nação nagô-jeje, da tribo Mahin, daí seu sobrenome. Tornou-se livre em (1812) e sobreviveu trabalhando como quituteira em Salvador, Bahia, e dizia ter sido princesa na África.

Sua liderança evidenciou-se nos levantes escravos que abalaram a Bahia nas primeiras décadas do século XIX, entre elas a Revolta dos Malês, a maior de todas as rebeliões de escravos ocorridas na Bahia.Depois da Revolta continuou a luta pela liberdade de seu povo até ser presa e desapareceu em 1838, podendo ser deportada para a áfrica.

Como negra africana, livre, da nação nagô, pagã, sempre recusou o batismo e a doutrina Cristã, e um de seus filhos naturais tornou-se poeta e um dos maiores abolicionistas do Brasil, Luiz Gama(1830-1882), nascido em Salvador e morto em São Paulo.

Por iniciativa do Coletivo de mulheres Negras de São Paulo, seu nome foi dado (1985) a uma praça em Cruz das almas, bairro da capital paulista.

O Espaço Cultural Luiza Mahin tratará das questões raciais tão evidentes no nosso país, onde a população negra está sempre liderando os baixos indicadores sociais, os maiores índices de mortes por “causas externas” e as mulheres negras com os piores salários e cargos, maiores índices de mortes por abortos mal sucedidos.

Procuraremos evidenciar não só as mazelas acumuladas sobre as negras(os) a partir do longo período de escravidão no qual esta população esteve submetida, mas sobre tudo as lutas que sempre foram travadas por essas guerreiras(os), porém omitidas pela história oficial como consta nos livros didáticos e paradidáticos

Viva a Força e a Resistência das Mulheres Negras!



ESPAÇO CULTURAL LUIZA MAHIN.

http://www.espacoculturalluizamahin.blogspot.com/

sábado, 14 de maio de 2011

Todo dia é dia de luta contra o preconceito Racial

Nestes 123 anos que nos separam da farsa da “abolição” da escravatura no Brasil, os negros carregam dupla herança de exploração e exclusão: enquanto pobres, submetidos à marginalização imposta pelo capitalismo, comum à imensa maioria da população brasileira; enquanto negros, ainda hoje sofrem com as conseqüências do racismo, embora escancarado, “não assumido”.

A discriminação se dá nos variados setores da sociedade, desde a falta de acesso ao mercado de trabalho (e à salários compatíveis com brancos em mesma função), à educação, bem como e sobretudo à ausência nas instâncias de poder e decisão, quer nos setores políticos, sociais ou religiosos.



Do ponto de vista teológico, a escravidão foi justificada a partir do relato bíblico, (gênesis. 9,18-27), conforme consta do livro (Racismo, Preconceito e Intolerância de Edson Borges, Carlos Alberto Medeiros, Jaques D´Adesky, pág, 15, editora Atual, terceira edição.).”Em decorrência da praga rogada por Noé-Maldito seja Canaã, filho de Cam-, a história registrou diversas leituras preconceituosas daquele mito bíblico, como a que relata que, desde então, a vontade divina repartiu o mundo entre os filhos de Jafé (Europeus), Sem (Semitas) e Cam (africanos)”. ”O pecado original dos negros e a maldição de Cam são temas abordados também pelo professor de literatura brasileira Alfredo Bosi, em um brilhante trabalho intitulado Sob o signo de Cam, no qual analisa os dois mais belos poemas de Castro Alves, Vozes d´África e o navio negreiro, concluindo que esses velhos mitos bíblicos serviram ao novo pensamento mercantil para justificar o tráfico negreiro”. O mesmo livro faz referência a publicação de Edílson Marques da Solva que em seu livro “ negritude e fé, afirma que uma teologia de caráter racista esteve na base de todo o processo de colonização do Brasil”.



A história oficial, sob a ótica dos brancos-colonizadores, impregnou na sociedade por mais de quatro séculos a visão preconceituosa que associa o negro à escravidão, à improdutividade e à inferioridade. No entanto, o resgate histórico das experiências de resistência da raça negra e de outros segmentos da maioria oprimida é uma prática recente e que nos remete a heróis como Zumbi dos Palmares e sua luta de libertação.



O Quilombo de Palmares foi uma ousada aventura libertária que resistiu quase 70 anos às investidas do governo colonial. Lá viveram em torno de 20 mil escravos que lutaram por sua liberdade, organizando um novo modelo de sociedade. A história do Brasil na leitura e perspectiva do negro aponta o marco da verdadeira Consciência Negra como sendo o Dia 20 de Novembro, data em que assassinaram Zumbi dos Palmares, no ano de 1695.



Se a exploração e o massacre marcaram e marcam até hoje a história dos negros no Brasil, também é verdade que a utopia dos quilombos alimenta a fome de liberdade e de identificação desta raça, que ainda hoje,apesar de discriminada e violada em seus direitos básicos e em sua dignidade, resiste com sua cultura e seu poder de resistência a toda e qualquer violência perpetrada pelos atuais senhores da Casa Grande.



Ao contrário de representar uma reparação às atrocidades e desrespeito com a raça negra, (a abolição de 13 de maio de 1888 foi uma saída de mercado. A proibição do tráfico negreiro (lei Eusébio de Queiroz, 1850) foi motivada por pressões externas de países onde o capitalismo já avançava em sua fase industrial, processo este liderado pela Inglaterra. Longe de ser um gesto humanitário da Senhora Isabel, este ato significou a mudança nas relações econômicas e no padrão de consumo. As transformações econômicas, porém não significaram mudanças na qualidade de vida da população negra. Da escravidão abjeta e desumana, o povo negro foi atirado no abandonando passando a perambular em busca de abrigo e alimento, muitas vezes doente e moribundo, sem amparo dos senhores de engenho e do Estado, tanto Monárquico quanto o Estado Positivista “Ordem e Progresso” Republicano.



A importação de escravos transformou-se em contrabando, elevando o preço do escravo e a sua utilização enquanto mão de obra anti-econômica. Assim, paralelamente o governo monárquico brasileiro passou a incentivar a importação de trabalhadores europeus.



Desta forma se dá a transição do trabalho escravo negro para o trabalho “livre”. Por não atenderem mais as necessidades do mercado, milhões de trabalhadores negros se viram abandonados, sem direitos, sem trabalho, sem casa, sem família, destituídos de lugar social.



Como bem expressa o texto produzido pelo Fórum Nacional dos Trabalhadores Negros: “Saímos, então, das mãos dos sinhozinhos e caímos na marginalidade por falta de trabalho remunerado e casa para morar. Este é um dos motivos que neste dia 13 de maio não podemos comemorar a libertação. Pelo contrário, hoje o preconceito racial está mais vivo do que nunca”.



Com a palavra os trabalhadores negros: “Nós negros somos discriminados e marginalizados, nossas crianças são vítimas da violência. Cerca de 70% dos assassinatos de menores no Brasil na faixa de 13 a 17 anos são de negros. A maioria é nascida em favela e pertencem a famílias com uma renda inferior a um salário mínimo “. (Documento da Anistia Internacional).



As mulheres negras estão sendo esterilizadas, sem ao menos ter o direito de escolha… A maior ocorrência tem sido nas regiões Norte e Nordeste… Somos discriminados no local de trabalho. Os jornais trazem anúncio solicitando pessoas de “boa aparência” – racismo velado – para contratação. Na verdade há diferenças salariais. Tem negro que faz o mesmo tipo de trabalho de um branco e recebe salário menor – os brancos representam 57% da força de trabalho e ficam com 72% do rendimento, enquanto os negros e pardos representam 40% da força de trabalho, ficando apenas com 25% do rendimento – Os negros são alvo de preconceito também pela polícia.

Basta um negro ficar na rua à noite e não ter registro em carteira para ser considerado marginal – Pesquisa da Datafolha, realizada com 1080 entrevistados, dois dias após a exibição do vídeo pela TV, onde policiais militares de Diadema apareceram torturando e extorquindo civis e dando o tiro que matou o mecânico Mário José Josino, parado durante a blitz na favela Naval, mostrou que os negros são abordados com maior freqüência pela polícia, recebem mais insultos e mais agressões físicas que os brancos ou qualquer outro grupo étnico. Entre os entrevistados da raça negra, quase a metade (48%) já foi revistada alguma vez. Desses, 21% já foram ofendidos verbalmente e 14% agredidos fisicamente. Enquanto entre os brancos, 34% já passaram por uma revista policial, 17% ouviram ofensas e 6% já foram agredidos, ou seja, menos da metade da incidência com negros.

Com os recentes episódios envolvendo os jogadores Neymar e Roberto Carlos, com o comportamento homofóbico e racista do deputado Bolsonaro em resposta a uma pergunta da cantora Preta Gil e com releituras fundamentalistas de deputados e pastores sobre o continente africano, devemos ampliar o debate e a organização sobre os valores e o rumo Socialista, numa luta sem trégua contra todas as formas de opressão e dominação tão presente no mundo capitalista em que vivemos.

Como parte do processo de combate ao preconceito racial, nesse 13 de maio de 2011 estamos viabilizando mais uma ferramenta de debate e denúncia sobre todas as formas de opressão de classe, que apesar do enfrentamento cotidiano, vem aumentando a visibilidade e a interlocução dos setores reacionários da sociedade brasileira. O nosso blog será construído por militantes do movimento negro com a denominação de “ESPAÇO CULTURAL LUIZA MAHIN “, liderança marcante das lutas e rebeliões, principalmente na Bahia.O seu filho Luis Gama a descreve como: ‘‘Sou filho natural de uma negra africana, livre, da nação nagô, de nome Luiza Mahin, pagã, que sempre recusou o batismo e a doutrina cristã’’.



Contra fatos não há argumento.

O racismo existe e deve ser exterminado da sociedade.

- Contra a discriminação racial no mercado de trabalho;

- Contra a discriminação da mulher;

- Contra a violência policial sobre pobres e negros;

- Pela extinção dos conteúdos discriminatórios e xenófobos nos livros e materiais didáticos;

- Pela inclusão de fato da História da África no currículo escolar;

- Em defesa das políticas de reparações históricas e a instituição das cotas para negros nas faculdades públicas, autarquias e particulares .

- Pelo feriado de Nacional de 20 de novembro.

- Pela implantação da capoeira na grade curricular das escolas públicas municipais e estaduais.

- Pela organização do “Museu da Raça Negra” nas cidades Brasileiras.

- Pela implantação nos municípios de Secretarias de Etnia, para encaminhar as demandas gerais e específicas.

-Por um novo estatuto da igualdade Racial.



Aldo Santos- é ex-vereador de São Bernardo do Campo, Professor de filosofia das Unidades escolares Pedra de Carvalho, Maria Auxiliadora e Jacob Casseb, Coordenador da Corrente política TLS, Presidente da Associação dos Professores de filosofia e filósofos do Estado de São Paulo e do Coletivo Nacional de Filosofia, Membro da Executiva Nacional do Psol. http://professoraldosantos.blogspot.com/ aldosantos@terra.com.br

terça-feira, 10 de maio de 2011

Josias Raimundo dos Santos: filho de Missão Velha.

HISTÓRIA DE JOSIAS RAIMUNDO DOS SANTOS


Josias Raimundo dos Santos nasceu no dia 25 de maio de 1925 na Comarca de Missão Velha, Ceará. É filho de Maria Inês de Jesus Filha e Raimundo Pereira dos Santos. Seus avôs maternos são Raimundo Martins dos Santos e Maria Inês da Conceição, falecidos. Sua avó paterna era dona Bárbara. A Bisavó materna chamava-se Josefa Maria de Jesus, sendo que Josias não a conheceu. Todos nasceram na comarca de Missão Velha, Ceará. Josias teve vários irmãos, sendo eles: José Raimundo dos Santos, Assis, Luzia Maria de Jesus, Naíde Maria de Jesus, Antonio Raimundo dos Santos, Maria Inês Santos, Zeca, Mariquinha e Neco. Todos os irmãos nasceram em Brejo Santos – Ceará. A maioria não possuía registro de nascimento, tendo apenas o batistério.

A mãe de Josias, Maria Inês de Jesus Filha, faleceu em 1930 por conseqüência das seqüelas do parto de Antonio Raimundo. Seu pai, Raimundo Pereira dos Santos faleceu em 1931 com mais ou menos 42 anos de idade. Era gordo, parecido com o neto Cleonaldo, trabalhava como distribuidor de bebidas e tinha uma propriedade de mais ou menos 20 alqueires de terra, batizada de Sítio Pau-Branco, situada no município de Brejo Santo.

O Sítio produzia milho, feijão de corda, mandioca, algodão e arroz. Após a morte de seu pai, o irmão mais velho, José Raimundo, foi para o Maranhão. Aos 16 anos de idade, Josias vem para o Estado de São Paulo. Viaja pelo rio São Francisco de vapor e pela estrada de ferro de Pirapora, chegando á São Paulo após 15 dias de viagem. Josias não tinha idade para viajar, veio fugido.

No Estado de São Paulo trabalhou de bóia-fria na fazenda Monte Alvão, Presidente Prudente. Trabalhou de diarista (recebia por dia de trabalho) plantando e colhendo algodão, milho, feijão. Trabalhava muito e não ganhava quase nada. Em 1944, voltou para Brejo Santo, Ceará. Casou-se na igreja com Maria Bevenuta de Jesus.

Os primeiros dois filhos do casal nasceram mortos. Nasceram depois Raimundo Josias dos Santos, Francisco Josias dos Santos, Erivaldo Josias dos Santos, Aldo Josias dos Santos, Francisco Raimundo dos Santos, Tânia Maria dos Santos, Cleonaldo dos Santos e Alda Maria dos Santos. Na época de seu casamento, trabalhava na lavoura e no boteco “bodega seca”.

Nos anos de 1952 e 1953 a seca acabou com a lavoura. Josias e a família, não vendo outra saída, migram para São Paulo. Viajaram 18 dias de Pau-de-Arara. Em São Paulo, foram morar na fazenda Santa Amália, Rancharia. Josias trabalhava como bóia-fria.

Em 1958, foi trabalhar como cortador de lenha em Porto Alvorada, no Paraná, com o Seu Zé, um Cearense cuja passagem de volta nós pagamos. Foram morar depois na fazenda Palmeira, Murutinga do Sul. Trabalhou com o arrendatário Arlindo e depois com o Sr. Horácio Miranda. Esta região era conhecida como ‘terra de cascavel”. Depois foram para Mesópolis trabalhar na lavoura também como arrendatário.

Nesta época, Josias comprou um sítio de dois alqueires localizado na fazenda São João. Depois adquiriu mais dois alqueires da terra vizinha á sua. Em 1966, depois do fracasso da lavoura, a família de Josias migra para São Paulo. Foram morar no Bairro Independência, São Bernardo do Campo e depois em Diadema. Estudou na época em que a palmatória era usada como castigo nas escolas.

Na Grande São Paulo, trabalhou de ajudante geral na Mercedes e na Panex. Josias adquiriu doenças ligadas á pressão arterial e precisou ser aposentado. Sua aposentadoria foi feita pelo Dr. Aron. Morou muitos anos em Diadema e atualmente mora com os filhos.( Relato da história oral de Josias Raimundo dos Santos a seu filho Aldo Josias dos Santos em 07/02/99)

Depois de viver boa parte da vida, na idade de Diadema, no Jardim Santa Cândida, por motivos de saúde muda-se para Hortolândia, onde num primeiro momento morou próximo a Dona Maria, mudando-se posteriormente para a chácara do Chicão em outro bairro da cidade.Com a saúde debilitada, no dia 9 de maio de 2010, aos 86 anos de idade, morreu num hospital de campinas , deixando filhos, netos e bisnetos. O seu corpo foi enterrado no cemitério do jardim das colinas em Sbcampo, juntamente com Maria Bevenuta de Jesus.

Meu pai teve uma vida marcada pelo sofrimento e como migrante viveu, batalhou e lutou para criar os filhos, deixando para eles os valores éticos e morais de sua época, além de uma grande e próspera família, com netos e bisnetos espalhados em várias partes do Brasil.

Quanto mais o tempo passa, mais valorizamos e compreendemos o significado da vida, a gratidão por nos criarem em condições adversas,longe das ciladas, das imoralidades e da falta de ética tão presente no mundo em que vivemos.

Sr. Josias:

“Simples como a vida,
Duro como a vida,
Porém vitorioso
Pelo que de belo existe
Em cada um dos que descendem
de Josias Raimundo dos Santos.”
(Aldo Santos)







Além do Espelho
João Nogueira

Composição :
João Nogueira e Paulo César Pinheiro


Quando eu olho o meu olho além do espelho

Tem alguém que me olha e não sou eu

Vive dentro do meu olho vermelho

É o olhar de meu pai que já morreu

O meu olho parece um aparelho

De quem sempre me olhou e protegeu

Assim como meu olho dá conselho

Quando eu olho no olhar de um filho meu


A vida é sempre uma missão

A morte uma ilusão

Só sabe quem viveu

Pois quando o espelho é bom

Ninguém jamais morreu


Sempre que um filho meu me dá um beijo

Sei que o amor de meu pai não se perdeu

Só de ver seu olhar sei seu desejo

Assim como meu pai sabia o meu

Mas meu pai foi-se embora no cortejo

E eu no espelho chorei porque doeu

Só que olhando meu filho agora eu vejo

Ele é o espelho do espelho que sou eu


A vida é sempre uma missão

A morte uma ilusão

Só sabe quem viveu

Pois quando o espelho é bom

Ninguém jamais morreu


Toda imagem no espelho refletida

Tem mil faces que o tempo ali prendeu

Todos têm qualquer coisa repetida

Um pedaço de quem nos concebeu

A missão de meu pai já foi cumprida

Vou cumprir a missão que Deus me deu

Se meu pai foi o espelho em minha vida

Quero ser pro meu filho espelho seu


A vida é sempre uma missão

A morte uma ilusão

Só sabe quem viveu

Pois quando o espelho é bom

Ninguém jamais morreu


E o meu medo maior é o espelho se quebrar

E o meu medo maior é o espelho se quebrar

E o meu medo maior é o espelho se quebrar

E o meu medo maior é o espelho se quebrar