sábado, 31 de dezembro de 2011

Escola Jacob Casseb vai aumenta o número de salas de aulas.

Escola Jacob Casseb vai aumenta o número de salas de aulas.


No último dia letivo em que estive na EE Jacob Casseb, fiquei sabendo da noticia divulgada junto aos pais por ocasião da reunião de pais e mestres/4º bimestre 2011.

A sensação que tive foi de conquista e vitória do movimento organizado com o apoio efetivo do Sindicato dos professores, apeoesp-sbc.

No período noturno o aumento foi de 100%, e passará contar com 12 salas de aulas.

Quero parabenizar ao grupo de professores que participaram ativamente nesse processo de mobilização.

A subsede da APEOESP fez os panfletos, alugou o carro de som para divulgar na comunidade a abertura das inscrições, incentivando-a a retornar a sala de aula.

A divulgação, o chamado e a realização do ato em frente a escola Casseb transcorreu perfeitamente dentro da expectativa dos organizadores.

No dia do ato, foi muito importante a participação dos estudantes que ajudaram na panfletagem, contando ainda com a brilhante presença e liderança do Grêmio Livre Estudantil da escola.

Agora é preciso melhorar a estrutura física da escola para recepcionar adequadamente os estudantes desta unidade escolar.

Quem luta conquista; Junte-se a nós.



Aldo Santos-Coordenador da APEOESP-SBC, Presidente da APROFFESP.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

“Professor morre após agressão”

HISTÓRIA E MEMÓRIA:


“Professor morre após agressão”



Essa foi a manchete do jornal Diário do Grande ABC, publicada no caderno regional, em 25 de novembro de 2001. No subtítulo estava estampado: “Aluno fincou chaves na testa do educador, que passou por cirurgia, mas morreu 15 dias depois.”

Esse foi o ápice da violência nas escolas, que ceifou a vida do professor de história, José Vieira Carneiro, aos 44 anos de idade. Carneiro Lecionava na EE Palmira Gracioto, no Parque São Bernardo-SBC, deixando três filhos e uma viúva.

A agressão aconteceu no dia 09 de novembro 2001, por volta das 19h40min numa das salas da referida unidade escolar. O Aluno foi identificado como: “A.,17”, conforme citação do jornal.

Segundo a imprensa, “o garoto estava brincando com o chaveiro e o professor pediu para que parasse. O garoto, então, partiu para cima dele e o atingiu na cabeça com as chaves”, disse um professor que não quis se identificar.

Em outra citação, a cunhada do professor mencionou: “Ele disse que o menino colocou as chaves entre os dedos e que deu um soco na testa dele”.

Ainda segunda a reportagem, a Diretoria de Ensino “recusou a comentar o assunto”.

Na ocasião, lembro-me que tentaram de toda forma abafar o caso para evitar a repercussão política negativa do acontecido.

Em 2001, num determinado domingo pela manhã, compareceram em minha casa o professor Carneiro e outro colega, também professor, narrou os fatos, queixou-se de fortes dores de cabeça e estava muito preocupado com a situação.

Fiquei preocupado com a perfuração na testa do professor, além de estar com a cabeça um pouco inchada. Disse a ele que deveria urgentemente procurar o hospital do Servidor Público Estadual para reavaliar o caso.

Coloquei o mandato a disposição dele, inclusive o carro oficial para levá-lo ao hospital, o que foi feito por várias vezes. Três dias depois fui visitá-lo em sua casa e percebi que embora estivesse andando, ainda não havia melhorado.

Como auxiliar de enfermagem, percebi que o caso era sério e novamente disse que deveria solicitar sua internação no hospital para intensificar o tratamento.

Para a nossa tristeza e revolta, o mesmo veio a falecer, causando profunda indignação a categoria.

A dirigente de ensino da época era militante de carteirinha do PSDB, que além de incompetente, exalava prepotência e arrogância antipedagógica.

No dia do enterro do professor, fizemos o inusitado no cemitério das colinas em SBC, fixamos reportagens nos vidros do velório onde o corpo estava, além da panfletagem no próprio recinto. Na saída do corpo, num ato de ousadia, discursamos e denunciamos a perda do nosso companheiro; resultado do descaso para com a escola pública e os seus educadores.

O corpo foi levado para sua terra natal, no Estado do Ceará e o sindicato continuou sua ofensiva contra o abandono da rede pública e a violência sofrida pelos educadores em seu cotidiano.

De lá pra cá a violência continua em níveis diferenciados, com assédio moral, agressões verbais e físicas, frequentemente denunciadas em nossas subsedes.

Há dez anos essa tragédia se abateu em nossa rede, e até hoje pouco tem sido feito no sentido de melhorar a escola pública no Estado de São Paulo.

A nossa luta continua contra o baixo salário, o numero excessivo de alunos em sala de aula, a política excludente da meritocracia e a violência nas escolas.

A nossa resistência tem se destacado e dirigentes e ditadores tem perecido ao longo de nossa trajetória, tanto em nível estadual, quanto em nível regional. Esperamos que haja maior empenho da justiça em relação a esse e outros tantos casos que continuam desafiando a lógica do ato de educar.

De nossa parte, continuaremos atuando no sentido de restabelecer a verdadeira escola pública, laica e de qualidade para todos os filhos e filhas da classe trabalhadora.



Educar e resistir sempre é preciso!!!.



Aldo Santos, coordenador da APEOESP-SBC presidente da Associação dos professores de filosofia e filósofos do Estado de São Paulo, membro do Coletivo Nacional de Filosofia, coordenador da corrente política TLS.

NOSSA SOLIDARIEDADE COM O PROFESSOR ALTAIR BORGES.

Caros colegas, desde o ano passado o nosso colega Altair Borges(Tatá), vem sofrendo com sua diretora em Itirapina. A diretora encaminhou um processo no início do ano para a Corregedoria do Estado pedindo a aplicação de penalidades ao professor, por ele ter escrito no livro ponto que não concordava com uma convocação de uma data cívica da cidade ,que a mesma fosse comemorada na camara municipal tendo em vista, que somos trabalhadores estaduais, e que se era feriado na cidade, que a mesma fosse, óbviamente cumprido em descanço, ou que em último caso cumprido na escola,isso tudo sem contar que em dias de feriados na cidade, há muita dificuldade em encontrar transportes.

No dia 27 de Dezembro,semana do natal e recesso escolar o Altair foi convocado na D.E para responder uma outra acusação , desta feita,a diretora da escola, arrolou uma aluna e seus pais como testemunha de que o professor Tatá, teria se dirigido á aluna com palavras inapropriadas, além do que, também pesa sobre ele a denúncia de qual material pedagógico ele está utilizando, ou seja,o professor tem usado o livro de matemática e me parece que a diretora quer que o mesmo utlize os benditos caderninhos (apostila), e ainda há um questionamento sobre o preenchimento e o estado de conservação dos Diários de classes.

Como se pode ver coisas que se não houvesse essa possível dita perseguiçãocomcerteza as coisas poderiam serem resolvidas de forma tranquila,sem precisar chegar a esse extremo de processo na D.E e tudo mais, mas no entanto, o que se pode deduzir das atitudes da diretora é que ela prefere a punição ao diálogo , ou ainda ,a eliminação do nosso colega que tem em torno de 17 anos de trabalho, fora dos quadros de professores do estado.Isso é um absurdo e não podemos permitir.
Dito.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

“Os índios nunca foram atrasados”

Carlos Walter Porto Gonçalves critica visão eurocêntrica de “modernidade” e “atraso” e indica a importância da resistência indígena e camponesa

Joana Tavares
O professor Carlos Walter Porto Gonçalves vem dedicando suas análises sobre a Pátria Grande, a América Latina. Um antigo defensor das lutas indígenas e camponesas e ex-assessor de Chico Mendes, ele diz que não faz sentido querer um ambiente sem gente nem um desenvolvimento para as pessoas sem cuidar necessariamente do ambiente. Corrobora com a filosofia do ex-líder sindical e ambientalista, assassinado em 1988: “Não há defesa da floresta sem os povos da floresta”. E também se inclui na filosofia do ecossocialismo, como a união das lutas contra a devastação e o capitalismo. Nesta entrevista, ele fala sobre a América Latina e a posição arrogante do Brasil, critica o projeto e a visão da modernidade e defende a força da luta e das ideias indígenas.

Por que há tanto desconhecimento no Brasil em relação à América Latina?

Carlos Walter Porto Gonçalves – A história do processo colonial, o fato de o Brasil ter sido colonizado por Portugal e a maioria dos países pela Espanha, implica certas diferenças. Nosso continente foi marcado por presenças coloniais diversas, como a inglesa, francesa, holandesa, e ainda há países que são colônias mesmo hoje, como a Guiana Francesa. Mas não é só isso. Parece que a nossa dificuldade de nos aproximar do resto da América Latina e do Caribe não é uma questão de língua – com certo esforço a gente acaba se entendendo –, mas o processo de independência diferenciado. O Brasil não seguiu a ideia do “inventar ou errar” – uma expressão de Simón Rodríguez – dos outros países, que tentaram inventar um regime republicano, diferente do regime monárquico que reinava nas metrópoles colonizadoras. O Brasil foi o único que fez a independência e se manteve como império, inclusive com uma monarquia, com uma casa real. E achava que por ser uma monarquia era superior às “repúblicas de caudilho” da América Latina, expressão que continua a ser usada hoje pelas elites brasileiras e pela mídia. E de certa forma os países de colonização hispânica são obrigados a conhecer um pouco mais uma história que lhes é comum, haja visto que muitos países surgiram se emancipando de outros, como a Colômbia da Venezuela. A história deles tem que se remeter uma à outra. A história do Brasil em face de nossos vizinhos é mais desconfortável, por ter se apropriado de territórios que, a rigor, eram de outros países. Cabe também falar que a maior parte das elites formadas na América Latina continuou preocupada em se integrar com as elites europeias e dos países imperialistas para continuar exportando seus diversos produtos.

Qual o sentido político do termo “América Latina”?

O termo “América Latina” foi usado pela primeira vez por um poeta colombiano, José María Caicedo, num poema chamado “As duas Américas”, em 1854. Ele usou essa expressão com clara posição de tensão em relação à América anglo- saxônica. Ele estava muito impactado pelo que havia acontecido, numa data que todos nós deveríamos ter sempre em mente: 1845- 1848, que é o período da guerra dos EUA contra o México. Quando os EUA fizeram a independência eram apenas as 13 colônias situadas a leste. Todas as terras do Texas até a Califórnia – com todos aqueles nomes em espanhol – foram tomadas do México. De certa forma, o Caicedo dá continuidade ao que Simón Bolívar tinha percebido nos anos de 1820 em função da posição norte-americana em relação ao Haiti, o primeiro país do mundo a abolir a escravidão. O que faz os Estados Unidos? Junto com a França, faz pressão para que o Haiti pague por cada escravo que tinha se tornado livre, o que faz com que o país fique sufocado em dívidas. E Simón Bolívar, que recebeu armas dos revolucionários haitianos para fazer os processos de libertação da América Latina, percebe que a doutrina de Monroe, “América para os americanos”, era para os americanos do norte, para os estadunidenses. Percebeu isso em 1823 e denunciou imediatamente, convocando uma integração entre os países, entre iguais, não uma integração subordinada. Ele usava a expressão “Pátria Grande”, a América integrada; ele dizia que tínhamos uma “pátria chica” – Brasil, Venezuela etc. – mas também a Pátria Grande. Então, a expressão “América Latina” tem um significado muito forte, porque abriga o caráter anti-imperialista, antagoniza com a América anglo-saxônica. Mas ao lado do seu caráter emancipatório, Caicedo não estava livre de um certo eurocentrismo. A expressão ‘latina’ ignora todo o patrimônio civilizatório que aqui existe e que não é de origem latina, como os quéchuas, os aimarás, os tupiguarinis, os maias.

Qual o papel dos países latinoamericanos no mercado mundial?

A demanda de matérias-primas em países como a China faz com que o Brasil e outros países da América Latina passem por um processo de reprimarização da sua pauta de exportações. E as pessoas estão vendo isso como uma vantagem! Para os capitalistas com visão de curto prazo é bom, porque estão ganhando dinheiro. Na verdade, isso é uma nova fase de um processo que tem 500 anos. Sempre fomos exportadores de produtos primários ou manufaturas. Há um mito de que estamos vivendo um processo de modernização tecnológica, com o agronegócio e seus equipamentos modernos. É um mito porque o Brasil no século 16 já exportava manufaturados, como o açúcar. Nossa história é muito colonizada, contamos a história como os europeus nos contaram. Inclusive europeus que nos são caros, como Marx. Marx conta a história da revolução industrial a partir da Europa, mas as primeiras manufaturas, os engenhos de açúcar, estavam no Brasil, no Haiti, em Cuba. Nós já éramos modernos tecnologicamente, mas uma tecnologia colocada aqui não para nos servir, mas para nos explorar. A rigor, um trator e computador fazendo plantio direto hoje é o equivalente ao que fazíamos no século 16, com tecnologia de ponta. Que ideologia é essa da “modernidade” que achamos que veio para nos salvar? A modernidade sempre nos fez ser o que somos. A gente não consegue se desprender da ideologia eurocêntrica da modernidade e acabamos propondo como solução o que é parte do problema.

O que são os megaprojetos de infraestrutura colocados para o continente hoje?

Há muitos projetos de infraestrutura em curso. Na América Central, há um projeto de integração física, que é o Plano Puebla Panamá, hoje rebatizado como Plano Mesoamérica. E temos a Iirsa, Iniciativa de Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana, proposta numa reunião convocada pelo Fernando Henrique Cardoso no ano 2000. É um grande projeto de portos, aeroportos, estradas, uma rede de comunicação, que torna o espaço geográfico mais fluido e diminui o tempo socialmente necessário para a produção. Essas obras estão sendo feitas a partir de uma proposta das elites, feita pelo capital. No caso do Brasil, feitas com a presença muito incisiva do BNDES, que tem mais dinheiro que o Banco Mundial para investir. Esses investimentos já estão trazendo problemas, no Equador, na Bolívia, na Argentina.

O Brasil tem uma postura imperialista em relação aos outros países da América Latina?

A estratégia brasileira não é antagônica com a estratégia norte-americana. A burguesia brasileira sabe manejar muito bem o Estado quando lhe é conveniente. Sabe manejar o BNDES para os seus interesses, usar os recursos. As grandes empresas de engenharia civil do Brasil estão presentes em todos os países da América Latina. O complexo de poder envolvido no agrobusiness é um belíssimo exemplo: é um complexo de aliança política entre as burguesias brasileiras articuladíssimas com a burguesia internacional, que estão se beneficiando dessas estruturas. É uma burguesia associada ao imperialismo americano, mas que tem um projeto próprio ao mesmo tempo. A ideia de subimperialismo de Ruy Mauro Marini me parece correta. A diplomacia brasileira não usa o termo “América Latina”, diz “América do Sul”, quer dizer, está preocupada com a integração física para exportar. Estamos fazendo com nossos povos aquilo que sempre fizemos desde o período colonial.

Como esse projeto impacta as populações indígenas e camponesas?

Quem está se revelando os maiores antagonistas desse projeto são as populações indígenas, camponesas e afro-latino- americanas. Elas que estão sendo expulsas de suas terras. A Iirsa diz claramente que os projetos vão se expandir para áreas de vazios demográficos. A Amazônia não é vazia. Não é à toa que o imperialismo diz que os indígenas são os novos comunistas. São áreas cujas populações historicamente sempre viveram com a Pachamama. Os índios sequer têm um nome para a “natureza”, porque significaria pensar o homem como fora da natureza. A Pachamama não é a natureza, é a origem de tudo, de todas as energias, todos nós fazemos parte dela. Eles não são antropocêntricos, não vivem na matriz da racionalidade que vem da Europa, que hoje é parte da crise. Se há 50 anos as forças hegemônicas podiam passar um trator por cima dessas comunidades, hoje essas populações conseguem se mobilizar e encontram eco para suas denúncias. O próprio capitalismo não sabe o que fazer com essas áreas. Tem um setor novo do capitalismo que é o da biotecnologia, que depende de informação do geoplasma. Para esse capitalismo, a diversidade biológica é um valor, ele se confronta com o capitalismo predador que quer derrubar a mata para entrar com gado na Amazônia. Hoje, o capitalismo tem dentro de si um confronto sobre o que fazer com essas regiões. Nessa brecha de dúvida sobre o modelo que vai imperar, abriu-se um espaço para que as populações indígenas encontrassem uma possibilidade maior de falar. Antes havia um consenso, inclusive entre a esquerda, com raríssimas exceções, que achava que tinha que passar o trator. Era uma noção eurocêntrica de “moderno” e “atraso”. Os índios nunca foram atrasados, eles sempre viveram seu próprio tempo. Para nós é fundamental fazer a crítica não só ao capitalismo, mas à mentalidade colonial, à colonialidade do saber e do poder. A discussão dessas populações que estão sendo atingidas é fundamental. A própria ideia de uma Via Campesina só é possível na medida em que essas populações adquirem uma centralidade muito mais importante nos dias de hoje; o campesinato e aquilo que o Darcy Ribeiro chamava de indigenato, um campesinato etnicamente diferenciado. Estamos vivendo uma crise do capitalismo e ao mesmo tempo uma crise de padrão civilizatório. E, nesse sentido, até setores de esquerda, que embarcaram numa visão desenvolvimentista, não perceberam que na verdade existem múltiplas forças produtivas que se desenvolveram por populações outras. Já havia uma sofisticada metalurgia entre as populações originárias de nuestra América, uma sofi sticada agricultura, arquitetura, como Machu Pichu. Os indígenas, sabe-se lá como, conseguiram preservar muitas das coisas desse período, conseguiram manter sua identidade própria. Esses povos têm algo a nos ensinar. Temos que ter a humildade de ver como, depois de 500 anos, eles ainda resistem com essa força. Eles estão mais vivos do que nunca.

Carlos Walter Porto-Gonçalves é doutor em Geografia e professor do Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Federal Fluminense (UFF). Foi presidente da Associação dos Geógrafos Brasileiros (1998-2000). É Membro do Grupo de Assessores do Mestrado em Educação Ambiental da Universidade Autônoma da Cidade do México (Unam). Ganhador do Prêmio Chico Mendes em Ciência e Tecnologia em 2004 e do Prêmio Casa de las Américas (Ensaio Histórico-social) em 2008, é autor de diversos artigos e livros publicados em revistas científicas nacionais e internacionais.

Fonte: http://ponto.outraspalavras.net/

POPULAÇÃO RECEPCIONA LULA, BANCADA DE VEREADORES E LIDERANÇAS NA SEDE DA VILA LULALDO, NO RIACHO GRANDE -SBC.

EM 2001,  POPULAÇÃO DA VILA LULALDO RECEPCIONA  LULA E A BANCADA DE VEREADORES  EM ATIVIDADE COLETIVA NA SEDE DA  VILA.NA FOTO, ZÉ FERREIRA, PROFESSORA  LOURDES, LULA, ALDO SANTOS,TONINHO DA LANCHONETE, WAGNER LINO,  IVO E ARIMATÉIA.

LULA DISCURSA AO LADO DE ALDO SANTOS NA VILA QUE SE CHAMA: VILA LULALDO.

Em 2001, Lula Visita  juntamente com a bancada de vereadores do PT_SBC, a Vila LULALDO NO RIACHO GRANDE.

População da Vila LULALDO na Rua gatante o direito a moradia.

Passeata dos moradores da Vila Lulaldo, para garantir o direito a moradia.19/09/2001

Manifestação dos moradores contra a reintegração de posse da Vila Lulaldo.

Foto de 06/11/92, em frente ao forum  em SBC,  após passeata,  reunião com a juiza, contra a reitegração de posse da Vila Lulaldo.

Lula Visita a Vila que foi Batizada de Vila Lulaldo, Homenagem dos moradores a Lula e Aldo Santos.

Em 2001,LULA Vista a sede da  Vila LULALDO  no Riacho Grande. Vicentinho, Lula, Aldo Santos, Wagner Lino, Professora Lourdes, Geraldinho e Arimatéia.

Vila LULALDO Reune LULA E ALDO SANTOS em atividade coletiva

 
 Em 2001, Lula Visita juntamente com a bandada de vereadores do PT  de SBC a Vila Lulaldo no Riacho Grande.Vereadores: José Ferreira, Aldo Santos, Deputado Federal Vicentinho, Antonio Carlos, Wagner Lino,além de lideranças com  Zé Arimatéia e Geraldinho. 

Ocupação da vila LULALDO. FOTO DE 15/12/1989. fOTO: TANÁ, ANGÉLICA, ANGELA E MORADORES.

domingo, 25 de dezembro de 2011

Um amigo do bairro Assunção em São Bernardo, formado em filosofia, manifestou o interesse em conhecer Aldo Santos, professor de Filosofia

PT porta a porta e a oposição briga

Um amigo do bairro Assunção em São Bernardo, formado em filosofia, manifestou o interesse em conhecer Aldo Santos, professor de Filosofia, por e-mail pedi a Aldo para contatá-lo, os dois encontraram-se várias vezes e pelo meu entendimento teriam se entrosado.
Semanas depois reencontrei esse amigo e perguntei pelo Aldo. Ele respondeu:
“O Aldo pediu-me para ingressar no PSOL, concordei, mas ele demorou de formalizar a minha entrada no partido. Então, dia desse Vanderlei Salatiel, presidente do PT, foi a minha casa com fichas de filiação, conversou e pediu para eu e meu pai ingressar no PT, preenchemos as fichas e ingressamos”.
Quem contou a Vanderlei Salatiel que o PSOL pretendia inscrevê-lo? - indaguei.
“Não sei como ele ficou sabendo.” - respondeu.

Outro caso:
Um advogado esteve em meu sebo e me contou que a sua propriedade rural no interior havia sido invadida por trabalhadores do Movimento Sem Terras. Disse que iria ao Sindicato dos Metalúrgicos procurar alguma pessoa que tivesse contato com o MST para dissuadir o Movimento da ocupação.
Retornou dias depois e contou:
“Estive no Sindicato, fui atendido por alguns diretores e narrei o meu caso. Eles telefonaram na hora para o MST, que saiu da minha propriedade. Então, me pediram para ingressar no Partido dos Trabalhadores, ingressei e me ofereceram várias camisas com o símbolo do sindicato”.

O advogado me perguntou:

“Você não quer uma camisa?”

Disse que não, mas a despeito da minha resposta ele foi ao carro e trouxe a camisa.

Enquanto a oposição briga, o PT trabalha porta a porta.

Jornalista, Carlos Laranjeira é autor de livros, um dos quais O Vocabulário da Política.

Leia também as notícias e comentários de filmes, músicas e livros do Sebo do Laranjeira. Endereço:

http://carlos.laranjeira.blog.uol.com.br/

Escrito por Laranjeira às 11h33
08/11/2011

Porém a lei equipara Aldo Santos com Paulo Maluf e outro indivíduos inescrupulosos da política.

Palavra do Presidente


PARTIDO CONSOLIDADO
Nesta sexta-feira 18/03 estivemos reunidos com o companheiro Paulo Búfalo e consolidamos o PSOL para as eleições 2012, na regularização do Diretório, assim como, no contexto ideológico do partido.
75.895 votos Paulo Búfalo
O Diretório do PSOL Mococa agradece aos eleitores mocoquenses pelos votos atribuídos ao candidato Paulo Búfalo. O companheiro Paulo não esteve na contagem das urnas do Estado devido à abusiva lei de ficha limpa que enquadra qualquer candidato no mesmo patamar criminoso. O partido, enquanto isso, assegura em sua nota “a confiança de que Aldo Santos é inocente e foi enquadrado injustamente na Lei do Ficha Limpa, já que não pesa sobre a sua pessoa qualquer suspeita de corrupção”.

“O então vereador tomou a atitude correta ao utilizar o veículo da Câmara de Vereadores de São Bernardo do Campo para retirar mulheres e crianças do Acampamento Santo Dias pouco antes da violenta reintegração de posse em 2003″, explica o comunicado. Porém a lei equipara Aldo Santos com Paulo Maluf e outro indivíduos inescrupulosos da política.

Parabéns Paulo Búfalo, e obrigado aos mocoquenses!

Renato Granito (presidente do PSOL-Mococa)



sábado, 24 de dezembro de 2011

“Os índios nunca foram atrasados”

Carlos Walter Porto Gonçalves critica visão eurocêntrica de “modernidade” e “atraso” e indica a importância da resistência indígena e camponesa
Joana Tavares
O professor Carlos Walter Porto Gonçalves vem dedicando suas análises sobre a Pátria Grande, a América Latina. Um antigo defensor das lutas indígenas e camponesas e ex-assessor de Chico Mendes, ele diz que não faz sentido querer um ambiente sem gente nem um desenvolvimento para as pessoas sem cuidar necessariamente do ambiente. Corrobora com a filosofia do ex-líder sindical e ambientalista, assassinado em 1988: “Não há defesa da floresta sem os povos da floresta”. E também se inclui na filosofia do ecossocialismo, como a união das lutas contra a devastação e o capitalismo. Nesta entrevista, ele fala sobre a América Latina e a posição arrogante do Brasil, critica o projeto e a visão da modernidade e defende a força da luta e das ideias indígenas.

Por que há tanto desconhecimento no Brasil em relação à América Latina?

Carlos Walter Porto Gonçalves – A história do processo colonial, o fato de o Brasil ter sido colonizado por Portugal e a maioria dos países pela Espanha, implica certas diferenças. Nosso continente foi marcado por presenças coloniais diversas, como a inglesa, francesa, holandesa, e ainda há países que são colônias mesmo hoje, como a Guiana Francesa. Mas não é só isso. Parece que a nossa dificuldade de nos aproximar do resto da América Latina e do Caribe não é uma questão de língua – com certo esforço a gente acaba se entendendo –, mas o processo de independência diferenciado. O Brasil não seguiu a ideia do “inventar ou errar” – uma expressão de Simón Rodríguez – dos outros países, que tentaram inventar um regime republicano, diferente do regime monárquico que reinava nas metrópoles colonizadoras. O Brasil foi o único que fez a independência e se manteve como império, inclusive com uma monarquia, com uma casa real. E achava que por ser uma monarquia era superior às “repúblicas de caudilho” da América Latina, expressão que continua a ser usada hoje pelas elites brasileiras e pela mídia. E de certa forma os países de colonização hispânica são obrigados a conhecer um pouco mais uma história que lhes é comum, haja visto que muitos países surgiram se emancipando de outros, como a Colômbia da Venezuela. A história deles tem que se remeter uma à outra. A história do Brasil em face de nossos vizinhos é mais desconfortável, por ter se apropriado de territórios que, a rigor, eram de outros países. Cabe também falar que a maior parte das elites formadas na América Latina continuou preocupada em se integrar com as elites europeias e dos países imperialistas para continuar exportando seus diversos produtos.

Qual o sentido político do termo “América Latina”?

O termo “América Latina” foi usado pela primeira vez por um poeta colombiano, José María Caicedo, num poema chamado “As duas Américas”, em 1854. Ele usou essa expressão com clara posição de tensão em relação à América anglo- saxônica. Ele estava muito impactado pelo que havia acontecido, numa data que todos nós deveríamos ter sempre em mente: 1845- 1848, que é o período da guerra dos EUA contra o México. Quando os EUA fizeram a independência eram apenas as 13 colônias situadas a leste. Todas as terras do Texas até a Califórnia – com todos aqueles nomes em espanhol – foram tomadas do México. De certa forma, o Caicedo dá continuidade ao que Simón Bolívar tinha percebido nos anos de 1820 em função da posição norte-americana em relação ao Haiti, o primeiro país do mundo a abolir a escravidão. O que faz os Estados Unidos? Junto com a França, faz pressão para que o Haiti pague por cada escravo que tinha se tornado livre, o que faz com que o país fique sufocado em dívidas. E Simón Bolívar, que recebeu armas dos revolucionários haitianos para fazer os processos de libertação da América Latina, percebe que a doutrina de Monroe, “América para os americanos”, era para os americanos do norte, para os estadunidenses. Percebeu isso em 1823 e denunciou imediatamente, convocando uma integração entre os países, entre iguais, não uma integração subordinada. Ele usava a expressão “Pátria Grande”, a América integrada; ele dizia que tínhamos uma “pátria chica” – Brasil, Venezuela etc. – mas também a Pátria Grande. Então, a expressão “América Latina” tem um significado muito forte, porque abriga o caráter anti-imperialista, antagoniza com a América anglo-saxônica. Mas ao lado do seu caráter emancipatório, Caicedo não estava livre de um certo eurocentrismo. A expressão ‘latina’ ignora todo o patrimônio civilizatório que aqui existe e que não é de origem latina, como os quéchuas, os aimarás, os tupiguarinis, os maias.

Qual o papel dos países latinoamericanos no mercado mundial?

A demanda de matérias-primas em países como a China faz com que o Brasil e outros países da América Latina passem por um processo de reprimarização da sua pauta de exportações. E as pessoas estão vendo isso como uma vantagem! Para os capitalistas com visão de curto prazo é bom, porque estão ganhando dinheiro. Na verdade, isso é uma nova fase de um processo que tem 500 anos. Sempre fomos exportadores de produtos primários ou manufaturas. Há um mito de que estamos vivendo um processo de modernização tecnológica, com o agronegócio e seus equipamentos modernos. É um mito porque o Brasil no século 16 já exportava manufaturados, como o açúcar. Nossa história é muito colonizada, contamos a história como os europeus nos contaram. Inclusive europeus que nos são caros, como Marx. Marx conta a história da revolução industrial a partir da Europa, mas as primeiras manufaturas, os engenhos de açúcar, estavam no Brasil, no Haiti, em Cuba. Nós já éramos modernos tecnologicamente, mas uma tecnologia colocada aqui não para nos servir, mas para nos explorar. A rigor, um trator e computador fazendo plantio direto hoje é o equivalente ao que fazíamos no século 16, com tecnologia de ponta. Que ideologia é essa da “modernidade” que achamos que veio para nos salvar? A modernidade sempre nos fez ser o que somos. A gente não consegue se desprender da ideologia eurocêntrica da modernidade e acabamos propondo como solução o que é parte do problema.

O que são os megaprojetos de infraestrutura colocados para o continente hoje?

Há muitos projetos de infraestrutura em curso. Na América Central, há um projeto de integração física, que é o Plano Puebla Panamá, hoje rebatizado como Plano Mesoamérica. E temos a Iirsa, Iniciativa de Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana, proposta numa reunião convocada pelo Fernando Henrique Cardoso no ano 2000. É um grande projeto de portos, aeroportos, estradas, uma rede de comunicação, que torna o espaço geográfico mais fluido e diminui o tempo socialmente necessário para a produção. Essas obras estão sendo feitas a partir de uma proposta das elites, feita pelo capital. No caso do Brasil, feitas com a presença muito incisiva do BNDES, que tem mais dinheiro que o Banco Mundial para investir. Esses investimentos já estão trazendo problemas, no Equador, na Bolívia, na Argentina.

O Brasil tem uma postura imperialista em relação aos outros países da América Latina?

A estratégia brasileira não é antagônica com a estratégia norte-americana. A burguesia brasileira sabe manejar muito bem o Estado quando lhe é conveniente. Sabe manejar o BNDES para os seus interesses, usar os recursos. As grandes empresas de engenharia civil do Brasil estão presentes em todos os países da América Latina. O complexo de poder envolvido no agrobusiness é um belíssimo exemplo: é um complexo de aliança política entre as burguesias brasileiras articuladíssimas com a burguesia internacional, que estão se beneficiando dessas estruturas. É uma burguesia associada ao imperialismo americano, mas que tem um projeto próprio ao mesmo tempo. A ideia de subimperialismo de Ruy Mauro Marini me parece correta. A diplomacia brasileira não usa o termo “América Latina”, diz “América do Sul”, quer dizer, está preocupada com a integração física para exportar. Estamos fazendo com nossos povos aquilo que sempre fizemos desde o período colonial.

Como esse projeto impacta as populações indígenas e camponesas?

Quem está se revelando os maiores antagonistas desse projeto são as populações indígenas, camponesas e afro-latino- americanas. Elas que estão sendo expulsas de suas terras. A Iirsa diz claramente que os projetos vão se expandir para áreas de vazios demográficos. A Amazônia não é vazia. Não é à toa que o imperialismo diz que os indígenas são os novos comunistas. São áreas cujas populações historicamente sempre viveram com a Pachamama. Os índios sequer têm um nome para a “natureza”, porque significaria pensar o homem como fora da natureza. A Pachamama não é a natureza, é a origem de tudo, de todas as energias, todos nós fazemos parte dela. Eles não são antropocêntricos, não vivem na matriz da racionalidade que vem da Europa, que hoje é parte da crise. Se há 50 anos as forças hegemônicas podiam passar um trator por cima dessas comunidades, hoje essas populações conseguem se mobilizar e encontram eco para suas denúncias. O próprio capitalismo não sabe o que fazer com essas áreas. Tem um setor novo do capitalismo que é o da biotecnologia, que depende de informação do geoplasma. Para esse capitalismo, a diversidade biológica é um valor, ele se confronta com o capitalismo predador que quer derrubar a mata para entrar com gado na Amazônia. Hoje, o capitalismo tem dentro de si um confronto sobre o que fazer com essas regiões. Nessa brecha de dúvida sobre o modelo que vai imperar, abriu-se um espaço para que as populações indígenas encontrassem uma possibilidade maior de falar. Antes havia um consenso, inclusive entre a esquerda, com raríssimas exceções, que achava que tinha que passar o trator. Era uma noção eurocêntrica de “moderno” e “atraso”. Os índios nunca foram atrasados, eles sempre viveram seu próprio tempo. Para nós é fundamental fazer a crítica não só ao capitalismo, mas à mentalidade colonial, à colonialidade do saber e do poder. A discussão dessas populações que estão sendo atingidas é fundamental. A própria ideia de uma Via Campesina só é possível na medida em que essas populações adquirem uma centralidade muito mais importante nos dias de hoje; o campesinato e aquilo que o Darcy Ribeiro chamava de indigenato, um campesinato etnicamente diferenciado. Estamos vivendo uma crise do capitalismo e ao mesmo tempo uma crise de padrão civilizatório. E, nesse sentido, até setores de esquerda, que embarcaram numa visão desenvolvimentista, não perceberam que na verdade existem múltiplas forças produtivas que se desenvolveram por populações outras. Já havia uma sofisticada metalurgia entre as populações originárias de nuestra América, uma sofi sticada agricultura, arquitetura, como Machu Pichu. Os indígenas, sabe-se lá como, conseguiram preservar muitas das coisas desse período, conseguiram manter sua identidade própria. Esses povos têm algo a nos ensinar. Temos que ter a humildade de ver como, depois de 500 anos, eles ainda resistem com essa força. Eles estão mais vivos do que nunca.

Carlos Walter Porto-Gonçalves é doutor em Geografia e professor do Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Federal Fluminense (UFF). Foi presidente da Associação dos Geógrafos Brasileiros (1998-2000). É Membro do Grupo de Assessores do Mestrado em Educação Ambiental da Universidade Autônoma da Cidade do México (Unam). Ganhador do Prêmio Chico Mendes em Ciência e Tecnologia em 2004 e do Prêmio Casa de las Américas (Ensaio Histórico-social) em 2008, é autor de diversos artigos e livros publicados em revistas científicas nacionais e internacionais.
Fonte: http://ponto.outraspalavras.net/

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Oficio de professor


É interessante perceber como as pessoas vêem o trabalho do professor, pois acreditam que esta tarefa se resume a entrar em sala de aula e lecionar, na maioria das vezes elas desconhecem a necessidade de pesquisa, domínio da literatura da área, preparo, aplicação e correção de atividades, que com salas superlotadas, ultrapassa varias centenas a serem dadas o devido retorno a cada aluno, e ainda reuniões preparatórias e a desnecessária burocracia.

Por vezes vemos o espanto de quem não é da área ao saberem que os professores permanecem trabalhando após os alunos terem parado (férias), digo trabalhando, pois, ainda ouvimos com frequência, por quem não é do meio a seguinte indagação: “você trabalha ou só dá aula”.

É nesse desconhecimento do que envolve o oficio do professor por parte das pessoas que os governos apostam para manipular a opinião pública.

"O dispositivo a ser observado é decorrência do princípio da valorização do professor, cuja atividade não se restringe a ministrar aulas, mas exige a dedicação e o dispêndio de inúmeras horas com estudo, para aperfeiçoamento e aprofundamento profissional, correção de provas, avaliação de trabalhos, controle de frequência e registro de notas, indispensáveis ao ensino de qualidade que é garantido pela Constituição Federal e reconhecido pela Suprema Corte.

Nas circunstâncias, diante do tempo decorrido, o Estado de São Paulo teve tempo suficiente para se preparar e se adaptar à lei, não sendo razoável que, após a decisão do STF, mesmo que pendente o julgamento de vários embargos de declaração, exijam-se, ainda, mais sacrifícios do professorado, com prejuízo à qualidade da educação.

Do exposto, indefiro o pedido de suspensão da liminar requerido pelo Estado de São Paulo." TLS-Sindical ABCD

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

ABRAM OS OLHOS PROFESSORES CONTRÁRIOS Á DISCIPLINA DE FILOSOFIA.

ABRAM OS OLHOS PROFESSORES CONTRÁRIOS Á DISCIPLINA DE FILOSOFIA.


Sabemos que o filósofo Sócrates era temido pelo Sistema em que vivia por ensinar a juventude a pensar. Sabemos que os poderosos que detém o poder nas mãos discriminam professores de filosofia e filósofos porque estes, através da disciplina de filosofia, ensinam os alunos a pensar.... questionar....contestar...não aceitando simplesmente o que lhes é imposto ou "vendido" como verdade..enfim, os professores de filosofia e filósofos são responsáveis por resgatar os jovens, os alunos...da alienação. Imaginem estudantes pobres... da periferia...filosofando...questionando sua realidade? Perigoso para quem explora... não é? Sim... professores de filosofia e filósofos são "perigosos" para o Sistema pois a medida que pensam e ensinam a pensar, os parasitas que vivem da exploração dos mais fragilizados se sentem ameaçados.

O ex-jogador Sócrates, médico e doutor em Filosofia era um típico exemplo de cidadão não alienado que procurava resgatar os profissionais de sua área de trabalho (futebol) da alienação que domina esses profissionais. Mas, resolvi escrever essa mensagem como uma reação ao que vem acontecendo com a classe do professorado em Araçatuba sp. Sabemos que tem professores que não aceitam a filosofia e sociologia na grade curricular. Esses professores além de terem reunido um grupo e entregue um oficio para ao secretario da educação estadual solicitando que a filosofia e a sociologia fossem retiradas da grade, o que foi recusado pelo secretário, estão divulgando, de forma perversa, para seus alunos do ensino médio que a disciplina de filosofia não leva a nada. É uma perda de tempo. Vejam só, professores desqualificando outros professores simplesmente porque estes lecionam filosofia. O irônico é que, esses mesmos professores que desqualificam a disciplina de filosofia e os profissionais que a ministram agem como aves de rapina para pegar aulas de filosofia no lugar de quem tem licenciatura plena. Esses profissionais da educação que estão desqualificando a filosofia para os alunos estão dando um péssimo exemplo. Demonstram um individualismo egoísta e alienante contra companheiros de sua classe profissional. Não sabem que TODOS SOMOS FILOSOFOS (Gramsci) que TUDO começa pela Filosofia? Que a filosofia veio para resgatar o homem da alienação, inclusive professores? Será que eles não sabem que um aluno não alienado ao invés de prejudicar sua aula contribuirá para enriqueçe-la e melhorar a qualidade da educação? Quantos desses professores que criticam a disciplina de filosofia saem ás ruas para, além de solicitar melhores salários, o que é justo, também reivindicar ensino de melhor qualidade? Aliás, os professores mais perseguidos pela ditadura militar foram os de filosofia e sociologia. Lembram? Os professores que estão desqualificando a filosofia para os alunos do ensino médio prejudicam eles mesmos à medida que discriminam professores de filosofia e sociologia que, todos sabem, sempre estiveram na frente da linha de batalha por melhores condições de trabalho. Abram os olhos professores contrários á disciplina de filosofia. Essa discriminação enfraquece nossa categoria profissional. Saiam das cavernas e venham para a luz da Filosofia. Tenho orgulho de ser professor de Filosofia.

"Feliz Natal e Próspero Ano Novo Para Todos".

(Edson Genaro Maciel - Araçatuba SP.

Diretor de base da Aproffesp.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Olá Companheiros (as) da Diretoria da Aproffesp.


Considerando que amanha haverá reunião da DEC, às 10 horas, o Jesus me ligou e combinamos de nos encontrarmos às 11 horas em frente a APEOESP Central.

A reunião extraordinária ocorrerá em função das mudanças de última hora com a grade curricular, parte burocrática e outras.

Quem puder chega lá.

Atenciosamente,

Aldo Santos

Olá, ALDO E COMPANHEIROS:

Certamente o jogador de futebol, Sócrates, não foi filósofo, mas teve em sua vida profissional atitudes filosóficas admiráveis que resultaram, junto com alguns companheiros, na chamada "democracia corinthiana". Lembremos que naquela época estávamos enfrentando ainda uma ditadura militar e alguns jogadores tiveram a coragem de contestar o autoritarismo e a corrupção reinantes no futebol e no país. Se algo mudou, infelizmente ainda falta muito.



Também lamentamos o que os "astros do futebol" viraram hoje: garotos propaganda de grandes marcas e histerias "femininas", um bundalelê geral, sem ética e sem estética.



Mostremos aos meninos que é possível ser jogador de futebol e cidadão ao mesmo tempo; e que não precisamos vender a alma pro diabo ou a mãe para ter sucesso na vida.



PARABÉNS AO SÓCRATES PELAS SUAS ATITUDES FILOSÓFICAS!!!



Seu único defeito foi ter jogado no Corinthians, ah! ah! (brincadeirinha)



Grande abraço do amigo e companheiro de luta. Boas festas e que o ano de 2012 seja de mais lutas e conquistas!!!



Viva a APROFFESP!



Do "filósofo da Lapa",



CHICO GRETTER

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Secretário Adjunto - SEE, João Palma Filho cumpre acordo firmado com a Associação dos Professores de Filosofia e Filósofos do Estado de São Paulo.

Atenção professores de filosofia e Sociologia: O Secretário Adjunto - SEE, João Palma Filho cumpre acordo firmado com a Associação dos Professores de Filosofia e Filósofos do Estado de São Paulo em relação ao quadro curricular, mantendo duas aulas nos três anos do Ensino Médio. Faltou encaminhar conforme consta em nossa circular abaixo: “Solicitamos ainda que seja estudada a inclusão da disciplina no Ensino Fundamental II, o que já é feito por inúmeras escolas particulares. O Secretário Adjunto ponderou sobre a possibilidade de incluir a Filosofia como disciplina optativa nesse nível de ensino”.

Leiam a ata abaixo e o anexo.


Favor divulgar essa informação.






Atenciosamente,






Executiva


Presidente:............................................Aldo Santos (S. Bernardo de Campo);


Vice-presidente:.....................................Chico Gretter (Lapa, São Paulo);


Secretário: ............................................José de Jesus (Osasco);


Diretor de comunicação e propag.:....... Cícero Rodrigues da Silva (Zona Sul);


Tesoureiro:.............................................Anizio Batista de Oliveira (Centro);


Diretor de políticas pedagógicas:..........Antonio Celso de Oliveira (Guarulhos);


Diretor de relações institucionais:..........Rita Leite Diniz (Salto, SP).


Diretoria de Base


Alan Aparecido Gonçalves, Professor em SBC; Chirlei Bernardo do Nascimento, Professora em Guarulhos; Gilmar Soares de Oliveira, Professor em Santo André; Celso Augusto Torrano, Professor em Osasco; Marcelo Henrique P. Naves, na Z. Norte; Jairo de Sousa Melore, Professor em Mongaguá; Edson Genaro Maciel, Licenciado em Filosofia, Araçatuba; Fernando Borges Correia Filho, professor em Taubaté; Carlos Rocha, Licenciado em Filosofia Hortolândia-Campinas; Alexandre dos Santos Yamazaki, professor na Lapa-capital; Sady Carlos de Souza, Professor em Rio Pequeno; Anderson Grange, Professor em Jundiaí; Marco Aurélio P. Maida, professor em Suzano.


São Paulo, 05 de dezembro de 2011.


• Entrem em contato conosco e filiem-se à: www.aproffesp.blogspot.com


• E-mail: aproffesp@gmail.com

Seria Sócrates Brasileiro um grande filósofo?

Nas aulas de filosofia, quando indagava algo sobre Sócrates, era comum os alunos fazerem referência ao Sócrates jogador de futebol, que deu significativa contribuição ao esporte e a democracia política, além de ser considerado um marco na luta pela democracia na história do futebol brasileiro.

Eu então reconhecia a sabedoria das respostas dos alunos e, ao mesmo tempo, iniciava a minha exposição sobre a história da filosofia, onde Sócrates de Atenas teve um papel fundamental na reflexão humana, significando para muitos autores um marco na história da filosofia entre os pré e pós-socráticos. Sócrates, filho de Sofrônico, escultor e de Fenareta, parteira, nasceu em Atenas (469-399 a.C.) e o que conhecemos dele teria sido escrito pelos seus discípulos, com destaque para Platão.

Para a escritora e filosofa Marilena Chauí, “sabemos que os poderosos têm medo do pensamento, pois o poder é mais forte se ninguém pensar, se todos aceitarem as coisas como elas são, ou melhor, como nos dizem e nos fazem acreditar que são”. Para os poderosos de Atenas, Sócrates tornara-se um perigo, pois fazia a juventude pensar. Por isso, eles o acusaram de desrespeitar os deuses, corromper os jovens e violar as leis. Levado à assembléia, Sócrates não se defendeu e foi condenado a tomar um veneno, a cicuta.

Por que Sócrates não se defendeu? “porque”, dizia ele, ”se eu me defender, estarei aceitando as acusações, e eu não as aceito. Se eu me defender, o que os juízes vão exigir de mim? Que eu pare de filosofar. Mas eu prefiro a morte a ter que renunciar à filosofia”. (Chauí, Marilena. Iniciação à Filosofia: volume único. pg.45 do capitulo 04. São Paulo: Ática, 2010)

O Sócrates de Atenas está consagrado na história da humanidade pela significativa contribuição do seu método dialógico, sua observação sagaz, sua ruptura com os ensinamentos conservadores de sua época.

Com a morte de Sócrates Brasileiro a mídia, os comentadores esportistas, o meio político e os movimentos sociais são levados a reconhecerem a valiosa contribuição que o mesmo desempenhou em relação ao futebol, a política brasileira, a resistência à ditadura, além de fazer escola com a implementação da democracia Corinthiana, uma verdadeira revolução em um setor onde os jogadores eram joguetes e uma espécie de objetos a serviço dos técnicos e dos interesses capitalistas da máfia do futebol.

No artigo de Daniele Pechi, dentre vários argumentos e respostas elucidativas sobre a democracia Corinthiana,duas indagações chamam atenção dos leitores: “Quais outros eventos da História do Brasil envolveram esporte e política?”

Ela responde que a: “Copa de 1970, em plena ditadura militar, o Brasil foi tricampeão mundial de futebol, ao levar a taça da Copa do Mundo do México, em 1970. Para muitos historiadores e pesquisadores do assunto, o futebol serviu para mascarar a realidade e colocar em segundo plano a violência praticada pelo Estado no período. Durante o governo Médici (1969-1974), um dos mais repressores do período militar, a campanha ufanista do "Pra frente, Brasil" tomou corpo. O slogan divulgava a ideia de um Brasil em pleno desenvolvimento, com a construção de usinas hidrelétricas e outras grandes obras e a seleção vitoriosa era a personificação do sonho desenvolvimentista. Em relação a pergunta inicial do título desse texto, todos precisamos saber: “Qual foi o papel de Sócrates na Democracia Corintiana? O jogador Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira era o principal líder da Democracia Corintiana no chamado "braço operário" do movimento.

Ele foi o grande ideólogo do processo que envolvia os jogadores e a comissão técnica nas decisões do clube e o principal entusiasta da ideia de que o projeto de cidadania e gestão compartilhada que estava sendo implantado no Corinthians poderia se tornar uma ação maior.

Médico de formação, "doutor" Sócrates, como ficou conhecido, tinha interesse político em disseminar a ideia de democracia no Brasil em plena ditadura. Nos anos 1980, ele já era um grande ídolo do país e se engajou politicamente, inclusive na campanha das Diretas Já (movimento popular de reivindicação de eleições diretas para presidente do Brasil nos anos de 1983 e 1984). O jogador acreditava que por meio do futebol, esporte de grande apelo popular no país, ele poderia se tornar um canalizador de informações sobre a importância e a necessidade da democracia. Sócrates participou das Copas do Mundo de 1982 e 1986 e foi um dos maiores jogadores da história do Corinthians “(ler mais no texto: “Democracia Corinthiana, futebol e política” de Daniele Pechi, publicado na revista escolaabril.com.br/)

Ele contextualiza essa ação e lidera um processo que significou um marco na história da cultura esportista brasileira com reconhecimento mundial. Em nota, o MST se manifestou sobre a morte de Sócrates:

“MST lamenta a perda de Sócrates: Um homem que tinha fé no povo brasileiro

O Brasil perde um grande jogador de futebol e um cidadão comprometido com o povo brasileiro e com a classe trabalhadora.

O MST lamenta a morte do grande brasileiro Sócrates, que faleceu neste domingo (4/12/2011).

O nosso Movimento perde um amigo. A doença impediu Sócrates de visitar e conhecer a nossa Escola Nacional Florestan Fernandes, em Guararema (SP), que estava agendada, mas não aconteceu pelas internações.

Estamos todos muito tristes com a morte desse grande companheiro – os militantes corintianos do Movimento ainda mais Sócrates nos deixa um legado de dignidade e brasilidade, que serve de exemplo para todos os jogadores de futebol, esportistas, brasileiros e lutadores do povo.

Um homem que tinha fé no povo brasileiro e na mobilização popular como força para as grandes transformações necessárias para o nosso país. Um forte abraço a todos os familiares e amigos.” (Secretaria Nacional do MST Fonte: http://www.mst.org.br/node/12751 ).

Da mesma forma que a morte de Sócrates de Atenas certamente significou um momento de dor e reflexão para os seus discípulos, a morte do Sócrates Brasileiro num dia triunfal em que seu time predileto se consagrara campeão brasileiro, significou também dor, reflexão, além do reconhecimento público de milhões de brasileiros nos gramados e em todos grandes jornais do mundo.

Ao tentar responder o título do Texto , são várias as afirmativas sobre a definição sobre quem é filosofo. Vários teóricos se debruçam sobre essa polêmica, porém, uma contribuição bastante contextualizada elaborada por Antonio Gramsci vai levantar vários aspectos e caracterizações sobre o tema: “... cabe afirmar que todos os homens são filósofos” para deixar claro que todas as pessoas são potencialmente capazes de avançar de um “filosofar” espontâneo, assistemático, restrito ao senso comum, para um filosofar mais elaborado e rigoroso, semelhante ao praticado pelos filósofos especialistas. Para isso, é necessário que a filosofia e os filósofos estejam em permanente contato com o povo, a fim de ajudarem a promover um avanço cultural de massa e não apenas de pequenos grupos intelectuais.

Só através desse contato é que uma filosofia se torna “histórica”, depura-se de elementos intelectualistas de natureza individual e se transforma em “vida”. (texto elaborado especialmente para o caderno do professor, tendo por base a publicação de Gramsci, conforme bibliografia descrita na pg. 29 do caderno do professor de filosofia, 3ª série, volume 01 do ensino médio.)

Indubitavelmente, Sócrates Brasileiro assim como Sócrates de Atenas, são importantes filósofos de tempos distintos, com contribuições marcantes no processo de transformação das pessoas na sociedade. Ao empregar o método socrático da ironia e da maiêutica, Sócrates Brasileiro “interrogou”, questionou e levou grande parcela da sociedade a “conceberem suas próprias idéias”, inclusive questionando o papel e o uso ideológico do esporte na alienação das pessoas no nosso cotidiano. Inquestionavelmente, Sócrates faz parte do olímpico mundo dos grandes filósofos da humanidade.

Filosofar sempre é preciso!!!

Aldo Santos. Coordenador da APEOESP-SBC, Presidente da Associação dos Professores de Filosofia e Filósofos do Estado de São Paulo, Membro do Coletivo Nacional de Filosofia.

sábado, 17 de dezembro de 2011

professor de Filosofia da USP reprova alunos grevistas.

Gostaria de saber qual o posicionamento da associação em relação ao professor de filosofia da Usp que reprovou todos os alunos por estarem em uma greve justa em defesa da democracia no Campus.



em tempo penso que a APROFFESP deve também posicionar-se sobre a Privataria Tucana.


 grato Diógenes


16/12/2011 - 17h42 / Atualizada 16/12/2011 - 17h53


Assunto: professor de Filosofia da USP reprova alunos grevistas.


Olá Companheiros, estou encaminhando questionamento de associado sobre o episódio da USP e outros temas. Estou abrindo o debate e Solicito que você dê sua opinião.

Certamente a diretoria da aproffesp irá se manifestar sobre o solicitado.

Atenciosamente,

Aldo Santos

Presidente da Aproffesp






Professor reprova alunos de filosofia da USP por faltas durante a greve

Da Redação

Em São Paulo

Comentários 50

Alunos de filosofia da USP (Universidade de São Paulo) foram reprovados na disciplina de História da Filosofia Contemporânea 2 por não atingirem a frenquência mínima de 70% nas aulas, devido à greve iniciada após a reintegração de posse do prédio da reitoria da instituição. O professor Carlos Alberto Ribeiro de Moura, que reprovou os alunos, diz que "apenas cumpriu o regimento interno".

Segundo o professor, cerca de 60 alunos faziam a matéria, que é optativa. Desses, 42 entregaram trabalhos pedidos durante a greve, mas todos foram reprovados, pois a paralisação começou antes do mínimo de frequência ser atingido.

"É como se fosse possível ter greve e presença ao mesmo tempo. Nesse caso, ou a greve foi de mentirinha ou a lista de presença é de mentirinha. Eu não tenho nenhum juízo sobre a greve, não é minha função. Mas, eu não emito um documento público falso", afirmou o docente. "Eu não decidi nada, eu simplesmente constato o número de frequência e informo ao sistema. É automático, o sistema reprova por faltas", completou.

Ricardo P., integrante do CA (Centro Acadêmico) de Filosofia da USP, disse que os estudantes vão tentar reverter a situação de alguma forma. "Nos já estamos em contato com o chefe do Departamento de Filosofia para tentar conversar com o professor e remediar a situação. Estamos tentando reunir todos os alunos para ver como vamos agir, vamos tentar fazer essa ponte de comunicação. Se não conseguirmos falar com o professor, vamos entrar com um requerimento para revisão da frequência que cai na mão do docente novamente. Queremos tentar resolver sem apelar para a burocracia que demora muito mais", disse.

A assessoria de imprensa da USP informou que a atitude do professor está dentro das regras, pois se o aluno não corresponde a porcentagem mínima de frequência, ele pode ser reprovado. "Se fosse uma greve de professores a pró-reitoria iria interferir e marcar um calendário de reposição. Como foi uma paralisação de alunos, tem que ser tratada no âmbito da faculdade" afirmou o órgão.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

O Coordenador da apeoesp-sbc Aldo Santos e o Membro da Executiva Estadual da apeoesp, Paulo Neves estão na luta contra o fechamento de salas de aula.

COMUNICADO URGENTE.

Os representantes da Executiva da APEOESP de São Bernardo reuniram-se na data de hoje (15/12/2011) com o Sr. Antonio Carlos, responsável pelo Setor de Planejamento da Diretoria de Ensino, para tratar da abertura de salas de aula. O mesmo reafirmou que caso haja demanda e espaço físico, as salas solicitadas pelas respectivas escolas serão deferidas. Essa reunião ocorreu por conta da solicitação de professores das escolas Carlos Pezollo, Célio Luiz Negrini, entre outras. Maiores informações, entrar em contato com a Coordenação da Subsede.


A Coordenação.

Professores são desrrespeitados em seus direitos:NA SUA ESCOLA OS PROFESSORES CONTRIBUEM COM O PAGAMENTO DE ÁGUA, CAFÉ, ESTACIONAMENTO, SEGURANÇA, CONTROLE DE PORTÃO E OUTROS?

Estaremos disponibilizando diariamente parte das informações coletadas junto aos Representantes de Escola em reunião realizada no dia 11/08/11.


APRESENTAÇÃO

Este trabalho foi realizado a partir dos questionários distribuídos e recolhidos junto aos Representantes de Escolas (R.E.’s) em reunião realizada no dia 11/08/2011 na APEOESP - Subsede de São Bernardo do Campo.

Nesta reunião compareceram mais de uma centena de representantes de dezenas de escolas do Estado no município, desses, 55 responderam e devolveram o questionário preenchido. A amostra é significativa, pois representa o pensamento dos educadores que estão no “chão” da sala de aula. No entanto, verificamos que numa mesma escola existem respostas diferentes, o que expressa leituras e divergências no interior da categoria e da própria unidade escolar.

Embora não desconhecemos a dura realidade no âmbito da escola pública, o diálogo sempre é fundamental para ampliarmos os conhecimentos e sistematizarmos as idéias e informações na busca de resoluções coletivas, visto que os representantes desempenham importante papel na relação sindicato/escola.

Por fim, podemos dizer que o resultado desse trabalho é satisfatório, uma vez que produziu informações importantes no apontamento de caminhos que devemos trilhar em busca de resoluções eficazes para a nossa ação no cotidiano sindical e pedagógico.

NA SUA ESCOLA OS PROFESSORES CONTRIBUEM COM O PAGAMENTO DE ÁGUA, CAFÉ, ESTACIONAMENTO, SEGURANÇA, CONTROLE DE PORTÃO E OUTROS?

Constatamos que um número elevado de professores que responderam o questionário (40%) contribuem com algum tipo de rateio.

É de nosso conhecimento que em algumas escolas existe um acordo com a cantina para que a mesma forneça café aos professores. Diante de tal problema (falta de verba para aquisição de café, água e outros), já encaminhamos ofício para algumas escolas e Diretoria de Ensino, para que resolva esta questão o mais rápido possível.

Coordenação da APEOESP de São Bernardo do Campo

Coordenador: Aldo Santos

Vice-Coordenador: Nayara Navarro

Tesoureiras: Maria da Conceição Oliveira (Conceição) /Veralucia de Lima (Verinha)

Secretaria Geral: Judite Arcanjo de Oliveira /Elaine Ferreira dos Santos

Secretaria Educacional: Antonio Lucas

Colaboração: Lucimara, Sandro e Professores Dênis do Prado, Paulo Neves e Diógenes.

Postado por Blogger no APEOESP Subsede São Bernardo do Campo em 12/15/2011 04:25:00 PM

Balanço sindical de fim de ano

Balanço sindical de fim de ano


O ano está se encerrando e é hora de fazermos um balanço tirarmos algumas lições e conclusões, bem como, pensar no que nos espera para o próximo ano que a exemplo dos anos anteriores será de muitas lutas , pois a categoria vem perdendo sistemáticamente seus direitos através de sucessivos ataques dos governos do PSDB e PT , um nos ataca em nível estadual, outro em nível federal.

O primeiro debate que devemos fazer é o eleitoral, em que mais uma vez, o PSDB elege seu governador no Estado de São Paulo e com isso já vai a mais de dezesseis anos governando o estado e implementando sua política neo-liberal de retirada de direitos dos professores.

Os professores em anos anteriores tem enfrentado esse governo com greves , assembleias, paralisações e até com enfrentamentos com sua polícia, como foi no governo do Serra no palácio do governador, onde até PM infiltrado havia no movimento.

De uma certa forma conseguimos que o debate sobre a educação fosse para a rua, mas isso não impediu os sucessivos ataques aos nossos direitos ao longo dos anos.Amargamos a divisão dos professores em categorias, provas para atribuirem aulas passando por cima da LDB ,em que nos garantiam a atribuição por pontuação por anos de trabalho, escolinha de formação , provas de mérito (demérito), reajustes parcelados em 4 anos, e também as nossas férias repartidas. A cada ataque, uma nova assembleia que deveria nos armar para o enfrentamento não consegue o número ideal de professores para decidirmos a luta é adiada, assembleia após assembleia e em determinado momento somos golpeados pela própria diretoria da APEOESP, que se recusa a acatar a decisão da assembleia em marcar uma nova assembleia antecedendo em muito o proposto pela diretoria .Os professores então mostrando que não vaquinhas de presépio ,numa atitude de descontetamento se recusa a sair em passeata como tinha proposto a diretoria da APEOESP.

A diretoria em uma reunião de CR, tenta cabar com a democracia nas instâncias do sindicato, aprovando uma resolução que limitava o número de professores por grupos organizados o que prejudicaria demais os professores que representam as OPOSIÇÕES essa atitude culmina com um ato das OPOSIÇÕES em frente á secretaria em desagravo a esse ataque á democracia na APEOESP.

Não só a diretoria majoritária da APEOESP, tiveram esses vacilos, em São Carlos, pudemos ver esses vacilos políticos e de ordem oportunistas em alguns diretores de nossa sub-sedes que a exemplo de diretores da ARTICULÇÃO, desrespeitaram decisão de assembleia e de diretoria e cairam no colo do PSDB, aderindo a prova de MERITOCRACIA e o que é pior, companheiros da OPOSIÇÃO que são responsáveis pela sub -sede em São Carlos e ainda justificando sua participação com desculpas estapafúrdia se apegando pelo atraso da política.Abre aspas ,( Não ouve orientação da APEOESP);(Todos fizeram , eu também fiz);(O professor está ferrado, é o único jeito de se dar bem)etc fecha aspas.Essas justificativas fica bem para um professor que não é da luta, que não sabe o que é um sindicato, mas para os diretores do sindicato e ainda mais da OPOSIÇÃO? Não esses diretores não tem o direito de arrastar o nome e a legitimadade da OPOSIÇÃO na lama! A OPOSIÇÃO continua combativa apesar de alguns opotunistas terem sentado no colo do PSDB, e ajudando esse governo a dar continuidade com sua política de retirada de direitos e ajudando a iludir a categoria , que a questão salarial ,a questão da retirada de direitos o que devemos fazer é aderir mesmo, afinal de contas a ARTICULAÇÃO aderiu. Não é para isso que somos OPOSIÇÃO!O trabalho da OPOSIÇÃO que alguns diretores fizeram questão de se esquecer , é o da panfletagem como fizemos no ano passado em frente a uma faculdade , em que diziamos que a prova de mérito era um engodo e era para o professor não cair nessa não!

Que alguns diretores oportunista fizessem aprova, o que fazer ? È da consciência.Mas a diretoria em São Carlos não debater essa questão, que é ÉTICA e De MORAL, pois seus próprios representantes fizeram a prova , desrespeitando uma decisão de assembleia da categoria isso é demais.Isso mostra as dificuldades que os professores terão que enfrentar o ano que vem, enfrentar o governo, e convencer os seus próprios diretores a lutar e não aderir a política do PSDB.

Terminamos o ano com o facão das férias repartidas sobre nossas cabeças,a extinção da categoria L, que passa a ser O,ou seja , contrato precário em que o Estado não quer nenhum vínculo empregatício com o professor e o demite a cada ano para recontrata-lo após quarentena essa é a dinâmica para o próximo ano, o professor perde mais ainda, o contrato precário a qual ele está submetido não lhe dá direito de fárias, não lhe dá os mesmo direitos de licença médicas dos demais, não lhe dá direito ao SPPREV e portanto á aposentadoria.

Dentro das escolas para o professor , o ano também não foi fácil,Assédio Moral, agressões verbais e físicas de alunos, crima de insegurança,pressão dos diretores na preparação para mais uma das coisas que joga contra nós o resultdo na prova SARESP, que se vinculou ao bônus ; a reforma educacional do novo secretário, como já dissemos, férias repartidas,retiradas de aulas no ensino médio de português e matemática as escolas de excelência(dedicação exclusiva).

Enfim, chegamos ao final do ano com uma pequena conquista: a aplicação de 1/3 de horas atividades, que corre o risco de virar uma derrota, na medida em que o governo, irá oferecer a ampliação da jornada , ou seja no final o professor ficará com a mesma quantidades de aulas e mais os HTPCS e ainda com a possibilidade de termos que cumprirmos os HTPLS na escola também, é opressão total, é a escravidão, adeus família, adeus fim de semana, adeus férias,porque está nascendo um novo professor, o professor escravo de dedicação exclusiva.

Portanto,o ano que vem, é o ano de muitas lutas,,além dos ataques que já sofremos, deveremos responder aos novos que virão,e que são de ordem econômicas e políticas.

Os países da europa, os EUA, a Grécia, Egito, Líbia, Portugal dentre outros ,já foram sacudidos por grandes manifestações que colocaram abaixo seus governos devido á crise econômica. Isso tem feito que um setor importante da sociedade se levantasse e fosse para as ruas, a juventude que protagonizaram verdadeiras revoluções, como : Ocupe Wall Street, o movimento dos indignados, as greves gerais Portugal, enfim estão nos dando o sinal de que nenhuma economia é imune á crises ciclicas do capitalismo, e quem paga a conta dessas crises somos nós, os pobres, os negros, a classe trabalhadora como um todo.

Portanto é nescessário a conscietização de todos e sem vacilos dos diretores do sindicato e disposição da categoria par refutarmos a toda política que vai na direção de atacar nossos direitos.Os jovens da Grécia, Egito, Líbia, Portugal, Espanha estão nos indicando o caminho, precisamos nos indignarmos com as férias repartidas, com as faltas médicas, com os contratos precários, contra o Assédio moral,e toda e qualquer forma de violência ao professor contra o reajuste de quatro anos etc.

Um bom final de ano a todos e muita disposição para as lutas que virão.

Benedito-Escola -bento da Silva César

O golpe na aposentadoria do Servidor Público Estadual

APOSENTADORIA DE SERVIDOR DE SP TERÁ TETO DE R$ 3.691


A Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou ontem (13/12) o projeto de lei com o novo plano de previdência complementar do Estado.



O projeto muda a aposentadoria dos futuros servidores estaduais, que passarão a ter um benefício de, no máximo R$ 3.691,74 (atual teto do INSS) se optarem pelo desconto de 11% do salário.



Quem quiser se aposentar com salário integral, ou seja, acima do teto, terá que pagar uma contribuição à parte, que irá para um fundo complementar.



Agora, o projeto, que é de autoria do governo, terá que ser aprovado pelo governador Geraldo Alckmin. A aprovação sairá no "Diário Oficial do Estado" desta semana.



Pela regra atual, o cálculo da contribuição é de 11% do salário bruto do servidor. No novo modelo, ele irá contribuir com 11% até o valor do teto - o que dá R$ 406,09.



Se o servidor optar por contribuir a mais para receber uma aposentadoria acima do teto, ele terá um desconto à pare, de 7,5% sobre o que ultrapassou o teto.



O governo também contribuirá para o fundo, empatando o índice aplicado pelo funcionário, até o limite de 7,5%.



Se ele contribuir só com 11%, o benefício será de, até, R$ 3.691,74.



A medida atingirá os novos servidores estatutários e também todos os contratados com carteira assinada.



Hoje, os servidores contribuem com 11% do salário mensal, mas têm direito à aposentadoria integral.



A proposta é reduzir o deficit do funcionalismo.



Esse texto foi encaminhado por Alckmin à Assembleia Paulista no começo de setembro deste ano.



O projeto é muito semelhante ao do governo federal e, em Brasília, partidos ligados a sindicalistas, como PT, PDT e PC do B, resistem à ideia de mudança.



As informações são do Jornal Folha de São Paulo(15/12/2011)

SERVIDOR PODE OPTAR ONDE QUER RECEBER

SERVIDOR PODE OPTAR ONDE QUER RECEBER


Os servidores e funcionários de empresas estatais vão poder escolher em qual banco será creditado o pagamento. O Banco Central estendeu para os servidores a regra de portabilidade das contas salários, que vale para os trabalhadores de empresas privadas desde o final de 2006.



O servidor que decidir trocar de banco terá o salário transferido para a conta e a agência que ele escolheu no mesmo dia do pagamento sem tarifa.



"O servidor está livre para escolher o banco que melhor atende às suas necessidades", disse Sérgio Odilon dos Anjos, chefe do departamento de normas do Banco Central.



Segundo a regulamentação do Banco Central, a instituição financeira onde originalmente é creditado o salário do servidor não pode negar o pedido de transferência ou cobrar qualquer tarifa por isso. O prazo para cadastrar a troca de banco é de, no máximo, cinco dias após o pedido formal.



"O servidor deve fazer a solicitação por escrito ou por meio eletrônico equivalente, informando os dados corretos do banco que ele escolheu. Esse cadastro é feito apenas uma vez e a instituição financeira onde o órgão público faz o crédito da folha fica responsável pela transferência todos os meses", explicou dos Anjos.



Os bancos já estão de olha nas contas salários dos servidores. O Itaú lançou um pacote com isenção de tarifa e empréstimo consignado em até 60 parcelas para os servidores, mas, por enquanto, a oferta vale apenas para o Rio de Janeiro.



O Banco do Brasil é o responsável pela folha de pagamento dos servidores municipais e estaduais em São Paulo. A folha da Prefeitura está no Banco do Brasil desde o início de 2010, após disputar um leilão com outros bancos.



A Febraban, federação dos bancos, informou que a mudança é positiva pois estimula a concorrência entre os bancos.



Vantagens - o servidor pode escolher um banco que ofereça: Tarifas mais baratas, Serviços diferenciados, Juros mais baixos no cheque espeical, Empréstimo consignado com taxas menores e Maior rede de agências.



As informações são do Diário de São Paulo
15/12/2011

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

PSOL - Confraternização de Final de Ano




Caros (as) companheiros (as),



O PSOL de SBC Convida os militantes e simpatizantes para a Confraternização de final de ano.



Dia 17 de Dezembro de 2011 (próximo sábado)

a partir das 19 horas.



Local: Sede do partido em SBC (Rua Príncipe Humberto, Nº 491,

Centro)

Cardápio: Churrasco

Colaboração: Carne e bebida (o que você consumir por pessoa)

Contamos com a presença dos (as) companheiros (as), membros do diretório, militantes e simpatizantes que permanecem na luta conosco pelos direitos da classe trabalhadora.



Contamos com a presença de cada um de vocês!



Maria de Lourdes Souza

Presidente

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Parabéns a jovem Vila Lulaldo

No dia 10 de dezembro de 2011, compareci a Vila LULALDO, juntamente com os companheiros (as) Diógenes, Nayara e Maria de Lourdes, presidenta municipal do Psol de São Bernardo e professora da Escola Estadual Maria Pires, por ocasião dos 22 anos dessa vitoriosa ocupação.

Nessa atividade fomos recepcionados pela Mariazinha, pelo Zé Arimatéia, pelo Ivo, além de nos encontrarmos com o Geraldinho, um dos primeiros presidentes da Vila, dentre inúmeros outros moradores e moradoras que estavam participando de um jantar coletivo.

Em diálogo com o Arimatéia, ele disse que o ex-proprietário da área, Sérgio Canastrelli ganhou a ação contra a prefeitura e que em breve a área da Vila LULALDO fará parte das áreas que serão regularizadas no município.

O que se lamenta é o fato de que até o momento as ruas não contam com guias, sarjetas e pavimentação asfáltica.

Seguramente essa é uma das poucas vilas que deseja boas vindas aos visitantes e moradores, como sugere uma placa que existe na entrada central da Vila.

Ao adentrarmos a Lulaldo, sempre passa um filme em nossa cabeça, como a construção do primeiro Barraco do Agenor, a energia da Emília, a bravura do Barba, a dedicação do Taná, a rebeldia do subprefeito da época,o companheiro Chicão, assim como a nossa bravura em colidir com o partido e com a administração pública do PT na cidade, na defesa intransigente dos moradores que lutaram, resistiram e até hoje permanecem morando na área ocupada.

A história da Vila merece um documentário como de certa forma já existe, bem como um livro para narrar uma das mais contundentes ocupações ocorrida na cidade e região no final da década de 80. Foram várias ocupações vitoriosas no município, tais como a Vila São Pedro, a Vila LULALDO, Vila Natanael, aquisição coletiva de áreas como o novo Horizonte, a conquista deliberada do Terra Nova III, além da Vila Zilda dentre outras.

Precisamos retomar o caminho das lutas e ocupações como forma de solucionar a demanda reprimida pelo direito a moradia, além do questionamento efetivo a propriedade privada, um dos pilares do modo de produção capitalista.

No início de 2012 vamos realizar um seminário sobre o impacto da valorização dos terrenos e imóveis e da especulação imobiliária com a edição do programa “Minha Casa, Minha Dívida”, apontando caminhos alternativos para a população excluída da moradia popular.

Parabéns aos moradores, aos diretores e aqueles que deram a sua contribuição na ocupação e edificação de mais uma Vila na Cidade de São Bernardo do Campo.

Ocupar, resistir e construir sempre é preciso!!!

Aldo Santos, Ex-vereador por quatro legislaturas na cidade, coordenador da corrente política TLS, Presidente da Associação dos Professores de Filosofia e Filósofos do Estado de São Paulo, membro do Coletivo Nacional de Filosofia e vice-presidente do Psol em São Bernardo do Campo.





segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Ricardo Alvarez, Horácio Neto e Aldo Santos , comentam sobre a construção do Psol, em máteria publicada no DGABC.

Da Câmara ao Paço, degrau arriscado


segunda-feira, 12 de dezembro de 2011 7:28

Raphael Rocha

Do Diário do Grande ABC

Na eleição de 2012, diversos vereadores arquitetam lançar candidaturas ao Executivo. Se baseiam em recall eleitoral no Legislativo, atuações nas Câmaras ou até histórico familiar na política para justificar campanhas mais ousadas. Porém, a transição de poderes é arriscada e, caso a vitória não apareça, pode causar danos políticos profundos ao parlamentar.

Desde 1996, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral, 19 vereadores do Grande ABC tentaram alçar voos eleitorais maiores (veja quadro ao lado). E o resultado não é nada animador aos que pretendem entrar na corrida eleitoral no ano que vem. Somente três parlamentares assumiram a cadeira mais importante de suas cidades: Oswaldo Dias (PT), que venceu em Mauá em 1996; Adler Kiko Teixeira (PSDB), que saiu da Câmara de Rio Grande da Serra diretamente ao Paço em 2004; e Aidan Ravin (PTB), que repetiu o feito em Santo André em 2008.

Para piorar a situação, muitos dos 16 derrotados praticamente sumiram do cenário eleitoral regional. Vários tentaram retornar ao mundo político e ficaram pelo caminho, no ostracismo.

Em Santo André, o ex-vereador Ricardo Alvarez (Psol) concorreu ao Paço em 2008, ficando na quinta colocação, com 7.495 votos. A derrota ecoou na eleição de 2010, quando o ex-petista buscou cadeira no Congresso. Recebeu 5.288 sufrágios e ficou longe de Brasília.

Situação semelhante ocorreu com Horácio Neto (Psol), que duelou em São Caetano em 2008 e conquistou 7.050 votos. Dois anos mais tarde, voltou a se testar nas urnas, desta vez para deputado estadual, e tornou a ser derrotado, com 7.744 adesões. "Não consigo ver que o fato de ser vereador possa ser empecilho na eleição majoritária. O que pesa muito é o poderio econômico e o suporte eleitoral que lhe dão", discorreu Horácio.

Ainda em São Caetano, um dos casos mais significativos aconteceu com Hamilton Lacerda (PT). O petista surgiu como grande concorrente de José Auricchio Júnior (PTB), que à época contava com apoio do triprefeito Luiz Tortorello (morto em 2004). Hamilton assustou o então grupo governista e angariou 30.490 votos. Mas, depois da derrota e do famoso caso dos ‘aloprados' (suposta compra de dossiê contra candidatura do tucano José Serra ao governo do Estado), o ex-vereador sumiu da política.

Em São Bernardo, Aldo Santos (Psol) também sofreu com a derrocada política. Ele competiu em 2008 e obteve fraca votação - somente 3.806 votos. Em 2010, foi candidato a vice-governador pela sigla socialista, mas ficou longe de triunfar. "No Brasil, temos uma eleição de balcão de negócios, com compra descarada de votos. As campanhas ficam desiguais, principalmente para um partido novo como o Psol", opinou.


O empresário Paulo Bio (PV), ex-vereador de Mauá, buscou por duas vezes uma cadeira na Prefeitura. Em 1996, encabeçou a chapa, foi derrotado por Oswaldo e obteve 21.794 votos. Em 2008, foi vice na legenda de Chiquinho do Zaíra (ex-PSB, atual PTdoB), outro político com origem na Câmara e que naufragou na transição ao Paço. Chegou ao segundo turno, mas novamente foi batido por Oswaldo. "As candidaturas dependem muito de conjuntura.Claro que ajuda ter experiência política, mas não é determinante", avaliou Bio.



Oswaldo, Kiko e Aidan são exceções na região



Oswaldo Dias (PT), em Mauá, Adler Kiko Teixeira (PSDB), em Rio Grande da Serra, e Aidan Ravin (PTB), em Santo André, são exceções aos diversos casos de vereadores que tropeçaram ao tentar dar o passo da Câmara para a Prefeitura, desde 1996. Todos aliaram competência eleitoral e indefinições entre adversários para triunfar e se inserir na história política do Grande ABC.

Altamente difundido em Mauá, o PT nunca havia governado a cidade até 1996. Tentou, em 1992, com Márcio Chaves (PT), mas foi derrotado por José Carlos Grecco (PSDB). Quatro anos depois, o então vereador Oswaldo Dias foi escolhido para levar os petistas ao comando da cidade.

Sem poder se reeleger, Grecco indicou seu vice, Leonel Damo (atual PMDB), mas o bloco governista se desmantelou, principalmente pelo lançamento da candidatura do parlamentar Paulo Bio (ex-PMDB, atual PV). Oswaldo recebeu 72.475 votos e iniciou o primeiro de seus três mandatos na cidade.

Kiko, que era presidente da Câmara de Rio Grande da Serra, se aproveitou do desgaste político do PT no gerenciamento da Prefeitura. Ramon Velásquez (PT) registrava baixos índices de aprovação, e o candidato à sucessão do grupo governista, Carlos Augusto César, o Cafu (PT), foi diretamente afetado. O tucano arrebatou 11.414 sufrágios, 48,3% dos votos válidos, e assumiu a administração. Quatro anos mais tarde, se reelegeu.

A eleição de Aidan Ravin foi emblemática para Santo André. Vereador mais votado em 2004, o petebista lançou candidatura sem grandes apoios. Mas aproveitou a fragilidade do PT para chegar ao segundo turno.

No processo eleitoral, o PT foi dividido. Vanderlei Siraque, candidato petista, não contou com apoios de caciques da legenda, como a ex-vice-prefeita Ivete Garcia (PT). O desgaste das administrações do PT, que ficou 12 anos consecutivos à frente do governo, aliado ao racha na legenda, catapultou Aidan à Prefeitura.



ATÍPICO

Rio Grande da Serra teve caso atípico em 2000, que também resultou em vitória de vereador ao Paço. O prefeito eleito em 1996, Cido Franco, morreu de ataque cardíaco pouco tempo antes de assumir. Seu vice, José Carlos Arruda, o Carlão, assumiu o Paço e foi assassinado em 1998. Depois disso, vários políticos passaram pela administração. O TSE convocou eleições às pressas e antecipadaspara definição do quadro. Ramon Velásquez (PT) foi eleito.



Em 2012, 13 parlamentares sonham mais alto



Atualmente, pelo menos 13 nomes se colocam como pré-candidatos às prefeituras de suas cidades em 2012, mesmo sabendo dos riscos que correm caso não vençam na corrida eleitoral.

São Bernardo, São Caetano e Mauá lideram na qunatidade de parlamentares concorrendo à cadeira mais importante do município com três políticos cada. Curiosamente, nenhum dos que se postulam contam com apoio declarado das administrações.

Os vereadores Tunico Vieira (PMDB), Antonio Cabrera (PSB) e Admir Ferro (PSDB) se colocaram à disposição de seus partidos para encabeçarem projetos próprios ao Executivo de São Bernardo. O peemedebista diz ter apoio da executiva estadual para referendar o plano, enquanto Cabrera recebeu aval do presidente estadual do PSB, Márcio França. Ferro, por sua vez, observa o cenário eleitoral na raia oposicionista, que hoje tende a lançar somente o deputado Alex Manente (PPS) como representante do grupo.

Em São Caetano o cenário está bastante agitado. A saída de Paulo Pinheiro do PTB para o PMDB causou cisão na bancada governista de Auricchio. Tanto que o prefeito estuda lançar o vereador licenciado e secretário de Esportes, Gilberto Costa (PTB), a vice de Regina Maura - embora Gilberto reitere o desejo de encabeçar a chapa petebista. Entre os oposicionistas, Edgar Nóbrega (PT) tem aval do diretório petista para colocar o PT pela primeira vez na história no comando da cidade.

Já em Mauá, apesar dos muitos candidatos oriundos do Legislativo, o cenário tende ao afunilamento de chapas. Atila Jacomussi (PPS), Ozelito José Benedito (PTB) e Edimar da Reciclagem (PSDB) ensaiam ingressar na corrida eleitoral, mas há movimentação para união de forças para derrotar Oswaldo e a deputada estadual Vanessa Damo (PMDB).

O vereador Paulinho Serra (PSDB) briga para avalizar sua candidatura em Santo André. Ele não conta com apoio total do partido, já que grande ala tucana defende aliança com o prefeito Aidan Ravin (PTB). Mesmo assim, Paulinho segue sua peregrinação para confirmação no pleito.

Lauro Michels (PV), em Diadema, Saulo Benevides (PMDB), em Ribeirão Pires, e Claudinho da Geladeira (PT), em Rio Grande da Serra, também correm para serem protagonistas na eleição majoritária de 2012.