segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Um ano novo superando os velhos problemas, embalando novos sonhos, transformando novas realidades



FELIZ 2013.

Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar;porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir.(Cora Coralina)

Um ano novo superando os velhos problemas, embalando novos sonhos, transformando novas realidades.

Lutar sempre

Vencer sempre

Desistir jamais

Aldo Santos
 
 

domingo, 30 de dezembro de 2012

Minha vida é andar por esse País...


Minha vida é andar por esse País...

No dia 13 de dezembro passado, comemoramos o centenário de nascimento de Luiz Gonzaga, o rei do Baião. Nesse dia tenho lembrança do terço de Santa Luzia, pois minha mãe rezava religiosamente esse  terço todos os anos pagando uma promessa que fez por ocasião de um acidente no olho do meu irmão Valter que estava trabalhando na roça, e, sem condições efetivas de ir ao médico, a população pobre sempre recorria a fé  e aos ditos milagres.

Nesse natal ganhei de presente de Minha filha dois livros sobre a vida e obra de Luiz Gonzaga e sobre o Gonzaguinha, “seu filho”.

Conclui a leitura do Livro, A vida do Viajante: A saga de Luiz Gonzaga, escrito por Dominique Dreyfus, publicado pela editora 34 Ltda. Foi um deleite essa leitura, rica em detalhes e de narrativa fluente. O livro de certa forma conta a trajetória do  povo sofrido da região  e de Luiz Gonzaga, filho de Santana e do velho Januário e dos demais irmãos e irmãs que ao longo de suas vidas foram determinantes na trajetória musical do garoto que rompeu os laços familiares ainda precocemente, serviu o exército em Fortaleza, buscou a fama no Rio de janeiro mais nunca esqueceu suas raízes e o cantar do povo do nordeste.

Foi vítima do preconceito e do racismo incrustado na cultura nordestina, assim como em grande parte do nosso País. Foi migrante que cantou como ninguém as mazelas sociais perpetradas historicamente pelo regime e governos que sempre os defendeu ao longo de sua existência. Foi um pai acolhedor, pois, mesmo sabendo no seu íntimo que o Gonzaguinha ao que tudo indica não era seu filho legítimo, não o descriminou. Foi um homem obstinado pela superação do estado de miséria que cantou e enfrentou durante parte de sua vida, sempre temperado com uma vida de fartos amores e conflitos conjugais.

As suas caravanas pelo Brasil divulgando suas canções e obras, era uma profissão de crença no seu povo,pois além  da divulgação fazia o enfrentamento ao poder das grandes  gravadoras, além de inovação no seu marketing em busca da consolidação de um reinado conquistado    as duras penas, agora consagrado por pessoas simples e  por toda sociedade brasileira com destaque até   em nível internacional.

Sua trajetória foi pontuada de altos e baixos, de acordo com o contexto político e musical de determinados momentos da música brasileira. Os compositores renomados como Humberto Teixeira e Zé Dantas, bem como Patativa do Assaré e outros contribuíram fortemente para o sucesso e conquista do mercado, a partir do conteúdo que as musicas expressavam.

O livro é uma viagem na História, pois relata as secas do nordeste, menciona Padre Cícero, retrata a figura corajosa de Lampião, discorre sobre o conflito das famílias em Exu, comenta de passagem sobre a coluna Prestes, repercute o governo de Getúlio Vargas, convive com Juscelino Kubistchek, e, com os militares sempre teve bom relacionamento, apesar de ser questionado sobre o conteúdo das musicas criticas de Gonzaguinha sobre o regime militar e a ditadura.

A crônica “Homens, coisas e letras” de José Lins do Rêgo, citada na página 171 do referido livro, descreve com precisão sobre a importância e significado da Música de Luiz Gonzaga ao afirmar que: ”Gonzaga trouxe uma novidade à musica brasileira. Trouxe o sentimento melódico das extensões sertanejas, das léguas  tiranas, das asas brancas, do gemer dos aboios.As tristezas dos violeiros se passaram para sua sanfona(...) Pode-se dizer que Gonzaga renovou com suas interpretações, com a sua forte personalidade de cantor, um  meio que andava convencional, sem originalidade, banalizado por meia dúzia de bocós que vive a roer as heranças do genial Noel Rosa.O que nos prende ao cantar de Gonzaga, é o que nos arrebata em Noel, é  a simplicidade da melodia, é a doce música que ele introduz nas palavras, a magia dos instrumentos, a candura de alma tranquila que se derrama nas canções.”

Mesmo o opositor de outrora como Fernando Lobo foi obrigado a reconhecer que: “O baião atingiu todos os públicos: povinho, povão, classe média, classe alta. Os cassinos, que na época estavam abertos, tocavam Nat King Cole, Cole Porter e, de repente, um baião, com violino e tudo, e o público dançava”.

O contexto do nascimento de Luiz Gonzaga era de grande seca e miséria vivida pelos seus pais. Foi nesse contexto que em 13 de Dezembro de 1912 na fazenda Caiçara nasceu o futuro Rei do baião, sendo batizado na Igreja Matriz de Exu em 05 de janeiro de 1913.

O gosto e a influência musical foi passada pelo Velho Januário que era sanfoneiro e consertador de fole e sanfona.

Com a leitura desse livro entendi um pouco mais o quanto a musica de Luiz Gonzaga é tão forte na minha família,  haja vista que  meus pais viveram no auge do sucesso de Gonzaga e certamente meus irmão foram embalados  desde a mais apoucada idade  com as melodias desse importante  personagem que criaram identidade cultural e  até  as origens e raízes são as mesma, de seca, sofrimento  e todo tipo e dificuldades.

No ano em que nasci, Gonzaga gravou  o “Xote das meninas”, além de outras musicas.Percebam que  todo imaginário cultural musical e simbólico estava vinculado a personalidade e ao canto de Luiz Gonzaga.

Lembro-me que nos finais de ano na casa da minha mãe aquelas músicas era um alento e servia de rememorização das dificuldades sofridas pelos nossos pais e pelos os irmãos mais velhos. Era uma música que doía fundo, como um reencontro com o pé de serra, com o mandacaru, com o juazeiro, com a missa dos vaqueiros, com a valentia de um povo que se tornou valente pelo simples desejo de viver e criar dignamente os filhos, e ao mesmo tempo cantaram, enfrentavam e viveram a “súplica cearense” e a “triste partida” deixando tudo pra trás.

   O sentimento era um misto de raiva, revolta, choro contido e consciência de que isso um dia vai ter que mudar. Então, as musicas de Luiz Gonzaga para o Nordestino ainda representa a “Asa Branca” que bateu asa e não retornou para reencontrar com a sua história, nem fez o acerto de conta com os que expulsaram de suas terras, pela indústria da seca e da miséria. Falta  uma espécie de acerto de conta com os coronéis, com os governantes, com os mandatários do poder que  confiscaram o direito a vida em sua terra natal  ao homem do sertão.

Hoje, mesmo com as condições de vida  um pouco melhor em relação aquele universo, ainda existe um vazio, uma lacuna, um gemido dos nossos  antepassados que foram vítimas dessa crueldade para com o homem simples dos rincões e sertanejos desse país.

Portanto, a leitura desse livro nos remete a essa profunda reflexão em busca de nossa verdadeira identidade e construção de uma nação de iguais e não um país com farrapos simbólicos, numa espécie de “apátridas”.

Embora não concordamos com sua postura política/ eleitoral, inegavelmente o velho “LULA” cantou a alegria e sofrimento de um povo e viveu sempre apaixonado por amores ocasionais do início ao fim da sua carreira artística.

Mesmo adoentado tentou a separação de sua mulher para se casar com seu novo romance a Zuita, sendo demovido da ideia por pressões familiares.

Mesmo no final da vida sempre estava tentando o novo e sempre estava com a agenda cheia de compromissos. Porém, em 02 de agosto de 1989, morre Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, aos 77 anos de idade.

O livro ressalta toda a sua história e a reimpressão da terceira edição em 2012 no centenário de seu nascimento significa que sua influência ainda é significativamente grande no cenário musical brasileiro e como patrimônio histórico da cultura brasileira.

Por último, o cantor e compositor Gilberto Gil ainda corrobora: “Eu, como discípulo e devoto apaixonado do grande mestre do Araripe, associo-me às eternas homenagens que a história continuamente prestará ao Nosso Rei do Baião”.

Aldo Santos-Filho do Ceará, Coordenador da APEOESP-SBC, Presidente da Aproffesp e militante do Psol,

 

 

 

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

UMA PERCEPÇÃO DE MESTRE..

 
Hugo Allan Matos EXPLICA NO FACE:

8 de dezembro de 2012 10:53
 
Aldo Santos foi emblemático ao explicitar um passo - omisso a muitos - da 11ª tese de Marx sobre Fuerbach: disse algo como: já contemplamos bem o mundo, agora é hora de organizar-se para transformá-lo! Organizemo-nos!
 

CALENDÁRIO DE ATRIBUIÇÃO DE AULA 2013. FIQUE ATENTO.


CALENDÁRIO DE ATRIBUIÇÃO DE AULA 2013. FIQUE ATENTO.


23/01 - MANHÃ - Constituição de jornada na escola    23/01 - TARDE - Constituição e Composição de jornada na Diretoria

24/01 - MANHÃ - Ampliação de jornada e carga suplementar na escola  24/01 - TARDE - Carga Suplementar na Diretoria

25/01 - MANHà- Artigo 22 na Diretoria de opção     25/01 - TARDE - Docente OFA (P e F) na escola sede de controle de freqüência

26/01 - MANHÃ - Docente OFA (P, N e F) na Diretoria  26/01 - TARDE - Docente OFA (P, N e F) na Diretoria

28/01 - MANHÃ - Docente OFA (F) na Diretoria  28/01 - TARDE - Docente OFA (F) na Diretoria

29/01 - MANHÃ - Candidatos à contratação licenciados na Diretoria  29/01 - TARDE - Candidatos à contratação licenciados na Diretoria

30/01 - MANHÃ - Atribuição por qualificação na unidade escolar para docentes com aulas já atribuídas na escola neste ano de 2013

30/01 - TARDE - Todos os qualificados (Bacharéis, tecnólogos, alunos), na Diretoria

Procedimentos diários para atribuição 2013(a confirmar)  fonte:DERSV

Atenciosamente,

Aldo Santos

Coordenação da subsede da apeoespsbc.

 

Presente de final e inicio de ano:S.Bernardo e Sto.André terão ônibus a R$ 3,30

 

S.Bernardo e Sto.André terão ônibus a R$ 3,30

Diário do Grande ABCsexta-feira, 28 de dezembro de 2012 7:00

Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC

 

S.Bernardo e Sto.André terão ônibus a R$ 3,30
A tarifa de ônibus em São Bernardo e Santo André será reajustada em cerca de 13,8%, passando dos atuais R$ 2,90 para R$ 3,30. Com o anúncio, sobe para cinco o número de municípios da região que já aumentaram o valor da passagem - apenas Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não definiram as novas taxas.
Em São Bernardo, o transporte municipal fica mais caro a partir de quarta-feira. Em Santo André, o reajuste vale a partir da meia-noite de segunda-feira. Inicialmente, decreto assinado pelo prefeito Aidan Ravin (PTB) previa que a nova tarifa fosse fixada a partir de hoje.
No entanto, o Executivo publicou outro ato oficial alterando a data inicial para respeitar a lei municipal 7.809, de 1999. O texto determina que "as tarifas entrarão em vigor três dias após a publicação do ato que as fixar, excluídos os domingos e feriados". A equipe do Diário passou ontem pelos terminais Santo André Oeste e Vila Luzita e constatou que não havia informações sobre a majoração.
Nas plataformas, os passageiros desconheciam a mudança. "Não estou sabendo de nada. É complicado aumentar sem avisar, pois, se alguém vier com o dinheiro contado, não consegue pegar o ônibus", critica o autônomo Maikon Rodrigues, 21 anos. Funcionários das empresas de ônibus também não sabiam informar a data do aumento.
OUTRAS CIDADES
Na quarta-feira, Diadema elevou para R$ 3,20 o preço da passagem municipal. Desde janeiro de 2011, o bilhete custava R$ 2,80. Mauá e São Caetano também aumentaram as tarifas. Nas duas cidades, o usuário deve pagar R$ 3,30 para embarcar nos coletivos. O valor, mais alto do Brasil, também é cobrado em Osasco, Campinas e Taboão da Serra.
As passagens do Metrô, CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) ainda não têm data para serem reajustadas. No dia 17, o secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, afirmou que as taxas de majoração deverão ser definidas em fevereiro. Fernandes estima que os aumentos sejam fixados abaixo da inflação do período. O índice usado para o cálculo será o IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). Em novembro, o mais recente indicador, o acumulado em 12 meses chegou a 4,93%.
No primeiro dia, Cartão BOM é subutilizado em estação de trem
O Cartão BOM (Bilhete de Ônibus Metropolitano) foi pouco utilizado no primeiro dia em que passou a ser aceito na estação ferroviária de São Caetano. A equipe do Diário esteve no terminal por volta do meio-dia e constatou que a maioria dos passageiros ainda opta pelo tíquete de papel.
Dos 70 usuários que passaram pela catraca, 41 pagaram a passagem na bilheteria, enquanto 27 usaram o Bilhete Único e apenas dois passaram com o BOM. A justificativa dos passageiros é que o cartão metropolitano não oferece desconto na baldeação. Com o Bilhete Único, a integração entre o trem e os ônibus da Capital custa R$ 4,65. Sem o cartão, o passageiro que utilizar os dois sistemas paga R$ 6.
A Secretaria de Transportes Metropolitanos estima que, até o fim do primeiro semestre de 2013, o BOM seja aceito em 80 estações do Metrô e da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Atualmente, 22 paradas aceitam o BOM.
Outra inovação que o Estado pretende criar até junho é a possibilidade de carregar o tíquete eletrônico pela internet, por boleto bancário ou cartão de crédito

PSOL de SBC : Feliz 2013 e saudações socialistas camaradas!!!


 

 

   PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) de São Bernardo do Campo

           
Desejamos a todos(as) um feliz ano novo repleto de conquistas, sobretudo de disposição para o enfrentamento tão necessário na história da luta de classes, bem como no combate as mazelas das desigualdades sociais causadas pelos donos do capital.

Que em 2013 possamos ampliar a nossa contribuição na luta por justiça social e insistir para que a sociedade possa se indignar, cada vez mais, com as crises mundiais originadas do modo de produção capitalista definitivamente responsável pela divisão da humanidade, cavando assim um abismo entre burguesia e proletariado. Que neste novo ano possamos avançar no principal objetivo da classe trabalhadora, ou seja, na supressão do capitalismo, consequentemente na construção de uma sociedade socialista onde ocorra a devida transformação “dos meios de produção em propriedade social” (Engels).

Que mulheres, homens – classe trabalhadora se liberte do julgo do capital.

Feliz 2013 e saudações socialistas camaradas!!!

Executiva e Diretório do PSOL de São Bernardo do Campo.
Contato com a presidenta Nayara Navarro (nay.sjp@terra.com.br)

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

A luta contra o racismo é uma ação, portanto, de natureza política e não um processo educacional.

Racismo não se supera apenas com a educação


Há uma tendência forte no movimento anti-racista de considerar que a superação do racismo se dá pela educação. Não é a toa que duas bandeiras fortes do movimento atual referem-se à educação: a Lei 10.639 que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação ao instituir a temática da história da África e da cultura afrobrasileira nos conteúdos curriculares do ensino básico e a implementação das cotas raciais nos processos seletivos das universidades públicas.

Dennis de Oliveira

Eu procuro entender o problema do racismo pelo viés do marxismo. Uma das ideias mais interessantes do pensamento marxista é que os homens estabelecem relações concretas uns com os outros com base na produção material. O racismo no Brasil origina-se do fato do capitalismo por aqui ter se construído com base na acumulação primitiva de riquezas obtida pelo modo de produção chamado pelo pensador Jacob Gorender, de escravismo colonial. O “escravismo colonial” foi muito bem conceituado por Gorender – ele sustentou o mercantilismo na Europa durante muito tempo, possibilitou em certo momento, recursos para inversão em modos de produção mais avançados e, após a proibição do tráfico de escravos em 1850 (lei Eusébio de Queiroz), os recursos que eram destinados ao tráfico foram direcionados para investimentos em sistemas produtivos, possibilitando aí, a transição negociada do escravismo colonial para o capitalismo.
Reforço esta ideia da “transição” – não houve ruptura com a ordem anterior e sim uma transição. A classe dominante brasileira é descendente dos escravocratas. Por isto, elementos construídos nas relações sociais do escravismo se transfiguram para o capitalismo. A “tolerância opressiva” de que fala Darcy Ribeiro – tolerar o outro para poder oprimi-lo – serviu como mecanismo legitimador da escravização e, atualmente, para a superexploração da mão de obra assalariada. Negros são tolerados desde que em seu “devido lugar”.
Por isto, o racismo no Brasil se manifesta em construção de lugares permitidos para brancos e negros. A escola, como instituição social, se manifesta como um espaço em que estas ideias se reproduzem. O sociólogo Pierre Bourdieu elaborou o conceito de “capital cultural” para definir as competências e habilidades exigidas e universalizadas pela instituição escola como mecanismos de violência simbólica, a medida que exige um “enquadramento” daqueles que desejam ser bem sucedidos neste espaço.
É com base nestas referências que entendo que a luta pela lei 10639 e pelas cotas são instrumentos que explicitam conflitos dentro da instituição educacional. A resistência à implementação ou mesmo a distorção dos mesmos se dá não por uma “deformação” ou “incompreensão” dos agentes envolvidos na instituição, mas sim porque uma concepção mais radical dos significados destas normas implica em questionar os sistemas de “violência simbólica” inseridos na instituição escolar.
É importante lembrar que a lei 10639 altera a LDB, portanto os conteúdos ali previstos não são “periféricos” mas tem o mesmo status de qualquer outro conteúdo obrigatório do currículo, como Português ou Matemática. E também que ele é obrigatório para todas as escolas do ensino básico, mesmo aquelas em que não há negros ou que atenda uma elite branca. Qual a importância desta reflexão? É que ela aponta que os conteúdos de História da África e cultura afrobrasileira passam a integrar o conjunto de competências e habilidades exigidas na instituição escolar, reposicionando a figura do africano e do afrodescendente da periferia para o centro simbólico.
No caso das cotas nas universidades, a presença de mais e mais negros e negras nas universidades conflita com as imagens estabelecidas de que os lugares negros são os subalternos – as periferias, os trabalhos precarizados, a exclusão. Transformando um espaço “monocromático” em “multicolorido”, conflita com as imagens simbólicas de lugares consolidados de negros e brancos.
Ora, a medida que se reposiciona estes lugares simbólicos de negros, há um deslocamento também da posição do que é ser branco. O ser branco se consolida como o lugar da “universalização” da condição humana (por isto, muitos brancos não se assumem como “grupo étnico” e se definem como “humanos”, “mestiços”, “misturados” e outras definições que apagam a ideia de ocuparem um lugar hegemônico construído pela subalternização de outro). A condição social do ser branco se configura a partir de “privilégios adquiridos racialmente” – como, por exemplo, contar sempre com a possibilidade de existir uma mulher negra pobre para ser explorada como trabalhadora doméstica ou ainda ser escolhido em uma seleção visual de trabalho em que concorre com uma pessoa negra – que se transfigura em um leque maior de oportunidades. A medida que a luta contra o racismo avança em todos os sentidos, estes privilégios vão sendo questionados e, por isto, a gritaria começa desmontando todo o discurso do mito da democracia racial brasileira.
Diante disto, o racismo não se resolve meramente com a educação, até porque a escola, como instituição social o reproduz. A luta pelas cotas e pela lei 10639 tem uma função importante de abrir frentes de embate dentro da instituição escolar, porém sem criar a ilusão de que a mera implantação resolverá o problema das relações étnicas no Brasil.
A escola é um espaço de conflitos – demonstrado, nitidamente, quando se ouve um professor da USP afirmar, em uma reunião, que “a implantação das cotas poderia aumentar a violência no campus.” A luta contra o racismo é uma ação, portanto, de natureza política e não um processo educacional.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

compromisso e luta


compromisso e luta.

"Permita-me partilhar algo que já lhe disse pessoalmente: Como nasci na década de 1980, fui criado sob o impulso das lutas pela democratização no país. Quando criança carreguei bandeiras do PT, junto a meu pai, um grande homem, metalúrgico. Fui crescendo, convivendo com a miséria e a pobreza, sentindo o peso de uma economia burra, excludente, perversa. aos 14 anos, percebia a incoerência do sistema, comecei a militar em movimentos eclesiais e sociais de luta. Aos 16, em um rito religioso, prometi para sempre combater as injustiças e doar minha vida por um mundo mais justo e solidário. Entrei no seminário para ver se de dentro, conseguiria melhores instrumentos para isso, saí com a certeza de que não. Casei-me, tornei-me professor. Hoje com 32, apesar de às vezes um pouco perdido, neste mundo-cão, tenho algumas poucas pessoas, que me são referências de luta. Pessoas que desde cedo, lá atrás, estão incansavelmente na luta, batalha após batalha, poucas vitórias visíveis, mas a cada dia mais fortes. Ao contrário de muitas, não se deixaram corromper. Aldo Santos você é uma dessas pessoas! Apesar de estarmos mais próximos apenas este ano, saiba que és uma referência deste combate, desta doação pela construção de um mundo mais justo, mais solidário, menos violento...Avante camarada! Obrigado por seu exemplo. Ótimas festas, cuide-se para o ano que vem continuar esta batalha! Um abraço."Já aos 14 anos, percebia a incoerência do sistema, comecei a militar em movimentos eclesiais e sociais de luta. Aos 16, em um rito religioso, prometi para sempre combater as injustiças e doar minha vida por um mundo mais justo e solidário. Entrei no seminário para ver se de dentro, conseguiria melhores instrumentos para isso, saí com a certeza de que não. Casei-me, tornei-me professor. Hoje com 32, apesar de às vezes um pouco perdido, neste mundo-cão, tenho algumas poucas pessoas, que me são referências de luta. Pessoas que desde cedo, lá atrás, estão incansavelmente na luta, batalha após batalha, poucas vitórias visíveis, mas a cada dia mais fortes. Ao contrário de muitas, não se deixaram corromper. Aldo Santos você é uma dessas pessoas! Apesar de estarmos mais próximos apenas este ano, saiba que és uma referência deste combate, desta doação pela construção de um mundo mais justo, mais solidário, menos violento...Avante camarada! Obrigado por seu exemplo. Ótimas festas, cuide-se para o ano que vem continuar esta batalha!
Um abraço."
Professor Hugoo Allan Matos

domingo, 23 de dezembro de 2012

CHAPA 2,VENCE A DIREÇÃO DO SINDICATO!

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012


CHAPA 2,VENCE A DIREÇÃO DO SINDICATO!


Eles passarão, eu passarinho.
Mário Quintana

A Chapa 2,"Quem acredita,sempre alcança!"composta pelos companheiros(as): Marcio Vital,Luis da Silva Gomes(Lula),Luis João da Cruz(Cantor),Douglas Ferreira,Renê Walt e Cynthia Favero Rodrigues, venceu as eleições da Comissão de Fábrica da Basf-SBC. Após uma desastrada estratégia de utilização do uso da máquina sindical e uma campanha recheada de calúnias e agressões por parte da direção do Sindicato dos Químicos do ABC,a verdade prevaleceu e transformou uma estratégia simples, onde todo o material de divulgação foi bancado através da ajuda voluntária dos trabalhadores e trabalhadoras do chão de fábrica,em uma vitória maiúscula da classe trabalhadora.A Chapa 2,"Quem acredita,sempre alcança!",conquistou 54,83% dos votos válidos contra 43,18% da Chapa 1,bancada descaradamente com a grana dos sócios e sócias do nosso Sindicato dos Químicos do ABC.Esta foi a eleição mais disputada da história dos 21 anos da Comissão de Fábrica da Basf-SBC e contou com uma participação recorde dos trabalhadores(as) administrativos e a peãozada do chão de fábrica.

Apesar do processo ter ocorrido de maneira conturbada e desigual,o que obrigou os membros da Chapa 2,"Quem acredita,sempre alcança!" a registrar um boletim de ocorrência e solicitar a participação dos membros honrados do Ministério Público do Trabalho do grande ABC.Graças a Deus e a gigantesca mobilização dos trabalhadores e trabalhadoras que assumiram a defesa incondicional aos membros e apoiadores da Chapa 2,"Quem acredita,sempre alcança!",tal iniciativa foi o suficiente para garantir a vitoriosa campanha da Chapa 2,"Quem acredita,sempre alcança!" nos dias 08,10 e 11 de Dezembro de 2012.

Daqui para a frente,nossa Comissão de Fábrica terá outro astral,vamos juntar forças para fazer uma história diferente,desenvolver uma ampla campanha de sindicalização,participar de todas as assembleias e reuniões da rede de trabalhadores da Basf e contar a nossa história aos quatro cantos do mundo,história que se assemelha a grande batalha entre Davi e Golias,sintetizada em uma passagem da bíblia "Todos os dias de nossa vida nesta terra serão de lutas, de desafios e sofrimentos, mas se acreditarmos que Deus está no controle de tudo, que nenhum fio de nossa cabeça cai se Ele não permitir, sobreviveremos perante qualquer obstáculo e contemplaremos a vitória...sempre!

Nossa responsabilidade aumenta ainda mais,e desde já temos muito trabalho pela frente,discutir a renovação da jornada 6X3,apresentar novas propostas,cobrar a devolução do imposto sindical na conta ou nas OLT's,cobrar mais transparência e prestação de contas mensais nas salas das comissões de fábricas,e o mais importante e o que mais sentimos na pele durante a campanha eleitoral,garantir a preservação do nosso patrimônio sindical em beneficio da classe e não de minorias que somente dizem amém.

Em nome do interesse maior,que são os trabalhadores(as) temos a humildade de estender as mãos e buscar restabelecer o diálogo e o respeito mútuo,entre todas as partes envolvidas neste desgastante processo eleitoral,fazemos isso em nome da liberdade de ação da classe trabalhadora em todas as fábricas químicas do grande ABC.

A coordenação da Chapa 2,"Quem acredita,sempre alcança!" agradece aos trabalhadores e trabalhadoras da fábrica,daquela que é maior e mais importante indústria química do mundo,um forte abraço em cada um e cada uma que divulgou,colaborou com um pouquinho de grana,ajudou a pendurar as faixas,colar os cartazes,distribuir os cartões,assinou a faixa abaixo-assinado,ofereceu um simples cafezinho. Enfim a todos e todas que nos apoiaram,testemunharam na delegacia,participaram e fiscalizaram todo o processo eleitoral,valeu do fundo do coração!

Daqui para frente dentro da fábrica,não existe mais Chapa 1,nem Chapa 2, mas sim, nosso compromisso na defesa de todos e todas que aqui trabalham e lutam por dias melhores.Esperamos que nos próximos anos à frente da Comissão de Fábrica da Basf-SBC,estejamos todos de mãos dadas com a categoria química do ABC, e assim possamos trazer muitas vitórias para os trabalhadores e trabalhadoras e juntos construirmos um novo movimento sindical,que contenha 3 palavras simples: renovação,coragem e luta,como prática.


Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena
Acreditar no sonho que se tem
Ou que seus planos nunca vão dar certo
Ou que você nunca vai ser alguém
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo
Quem acredita sempre alcança!

Obrigado pela letra,Renato Russo!

“É o fim do mundo”.


“É o fim do mundo”.

No dia 21 próximo passado existia uma espécie de mistério sobre o fim do mundo e todo tipo de leitura e releitura sobre essa manifestação popular que percorreu praticamente em todo o planeta.
Os espertos ganharam dinheiro, os céticos fizeram releituras dessa manifestação filosófica e sociológica, os religiosos de diferentes maneiras acabaram por levantar elementos que justificavam ou negavam essas interpretações sobre o fim do mundo, os cientistas não perderam a oportunidade de desmistificar a eternidade do planeta, e o evolucionismo mais uma vez vence esse debate e a crendice popular.
Erroneamente atribuíram aos Maias essa afirmativa de que  o limite seria o dia 21 de dezembro de 2012.Os descendentes desse povo, estão  fundamentalmente sintonizados com sua ancestralidade e deram uma brilhante lição, conforme podemos observar nas manifestações de natureza política onde comunicaram mesmo no silêncio contido do ato o “desmoronamento desse mundo de opressão do capital”.
Com o titulo de os verdadeiros Maias, “Neste dia 21/12/2012, enquanto o mundo brincava de apocalipse, os verdadeiros descendentes dos maias, vivos e reais, nos mandaram das montanhas de Chiapas uma importante mensagem, que surpreendeu o México hoje de manhã. Em diferentes municípios da região Sudeste, milhares de indígenas integrantes do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) iniciaram o dia em grandes marchas por diferentes estradas e cidades. A manifestação, organizada até a véspera em sigilo, foi pacífica e surpreendentemente silenciosa. Em todas as marchas, o silêncio foi absoluto. Nenhuma palavra de ordem, nenhum cântico, nenhum grito de protesto. Ao final do dia finalmente foi divulgado um comunicado oficial do líder máximo do EZLN, Subcomandante Marcos, dizendo apenas: “Escutaram? É o som do mundo de vocês desmoronando. E do nosso ressurgindo”. Como sabemos, os maias nunca falaram em “fim do mundo” (tampouco jamais conceberam essa ideia). Ao contrário, em um gigantesco silêncio, nos disseram hoje que um mundo novo, uma nova era, está começando. E que os ideais zapatistas estão de volta (Antonio Lisboa, in: ORG)”.

Esse debate serve para dialogarmos sobre a finitude humana, sobre o evolucionismo e a própria evolução do homem no Planeta. Sabemos que a atual forma de vida um dia será modificada e transformada. Sabemos que o sol terá pela frente cerca de 4.5 bilhões de anos, pois como estrela de quinta grandeza e como toda estrela ela tem um tempo de vida útil.
Falamos do curso normal de uma estrela, que poderá ser modificado, tendo em vista a condição predatória do modo de produção capitalista,visto que, se não houver um verdadeiro equilíbrio e compatibilização entre viver e respeitar o meio ambiente, essas datas poderão ser alteradas e  abreviadas. Então, longe de ser uma data ou uma “reflexão inútil”, esses momentos devem servir para que possamos avaliar a nossa intervenção e destruição da natureza, bem como  as formas concretas e científicas para preservar a existência dos seres no planeta.
O aquecimento global e outras manifestações do homem pode inclusive antecipar as previsões do período de duração da terra, das estrelas, o do próprio universo em que vivemos.
Esse é o debate que esse tipo de discussão deve instigar e deve servir de elementos para a  reflexão filosófica.

Não pensar e não combater o caráter predatório do capitalismo, de fato “É o fim do mundo”.

Respeitar a natureza é preciso!
Aldo Santos-coordenador da APEOESP-SBC, Presidente da Aproffesp e Militante do Psol.



sábado, 22 de dezembro de 2012

Circular da reunião da diretoria da aproffesp


ASSOCIAÇÃO DOS PROFESSORES DE FILOSOFIA E FILÓSOFOS DO ESTADO DE SÃO PAULO.

Circular da reunião da diretoria  da aproffesp.

Reunião realizada em 21/12/2012 na Praça da Repúbica .

Nossa reunião aconteceu conforme pauta e agendamento.

Em relação ao encontro, o Professor Chico Gretter ficou de elaborar  um documento de balanço sobre a realização do nosso 1° Encontro dos Professores  de Filosofia e Filósofos do Estado de São Paulo.

Discutimos ainda que vamos iniciar a publicação dos resumos dos palestrantes que participaram do nosso encontro, além de viabilizarmos outras atividades que aconteceram no referido evento. Vamos criar um Link sobre textos, artigos, monografias e livros publicados pelos professores de Filosofia no Estado de São Paulo.

Foi debatido ainda que vamos solicitar uma nova reunião com o Secretário Adjunto de Educação  João Palma para darmos continuidade ao debate já iniciado, bem como vamos encaminhar grande parte das propostas apresentadas nas nossas reuniões e no nosso encontro Estadual realizado em 06/07/12/2012.

Avaliamos ainda a necessidade de publicarmos a composição dos membros da diretoria provisória da Associação dos Professores de Filosofia e Filósofos do Brasil. Vamos também elaborar um boletim para a atribuição de aula em 2013.

Em relação às resoluções do encontro vamos verificar junto ao Professor Hugo e José Carlos, após o merecido descanso, como viabilizarmos as resoluções desde o regimento interno até o que fazer com as notas taquigráficas.

Finalmente foi aprovado a realização da nossa primeira reunião em 2013, que será no dia 22 de janeiro de 2013, às 14 horas Rua Gravi, n° 60, na casa da Solidariedade na praça da árvore Capital. Essa reunião será aberta aos diretores e a professores de Filosofia.

SP, 23/12/2012

Diretoria

Aproffesp

 

 

 

Em seis anos, número de matrículas no ensino fundamental cai 7,5%

 

Do UOL*, em São Paulo


Caiu o número de estudantes matriculados no ensino fundamental, segundo dados do Cendo da Educação Básica 2012, divulgados pelo MEC (Ministério da Educação) na noite desta quinta-feira (20).
Em 2012, estavam matriculados no ensino fundamental 29,7 milhões de brasileiros. São 656 mil estudantes a menos do que em 2011, queda de 2,2%. Comparado a 2007, são 2,4 milhões de estudantes a menos nesse nível (redução de 7,5%).
A progressão histórica mostra que a redução no número de matrículas é maior entre alunos de 6 a 10 anos -- queda de 1,8 milhão de matrículas até 2011 -- que entre crianças entre 11 e 14 anos -- queda de 343 mil matrículas até 2011. A mudança é explicada como ajustamento demográfico, com mais estudantes frequentando o ano adequado à sua idade.
Por outro lado, o número de vagas de ensino integral cresceu no ensino fundamental: havia 2,2 milhão de alunos nessa modalidade em 2012 -- aumento de 24,4% em relação a 2011.
O número de matrículas no ensino médio se mantém estável desde 2007. Neste ano, estavam matriculados no ensino médio 8,4 milhões de brasileiros (7,5 mil matrículas mais que em 2007).

Rede municipal

No ensino infantil, houve crescimento do número de matrículas. Em 2012, havia 7,3 milhões de alunos nessa fase da educação, número 4,5% maior do que o obtido em 2011. O maior crescimento foi nas matrículas em creches: 10,5% mais que em 2011. No acumulado de seis anos, a expansão da educação infantil chega a 12%.
A rede municipal concentra a maior parte das matrículas da educação fundamental, com 16.323.158 estudantes. Em seguida está a rede estadual, com 9.083.704 matrículas, e a particular, com 4.270.932. A rede federal tem 24.704 alunos nesta etapa de ensino.
As informações do Censo Escolar servem de base para distribuição de recursos públicos para municípios e Estados, como o Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) e o Pnae (Programa Nacional de Alimentação Escolar).
De acordo com o MEC, a publicação dos dados atende ao dispositivo da Lei 11.494/2007, conhecida como Lei do Fundeb. As demais informações relativas ao fluxo e a aprovação ainda estão em fase de coleta, com publicação prevista para março do próximo ano.

Jovens e adultos

Caiu o número de brasileiros que frequentam cursos de educação de jovens e adultos. Neste ano, foram matriculados 3,9 milhões de alunos nessa modalidade de ensino. A queda foi de 3,4% em relação a 2011, o que representa uma queda de 21,6% nos últimos seis anos.
*Com informações da Agência Brasil

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Ministério da Educação publica Censo Escolar completo no Diário Oficial

Ministério da Educação publica Censo Escolar completo no Diário Oficial

• Por Vinícius Soares em 21 de dezembro de 2012
Brasília, 21/12/2012 (Agência Brasil) – O Ministério da Educação (MEC) publicou hoje (21) os dados completos do Censo Escolar de 2012 no Diário Oficial da União. O documento, de 624 páginas, esmiuça os dados divulgados ontem pelo MEC, com números divididos por estado e município, especificando ainda as redes municipal e estadual nas áreas rural e urbana.
Entre os avanços em relação ao censo do ano passado está o crescimento do ensino integral no nível médio e no nível fundamental, nas redes estaduais e municipais. A alta foi mais expressiva nas áreas rurais, onde o número de matrículas saltou de 81.155 para 125.634 nos anos iniciais do ensino fundamental, e de 52.010 para 82.087 nos anos finais, um crescimento de 54,8% e de 57,8%, respectivamente. O ensino médio em tempo integral nas zonas rurais cresceu 34%, com uma evolução de 10.675 matrículas para 14.369.
Nas áreas urbanas, o número de matrículas do ensino integral cresceu mais em números absolutos, mas foi menos acelerado em termos relativos, na comparação com as áreas rurais. Os anos iniciais do ensino fundamental nas escolas municipais e estaduais tinham 962.121 alunos em 2011 e, em 2012, passaram a ter 1.139.542 (18,4%). Já as matrículas nos anos finais cresceram de 530.584 para 702.858 (32,4%). No ensino médio, a alta chegou a 33,7%, passando de 162.830 para 217.830 matrículas.
Os dados mostram que o número total de matrículas no ensino fundamental caiu 2,2%, de 30,3 milhões para 29,7 milhões de alunos. No ensino médio foi registrada queda de 0,3%, o que manteve os dados praticamente estáveis, com a redução de 23 mil matrículas num universo de mais de 8 milhões.
Vinícius Soares é repórter da Agência Brasil
FUNDEBCenso Escolar aponta estagnação das matrículas no ensino médio
Heloisa Cristaldo
Brasília, 20/12/2012 (Agência Brasil) – As matrículas no ensino médio permanecem estagnadas. É o que mostra o Censo Escolar de 2012, divulgado pelo Ministério da Educação (MEC), que apontou 8.376.852 estudantes de 15 a 17 anos matriculados este ano, redução de 0,3% em relação ao ano passado (8.400.689 matrículas).
A diminuição das matrículas acontece ao mesmo tempo que cresce o número de alunos com idade para cursar o ensino médio. No início da série histórica do Censo Escolar, em 2007, eram 10.262.468 jovens em idade escolar (8.369.369 alunos matriculados). Já em 2011, último ano com esse dado, o país contava com 10.580.060 pessoas na faixa etária de 15 a 17 anos.
A maior parte dos alunos está na rede estadual, com 7.111.741 estudantes, seguida pela rede privada com 1.066.163 alunos. O sistema federal, soma 72.225 alunos. A rede municipal registra o menor número, com 72.225 matrículas.
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, tem dito que o ensino médio é o grande “desafio” do governo. Ele defende a restruturação do currículo por causa da ampliação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “Há uma emergência social, uma demanda por mais educação. As escolas terão que dialogar com o Enem”, disse.
Matrículas do ensino fundamental caem e do ensino em tempo integral crescem
O ensino fundamental no país registrou queda de 2,2% nas matrículas de crianças e adolescentes com idade entre 6 e 14 anos. Atualmente, são 29.702.498 estudantes em todo país. Em 2011, esse número alcançou 30.358.640 alunos. É a etapa que reúne o maior número de estudantes no país. O ensino em tempo integral, modalidade dentro do ensino fundamental, registrou um aumento de 24,4 % em relação a 2011. Foram registradas 2.184.079 matrículas nas redes pública e privada este ano. No ano passado, eram 1.756.058 estudantes, nas duas redes.
As informações fazem parte dos dados consolidados do Censo Escolar 2012, divulgados pelo Ministério da Educação (MEC). Ao todo, a educação básica (infantil, fundamental e ensino médio) matriculou este ano 50.545.050 estudantes.
Entre as razões para a queda nas matrículas do ensino fundamental, pode estar a redução do grupo populacional na faixa etária de 6 a 10 anos, grupo correspondente aos anos iniciais dessa etapa. A série histórica, iniciada em 2007, apresentava 17.067.855 pessoas. Em 2011, último ano com essa informação, o número de pessoas nesse grupo chegou a 15.252.392.
A rede municipal concentra a maior parte das matrículas da educação fundamental, com 16.323.158 estudantes. Em seguida está a rede estadual, com 9.083.704 matrículas, e a particular, com 4.270.932. A rede federal têm 24.704 alunos nesta etapa de ensino.
As informações do Censo Escolar servem de base para distribuição de recursos públicos para municípios e estados, como o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).
De acordo com o MEC, a publicação dos dados atende ao dispositivo da Lei 11.494/2007, conhecida como Lei do Fundeb. As demais informações relativas ao fluxo e a aprovação ainda estão em fase de coleta, com publicação prevista para março do próximo ano.
Educação de jovens e adultos perde quase 1 milhão de alunos desde 2007
O número de matrículas este ano na educação de jovens e adultos (EJA) caiu 3,4% em relação às de 2011. Ao todo, estão matriculados 3.906.877 alunos e, no ano passado, eram 4.046.169 matrículas. A EJA inclui estudantes do ensino fundamental e médio.
Desde o início da série histórica, em 2007, são quase 1 milhão a menos de jovens e adultos nas salas de aula. Naquela ocasião, foram matriculados 4.985.338 alunos. As informações fazem parte dos dados consolidados do Censo Escolar 2012, divulgados pelo Ministério da Educação (MEC). Ao todo, foram identificadas 50.545.050 estudantes matriculados na educação básica (infantil, fundamental e ensino médio).
As informações do Censo Escolar servem de base para distribuição de recursos públicos para estados e municípios, como o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).
De acordo com o MEC, a publicação dos dados atende ao dispositivo da Lei 11.494/2007, conhecida como Lei do Fundeb. As demais informações relativas ao fluxo e aprovação dos alunos ainda estão em fase de coleta, com publicação prevista para março do próximo ano.
País registra aumento de matrículas em creches e na pré-escola em 2012
O número de matrículas de crianças na educação infantil (creches e pré-escola) subiu 4,5% em 2012. Dados consolidados do Censo Escolar 2012 apontam 7.295.512 matrículas de crianças com até 5 anos.
As matrículas nas creches cresceram em um ano 10,5%, alcançando 2.540.791 crianças com até 3 anos. Em 2011, foram registradas 2.298.707 matrículas. Segundo o Ministério da Educação (MEC), o aumento foi possível devido à entrega de 751 creches e pré-escolas em todo país. De acordo com informações divulgadas pela pasta, até dezembro deste ano, foram financiadas 5.560 unidades de educação infantil em todo o país.
As matrículas estão concentradas nas creches da rede municipal, com 1.603.376 crianças, seguida pela as da rede privada, com 929.737. Os sistemas estadual e federal têm 6.433 e 1.245 matrículas, respectivamente. Os dois últimos não são obrigados a ofertar creches.
Já as matrículas da pré-escola registraram aumento de apenas 1,6%, atualmente com 4.754.721 alunos de 4 e 5 anos. Em 2011, o Censo Escolar identificou 4.681.345 matrículas. Assim como a creche, a maior parte das matrículas da pré-escola está na rede municipal, com 3.526.373 crianças. A rede privada registrou 1.175.647 matrículas, seguida pela estadual (51.392) e pela federal (1.309).
A universalização da educação infantil no país é a primeira meta do Plano Nacional de Educação (PNE), que tramita no Senado Federal. A proposta é aumentar em 50% o atendimento a crianças com até 3 anos, até 2020, e universalizar o acesso na faixa etária dos 4 e 5 anos, até 2016.
“Temos hoje 23,6% das crianças até 3 anos de idade em creches e precisamos dobrar em oito anos o número de unidades”, disse o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, em programa de rádio do MEC. Na ocasião, em novembro passado, Mercadante anunciou a adoção de novos métodos de construção para acelerar as obras em creches e pré-escolas em todo o Brasil.
As informações do Censo Escolar servem de base para a distribuição de recursos públicos para os municípios e estados, como o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).
Heloisa Cristaldo é repórter da Agência Brasil