quarta-feira, 30 de maio de 2012

Sem banho de cachoeira.

Sem banho de cachoeira. Quando concorri a vice-governador pelo Psol em São Paulo, quase todas as correntes do partido pressionaram pela minha renúncia, uma vez que segundo a lei eu sou ficha suja, por ter sido solidário para com crianças, velhos e senhoras que estavam participando do acampamento Santo Dias em sbcampo. Na condição de vereador, autorizei o uso do carro oficial para socorrê-los e continuo condenado sem o apoio maciço e explicito das forças do partido. Entendo que a Executiva Nacional deve externar uma nota pública esclarecendo os fatos que envolvem o vereador Elias e sua relação com o Cachoeira. Os militantes do Psol não podem ficar refém desse episódio. Todo direito a ampla defesa ao vereador, mas, proteção ao ilícito ou ao politicamente incorreto não. Atenciosamente Aldo Santos Executiva estadual blinda Elias Vaz Enquanto membros do PSOL goiano pedem o seu afastamento, por ter sido citado no escândalo Cachoeira, vereador garante que não há nada a temer; ele segue pré-candidato respaldado Jornal Opção Vereador Elias Vaz, pré-candidato a prefeito pelo PSOL: “Estou tranquilo” Márcia Abreu A pré-candidatura do vereador Elias Vaz (PSOL) à prefeitura de Goiânia está cada dia mais insustentável. Sua reputação está arranhada e membros do PSOL goiano temem que as dúvidas que pairam sobre a moral de Elias respinguem na legenda. O vereador socialista só não foi afastado do partido para esclarecer suas ligações com o empresário do jogo do bicho Carlinhos Cachoeira porque está sendo blindado pela E¬xecutiva estadual da legenda. Elias Vaz integra a corrente de Martiniano Cavalcante, presidente estadual do PSOL. Além disso, é benquisto por colegas de legenda de outros Estados, como o senador Randolfe Rodrigues (AP), que na última vez em que esteve em Goiânia (há cerca de um mês) hi-potecou apoio à pré-candidatura do vereador. Escutas telefônicas vazadas da Polícia Federal mostram que Elias mantinha contato com o contraventor Carlinhos Cachoeira e sugerem que o vereador seria um dos representantes do bicheiro na Câmara Municipal de Goiânia. Conversas revelam diálogos entre Cachoeira e Elias Vaz e entre o vereador pessedista Santana Go-mes, que menciona Vaz. Na semana passada, lideranças do PSOL encaminharam documento à Executiva nacional da legenda solicitando que Elias Vaz seja investigado pelo Conselho de Ética do partido. Em nota, assinada por 11 membros, eles dizem que têm acompanhado com paciência os des¬dobramentos da Operação Monte Carlo desde o início. Mas que depois que o vereador admitiu a um jornalista que conhece o bicheiro (alegando que Cachoeira transitava nos círculos políticos, mas negando qualquer envolvimento com o empresário) resolveram solicitar que ele se explicasse. Candidato ao governo de Goiás nas eleições de 2010, Washington Fraga (PSOL) nega a blindagem da Executiva ao vereador. De acordo com ele, o suposto envolvimento de Elias Vaz com Cachoeira preocupa muito a legenda, mas o caso ainda não foi discutido ampla e oficialmente por membros da Executiva. Ele considera precipitado o posicionamento de colegas do PSOL que pediram ao Conselho de Ética que investigue Elias. Na opinião do socialista, o grupo deveria ter ouvido a direção estadual e dado o direito de defesa ao vereador. “Depois disso, se discordassem da gente, levariam o caso ao PSOL nacional”, avalia. Fraga admite que as escutas vazadas desgastaram a legenda, mas reforça que até o momento não há provas de comportamento ilícito. Ele reforça a bandeira do PSOL em favor da ética e do interesse da população e elogia a desenvoltura de Elias na Câmara. “É um parlamentar expressivo. Tem feito um trabalho exemplar na Casa, sempre em defesa do cidadão”, afirmou, completando que não está sendo tendencioso na avaliação e que é preciso ter cuidado antes de “sentenciar” o vereador. Fogo amigo Recém-filiado ao PSOL, o em¬presário e estudante de Direito Genaro Souto também diz que é preciso respeitar o direito de defesa de Elias. Segundo ele, vazaram escutas de três conversas entre o vereador e o bicheiro e os diálogos são curtos. “[As escutas] não comprometem Elias Vaz. Ele pode se explicar”, declara. Genaro também é pré-candidato a prefeito. De acordo com ele, a expectativa é que o candidato seja escolhido nas prévias, como aconteceu em ou¬tros Estados. Um militante do PSOL que não quis se identificar foi mais duro com Elias Vaz. Ele avalia que se o vereador nada teme e nada deve deveria ter se explicado. Segundo essa pessoa, Elias conversou três vezes com Carlinhos Cachoeira, mas o vereador Santana Gomes falava com o bicheiro todos os dias, o que sugere que talvez o pessedista seja o responsável pela intermediação Carlinhos — Câmara. “Se Elias não tem participação, deve confrontar as escutas com documentos, comprovando que não há organização criminosa”, afirma a fonte, emendando que há duas probabilidades: Elias não ter sido cooptado por organizações ou ter recebido benesses, como mesadas e almoços em restaurantes caros de Goiânia. Na opinião dessa fonte, o empresário Car¬li¬nhos Cachoeira criou uma estrutura na Câmara Municipal, cooptando vereadores. Elias Vaz continua pré-candidato. Ele afirma que as interceptações reveladas provam que não atendeu aos interesses de Cachoeira. E que interesses seriam esses? “Interesses empresariais”, responde, completando que se atendesse aos pedidos do contraventor não teria denunciado as obras do Parque Mutirama, já que 30% do serviço são prestados pela empresa de Cachoeira. “Nunca respondi aos interesses do empresário. Por isso sigo com minha candidatura com mui¬ta tranquilidade.” Dois pesos e uma medida? No cenário nacional, o PSOL foi um dos primeiros partidos a pedir a instalação da CPI do Ca¬choeira e chegou a iniciar uma campanha (“Fora Agnelo”) contra o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. A reportagem tentou contato com o senador Ran¬dolfe Rodrigues e com o deputado fe¬deral Chico Alencar (PSOL-RS), para saber se a máxima usada em nível nacional também valerá para Goiás. Eles ficaram de retonar, o que não aconteceu. O presidente do PSOL em Goiás, Martiniano Cavalcante, também foi procurado, mas desligou o telefone depois de informado sobre a pauta. Conselho de Ética da Câmara aguarda defesa de vereadores Na noite de sexta-feira, 4, a maioria dos 11 vereadores acionados pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal de Goiânia para prestarem esclarecimentos de suas ligações com o contraventor Carlinhos Cachoeira já havia recebido comunicado oficial. De acordo com o presidente do conselho, Anselmo Pereira (PSDB), eles têm sete dias, a contar da data em que receberam a notificação, para fazer a defesa. “Os vereadores acionados devem prestar esclarecimentos por escrito e encaminhá-los ao Conselho”. Foram acionados os vereadores Deivisson Costa (PTdoB); Juarez Lopes (PTN, atualmente é secretário municipal); Elias Vaz (PSOL); Virmondes Cruvinel (PSD); San¬tana Gomes (PSD); Giovani An¬tônio (PSDB); Maurício Beraldo (PSDB); Clécio Alves (PMDB) e Luciano Pedroso (PSB). Giovani Antônio, Elias Vaz e Rusemberg Barbosa (PRB), que compõem o Conselho de Ética, pediram licença. Integram o conselho os vereadores Agenor Mariano (PMDB); Alfredo Bambu (PR); Charles Bento (PRTB); Djalma Araújo (PT); Eudes Vigor (PMDB) e Izídio Alves (PMDB).

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