quarta-feira, 19 de setembro de 2012

"O Mensalão tem o coração em Brasília e a cabeça em São Bernardo. Já o Alex Manente tem um vice (Admir Ferro) que é do PSDB, partido ligado ao (contraventor) Carlinhos Cachoeira. Portanto, é o sujo falando do mal lavado", respondeu Aldo.

 

Rivais ligam Luiz Marinho ao Mensalão

Rogério Santos
Thiago Bassanquarta-feira, 19 de setembro de 2012 7:1

Se o prefeito de São Bernardo e candidato à reeleição pelo PT, Luiz Marinho, faltou ao debate promovido ontem pelo Diário para fugir das críticas dos adversários, a estratégia não deu certo. Além de ser chamado de "fujão", "arrogante", "medroso" e "omisso", o petista foi novamente vinculado ao Mensalão, por ter sido candidato a vice-governador, em 2002, na chapa encabeçada por José Genoino, um dos réus do escândalo de corrupção e compra de votos no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está sendo julgado pelo STF (Supremo Tribunal Federal). O tema norteou boa parte dos comentários dos aspirantes ao Paço são-bernardense.
O primeiro a comentar o assunto foi Alex Manente (PPS), ao questionar Aldo Santos (Psol) se ele deixou o PT por causa do Mensalão, mencionando o ministro do STF Joaquim Barbosa, que disse na terça-feira que um dos alvos da compra de apoio de parlamentares foi a reforma da Previdência, Pasta chefiada por Marinho entre março de 2007 e julho de 2008.
"O Mensalão tem o coração em Brasília e a cabeça em São Bernardo. Já o Alex Manente tem um vice (Admir Ferro) que é do PSDB, partido ligado ao (contraventor) Carlinhos Cachoeira. Portanto, é o sujo falando do mal lavado", respondeu Aldo.
Com a ausência de Marinho, o popular-socialista foi alvo de críticas, principalmente de Ademir Silvestre (PSC), que ressaltou, em duas ocasiões, que Alex passou de adversário a aliado do prefeito no segundo turno da eleição de 2008 - inclusive, no início do governo petista indicou o secretário de Comunicação. E agora voltou a ser adversário.
"Apoiei o candidato que entendia que representava a mudança para a cidade, o que não aconteceu. A Saúde está péssima e a cidade não tem um serviço público de qualidade", justificou Alex.
Foi uma das únicas defesas do popular-socialista durante o debate. Nas respostas às provocações, ele preferiu apresentar propostas e atrelar seu nome ao do governador Geraldo Alckmin (PSDB), citando o nome do tucano oito vezes. Alex reafirmou, se eleito, o governo estadual será um dos principais parceiros de sua gestão na Prefeitura.
O candidato do PPS considerou-se o único que apresentou propostas no debate. "Foi um encontro produtivo, mas tentei a todo momento colocar propostas, mesmo com provocações. O intuito era esse, acredito que a eleição precisa ser focada em entender que existem duas candidaturas: uma prega a continuidade do PT e a outra, que é a nossa. Grande parte da população sabe das nossas metas e onde a cidade pode avançar".
Ademir Silvestre criticou os demais concorrentes pelo fato de não citarem a ausência de Marinho logo no primeiro bloco, destinado à pergunta sobre Desenvolvimento Econômico. "Tenho a impressão de que ele está bem representado aqui. Na última eleição, a conjuntura garantiu a vitória dele", disse Ademir.
A candidata Lígia Gomes (PSTU) classificou a ausência de Marinho como um desrespeito à população, que precisa saber quais são suas propostas e considerou a atitude do prefeito medrosa e arrogante. Prometeu mudanças. "O PSTU quer inverter a lógica da cidade direcionada aos ricos. Temos que ter ela de volta para os trabalhadores", afirmou.
Já o candidato Aldo Santos (Psol) também frisou que o petista teve atitude omissa e de desrespeito, como ocorreu em outros debates.

Alex é o mais enfático na apresentação de propostas para a Saúde
O candidato do PPS, Alex Manente, foi o mais enfático na apresentação de propostas relacionadas à Saúde. O popular-socialista prometeu reabrir unidades que foram fechadas pela atual administração e disse que pretende colocar a Santa Casa para funcionamento imediato em seu mandato.
Alex disse que outra de suas iniciativas é reajustar o salário dos agentes de Saúde e contratar mais 1.500 médicos para a rede. Um dos programas apresentados pelo candidato é o Remédio em Casa, que consiste na entrega de remédios na casa das pessoas mensalmente. O prefeiturável também falou em transformar o Hospital de Clínicas no padrão de atendimento do Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André.
Além da Saúde, o candidato também falou sobre a questão das creches. Sua proposta tem base nos convênios com as instituições filantrópicas e a realização do programa de isenção fiscal para as empresas privadas, o que atualmente, segundo Alex, não existe. "Ao fim do nosso primeiro ano de mandato, não haverá uma única criança cadastrada no sistema que não esteja em uma creche. E ainda terão merenda decente", declarou o popular-socialista.
Alex disse que quer levar empresas de tecnologia para a cidade, com objetivo de fazer valer a lei de incentivo fiscal.
Aldo Santos defende discussão regional da Mobilidade Urbana
Ao relatar suas propostas para Mobilidade Urbana, Aldo Santos (Psol) defendeu uma discussão regionalizada sobre o tema, para que as sete cidades da região busquem alternativas conjuntas para o trânsito.
"Precisamos de um transporte público de qualidade, porque a malha viária da cidade está comprometida", disse Aldo.
Para ele, um dos meios para motivar os munícipes a utilizarem o transporte público é a redução da passagem de ônibus de R$ 2.90 para R$ 2, além da municipalização de 10% da frota do município.
"O transporte público tem que servir à população e não visar o lucro, por isso defendemos também o passe livre para estudantes e desempregados", explanou.
Durante seu comentário, o socialista mencionou a chegada da Linha 18-Bronze do Metrô - obra com participação majoritária do governo do Estado - que sairá da Estação Tamanduateí, em São Paulo, e chegará ao Paço em 2015, e a construção de um aeroporto no Grande ABC, como alternativas para desafogar o trânsito na região.
A construção de um terminal de pouso e decolagem em São Bernardo é um dos principais projetos do prefeito Luiz Marinho (PT), que evita comentar o assunto, mas já encaminhou projeto para a presidente Dilma Rousseff (PT).
Ademir Silvestre exalta sua atuação como secretário
O candidato Ademir Silvestre (PSC) relembrou o período em que foi secretário de Habitação e do Meio Ambiente (de 2003 a 2008, na gestão de William Dib (PSDB), para relatar o que pretende fazer se for eleito prefeito. "Cumpri meu papel como cidadão e como secretário quando exerci o cargo na Prefeitura. Agora, quero ser prefeito para fazer algumas coisas que não consegui fazer na época de secretário, como melhorias na Saúde, Transporte e Educação", declarou.
Ademir afirmou ter sido ele um dos criadores da GCM (Guarda Civil Municipal) na cidade. Mas, apesar de apresentar propostas para a Segurança, não conseguiu explanar solução adequada para o tráfico de drogas e combate ao crack. "O uso do crack é uma doença que precisa de aspecto corretivo. Vamos tratar isso em nosso mandato como um problema de Saúde Pública e apresentar trabalho totalmente direcionado a essa questão", analisou.
Sobre Educação, Ademir disse que essa é uma das suas prioridades e da vice-prefeita, Marini Setti (PSC), professora aposentada. "Valorizo muito a formação das pessoas, por isso escolhi uma vice que entende do assunto. Lamento o nível atual em que a Educação se encontra no município, mas não tenho nada a ver com isso", disse Ademir.
Lígia Gomes menciona falta de vagas em creches
Única representante da classe feminina a disputar o Paço, Lígia Gomes (PSTU) comentou a dificuldade de as mulheres que trabalham de encontrar vaga nas creches do município para deixar os filhos. A

Nenhum comentário:

Postar um comentário