domingo, 31 de março de 2013

A PÁSCOA E O DIA 31 DE MARÇO.


A PÁSCOA E O  DIA 31 DE MARÇO.
Com a renúncia de Jânio Quadro em 1961, até hoje marcada por dúvidas e suspeitas, passa a governar o País o seu vice João Goulart, mesmo contra a vontade dos militares que contavam com o apoio de setores reacionários do nosso país.
Com seu retorno da China e para impedir a concentração de poder, natural em um regime presidencialista, implantaram o parlamentarismo para tentar enfraquecê-lo. O presidencialismo só volta em 1963 com a aprovação de um plebiscito sobre o tema.
Mesmo diante do cercamento das forças conservadoras e dos militares, Jango continuou e tentou  implementar seu plano de democratização popular, anunciando medidas de controle financeiro, da reforma agrária e urbana no BRASIL.
Os militares então tramam e promovem o golpe militar que levou a derrubada do presidente Jango no dia de 31 de março de 1964, implantando a ditadura militar ao arrepio do ordenamento jurídico vigente. Os militares instituíram o período de terror,  de  1964 à 1985. Nesse período publicaram vários atos institucionais, instituíram métodos de tortura sofisticados para arrancar confissão dos presos políticos,prenderam, torturaram e mataram inúmeros militantes que se opuseram ao regime de opressão.
Com a lei da anistia imaginava-se que tudo ficaria acobertado, congelado e cairia no esquecimento. Com a pressão popular mesmo contra a vontade de militares e governantes, a presidenta Dilma é levada a instalar a tímida comissão da verdade, que está descobrindo o alcance da tragédia promovida pelos militares no território brasileiro e sua  conexão com outros países.
É preciso passar esse País a limpo desde a invasão em 1500 pelos Portugueses até os dias atuais, onde falsos heróis são cultuados e introduzidos como referências positivas no imaginário popular, como Mem de Sá, João Ramalho, os Bandeirantes e tantos outros promotores de massacres a povos nativos e escravizados. Em momentos históricos mais recentes o sistema promove perseguição ao movimento sindical, estudantil, popular e partidário, com o emprego da força e do aparato repressor da classe dominante.
O exemplo de preconceito e ódio de classe pode ser  constatado na doutrina  militar amplamente  difundida, como vem sendo apurado pela comissão da verdade do Estado de São Paulo, onde, A Comissão da Verdade da Assembleia Legislativa de São Paulo vai propor a revisão do brasão de armas da Polícia Militar paulista. Desde 1981, o símbolo presta homenagem ao golpe de Estado de 1964, que implantou a ditadura militar no país.
O brasão contém 18 estrelas que, segundo o site da PM, representam "marcos históricos da corporação". De acordo com a página, a 18ª estrela é uma referência à "Revolução de Março". O termo "revolução" é usado por aqueles que negam ter havido um golpe militar em 1964.
Em janeiro de 2012, a Folha noticiou que os sites da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo e da PM tratavam o golpe como "Revolução de Março". A pasta retirou a expressão no mesmo dia; a PM a manteve.
"A Comissão da Verdade pretende sugerir a revisão e análise do significado dessas estrelas", disse o deputado Adriano Diogo (PT), presidente do colegiado paulista.
Segundo ele, os caminhos formais para sugerir uma revisão no símbolo ainda serão discutidos com os integrantes da comissão.
Criado em 1958 pelo então governador Jânio Quadros, o brasão de armas da PM foi alterado em 1981, na gestão de Paulo Maluf, que acrescentou a 17ª e a 18ª estrelas.
Além do golpe de 1964, estão representados no brasão outras ações repressivas realizadas pelas Forças Armadas em episódios controversos, como a Guerra do Paraguai (1864 a 1870), que devastou o país vizinho, e a revolta de Canudos (1897) no sertão baiano, que dizimou todos os participantes do movimento.
Há ainda estrelas em homenagem às repressões à Revolta da Chibata (1910) e ao levante dos 18 do Forte de Copacabana (1922).
Procurada, a assessoria de comunicação da Polícia Militar informou que não comentaria o assunto por se tratar de um tema "de natureza política". (publicado pela editora de Arte/folhapress, dia 25/01/2013, subscrito por Patricia Britto”

Os fatos históricos que eles consideram apatrióticos é motivo de exemplo, orgulho, luta, bravura, resistência e identidade do povo brasileiro. É a explicitação do antagonismo de classe, numa histórica queda de braço entre os que defendem a luta de libertação do nosso povo, espoliado e excluído e os detentores do capital, representantes do Estado Burguês.
Esse ano, o dia 31 de março, dia do golpe militar no Brasil será ofuscado pela comemoração da páscoa que originalmente significa a   data   em que os judeu comemoram a libertação e fuga  do seu povo escravisado no Egito. Ou seja: a passagem da  escravidão para a liberdade.

Que nessa páscoa, possamos avançar ainda mais nessa necessária passagem de uma data que significou o terror e a morte, portanto a escravidão de um povo, para uma nova sociedade justa, igualitária, fraterna e Socialista.
Há 49 anos, o golpe militar representou a negação de relativa liberdade para o período de ditadura, opressão e mortes. Que esse 31 de março de 2013 represente uma nova passagem de apuração, esclarecimentos, reparos históricos, punição e prisão aos representantes do estado que prenderam, torturam e assassinaram centenas de brasileiros, em nome da ordem e do progresso.
Enganam-se os que acham que conseguem prender, matar, destruir ou  ocultar as ideias e sonhos de justiça e liberdade de um povo.Feliz páscoa aos que aprendem com o passado, acreditam no presente e constroem  com garra e coragem o Brilhante futuro da humanidade.

Lutar e acreditar sempre é preciso!

Aldo Santos- ex-vereador em SBC, Coordenador da apeoespsbc, Presidente da Associação dos Professores de Filosofia e Filósofos do Estado de São Paulo, membro da Aproffib e militante do Psol.



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