quinta-feira, 19 de setembro de 2013

45 anos de Filosofia da Libertação na América Latina .

45 anos de Filosofia da Libertação na América Latina .

Teve início ontem, em São Paulo, o I Congresso Brasileiro de Filosofia da Libertação e I Simpósio de Professores de Filosofia do Estado de São Paulo, que se estenderá até o dia 6/9, sexta-feira.  O encontro que está sendo realizado no anfiteatro da Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação, contou com a participação do filósofo argentino, radicado no México, Enrique Dussel, um dos maiores expoentes da Filosofia da Libertação na América Latina, que fez a conferência de abertura. Crítico do pensamento eurocêntrico contemporâneo, Dussel alertou para a necessidade de se romper com o colonialismo eurocentrista. “Temos que respeitar a nós mesmos”, disse, lembrando que a filosofia na América Latina tem sua origem nos povos que aqui viviam antes da colonização, e que se efetivou enquanto “da libertação”, a partir de 1968.|

Pela manhã, o professor Euclides Mence ministrou a primeira parte do minicurso “Breve histórico da Filosofia da Libertação: uma abordagem introdutória”, lembrando os 45 anos do seu surgimento, que se dá em um contexto de negação dos direitos humanos e democráticos, de violência e marginalização, bem como de lutas sociais por libertação, em toda a América Latina.  Temática que perpassa por várias disciplinas como a pedagogia, com a contribuição de Paulo Freire (Pedagogia do Oprimido); a sociologia, a antropologia; a teologia. Na América Latina, amplia-se o pensamento de libertação entre os filósofos, que passam a elaborar uma filosofia própria, o que também acontece na África, a partir das lutas pela descolonização.

A mesa de debates reuniu os professores Antônio Joaquim Severiano, Alípio Casali e o deputado estadual e professor, Carlos Giannazi, em torno do tema Ensino de Filosofia e Filosofia da Libertação.  Para Severiano, a filosofia deve levar em conta as experiências de vida das comunidades e suas culturas, “para libertar os povos precisa-se libertá-los das malhas do pensamento dos dominadores”, assegurou.
“ Hoje há não só a possibilidade, mas a obrigação do ensino de filosofia”, disse Alípio Casali, lembrando que não é possível pensar a filosofia senão uma atividade crítica, num processo de libertação.”

Carlos Giannazi destacou a importância do debate neste momento em que a juventude está se manifestando nas ruas e colocou para a plenária a discussão de qual seria o papel da filosofia da libertação no atual cenário político do país.


A segunda mesa de debates contou com participação dos professores Júlio Cabrera, da Universidade Federal de Brasília, Eduardo de Oliveira, da Universidade Federal da Bahia e Enrique Dussel, em Interfaces Filosóficas.

anotações do congresso

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