domingo, 6 de outubro de 2013

SAIU NA IMPRENSA:Coletivo de cultura é lacrado em S. Bernardo.

Coletivo de cultura é lacrado em S. Bernardo
Por: caio luiz (caio@abcdmaior.com.br)

05/10/2013 - FORA DO EIXO
Conforme Murilo Borges, no localsão realizadas oficinas culturais e atividades artísticas. Foto de Adonis Guerra
Conforme Murilo Borges, no localIsão realizadas oficinas culturais e atividades artísticas. Foto de Adonis Guerra
Espaço foi fechado na semana passada; coordenação briga pela reabertura

Representantes do coletivo E50 de São Bernardo compareceram à Câmara de Vereadores do município na quarta-feira (02/10), para cobrar uma postura da Prefeitura em decorrência da lacração do local, concretizada pela Secretaria de Planejamento Urbano na sexta-feira da semana passada (27/09). Durante a sessão, o grupo recorreu aos vereadores para acionar o Executivo com o objetivo de reabrir a casa em que realiza atividades e para protestar contra a perseguição que dizem sofrer da polícia.

O Espaço 50 funciona na Vila Duzzi, próximo ao Centro de São Bernardo, e foi fundado em novembro de 2012. A sede que ocupa foi cedida pelo partido político Psol. O aluguel da residência é pago pelo Centro de Análise Política, Econômica e Social por meio de contribuições de militantes do partido e com verba coletada em eventos promovidos pelo coletivo na casa. O ex-vereador Aldo Santos, antes ligado ao PT e atualmente filiado ao Psol, usava o domicilio como diretório de campanha.
Fora do eixo
O coletivo funciona como ponto do Fora do Eixo – o movimento ficou mais conhecido após junho deste ano com manifestações por causa do transporte ao colaborar com a Mídia Ninja. No local ocorrem oficinas, produção audiovisual, circulação de atividades artísticas, entre outros. Mas o forte são as apresentações musicais de bandas regionais, realizadas dentro da casa. Como está instalada em área residencial é de se supor que a movimentação das bandas provoque distúrbios.

A organização do coletivo afirma que ninguém nunca reclamou do ruído, mas sim das pessoas que permanecem em frente à moradia, localizada na esquina na rua Príncipe Humberto. Ao longo dos últimos meses, o coletivo declarou ter recebido diversos boletins de ocorrência que alegavam, entre as principais acusações, tráfico, baderna, venda de bebidas para menores de idade e aterrorização da vizinhança.

De acordo com o coordenador e gestor de produção do lugar, Murilo Borges, os membros do coletivo vêm sofrendo discriminação e preconceito porque as pessoas não estão acostumadas com uma proposta de autogestão e associam jovens com tatuagens e cabelos compridos a bagunceiros. “Creio que o fato de a casa estar inteira grafitada assusta os moradores mais conservadores”, disse Borges. “Somos vistos como criminosos em potencial só porque há gente ao redor da casa, mas não somos responsáveis por quem está na rua e pelo que fazem”, declarou.
Coletivo acusa polícia de abuso e truculência

Durante eventos noturnos, feitos nos fins de semana, a Polícia Militar compareceu para fazer abordagens. A última foi no sábado (28/09), quando integrantes do coletivo, parceiros e simpatizantes protestavam pela reabertura da casa. O coordenador da subsede da Apeoesp de São Bernardo, Aldo Santos, esteve presente. “Vi a forma truculenta como os jovens foram tratados e presenciei abuso de poder, assédio moral e total falta de respeito.”

Apesar de promover festas e venda de bebidas, Murilo Borges enfatizou que o coletivo não gerencia um bar, um negócio ou uma balada. “Não há lucro envolvido, convidamos as autoridades e vizinhos a vistoriarem o local, mas ninguém veio e fomos fechados sem fiscalização adequada e sem provas.” O coordenador mostrou à reportagem uma gravação em que um policial o ameaçava de espancamento, o ofendia e cogitava incriminá-lo.

Em nota, a Prefeitura de São Bernardo, por meio da Secretaria de Planejamento Urbano, respondeu que “o local foi lacrado após denúncia de moradores, com abaixo-assinado, bem como denúncia do Ministério Publico, na pessoa do Exmo. Dr. Jairo de Luca, o qual apresentou documentos sobre o que lá vinha ocorrendo: realização de eventos musicais e som na rua com presença de menores, além de venda de bebida alcoólica. Os responsáveis pelos eventos já compareceram ao MP para esclarecimentos. Além da lacração, será mantida vigilância no local aos finais de semana, tanto pela Guarda Civil Municipal quanto pela PM.” 

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