terça-feira, 31 de dezembro de 2013

“E A LUZ SE FEZ”,

O PAPEL DESTRUIDOR DO CAPITALISMO
Assiste o filme “E A LUZ SE FEZ”, de  OTAR IOSSELIANI.

Evidentemente que não se trata de qualquer história ou leitura Bíblica, ou de  aspecto religioso como poderia ser interpretado pelos desavisados.
Trata-se de uma história que acontece no coração da Floresta Africana, onde uma comunidade preserva valores, costumes e culto a ancestralidade. Nessa comunidade tudo era discutido em grupo, desde o ajuntamento até a expectativa do nascimento e as formas do trabalho coletivo. A forma de comunicação era eficaz e interessante.
 A mulher tinha um papel importante na liderança nessa comunidade.
Tudo ia muito bem, até o momento em que chega  os exploradores de  madeiras,  o aliciamento e as mais variadas  influencias religiosas que um membro da comunidade tomou contato. O homem colonizador destrói o modo de vida natural daquele povo, rapta uma das mulheres, levando seu marido a percorrer  várias partes do país  na tentativa de reencontra-la. Ao retornarem a comunidade, as árvores estavam destruídas,  as moradias foram incendiadas  e grande parte da comunidade foi cooptada,  apesar da tentativa  e do apego a mitos  e crendices do casal que sem alternativa  tentam  se estabelecer e sobreviver num pequeno vilarejo.  
Vale a pena ser assistido e analisado na mesma perspectiva opressora  dos colonizadores , onde, no essencial, o que difere  é o período    dos acontecimentos .

 Comentando e tentando entender o processo humano.


Aldo Santos. Militante sindical e  partidário (Psol)
31/12/2013

domingo, 29 de dezembro de 2013

Psol de SP estuda apostar em ex-prefeituráveis ao Congresso


Psol de SP estuda apostar em ex-prefeituráveis ao Congresso
Rogério Santos
Do Diário do Grande ABC.

Publicado em domingo, 29 de dezembro de 2013 às 07:00
Disposta a ampliar a sua representatividade em Brasília, a direção paulista do Psol traça estratégia de lançar ex-prefeituráveis para disputar assento de deputado federal em 2014.
A tática visa deixar o a legenda com pelo menos mais um representante no Congresso Nacional. Atualmente Ivan Valente é o representante do Psol de São Paulo.
O Grande ABC deve ter pelo menos dois postulantes por assento na Câmara Federal: Marcelo Reina, de Santo André, e Aldo Santos. de São Bernardo. Ambos recentemente foram reconduzidos ao comando dos diretórios municipais da sigla.
Reina obteve 4.364 votos na eleição de 2012, ficando na quinta colocação. “Para mim, tem pouca diferença concorrer a estadual ou a federal. Discurso dá para fazer. Por isso, no primeiro semestre desenvolveremos plano de atividades (espécie de programa de governo)”, avalia Reina.
Em São Bernardo, o ex-vereador Aldo Santos recebeu 3.596 votos, apenas o quarto melhor desempenho da corrida eleitoral à Prefeitura. Apesar de ser o principal expoente do Psol no município, Aldo evita alardear alguma candidatura. “Evidentemente que meu nome é lembrado, mas não podemos adiantar esse processo.”
O ex-parlamentar precisaria passar novamente por crivo judicial para concorrer a uma cadeira no Congresso. Em 2010, o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) determinou a suspensão dos direitos políticos do ex-vereador por cinco anos porque, em 2003, Aldo utilizou um carro oficial para transportar manifestantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto). Em 2012, disputou o pleito com liminar na Justiça Eleitoral.
(Colaborou Fábio Martins)

sábado, 28 de dezembro de 2013

QUE VENHA 2014 COM MUITAS LUTAS E CONQUISTAS.

BOAS FESTAS...
O ano de 2013, passará para a história da  Classe  Trabalhadora   como um grande ensaio da luta  Revolucionária.

DIZ DARCY RIBEIRO:

“Fracassei em tudo o que tentei na vida.
Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui.
Tentei salvar os índios, não consegui.
Tentei fazer uma universidade séria e fracassei.
Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei.
Mas os fracassos são minhas vitórias.
Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu"
 

Em 2014, vamos "tentar" novamente até que o fracasso seja deles e a história nos pertença.

 VIDA É UMA ETERNA  LUTA !


Aldo Santos.

PEIXES ESTÃO MORRENDO NO RESERVATÓRIO DE ÁGUA SUJA NO PAÇO

PEIXES ESTÃO MORRENDO NO RESERVATÓRIO DE ÁGUA  SUJA NO PAÇO
O descaso com a natureza e com a vida é uma tragédia nessa administração. Como se não bastasse as mais de 100 árvores destruídas literalmente,  sob olhar  do poder público instalado confortavelmente nos gabinetes e na Prefeitura, ao  adentrarmos ao local do “desmatamento”, nos deparamos com uma outra cena chocante. Dezenas de carpas estão num reservatório de "água" absolutamente sem condições higiênicas e sem oxigênio para a sobrevivência das mesmas naquele espaço.
  Esperamos que o poder público transfiram imediatamente esses peixes para outros reservatórios  naturais, evitando assim outras  mortes.
Lamentamos esse tipo de comportamento que depõe contra a vida dos seres vivos no planeta. Esse abandono reflete o compromisso efetivo da administração com o meio ambiente e a defesa da vida em sua plenitude. Os peixes estão morrendo num contexto  de cultura da morte da gestão  “motosserra urbana”.

Preservar a vida  é preciso!

Aldo Santos – Coordenador da subsede da apeoesp-sbc, Presidente do Psol


Munícipes protestam contra corte de árvores no Paço


Munícipes protestam contra corte de árvores no Paço

Cadu Proieti
Do Diário do Grande ABC
Publicado em sábado, 28 de dezembro de 2013 às 07:00
Nario Barbosa/DGABC
Cerca de 30 manifestantes realizaram ontem no Paço de São Bernardo protesto contra o corte de aproximadamente 50 árvores na Praça Samuel Sabatini – localizada em frente ao prédio do Executivo. A remoção do verde foi realizada por conta do início das obras antienchente na região central.
A administração municipal informou que a intervenção está sendo realizada dentro da legalidade com a devida licença ambiental, mediante processo de compensação. De acordo com o Executivo, o documento autoriza a remoção de 122 árvores, sendo cerca de 100 exóticas e outras 22 espécies nativas.
A Prefeitura informou que o processo prevê o plantio de 25 árvores para cada espécie nativa suprimida. Já para as espécies exóticas serão replantadas cerca de dez novas para cada unidade retirada. Os locais ainda estão sendo definidos. 

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

MANIFESTAÇÃO NO PAÇO MUNICIPAL DE SÃO BERNARDO DO CAMPO CONTRA A DESTRUIÇÃO DE APROXIMADAMENTE 100 ÁRVORES.

MANIFESTAÇÃO NO PAÇO MUNICIPAL DE SÃO BERNARDO DO CAMPO  CONTRA  A DESTRUIÇÃO DE APROXIMADAMENTE 100 ÁRVORES.

Num clima de indignação e revolta, dezenas de manifestantes participaram do ato, dando suas opiniões e fazendo propostas sobre essa ação criminosa com esse patrimônio público que é o paço municipal da cidade. Esse espaço testemunhou e acalentou amores, simbologias  variadas, lutas, revoltas e acolhia jovens que por falta de espaço adequado faziam reuniões  embaixo das árvores,que  abrigou  generosamente todos e todas por várias  décadas.
Numa atitude de aparente  vingança com a  grande história  passada,  presente e até futura, a motosserra cortou árvores  de todas as espessuras e sequer  deram uma chance de remoção  para   um  outro lugar como se recomenta os reais  defensores da lei e do  meio ambiente.

Depois das falas, foram aprovadas as seguintes propostas:

1-Organizar um dossiê  sobre essa agressão da natureza, produzindo  conteúdo  de caráter formativo e  pedagógico;
2-Questionar junto as autoridades se de fato o piscinão é uma solução definitiva ou paliativa, dado ao avanço da especulação imobiliária e da  avassaladora permeabilização do solo.
3-Solicitamos esclarecimentos e acesso aos documentos sobre a obra, seu  impacto ambiental e a falta de transparência  perante  a opinião pública;
4-Solicitar audiência ao prefeito Marinho com urgência para os devidos esclarecimentos sobre a concretude da obra;
5-Comparecimento na primeira sessão da câmara de vereadores em 2014  para solicitar esclarecimentos sobre essa obra, diante do silêncio e omissão dos mesmo  até o momento;
5-Solicitar reunião com a promotora do meio ambiente  para que se esclareça  as bases legais para os cortes das árvores e o impacto dessa obra no centro comercial da cidade;
6-Desenvolver atividades  culturais com aulas públicas de informação e formação sobre a ocupação urbana , a defesa dos rios e da natureza, bem como, combatermos   a lógica da especulação imobiliária ;
7- Realização de um novo ato  na segunda quinzena de  janeiro de 2014;
8- Organizar uma petição pública contra essa agressão ao meio ambiente, bem como apoiarmos outras iniciativas da mesma natureza;
9- Realização de uma reunião para dar encaminhamentos  as propostas aprovadas no dia 08/01/2014, às 19 horas na Avenida Prestes Maia, 223, centro de sbcampo.
10- constituição de uma comissão organizadora para os devidos encaminhamentos.

São Bernardo do Campo, 27/12/2013.


Secretaria dos trabalhos

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

55% dos professores dão aula sem ter formação na disciplina


55% dos professores dão aula sem ter formação na disciplina


FLÁVIA FOREQUE
MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA
FÁBIO TAKAHASHI
DE SÃO PAULO 26/12/2013 


Pouco mais da metade (55%) dos professores do ensino médio da rede pública do país não tem formação específica na área em que atua.
Em números absolutos, o percentual equivale a quase 280 mil docentes do país.
Escolas privadas preveem apagão de docentes
Em física, a proporção de especialistas na matéria cai a 17,7%; em química, a 33,3%.
Na rede particular, a situação é só um pouco melhor: do total de professores, 47% não possuem a formação ideal.
O levantamento, inédito, foi tabulado pelo Inep (instituto de pesquisas do Ministério da Educação), a pedido da Folha. A base é o Censo Escolar de 2012 (o mais recente).
Os últimos dados oficiais divulgados sobre deficit de professores no país referiam-se a uma estimativa da Capes (outro órgão da pasta), com informações de 2005, que englobavam também os anos finais do fundamental.
Considerando as redes públicas e privadas juntas, hoje 53,5% dos docentes do ensino médio não têm a formação ideal. Naquele ano, eram 51% (fundamental e médio).
A Bahia é o Estado que possui menor proporção de professores com a formação ideal (8,5%) no sistema público.
Editoria de Arte/Folhapress
FORA DA LEI
Na outra ponta da lista está o Distrito Federal (71%). São Paulo possui 57% -o Estado afirma que, se o professor não tem a formação específica na matéria, ao menos tem diploma em área correlata (por exemplo, docente de matemática para física).
"Não existe uma oferta de profissional no ritmo que [a rede] precisa", reconhece o secretário de educação básica do Ministério da Educação, Romeu Caputo.
Ele ressalta, porém, que parte do deficit é proveniente de matérias recentemente incorporadas ao currículo, como sociologia e filosofia.
Para Ana Lúcia Marques, diretora da escola Setor Leste, de Brasília, licenciatura faz diferença no ensino.
A escola, referência de ensino público na capital, diz ter todo corpo docente com formação específica. "Uma pessoa que faz engenharia [e dá aula de física] pode ter o domínio do conteúdo, mas não aprendeu o manejo da classe, que também é extremamente necessário", disse a diretora.
Para o professor de física no Distrito Federal Paulo Sérgio Alves, 54, a especialização não é um fator determinante, mas é importante.
"Na área de física, a maioria dos professores é de matemática porque sabe resolver, mas falta definição do conceito, falta habilidade para passar de onde vem aquilo."
Na tentativa de reverter o quadro, o Ministério da Educação lançou o pacto nacional para o fortalecimento do ensino médio. A medida prevê a realização, a partir do próximo ano, do curso de formação continuada para docentes da rede pública. Serão 90 horas de capacitação, com bolsa mensal de R$ 200.

O curso do ministério terá o objetivo não apenas de atualizar o conhecimento dos professores na área de atuação como desenvolver atividades para aproximá-lo dos alunos em sala de
aula, afirma o secretário da área. 

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

ALMOÇO SOLIDÁRIO E A ORGANIZAÇÃO POPULAR EM SÃO BERNARDO DO CAMPO

ALMOÇO SOLIDÁRIO E A ORGANIZAÇÃO POPULAR EM SÃO BERNARDO DO CAMPO

Este foi o décimo quarto almoço comunitário que vem sendo realizado na comunidade periférica no Parque São Bernardo, em São Bernardo do Campo.
O primeiro almoço teve início em 1999, e foi idealizado pelo líder comunitário José da Silva Leme, popularmente conhecido como Zé Neguinho, irmão do também popular Ditinho da Congada.
 Em 1999, começou com um simples almoço e acompanhado com um copo de suco.
 Cada ano vem aumentando o número de crianças e familiares, bem como a ajuda de pessoas das mais variadas camadas sociais da comunidade, do comércio local e de outras regiões. Na prática, os trabalhos começam no dia anterior para tudo ficar pronto no horário combinado.  
 Esse ano na unidade escolar onde é servida a alimentação e a distribuição de brinquedos, contou com o apoio da Família Lemes e mais de cem voluntários que ajudam nessa atividade comunitária, onde atendem mais de 2000 mil crianças e pessoas que almoçam, jantam e ainda recebem brinquedos, animados com muita música de artistas da comunidade.
A comida é feita no fogão a lenha na casa da Mãe da família Lemes, Dona Cotinha, que com 86 anos,  serenamente ainda comanda o conjunto das atividades desenvolvidas no  local.
Grande parte das atividades desenvolvidas pela Família Lemes vem da liderança do Senhor Antonio Silva Lemes que faleceu em, 2005 e que desde Minas Gerais, mais precisamente na cidade “Monsenhor Paulo” com aproximadamente 30 mil habitantes, a tradição cultural e religiosa  continua viva através da Dona Cotinha, dos filhos, netos e bisnetos.
 Hoje a Família Lemes conta com aproximadamente 50 componentes, segundo Zé Neguinho. Essa família desenvolve vários projetos populares como a Congada do Parque São Bernardo, a Escola de Samba Renascente de São Bernardo, além do almoço comunitário e todos os anos ainda organizam a Semana da Consciência Negra. Segundo ele, no dia 13 de maio de 2013 inauguraram o “Centro Comunitário Família Lemes” no Parque São Bernardo que deve entrar em pleno funcionamento em 2014.
Para Zé Neguinho, “é um orgulho manter a família unida em torno de objetivos coletivos”. As atividades relativas ao almoço comunitário começaram no escadão da Vila, depois na Rua Paula Souza, depois na Escola Estadual Palmira Gracioto e atualmente na EMEB Professora Maria Therezinha Besana.
 Até hoje lamentamos que a escola Estadual Palmira  não recepcione nossas atividades  no Bairro, pois a escola parece que se isolou, levantando enormes muros e a comunidade  quase nada pode fazer para utilizar esse espaço público da comunidade, afirma Zé Neguinho.
 “A Escola Besana recebe a comunidade  com maior carinho”, afirma o líder comunitário.
 A escola de Samba também ensaiava na escola Palmira e hoje também não pode mais ensaiar  nesse espaço público, o que dificulta  as atividades pedagógicas  e de lazer comunitário.
 Em relação à consciência negra, ele disse que sonha reunir pelo menos 1000 negros no Paço municipal, uma vez que o movimento negro hoje ainda está muito fragilizado.
Em relação a infraestrutura do almoço,  não existe publicidade de ninguém  para evitar promoção ou uso indevido dessa importante atividade solidária e comunitária. Tudo é feito de forma voluntária e no anonimato.
Junto as crianças e os membros que participaram do almoço comunitário, tinha inclusive moradores de rua  que  também faziam parte  dos milhares de participantes dessa atividade.
Para  o jovem Papai Noel  Marcelo, do Rudge Ramos, ao ser indagado  sobre o significado de sua participação nesse evento, ele disse que  cumpre uma promessa  e a realização do sonho de seu pai que  queria ser o papai Noel, porém, ele morreu e agora estou  cumprindo a  promessa  dele por sete anos, e depois, pretendo  dar continuidade, disse Marcelo, hoje com 31 anos.
O Almoço estava muito bom, e foi servido Arroz, feijão, macarrão, farofa, carnes, salada, refrigerante, panetone, melancia, arroz doce e doce de leite. Duas salas estavam lotadas com brinquedos para meninas e meninos, que, com uma pulseirinha receberiam os presentes doados.
Para o Ditinho da Congada, essa atividade é um desafio que vem dando certo e que deve continuar com outras coisas por parte da Família e da comunidade organizada.
Para Ditinho, as atividades  no dia de natal teve início às 7 horas e deve ir até às 20 horas, com a entrada  e saída permanente de crianças e pessoas, perfazendo um número de aproximadamente 4 mil pessoas presentes  ao  evento. Afirmou ainda que amanha, dia 26 haverá almoço especial para moradores de rua que hoje já vem recebendo 40 refeições diárias, onde a família mora.
Com essa multidão reunida, não teve ocorrência policial, presença da guarda municipal, pois a educação de convivência coletiva prevalece.
Essa é seguramente a maior atividade natalina do grande ABCD, onde o papel do poder público é apenas  a cessão do espaço físico.
 Dessa atividade tiramos pelo menos duas conclusões: Diferentemente da fala e propaganda do governo federal, estadual e municipal, existe um grande contingente de pessoas excluídas como se verifica numa cidade que tem um dos maiores orçamentos do País.
Essa atividade  expõe  a crueldade  dos famélicos que o governos tenta de todas as formas esconder ou dissimular  com políticas  compensatórias pontuais.
Outra grande lição é o ensinamento que esse tipo de atividade propicia como a educação coletiva, a convivência  fraterna, conectando a essa atividade  outras manifestações  culturais, como a escola  de samba, a semana da consciência negra e o  aprimoramento do espaço cultural Família Lemes, que de forma positiva  cumprem um papel que o poder público deveria realizar , porém, se negam ou se omitem de tal atribuição.
É uma denúncia social das condições degradantes em que vivem milhões de pessoas nesse país, e o anúncio de que quando a população organizada e unida atua, as coisas acontecem com ou sem o apoio dos poderes constituídos.
Parabéns a Família Lemes e aos voluntários apoiadores, que, sensíveis ao reclamo social dedicam o dia de Natal a essa prática social de solidariedade e crença na classe Trabalhadora e na libertação dos oprimidos pelo capital.

Ser solidário e participar  é preciso!


Aldo Santos - Coordenador da apeoes-sbc, Presidente da Associação dos Professores de Filosofia e Filósofos do Estado de São Paulo e do Brasil, presidente do Psol em SBCAMPO. 

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Eu pensei que todo mundo fosse filho de papai Noel



Eu pensei que todo mundo fosse filho de papai Noel

        Do tanquim tenho um registro que é próprio de crianças, mas me atormenta até os dias de hoje. Era um natal e existia um clima de festa e alegria por toda parte. O comentário era um só, de que deveríamos deitar cedo, antes da meia noite; colocar o chinelo no pé da cama onde o Papai Noel iria colocar o presente de natal.
         Lembro-me que fui dormir cedo, no dia vinte e quatro, e, no dia seguinte, acordei alegre pulei da cama olhei para os chinelos, e qual foi minha tristeza, não tinha nenhum presente sobre meu chinelo. Fiquei triste, chorei bastante, e minha tia, tentando me consolar, disse que o papai Noel vinha a cavalo e, naquela noite, ele não tinha passado naquela região, por isso o presente não tinha chegado.
        Ainda acreditava em papai Noel, tomei um pouco de café, e fui na estrada ver se havia rastro de casco de  cavalos. Era só o que havia, pois o meio de locomoção naquela região era o animal. Voltei e perguntei para minha tia como era o casco do cavalo do papai Noel, ela me olhou triste e disse que era um cavalo bonito, grande e que carregava muito peso. Despistei e fui verificar se havia algum casco de cavalo com aquela descrição. Fiquei em dúvida se a minha tia estava falando a verdade. Foi um espanto, mas descobri que Papai Noel não visitava as casas das crianças pobres, embora as promessas fossem grandes e enganadoras.  
        A partir dessa data, passei a não acreditar mais em papai Noel, pois na verdade, fiquei olhando outras crianças brincarem e o meu pai, não tinha condições de comprar um presentinho para colocar no meu chinelo.
Foi um choque em minha vida. Entendi o que dizia a música “Eu pensei que todo mundo fosse filho de papai Noel”. E por falar em fim de ano, no Natal nossa família ia para a casa do Tio Antonio e, no Ano Novo, todos vinham para nossa casa. Era comida e bebida a vontade e era um valor observar aquele que se levantava por ultimo da mesa, geralmente os tios. “Às vezes, enchíamos a cara e era uma alegria e uma felicidade passageira”.
DO LIVRO MEMÓRIAS DE INFÂNCIA DE ALDO SANTOS

sábado, 21 de dezembro de 2013

RACISMO NA CÂMARA É REPUDIADO PELOS MORADORES DA CIDADE DE SANTO ANDRÉ

RACISMO NA CÂMARA É REPUDIADO PELOS MORADORES DA CIDADE DE SANTO ANDRÉ

No mês da Consciência Negra, Novembro, mês escolhido por ser a data da morte de Zumbi dos Palmares, é uma data para lembrar as negras e negros que resistiram à escravidão. Um mês de reflexão sobre a inserção de negros no mercado de trabalho, sua participação na sociedade, oportunidades, discriminação, muito diferente do dia 13 de maio (Lei Áurea 13/11/1988) onde se comemora “a abolição da escravatura pela benevolência branca”.
Em Santo André, onde aconteceram atividades municipais em torno do tema, ocorreu uma exposição de trabalhadores negros e negras realizada na Prefeitura desta, em que Nádia Silva Caldeira estava como uma das fotografadas. Funcionária pública concursada, negra, recebeu como umas das respostas a sua foto, um xingamento racista de outra servidora. Nádia tratou de fazer um B.O contra a ofensa racista, e cobrou da Câmara dos Vereadores (Casa de Leis), que se posicionasse de forma a combater essa forma de comentar e retratar a população negra, maioria desse país. Porém, ainda que o ato racista tivesse ocorrido nos mês da Consciência Negra e na Câmara dos Vereadores, a maior ação que a Câmara poderia ter feito publicamente no mês da Consciência Negra, que era recriminar e combater o caso de racismo sofrido pela funcionária, não foi realizado. Nádia trabalha no gabinete do vereador José Araújo (PMDB), que não se posicionou a favor da trabalhadora, lavando suas mãos: “O assunto aconteceu entre as duas funcionárias, mas eu não estava presente, então não posso comentar”. A omissão do vereador José Araújo e da Câmara dos Vereadores de Santo André nesse primeiro momento, retrata um compromisso histórico e velado com a elite branca andreense e com os interesses burgueses (capitalistas), compromisso esse que é a principal causa de atitudes covardes e racistas no mundo, como já denunciado pelo militante do movimento negro Malcom X: “Não há capitalismo sem racismo”.(nota do comitê)
Esse ato foi marcado em comum acordo com os representantes do movimento negro e sindical na última reunião com o presidente da Câmara de Santo André.
 Mesmo com a ausência de vários movimentos que estavam na  referida reunião, o ato foi mantido e realizado no calçadão da Oliveira Lima, uma vez que a nossa  ação contra o preconceito racial  é inegociável e a nossa lua não pode  estar subordinada a interesses escusos a nossa causa.
Vários militantes sociais de Santo André,  representantes dos metalúrgicos da cidade e várias organizações da região compareceram, fizemos panfletagem, pousamos publicamente com os cartazes, chamando atenção de inúmeros munícipes  que se manifestavam  contrários ao fato ocorrido.
 Mais uma vez cumprimos nosso papel de militantes  contra o racismo e o  preconceito racial e na reunião já agendada para fevereiro com o presidente da câmara e demais vereadores, vamos reiterar nossas bandeiras de luta, repudiar toda e qualquer forma de prática racial  e que o vereador Araujo e os demais vereadores da cidade se pronunciem sobre  esse lamentável  e injustificável  episodio.
Os panfletos distribuídos foram subscritos pelo Comitê regional contra o aumento da passagem, que foi determinante na redução da passagem na região e no Brasil, bem como na participação em outros movimentos em defesa da classe trabalhadora.
Que venha 2014, pois o nosso time está pronto para entrar em campo contra toda e qualquer forma de opressão de gênero, étnico e de classe.
A partir dessa data, darei maior visibilidade ao blog  hoje  denominado de Espaço cultural Luiza Mahin, em homenagem a essa guerreira,  e, pela coragem e resistência da companheira Nádia que  teve a consciência de classe ao denunciar os mandatários da casa grande.

Lutar é importante; vencer é preciso!


Aldo Santos.Ex-vereador,coordenador da apeoesp-sbc, Presidente da Associação dos Professores de Filosofia e Filósofos do Estado de São Paulo  e da APROFFIB, Presidente do Psol em SBC.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Moção de Repúdio ao racismo na Câmara dos Vereadores de Santo André e a apatia e omissão do Vereador José Araújo...


  Comitê Regional Unificado Contra os Aumentos das Passagens de Ônibus no ABC.

Moção de Repúdio ao racismo na Câmara dos Vereadores de Santo André e a apatia e omissão do Vereador José Araújo, e dos demais vereadores, que não se pronunciaram publicamente sobre o ocorrido.

No mês da Consciência Negra, Novembro, mês escolhido por ser a data da morte de Zumbi dos Palmares, é uma data para lembrar as negras e negros que resistiram à escravidão. Um mês de reflexão sobre a inserção de negros no mercado de trabalho, sua participação na sociedade, oportunidades, discriminação, muito diferente do dia 13 de maio (Lei Áurea 13/11/1988) onde se comemora “a abolição da escravatura pela benevolência branca”. Em Santo André, onde aconteceram atividades municipais em torno do tema, ocorreu uma exposição de trabalhadores negros e negras realizada na Prefeitura desta, em que Nádia Silva Caldeira estava como uma das fotografadas. Funcionária pública concursada, negra, recebeu como umas das respostas a sua foto, um xingamento racista de outra servidora. Nádia tratou de fazer um B.O contra a ofensa racista, e cobrou da Câmara dos Vereadores (Casa de Leis), que se posicionasse de forma a combater essa forma de comentar e retratar a população negra, maioria desse país. Porém, ainda que o ato racista tivesse ocorrido nos mês da Consciência Negra e na Câmara dos Vereadores, a maior ação que a Câmara poderia ter feito publicamente no mês da Consciência Negra, que era recriminar e combater o caso de racismo sofrido pela funcionária, não foi realizado. Nádia trabalha no gabinete do vereador José Araújo (PMDB), que não se posicionou a favor da trabalhadora, lavando suas mãos: “O assunto aconteceu entre as duas funcionárias, mas eu não estava presente, então não posso comentar”. A omissão do vereador José Araújo, e da Câmara dos Vereadores de Santo André nesse primeiro momento, retrata um compromisso histórico e velado com a elite branca andreense e com os interesses burgueses (capitalistas), compromisso esse que é a principal causa de atitudes covardes e racistas no mundo, como já denunciado pelo militante do movimento negro Malcom X: “Não há capitalismo sem racismo”.
Foram marcadas manifestações e em defesa da funcionária, e, como pauta maior, o combate ao racismo em toda sociedade, que anda firme e forte, haja vista, como exemplo do ABC, que negros são as maiores vítimas da violência na região, e conseqüentemente, em todo o país. Em todos os lugares que o negro está, não só não tem o direito á Cidade (população pobre de maioria negra é segregada em bairros afastados, além de o transporte público ser de alto custo), como não tem o direito á privacidade, pois é vigiado onde anda e nos estabelecimentos em que entra. Embora a escravidão tenha sido “abolida” há mais de 125 anos, há uma opressão dos negros e racismo velado na sociedade que devem ser identificados e rechaçados por todos, negros e não negros! O discurso alienador de que o racismo não existe, só contribui para a permanência, e até aumento, dessa opressão! O racismo e opressão velada contra os negros no Brasil são facilmente mostrados nos fatos:
Em relação à inserção dos negros no mercado de trabalho vemos que a taxa de desemprego é maior entre os negros do que não-negros e que a média salarial (dados dos anos 2011-2012) dos negros é de 36,1% menor do que a dos não-negros. Quando se trata de mulheres e negras essa diferença é ainda maior (duplo preconceito). O falso discurso de que essa diferença se dá única e exclusivamente pela diferença de escolaridade e formação, é prontamente desqualificada pelo estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) que mostrou que um trabalhador negro com nível superior completo recebe na indústria da transformação, em média, R$ 17,39 por hora, enquanto um não negro chega a receber R$ 29,03 por hora, ou seja, 40,1% a menos, e que essa diferença se dá simplesmente por serem negros!
O tão democrático governo e seus governantes da Câmara de Santo André, que tentaram no mês de Novembro afirmar que não existe racismo no Brasil, não abriram sequer um inquérito, e apenas com a pressão do movimento negro e sociais, entraram com uma sindicância para apurar o caso de racismo no gabinete do vereador.
“O presidente da Câmara, Donizeti Pereira (PV), se reuniu, no dia 10/12/13 (5 dias depois dos protestos na Câmara dos Vereadores), com representantes do Movimento Negro e do Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos de Santo André) para comunicar a investigação do caso por vereadores e pela Administração da Casa. Entre as deliberações tiradas no encontro está a possível transferência da servidora Nádia para outro departamento, sem perder o acréscimo no salário. Nádia é concursada há 20 anos, mas atualmente exerce função gratificada no gabinete de Araujo e recebe por isso” (Fonte: Jornal ABCD Maior).
O Movimento Negro insistentemente pressionou a Câmara para que repudiasse o crime racial e que entrasse com ações práticas para o caso. A Câmara definiu alguns encaminhamentos e uma reunião dia 11 de Fevereiro de 2014. Mas só isso não é suficiente!

Donizete Pereira declarou que o Legislativo, bem como os parlamentares e funcionários, repudia qualquer tipo de descriminação, não só relacionada a questões de gênero, mas contra a homofobia e atos que venham denegrir a imagem crianças, idosos, deficientes físicos, dentre outros. “O que ocorreu recentemente na Câmara é um fato isolado e que está sendo averiguado por inquérito policial. Essa Casa também levará o caso adiante baseado no estatuo do servidor”, afirmou o presidente”. (Nota pública da Câmara dos Vereadores).

Esta afirmação demonstra que a Câmara de Santo André está longe de levar os crimes raciais a sério, além de que estão reproduzindo um analfabetismo político, pois, as dinâmicas da opressão se fazem diferente para cada grupo oprimido, não podendo estas, serem igualadas em um conjunto de uma mesma opressão, reproduzindo assim, as desigualdades na “igualdade”. Este “repúdio” a qualquer tipo de discriminação enfatiza a moral conservadora, politicamente correta, que não admite as contradições sociais, e assume um caráter pacifista alienante. Além disso, há mais outro erro que a Nota pública da Câmara comete: o uso da palavra denegrir como semelhante à depreciação. Esta palavra, usada comumente no linguajar popular, é rechaçada pelo movimento negro e utilizada para reflexões sobre o racismo velado. A palavra denegrir significa tornar negra a imagem. Como, então, este termo é usado como semelhante ao depreciar? Somente através do racismo, esta palavra adquire um sentido deturpado de sua característica original, que nada tem sentido com o depreciar.

Isso demonstra que a luta contra a opressão racial continua! Fazemos um chamado a todos que se solidarizam a lutar por uma sociedade mais livre, sem racismo e que negros e não negros possam conviver onde a condição humana seja respeitada! Por uma convivência de alteridade, sem qualquer forma de opressão! REPUDIAMOS o racismo na Câmara dos Vereadores de Santo André e a omissão e apatia do Vereador José Araújo que, assim como durante o protesto realizado no plenário da Câmara no dia 05/12/13, não compareceu na reunião entre os movimentos Negros, sindicato e vereadores para tratar do assunto, e dos demais vereadores que não se pronunciaram publicamente sobre o ocorrido.


20/12/2013
Comitê Regional Unificado Contra os Aumentos das Passagens de Ônibus no ABC




quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Fidel homenageia Mandela e culpa imperialismo pelo apartheid

Duas semanas após morte de Madiba, líder cubano lembrou luta em Angola contra forças invasoras sul-africanas
19/12/2013
do Opera Mundi
O líder cubano Fidel Castro escreveu um artigo publicado nesta quinta-feira (19) no site cubano Cubadebate em que critica o imperialismo, homenageia Nelson Mandela e lembra dos combatentes cubanos que lutaram em Angola contra forças do exército racista sul-africano (leia aqui o artigo).
Fidel faz um desafio ao países imperialistas a não ocultarem a verdade sobre o apartheid, desafiando os "porta-vozes do império" que explicassem como e por que ele surgiu.
Fidel lembra que o governo sul-africano da época foi aliado de países capitalistas que participavam ativamente da Guerra Fria. "Por que se pretende ocultar que o regime do apartheid, que tanto fez sofrer a África e indignou a imensa maioria das nações do mundo, era fruto da Europa colonial e foi convertido em potência nuclear por Estados Unidos e Israel. [Um regime] o qual Cuba, um país que apoiava as colônias portuguesas na África que lutavam por sua independência, condenou abertamente?", perguntou.
Segundo Fidel, o imperialismo "sempre usará de suas cartas para subjugar a ilha, mesmo que tenha que despovoá-la, privando-a de homens e mulheres jovens, oferecendo migalhas dos bens e recursos naturais com que saqueia o mundo".
Ele também afirma não se lembrar de nenhum fato histórico que tenha causado tanto impacto na opinião pública mundial quanto a morte de Mandela, por sua qualidade humana e a nobreza de seus sentimentos e ideais.
De acordo com o líder cubano, os laços fraternais entre seu país e a África do Sul nasceram do fato de Mandela ser "um apóstolo da paz" e pelo fato do país caribenho "nunca ter realizado ações militares em busca de glória ou prestígio". "Sempre fomos solidários desde os primeiros anos com os movimentos de libertação das colônias portuguesas na África punham em cheque o colonialismo e o imperialismo no pós-guerra".
"É fato completamente real que Mandela foi um homem íntegro, revolucionário profundo e radicalmente socialista que, com grande estoicismo suportou 27 anos de encarceramento solitário. Eu não deixava de admirar sua honradez, sua modéstia e seu enorme mérito".

Por fim, Fidel felicitou seu irmão, o presidente Raúl Castro, pelo gesto de ter estendido a mão ao presidente norte-americano Barack Obama durante o funeral em homenagem a Mandela no estádio Soccer City, na África do Sul. "O papel da delegação cubana durante as homenagens a nosso irmão e amigo Nelson Mandela será inesquecível. (...) Felicito ao companheiro Raúl por seu brilhante desempenho e, em especial, pela firmeza e dignidade quando, com um gesto amável, mas firme, saudou o chefe de governo dos EUA e lhe disse em inglês: ‘Senhor presidente, eu sou Castro’".

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

ATO PÚBLICO NA FACULDADE DE DIREITO SÃO BERNARDO

ATO PÚBLICO NA FACULDADE DE DIREITO SÃO BERNARDO

Esse ato foi marcado tendo por base importante  pauta  de reivindicação distribuída  aos alunos e  divulgada no evento marcado pelo face.
Com a movimentação dos alunos, liderados pela nova chapa que venceu as eleições para o centro acadêmico XX de Agosto, conquistaram, mesmo parcialmente,  importante vitória.
Segundo a aluna Marcela, existe grande insatisfação com o Diretor Marcelo ladeira Mauad. Hoje existe em torno de 2400 alunos na faculdade, e o percentual de inadimplência está por volta de 13%. Afirmou também que a prefeitura não tem nenhum tipo de subvenção.
Com a movimentação dos estudantes junto a Câmara municipal e na imprensa, a resolução 54 foi revogada, significando uma grande vitória dos estudantes em luta.
Além dessa pauta, os alunos defendem a participação estudantil na elaboração estratégica e ações a longo prazo para a redução da inadimplência na FDSB, sem impedir o aluno  de permanecer na faculdade;
Reivindicam o aumento da quantidade de bolsas – carência e Transparência no processo de concessão de bolsas de  estudos;
Acesso ao Fies e outras formas de financiamento público dos estudos.
Comentaram ainda sobre outras pautas, como a federalização da faculdade, eleição direta para diretor e cotas raciais e sociais.
Para a aluna Viviam, hoje existem cerca de 30 cargos comissionados com salário que varia  de 3.500 a 8 mil reais ao mês.
Compareceram ao evento além de um grupo de  alunos da referida faculdade, vários  representantes do Comitê Regional Unificado contra o aumento da Passagem, membro da fundação Santo André e representante da Apeoesp-sbc.
Percebe-se disposição de luta para assegurar direitos e por democracia nas relações internas na faculdade.

Mudar e resistir é preciso!


Aldo Santos- Coordenador da Apeoesp-sbc,Presidente da Associação dos Professores de Filosofia e Filósofos do Estado de São Paulo e do Brasil, Presidente do Psol em SBCampo. (18/12/2013)

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Movimento negro protesta em frente à escola acusada de racismo

Ruim é o Racismo! - Movimento negro protesta em frente à escola acusada de racismo

ruim e o racismoCerca de 50 pessoas representantes de ONGs e associações do movimento negro fizeram um protesto na tarde desta terça-feira em frente ao Colégio Internacional Anhembi Morumbi, no Brooklin, bairro nobre da zona sul de São Paulo. O grupo apoiava a estagiária Ester Elisa da Silva Cesário, de 19 anos, que denunciou a diretora da escola por racismo, e exigia a implantação da lei 10.639, que determina o ensino da cultura afro-brasileira nas escolas.
Ester registrou um boletim de ocorrência afirmando que a diretora do colégio chamou sua atenção duas vezes e sugeriu que alisasse os cabelos crespos para manter a "boa aparência". Para o colégio não houve racismo e a diretora não teve intenção de causar qualquer constrangimento. A instituição tem normas em relação à vestimenta e pede que os funcionários usem uniformes e cabelos presos.
A manifestação foi recebida por estudantes, ex-alunos e pais que foram prestar solidariedade ao colégio. O grupo aguardava dentro da escola, mas foi à rua interagir com os manifestantes. Mariana Conde Sekeres, de 17 anos, uma das organizadoras da defesa ao colégio, convocada pelo Facebook, afirma que a escola não é racista. "Existe um padrão de trabalho, não uma discriminação específica com a Ester", diz a estudante recém-formada. O engenheiro e pai de aluno Carlos Herculano Ávila, de 50 anos, destaca que a escola é inclusiva e também avalia que a estagiária "não entendeu a regra da escola" de usar cabelos presos.
"Estão se aproveitando de um mal entendido para falar mal da nossa escola. É incoerente alguém que está fora daqui criticar a nossa educação, sem conviver com a nossa realidade", diz George Emiliano, de 16 anos, que irá para o 3º ano do ensino médio.
Pais, professores e estudantes destacaram que o colégio sempre trabalhou temas como inclusão e diversidade racial. Todos que participaram da manifestação se mostraram ofendidos com o rótulo de "colégio racista". Segundo os estudantes, o colégio tem um professor e funcionários negros na administração, segurança e limpeza, e denúncias de racismo nunca foram feitas.
Racismo x padrão
ruim e o racismo 2Para Douglas Belchior, coordenador da União de Núcleos de Educação Popular para Negras/os e Classe Trabalhadora (Uneafro), movimento organizador do protesto, existe uma cultura de "não se assumir o racismo" no Brasil. "Este colégio tem uma chance ímpar de servir de exemplo pro País inteiro", afirma.
Luka Franca, 26 anos, negra e militante da Uneafro, avalia que a escola está reafirmando o padrão branco de beleza ao exigir que as funcionárias prendam ou alisem os cabelos crespos. "Instituições de ensino de qualidade são onde deveria acontecer o debate democrático e onde está se formando a nossa sociedade. É muito grave que casos de racismo aconteçam nestes ambientes", aponta.
O tema do protesto era "Soltem os crespos, prendam os racistas". "O cabelo curto ou alisado não permite que a gente afirme a nossa origem africana", explica Vanderlei Victorino, do Circulo Palmariano, movimento que também estava na manifestação.
Afastamento
De acordo com o advogado de Ester, Cleyton Borges, a jovem está afastada do trabalho por problemas psicológicos. Na semana passada, a estagiária foi retirada de sua função original, que era atender os pais interessados em conhecer a escola, e passou a trabalhar na secretaria. Após sofrer assédio moral, deixou de frequentar o trabalho.

Segundo Clayton, a escola não procurou sua cliente para oferecer uma solução extra-judicial, como uma conciliação. O colégio, por sua vez, entende que não houve racismo e sim um "ruído na comunicação", e aguarda o resultado da investigação. A escola disse que colocou duas psicólogas à disposição de Ester e que também não teve retorno da estagiária.

ESCOLA PARA QUÊ?


13 de dezembro de 2013 14:24
ESCOLA PARA QUÊ?

Precisamos definir qual é, realmente, a função da escola pública na sociedade. Precisamos decidir se aprender a ler, escrever e fazer operações matemáticas básicas é importante para as novas gerações e se ensiná-las continua a ser atribuições da escola. Afinal, há filósofos da educação que afirmam que isso é coisa do passado: “Pra quê escrever a lápis se isso não se usa mais?” “Pra quê saber ortografia, gramática e sintaxe, se hoje contamos com o corretor do Word?” “Pra quê aprender inglês se podemos copiar e colar tudo no tradutor do Google?” “Por que submeter a juventude à prática arcaica de aprender e cantar os hinos pátrios se isso não é significativo para eles?” “Pra que saber nomes de estados e capitais do Brasil, ou, pior, de países do mundo afora, se toda essa informação está apenas a um click?” “Pra quê aprender a somar e gastar os neurônios de nossas criancinhas se elas têm à sua disposição não só calculadoras, mas tablets, laptops e tudo o mais?!”

Hoje o discurso da moda é o da escola “significativa” e “aberta ao cotidiano globalizado e informatizado”. Contudo, o resultado desses discursos “significativos”, aplicados na educação brasileira desde há algumas décadas, pode ser avaliado não só pela queda dos níveis de desempenho das universidades públicas brasileiras, como pelo número de analfabetos funcionais da população, além da alarmante escassez de mão de obra qualificada e responsável disponível no mercado de trabalho. 

Na prática, esse discurso da “escola significativa” desautorizou a escola pública a ensinar e preparar as novas gerações de brasileiros para as exigências da vida. Criou legiões de jovens que não têm o hábito de estudar, de ler, que não têm disciplina e autocontrole porque a escola não pode incutir neles esse comportamento. O mais engraçado é que os educadores de gabinete que passaram suas vidas difundindo esses discursos, mantiveram seus filhos em escolas particulares, conteudistas e tradicionais...

Antes de ser “significativa”, a vida em sociedade é exigente! A vida civilizada e segura exige que saibamos como nos comportar. Exige que tenhamos respeito e consideração para com os outros. Que saibamos ouvir. Que respeitemos nossos símbolos pátrios e que saibamos o seu significado histórico. Que honremos as gerações que vieram antes de nós, que trabalharam e lutaram para dispormos de tudo o que temos hoje. Exige que consigamos escutar um professor falar; que tenhamos consideração e prestemos atenção. Que, eventualmente, aceitemos um “não” ou um “agora não” como resposta. Que consigamos ter autocontrole e fazer silêncio nos diversos ambientes sociais. Que possamos adiar nossas recompensas e satisfações; que não sejamos tão egoístas e imediatistas. Exige que tenhamos disciplina e foco. O preço de se permitir que as novas gerações cresçam tão descompromissadas, tão “livres, leves e soltas”, sem esse aprendizado disciplinar, é criarmos uma sociedade incompetente, irresponsável, negligente, desorganizada e, possivelmente, corrupta.

Se a escola não pode mais disciplinar nem ensinar os conhecimentos construídos e acumulados historicamente pela humanidade – porque isso é ser tradicionalmente “conteudista”, ou porque todo esse conhecimento está disponível aos jovens por meio da tecnologia (mas será que eles sabem buscá-lo ou se interessam em fazê-lo?) – então, que acabemos de vez com essa instituição social. De que serve ela? Que deleguemos a tarefa de formar as novas gerações de brasileiros aos próprios pais ou às novas tecnologias, ou aos filósofos da educação. Sim, porque dominar aparelhos tecnológicos, acessar conteúdos, copiá-los e colá-los – isso os jovens aprendem sozinhos. Além, claro, de usar a tecnologia para fins “lúdicos”, sexuais e de interação interpessoal. Realmente não precisam da escola para isso. Além disso, quem mais, além dos pais e das tecnologias, pode tornar a aprendizagem dos jovens mais “impregnadas de significado”? Decidamos então: o que cabe à escola fazer? Apenas cuidar dos alunos, dar merenda, tomar conta deles e garantir-lhes um ambiente seguro, enquanto seus pais trabalham? A esse respeito, ver artigo de Marc Prensky, na Revista Galileu, n.268, Nov/2013, pag. 90.

Se for assim, avisem-nos a nós, professores! Pois nós ainda estamos querendo dar aulas.... Nós ainda desejamos ensinar, e ser o que somos: professores! E não cuidadores de alunos! Nem inspetores de sala. Nem educadores. Educadores são os pais e familiares. Professor é professor.

BENEDETTI, K. S. A dignidade ultrajada: ser professor do ensino público nos dias de hoje. RJ: Barra Livros, 2013.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Câmara Municipal de Santo André recebe representantes do Movimento Negro

Câmara Municipal de Santo André recebe representantes do Movimento Negro

O Movimento Negro e as entidades solidárias comprometidas no combate ao racismo estiveram reunidos, nesta terça-feira (10/12), com o presidente da Câmara de Santo André, Donizeti Pereira (PV), e o 2º secretário Sargento Lôbo (SDD) para tratar do possível ato de injúria racial praticado contra uma servidora pública do Legislativo, no último mês. O caso foi denunciado à Polícia Civil por meio de Boletim de Ocorrência, sendo divulgado nas mídias sociais e imprensa local. O encontro foi realizado após os protestos, em defesa da funcionária, que marcaram a última sessão ordinária de 2013.
Durante a reunião, foram definidos alguns encaminhamentos, entre eles, a instalação de sindicância interna para apurar o caso; possível transferência da servidora para outro departamento; programa de formação a funcionários e vereadores sobre combate ao racismo e igualdade racial; e ação conjunta da Câmara com os movimentos para apurar o porquê de o comércio ter aberto as portas no dia do feriado da Consciência Negra. Ficou agendada, para o dia 11 de fevereiro, uma reunião devolutiva com a presidência da Casa.
Pereira declarou que o Legislativo, bem como os parlamentares e funcionários, repudia qualquer tipo de descriminação, não só relacionada a questões de gênero, mas contra a homofobia e atos que venham denegrir a imagem crianças, idosos, deficientes físicos, dentre outros. “O que ocorreu recentemente na Câmara é um fato isolado e que está sendo averiguado por inquérito policial. essa Casa também levará o caso adiante baseado no estatuo do servidor”, afirmou o presidente.
O diretor da Secretaria Geral do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Santo André (Sindserv), Josafa Lopes, mencionou que a entidade está distribuindo na cidade um manifesto contra o possível ato de racismo praticado na Câmara. Na reunião, o diretor defendeu a elaboração de projeto de lei criando cotas de vagas à população negra no serviço público. “A presidente Dilma Rousseff defendeu, no Dia da Consciência Negra, as cotas nas universidades e no serviço público. Essa foi uma das nossas reivindicações, além de pedir a transferência da funcionária sem a perda dos vencimentos”, declarou Lopes.
Vale lembrar que a servidora foi uma das trabalhadoras retratadas na mostra “A Década dos Povos Afro-Brasileiros - Nós Temos um Sonho: Brasil Sem Racismo”, realizada na Pinacoteca da Prefeitura Municipal, durante o mês em que se comemorou a Consciência Negra.
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terça-feira, 10 de dezembro de 2013

MOVIMENTO NEGRO DA REGIÃO DO ABCD REÚNE-SE COM PRESIDENTE DA CÂMARA DE SANTO ANDRÉ

MOVIMENTO NEGRO DA REGIÃO DO ABCD  REÚNE-SE  COM PRESIDENTE DA CÂMARA DE SANTO ANDRÉ

Vários representantes do movimento sindical e movimento negro da região compareceram a reunião agendada no gabinete do Presidente da Câmara de Santo André, vereador Donizeti Pereira. Além de representantes de vereadores e vereadora da cidade, estava presente o vereador Sargento Lobo.
De acordo com o Sr. João de Campos, não é a primeira vez que acontece caso de racismo no legislativo municipal, testemunhando  que já fora vítima de racismo num determinado gabinete, e que em 2012, o presidente da câmara,  vereador Araujo suspendeu um ato sobre a consciência negra no município,comprometendo assim, o evento planejado.
Após várias manifestações dos presentes, a reunião ficou em torno dos seguintes pontos de pauta.

1-Não penalizar o militante que se manifestou no dia (05/12/2013) por conta da revolta do mesmo diante dos fatos apresentados em plenário;
2-Abertura de sindicância para a apuração dos fatos no âmbito interno do legislativo;
3-Aplicação do artigo 33 do regimento interno, no que diz respeito a constituição de uma comissão temporária, para apurar os fatos e eventuais  implicações   ou não de representantes do legislativo;
4-Transferência da funcionária Nádia, do gabinete do vereador Araújo,  sem prejuízo a sua representação gratificada e pela preservação  da saúde física e psicológica da mesma;
5-Que a Presidência emita nota pública  condenando o racismo e o preconceito racial no município;
6-Organizar no âmbito do legislativo seminários e debates pedagógicos, bem como  aprovar  indicação pelo legislativo ao executivo, para que implemente em caráter de urgência  o conteúdo da lei 10.639/2003 e da  lei 11.645/229, que “  torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira, africana e indígena  nas redes públicas e particulares da educação, e em particular,   no âmbito dos poderes executivo e legislativo da cidade;
7-Punir exemplarmente a autora “do crime de racismo” de forma pedagógica, exigindo autocrítica da mesma, sempre de acordo com os ditames da lei;
8-Chamar as entidades representantes do comércio para esclarecimento sobre o descumprimento da lei sobre o feriado  no dia 20 de novembro  de  2013 na cidade, uma vez que grande parte do comércio trabalhou normalmente no dia do feriado, desrespeitando o inteiro teor da lei municipal;
9- Procurar o executivo para apresentar o inteiro teor da pauta sobre o descumprimento do feriado municipal no dia 20 de novembro;
10-Avançar na implementação legal das cotas no serviço público conforme  disciplina  a legislação em vigor;
11-Retomar o diálogo com o agendamento de uma nova reunião no inicio do ano legislativo em 2014 (11 de fevereiro de 2014 às 10 horas, no gabinete da Presidência) .
Várias propostas foram acolhidas e outras ficaram de ser encaminhadas   pelo presidente. De pronto, ficou agendada uma  nova reunião para  fevereiro de 2014,( 11/02/2014, às 10 horas no gabinete da Presidência para  apreciação da evolução  dos pontos debatidos).

Após a reunião, numa rápida conversa entre os  presentes, foi ainda aprovado que o movimento negro deve ganhar as ruas para denunciar o racismo ainda presente em nossa sociedade. Nesse sentido, houve concordância dos presentes na realização de um ato público no dia 21 de Dezembro de 2013, às 14 horas na Oliveira Lima, para dar continuidade a luta popular de combate contra todo tipo de comportamento  agressivo a condição humana.
A única forma de combater o racismo é com união e organização do  movimento social,  politizando o processo e exigindo  direitos e cumprimento das leis que   tratam   e combatem  toda e qualquer forma de opressão nos marcos da luta  étnica e  de classe.
"Organizar a esperança,
conduzir a tempestade,
romper os muros da noite.
Criar sem pedir licença,
um mundo de liberdade."
Pedro Tierra


Aldo Santos, Ex-vereador em sbc, coordenador da subsede da APEOESP-SBC, Presidente da Associação dos Professores de Filosofia e Filósofos do Estado de São Paulo e do Brasil, militante do Psol.