domingo, 26 de janeiro de 2014

50 ANOS DEPOIS

50 ANOS DEPOIS

No meu diário de 25 de janeiro de 1984 está escrito: “comício na praça da Sé às 16 horas. compareceram 300 mil pessoas, segundo a folha de São Paulo. O orador mais aplaudido foi o Lula que quase nada falou. É uma liderança que aponta para o descaminho da classe trabalhadora. Trabalhei no Hospital do Mandaqui até às 13 horas e compareci a praça da sé no período da tarde. Estava um visual bonito com faixas do PT, PCB, PC do B, PMDB e outras fazendo referência a classe trabalhadora”.
A ditadura militar estava agonizando e a participação popular foi determinante no sepultamento da mesma. A grande luta era pela eleição direta. Aconteceram aproximadamente 17 comícios e caravanas pelo Brasil tendo como figuras de destaque Ulisses Guimarães, Luiz Inácio Lula da Silva e outros e outras. Desde 1983 tramitava a emenda Dante de Oliveira que propunha eleições diretas para presidência da república em 1984. Essa emenda foi fundamental no processo de mobilização por todo país. Na prática, essa emenda colocava em cheque a ditadura que teve inicio com o golpe militar em 1964. Portanto, 50 anos depois o movimento enfrentou e derrubou a ditadura militar, restabeleceu o pluripartidarismo, porém a ditadura do capital continua intacta, apesar das lutas travadas nesses anos de lutas e resistências. A lição que devemos tirar desses anos de chumbo e de resistência é que a vida é uma permanente luta pela  destruição do sistema capitalista que  pode até conviver e flexibilizar em relação as  liberdades vigiadas, porém,  não altera o confronto de interesses das classes antagônicas entre o capital e o trabalho.

VIVER É NECESSÁRIO, MAS  LUTAR É PRECISO!!!


ALDO SANTOS- COORDENADOR DA APEOESP-SBC, PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DOS PROFESSORES DE FILOSOFIA E FILÓSOFOS DO ESTADO DE SÃO PAULO E DO BRASIL, PRESIDENTE DO PSOL EM SBCAMPO. 

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