segunda-feira, 3 de março de 2014

“Semana da Mulher nas escolas e nas lutas”:Também no dia 8/3, sairá um ônibus da Subsede, por volta das 7h30, para levar as pessoas ao ato unificado com vários movimentos de mulheres que será realizado na Avenida Paulista, marcado para as 9 horas.

A condição feminina é tema de debates nas escolas
O Dia Internacional da Mulher – em 8 de março - não é uma data comemorativa e sim um dia de mobilização dedicado aos ideais de liberdade, igualdade e combate à violência de gênero. A afirmação é da vice-coordenadora da Subsede de SBC da APEOESP e estudiosa nos assuntos relacionados à questão de gênero, professora Nayara Alves Navarro.  Segundo ela, “apesar das mulheres serem 51,3% da população brasileira, terem conquistado o mercado de trabalho, estar ocupando assento nas universidades e terem implementado uma lei que pune a violência doméstica, ainda não alcançaram a igualdade de gêneros”.
“Temos que desnaturalizar as relações de poder entre os sexos, entender que a desigualdade entre homens e mulheres, historicamente, foi dada por questões culturais, e não naturais, e que a levaram a ser considerada propriedade do homem e passível de dominação, opressão de classe e violência”, lembra. Ela aponta a educação como um dos poucos instrumentos capaz de inverter essa lógica de dominação e “avançar substancialmente numa perspectiva de conquistar a igualdade em todos os níveis, seja no mundo externo e ou no âmbito doméstico”.
Por isso a professora defende a inclusão da temática de gêneros como obrigatória no currículo oficial da Rede de Ensino do Estado de São Paulo, a exemplo do que ocorreu em Brasília.  Solicitamos ao Deputado a apresentação de um projeto de lei sobre essa temática. Dentro das prerrogativas  institucionais  o deputado de imediato  apresentou   proposta que norteou a Indicação (nº 3369/09/2013) encaminhada  à Assembleia Legislativa de São Paulo pelo deputado estadual, Carlos Giannazi, do Psol. No entanto, em resposta da Secretaria de Educação do Estado, o governo argumentou que a questão de gênero já está contemplada nas diversas disciplinas do currículo oficial e que por isso, a indicação “não deve prosperar”.
Mas, para Nayara, “não basta a temática de gênero perpassar por todas as disciplinas e programas na proposta curricular ou ser tratada como temas transversais”. “É imprescindível criar uma lei que a inclua como obrigatoriedade no currículo oficial da Rede de Ensino do Estado de São Paulo, a exemplo do que ocorreu com a História e Cultura Afro-Brasileira, para que a sociedade, ao reconhecer que a desigualdade de gênero existe, possa desconstruí-la e avançar na construção de uma nova sociedade, combatendo toda forma de opressão e violência contra a mulher”, argumenta.
Segundo ela, a sociedade não está de fato sensibilizada com as questões relativas à desigualdade de gênero. “São comuns os casos de violência em outros âmbitos, sobretudo na sala de aula. Pesquisas apontam que práticas sexistas são muito frequentes no espaço educacional, manifestadas, inúmeras vezes, nas brincadeiras, na conduta dos profissionais da educação, os quais reforçam tais diferenças e contribuem para os preconceitos de gênero”, enfatiza.
Conquistas existem, lembra a professora. “É bom lembrar que a lei 11.340/2006, criada 20 anos depois da denúncia feita por Maria da Penha Maia Fernandes, sobre as agressões sofridas, à Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos), representa aos movimentos feministas, a partir da promulgação da lei, uma vitória histórica bastante significativa às suas reivindicações e manifestações de luta contra a violência doméstica”.

Além da violência, Nayara chama a atenção também para outros pontos que são poucos discutidos pela sociedade no que se refere às questões de gênero “como a saúde da mulher, a divisão sexual do trabalho (dupla ou tripla jornada), emprego, desigualdade salarial, moradia, escolarização, analfabetismo e a discriminação da mulher no modo de produção capitalista que por essência nega a igualdade”, conclui.

“Semana da Mulher nas escolas e nas lutas”

Com esse lema, a APEOESP SBC promoverá uma semana de discussões sobre a temática de gêneros nas escolas. O evento de abertura acontecerá no dia 8 de março, sábado, às 15 horas, com debate seguido de confraternização, na Subsede, à Avenida Prestes Maia, nº 233, Centro, SBC.
A partir desta data, a Subsede estará à disposição para organizar o debate nas escolas.
“Ao abordar o desenvolvimento da condição feminina através dos tempos, considera-se que a mulher, ou seja, metade da humanidade se viu milenarmente excluída nas diferentes sociedades por um sistema hierarquizado patriarcal e machista. Não se trata apenas de resgatar a sua contribuição histórica na construção social, mas, sobretudo de admitir que essa ideologia continua negando ao sexo feminino a igualdade de direitos e o seu desenvolvimento pleno”, destaca a professora Nayara Navarro, uma das organizadoras da semana.
Também no dia 8/3, sairá um ônibus da Subsede, por volta das 7h30, para levar as pessoas ao ato unificado com vários movimentos de mulheres que será realizado na Avenida Paulista, marcado para as 9 horas.

COMUNICAÇÃO APEOESP-SBC
03/03/2014




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