sexta-feira, 14 de abril de 2017

Dia 28 de abril vamos fazer greve e marchar pelo Brasil!

Em 17 de abril de 1997, em sua última entrevista Paulo Freire afirmou: "... Eu morreria feliz se eu visse o Brasil cheio em seu tempo histórico de marchas. Marcha dos que não tem escola, marcha dos reprovados, marchas dos que querem amar e não podem, marcha dos que recusam a uma obediência servil, marcha dos que se rebelam, marcha dos que querem ser e estão proibidos de ser.

...Eu acho que as marchas são andarilhagens históricas pelo mundo ...O meu desejo, o meu sonho como eu disse antes é que outras marchas pela superação da sem-vergonhice que se democratizou terrivelmente nesse pais. Essas marchas nos afirmam como gente, como sociedade, e querendo democratizar-se.
Eu estou absolutamente feliz por estar vivo ainda e ter acompanhado essa marcha (Marcha dos sem terras) que como outras marchas históricas revelam o ímpeto da vontade amorosa de mudar o mundo.”
http://alebiet.blogspot.com.br/2011/08/marchas-paulo-freire.html De fato quando o povo se põe em movimento as mudanças ocorrem, os conflitos aparecem e a coragem coletiva rompe o ritual de aparente imutabilidade. Acertadamente Rosa Luxemburgo proclama: "Quem não se movimenta, não sente as correntes que o prendem"
Entendo que as greves, assim como as marchas, representam um momento singular e necessário onde põe a nu o estado burguês e representa uma radical explosão imaginária e de consciência de classe no processo estratégico de transformação social.
Parafraseando Paulo Freire, eu diria que: O povo viveria feliz se no mundo todo ocorressem greves permanentemente. Greves econômicas, greves de natureza política, de defesa das bandeiras de gênero, etnia e minorias, contra os limites e o cercamento imposto pelo capitalismo, pois é na greve que se confronta com maior tenacidade o antagonismo de classe, a consciência do “valor dos trabalhadores” e as rupturas necessárias como síntese histórica da transformação revolucionária.http://professoraldosantos.blogspot.com.br/2013/03/greves-e-marchas-sempre.html
A defesa de uma greve cumpre dois princípios básicos da classe trabalhadora: é um momento de luta por conquistas e melhorias das condições salariais e de trabalho, além da politização, união e organização conforme expressa o enunciado do texto a seguir: “Um dos mais importantes textos políticos do século XIX inicia com a frase “um espectro ronda a Europa: o espectro do comunismo”. Trata-se do Manifesto Comunista, de Marx e Engels, e seu famoso chamado para a união de todos os trabalhadores do mundo para se oporem ao domínio da burguesia. Outro fundamento é a união e conscientização da classe conforme texto escrito por Lênin, um dos grandes líderes revolucionários do século XX onde afirma: “... as greves ensinam os operários a unirem-se; as greves fazem-nos ver que somente unidos podem aguentar a luta contra os capitalistas; as greves ensinam os operários a pensarem na luta de toda a classe patronal e contra o governo autocrático e policial. Exatamente por isso, os socialistas chamam as greves de "escola de guerra", escola em que os operários aprendem a desfechar a guerra contra seus inimigos, pela emancipação de todo o povo e de todos os trabalhadores do jugo dos funcionários e do jugo do Capital. Mas a “escola de guerra” ainda “não é a própria guerra”.
https://www.marxists.org/portugues/lenin/1899/mes/greves_ga.htm A centralidade dessa greve geral é lutar contra a reforma da Previdência, da reforma trabalhista, das terceirizações e contra a aplicação da reforma do ensino médio, dentre outros ataques.
Devemos ainda lutar contra a corrupção e o mar de lama que a burguesia e seus partidos coniventes vêm transformando o país ha décadas.
Mais do que nunca devemos acrescentar a nossa pauta de ação o Fora Temer e sua quadrilha palaciana, com diretas já, pois a maioria esmagadora dos deputados federais estão comprometidos do ponto de vista ético/moral e o senado deveria deixar de existir, pois em nada acrescenta a política brasileira. Defendo um congresso unicameral!
Prefiro a ideia de marchar, do que “parar o Brasil”, pois parados já estamos,com a estagnação da economia, quase 14 milhões de desempregados, milhares de famélicos, na sua maioria dominados pelos meios de comunicação ou pela ideologia religiosa da teologia da prosperidade (prosperidade para os pastores).
Precisamos sim entrar em movimento, com atos, passeatas, protestos, marchas, greve geral por tempo indeterminado até conseguirmos o que pleiteamos.
Em relação a operação lava jato, é preciso apurar até as últimas consequências todo tipo de roubo do erário público ou em nome dele, confiscar os bens e prisão aos condenados. A lava jato é aponta do iceberg de uma pátria saqueada historicamente pelos “donos do poder”, e ao mesmo tempo, abre caminho para politizarmos a indignação de todos e todas levando ao empoderamento da classe para passarmos esse país a limpo.
LUTAR E VENCER É PRECISO!
ALDO SANTOS- EX-VEREADOR EM SBCAMPO, PRESIDENDE DA APROFFIB, VICE PRESIENETE DA APROFFESP E MEMBRO DA EXECUTIVA ESTADUAL DO PSOL-SP

quarta-feira, 12 de abril de 2017

A FILOSOFIA TOMA PARTIDO CONTRA A RETIRADA DE DIREITOS!



É uma tradição dos militantes, dos intelectuais, dos dirigentes Partidários, do movimento sindical, popular e
estudantil, compreender o conjunto (conjuntura) de problemas que circundam e interferem no planeta, no
país, nos estados e municípios para que possamos identificar e compreender e transpor as barreiras,
reconhecer os aliados e combater os inimigos históricos dos povos.
É neste contexto que precisamos analisar o momento em que nos encontramos, com a macro
disputa internacional, o avanço do neoliberalismo e do fascismo, o reordenamento da burguesia às custas
do empobrecimento de milhões com a retirada de diretos conquistados com a luta e enfrentamento dos
povos, contra as tiranias e os golpes perpetrados por governantes a revelia do interessa da maioria dos seres
humanos no planeta.
E, neste debate, a filosofia nunca foi nem será neutra, pois ao defender ou refutar a barbárie capitalista em
nome da suposta civilização, ela sempre toma partido para o bem ou para o mal.
O Brasil esta contido nesse conjunto de processos de analise, pois com a reorganização das “forças
reacionárias que deflagraram” um golpe político no povo, e, como parte desse golpe os avanços e direitos
estão sendo esmagados por políticos e partidos historicamente comprometidos com o acúmulo do capital
em detrimento do confisco dos direitos e das liberdades vivenciadas e conquistadas pela classe trabalhadora.
O reinado do PMDB, do PSDB, cúpula do PT, DEM, PPS e outros partidos estão desnudos e mergulhados
num lamaçal de corrupção como nunca visto antes.Defendemos que se apure até as últimas
consequências,punindo os culpados, confiscando bens roubados, mas não temos ilusão com o abuso de
autoridade do judiciário e seus braços repressivos que permeiam a sociedade nesta micro e macro física do
poder.
Já aprovaram a “deformação” do Ensino médio, o congelamento dos salários e direitos bem como
investimentos por vinte anos, aprovaram as terceirizações, que levará ao sucateamento do trabalho e
empobrecimento ainda mais do nosso povo, e agora, pretendem aprovar as reformas da previdência e
trabalhista para esmagar e condenar o presente e o futuro de quem produz as riquezas neste país. No
Estado de São Paulo, os salários foram congelados há mais de três anos, o desemprego na educação é
notório e a capacidade de reação embora existente, são canalizadas para outras demandas de interesses
dos aparatos dos sindicatos e centrais sindicais.
Sem perspectivas diante deste novo governo, a única saída é a união e organização da população resistindo
e construindo uma potente greve geral no dia 28 de abril para barrar essas maléficas reformas,derrubar o
governo Temer e seus asseclas como condição básica para a retomada do crescimento, acabar com o
desemprego, punir os corruptos, regulamentar o poder desmedido dos meios de comunicação e com a farra
dos banqueiros.
Nesse sentido, os professores de filosofia precisam tomar partido ao lado dos seguimentos vulneráveis da
sociedade, disputar os espaços nas escolas para manter o atual currículo, não permitindo o currículo
mínimo e nos organizarmos para acompanhar e definir no âmbito do Estado a aplicação das medidas
contidas na lei federal no tocante a dita reforma do ensino médio.
Não basta “comparecer às reuniões” esporadicamente, é preciso agir e reagir a toda e qualquer forma de
desconstrução da nossa luta pelo reconhecimento de nossa disciplina em âmbito federal, estadual e
avançarmos em nível municipal.
Mesmo num mundo pós-moderno e da pós-verdade, tomar partido sempre é preciso ( se tornar parte), uma
vez que todos somos militantes conscientes ou não do nosso papel na história da filosofia e na
transformação da sociedade.
Precisamos sair do mundo da doxologia virtual para o mudo da episteme classista, da práxis cotidiana, ao
lado dos verdadeiros construtores e mantenedores do poder em toda sociedade que é a classe trabalhadora.
Lutar, vencer e avançar é preciso!
Aldo Santos- Vice-presidente da APROFFESP e presidente da APROFFIB.